Girls in Black escrita por Mah e Deh


Capítulo 25
Through the Tears


Notas iniciais do capítulo

Baby can you see through the tears?
Enfim primeiramente desculpa pela demora de 8 meses
Na real eu já tinha terminado esse cap há um tempão mas ai achei ruim e refiz grande parte.
Na real não aguentava mais olhar pra esse cap então postei assim mesmo.
Boa leitura



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— O que vou precisar fazer? - Mari perguntou. Thomas apenas sorriu enquanto arrumava sua gravata borboleta.

— Não tão rápido, garotinha. Você sabe o que dizem, paciência é uma virtude. - Ele retrucou lentamente, saboreando as palavras. Em seguida, fez um gesto para Rafael. O garoto fitou Mari antes de sair pela porta, que ranziu ao se fechar.

Sozinha com o Thomas. Ótimo. Ela cruzou os braços tentando não demonstrar seu desconforto. Estavam em um lugar deserto. Perfeito para matar alguém e enterrar seu corpo sem levantar suspeitas.

Ele pegou o celular e deslizou a tela. Mari observou cada movimento e percebeu que ele estava ligando para alguem. As mãos dançaram rapidamente pelos números até que por fim ele levou o aparelho até o ouvido. Segurava firme.

— Onde você está? - Ele encarava um ponto fixo na parede. Uma mão na cintura, a voz soando incrivelmente calma. - Deveria estar com ela.

Mari pensou que caso se concentrasse, talvez conseguiria entender os murmúrios vindo do outro lado da linha. Mas o pânico ainda ecoava em seus ouvidos. Ela desistiu.

— Ok. Você sabe o que fazer.  Estamos a caminho. - Ele desviou o olhar para Mari. A garota arqueou as sobrancelhas em resposta a expressão tranquila no rosto de Thomas. Ela suspirou fundo. Talvez ele não tivesse mais motivos para se preocupar.

Guardou o telefone no bolso e lançou um olhar frio a garota. Mari umedeceu os lábios.

— Não confio em você - Ele murmurou. Enfiou a mão esquerda no bolso e tirou uma algema. Ela recuou, mas concluiu que pelo menos não era uma mordaça. Ainda poderia gritar o quanto quisesse.

— Justo. - Ela deu de ombros. - A confiança de um mentiroso não me importa tanto.

Thomas se aproximou da garota e ela desejou poder engolir suas palavras de volta. Apertou um dos seus pulsos tão forte que ela quase viu estrelas. Mari o praguejou enquanto tentava livrar o pulso de sua mão. 
Ele cessou o punho, mas ainda apertava forte. Puxou a garota de forma brusca até a porta. Desistira das algemas.
Rafael os esperavam do lado de fora, encostado em um carro. Mari reconheceu o carro, já estivera nele antes.

— E se eu não quiser ir? - Ela sabia que não teria opção, mas ainda podia tentar.

— Ora, a escolha é sua. - Thomas respondeu - Você pode ir embora e ser livre. Mas é óbvio que isso significa nunca mais ver sua amiga viva.

Ela suspirou e entrou na parte de trás. Os vidros eram escuros, de forma que ninguém os veriam lá dentro.

A viagem foi silenciosa. Mari agradeceu por estar sozinha no banco de trás, enquanto Thomas dirigia com Rafael ao seu lado. 
A garota mantinha os olhos fixos nas janelas. Thomas estava os levando de volta para a cidade. 
Ela ponderou que poderia fugir se quisesse. Um soco na janela seria o suficiente para quebra-la? Conseguiria se jogar na pista e sair correndo?
Ela não tentou. 
O espelho do carro refletia os olhos de Thomas. Ele estava de olho nela. Mari estremeceu.

— Não precisa ter medo. Já estamos chegando. Vai ser um grande dia. - Ele disse calmamente enquanto passava por um sinal vermelho.

Ela queria dizer que não estava com medo, mas seria obviamente uma grande mentira. Não fazia ideia do que Thomas estava planejando.

— Obrigada. Me sinto melhor agora. - Ironizou.

— Se eu soubesse que você ficaria falando pelos cotovelos, eu teria te trazido pelos porta-malas denovo - Ele alfinetou, rindo em seguida.

— Não estou entendendo o bom-humor. É o dia do seu casamento com a Ashley? Isso explica o terno. - Ela retrucou rapidamente, quase como um reflexo.

— Ah, você vai adorar ser a dama de honra.

O carro parou no estacionamento em frente ao hospital da cidade. Thomas colocou um óculos de sol - Embora o tempo estivesse nublado - e jogou um para Mari.
Ela ponderou. As fotos nos jornais e os folhetos pelas ruas provavelmente deixaram a cidade em alerta pelos desaparecidos. Não queria que as pessoas os reconhecessem. Esperto.

Rafael saiu do carro e abriu a porta traseira. Mari continuou no lugar.
— Tá esperando o que?
Ela hesitou. Não queria ir, mas por fim colocou os óculos e saiu do carro.

Thomas ia na frente, caminhando até a entrada do hospital.

— Achei que nunca mais fosse te ver - Ashley falou com um sorriso para Mari assim que eles entraram na sala de espera. Ela estava sentada em uma cadeira próxima a entrada, segurando um copo plástico com o café pela metade. Mari se perguntou se ela havia estado ali a noite inteira.

— Não tenho tanta sorte assim. - Ela respondeu. A loira fez uma expressão de espanto.

— É assim que você recebe uma velha amiga?

— Dá pra vocês duas calarem a boca? - Thomas retrucou irritado - Ashley, por que diabos você não está lá em cima com eles?

— Não gosto de hospitais - Ela o olhou indiferente - São depressivos.

— Quem está lá em cima? - Mari perguntou.

Ashley arqueou as sobrancelhas para Thomas, que revirou os olhos.

— Denise. - Ele respondeu.

Ω

— Acha que a Ashley vai voltar? - Denise perguntou. Não queria pensar em tudo no que Daniel dissera a garota  minutos atrás. Não queria parar pra digerir cada palavra.

— Não sei - Ele falou secamente. Ela fingiu não notar.

— Eles não nos deixariam sozinhos aqui. - Ela suspirou.

— Talvez devêssemos tentar fugir. - Daniel a encarou. - Eu te ajudaria.

Denise refletiu sobre o seu estado. Não podia nem tomar água sem ajuda. Não conseguia dormir sem ser dopada por remédios. Como seria quando tentasse voltar a normalidade? Sua mãe estava morta. Seu rosto está nos noticiários. Seu corpo e mente marcados pelo Thomas. Ela nunca conseguiria voltar a normalidade.

— É aqui - A voz de Ashley ecoou pelo quarto.
A loira entrou e Thomas veio atrás. Denise estremeceu. Sua cabeça latejava. 
— Não - sussurrou.
Planos de fuga por água abaixo.

Ω

No corredor, Rafael segurava de forma brusca os braços de Mari atrás de seu corpo. Ela gemeu de dor.

— Me solta, seu idiota. - Ela falhamente tentava se desvencilhar-se dele. - Eu preciso entrar no quarto.  Fechou os punhos e tentou socar sua barriga.

— Calma, pra que tanto desespero? - Ele a agarrou pelo corpo e a jogou no chão. 
Mari arfou. Ele estava em cima dela, com um braço de cada lado. Game over.

— Sai, seu idiota. - Ela praguejou irritada - Ou eu vou gritar.

— Você vai. - Ele inclinou a cabeça para sussurrar em seu ouvido - Thomas me deu seringas para te dopar caso fosse necessário. Nenhum de nós dois quer isso, então o que acha de colaborar?

Ela mal conseguia respirar, só queria que ele saísse logo de cima dela. Só queria ver Denise.

— Tá. Prometo que vou me comportar - Sua voz soou baixa. Ele sorriu triunfante.

— É proibido namorar nos corredores do hospital - Uma voz feminina disse ao entrar no corredor e avistar os dois. 
Mari se sentiu aliviada ao ver a enfermeira.

Rafael se levantou agilmente.
— Na verdade nós não..

— Como ela está? Podemos vê-la? - Mari suplicou, apoiando-se na parede para levantar - Por favor, eu preciso.

— Você é a Mari, certo? Ela perguntou muitas vezes sobre você - A enfermeira caminhou até a porta branca do quarto n° 32 e girou a maçaneta.  - Ela está bem melhor, receberá alta em breve. Vou deixar vocês a vontade.

A garota viu a claridade do quarto invadir o corredor. Estava silencioso. Mari tirou os óculos escuros e só então percebeu suas lágrimas. Ela nem notou a presença de Thomas, Ashley e do rosto estranhamente familiar ao lado da cama.

— Mari? - A voz de Denise vibrou em seus ouvidos.


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