Girls in Black escrita por Mah e Deh
Notas iniciais do capítulo
comentemmmm
— Então... Você conhece o Lucas desde quando? – Daniel quebrou o silêncio.
Denise respirou fundo, ela não estava a fim de conversar naquela hora, mas Daniel estava tentando ser legal desde que a conhecera e tudo que a mesma fez foi responder com grosseria.
— Hã... Não lembro, faz tanto tempo. – ela respondeu. – E você?
— Eu não gostava do Lucas quando o conheci. – ele confessou. – Na verdade só comecei a falar com ele pra conseguir uma coisa.
— Conseguir o quê? – Denise perguntou curiosa.
Daniel riu e ficou em dúvida se contava ou não.
— Não é bem “o quê” e sim “quem”. – ele respondeu. – Mas antes que pergunte, não vou dizer quem é.
— Tudo bem. – ela disse. – e você conseguiu o que queria?
Daniel negou com a cabeça e sorriu.
— Não deu muito certo... – ele riu.
— Essa pessoa… É alguém que eu conheço? – ela arriscou.
— Não posso dizer. – ele respondeu. – Escute, temos que procurar o Lucas logo.
Denise percebeu que ele mudou de assunto, mas apenas concordou com a cabeça.
— É sério, Denise. Thomas provavelmente vai atrás dele. – ele parou de andar a fazendo parar também.
— A gente não pode simplesmente parar de procurar ele. – ela disse, aborrecida.
— É burrice continuar procurando ele agora. Está de noite e é a parte mais perigosa do dia. – ele disse com um tom mais alto. – Lucas pode ajudar a gente.
Denise cruzou os braços como se dissesse que não iria fazer o que ele queria.
— Por favor – ele pediu. – Lucas pode estar em perigo agora. Ele é mais seu amigo que o Rafael, caramba!
Denise respirou fundo e com relutância concordou com a cabeça.
— Assim que encontrarmos ele – ela disse – iremos atrás do Rafael.
— Tá, que seja. – ele respondeu. – Por acaso você gosta dele?
Denise corou um pouco com a pergunta, mas agiu como se isso não a afetasse.
— Gosto, como amigo. – ela respondeu. – E eu sinto como se estivéssemos juntos nessa.
— Que fofo. – Daniel disse irônico.
Denise resolveu não falar mais sobre isso. Sem perceber começou a se abraçar, devido ao frio.
— Está tremendo. – Daniel comentou. – Está morrendo de frio.
— Sherlock. – Denise disse irônica.
Daniel não disse nada, mas Denise viu no canto do olho que ele estava tirando o casaco. O quê?,ela pensou. Ela não escondeu a surpresa no rosto quando ele estendeu o casaco para ela com as sobrancelhas erguidas.
— Não está com frio? – ela perguntou.
Daniel revirou os olhos e deu um pequeno sorriso.
— É claro que estou. – ele respondeu. – Mas eu sou um cavalheiro.
Isso fez Denise rir.
— Obrigada. – ela murmurou colocando o casaco.
Continuaram andando em silêncio até que algo chamou atenção de Denise, que saiu correndo.
— Ei! Por que está correndo? – Daniel perguntou correndo também.
Denise para de correr e pega alguma coisa no chão. Uma jaqueta manchada de vermelho.
— É a jaqueta do Rafael. – ela disse sufocando o choro. – Está suja de sangue.
Daniel se aproximou calmamente e analisou a jaqueta. Denise não aguentou mais e se deixou chorar novamente.
— Calma. – ele murmurou. – Isso não significa nada.
— Como não? – ela sussurrou. – Ele provavelmente está... – ela não conseguiu completar a frase.
Denise que estava tentando se acalmar foi pega de surpresa quando Daniel se aproximou dela e enxugou uma lágrima que caía no canto do olho.
— Não chore, por favor. – ele pediu. – Vai tornar tudo mais difícil.
Denise concordou com a cabeça e piscou olhos várias vezes para evitar futuras lágrimas. Após isso, se afastou timidamente de Daniel e começou a andar pelo caminho que tinham vindo.
— Vamos procurar o Lucas. – ela disse.
Lucas acordou em frente à Ashley que brincava com uma mecha no cabelo. Tinha curativos por todos os lugares no corpo e sangue seco nas roupas. Deu um sorrisinho quando percebeu que Lucas acordara.
— A maioria das pessoas demora mais para acordar. – ela comentou. – Não me surpreende, você sempre foi forte.
Após falar isso ela deu uma piscadinha fazendo Lucas revirar os olhos.
Lucas olhou para os pulsos presos as algemas e depois para Ashley.
— Por que não está algemada? – ele perguntou.
Ashley sorriu e andou até ele, sentando em seu colo.
— Por que eu não sou uma traidora... – ela sussurrou. – Que nem você.
Mordeu o lóbulo de Lucas que tentou se afastar, inutilmente. Ashley deu um risinho histérico, que fez o sangue do Lucas ferver.
— Se afaste, Ashley. – ele disse rispidamente.
— Sabe, sempre te achei bonitinho. – ela disse se aproximando do seu rosto. – Não sei o que viu naquela sem sal da Mari. – disse com deboche.
Lucas não respondeu nada e Ashley começou a brincar com o cabelo dele.
— Ashley. – uma voz rouca a chama.
Thomas aparece em frente a eles com uma cara séria para Ashley, que sai do colo do Lucas.
— O que deseja Thomas? – ela pergunta se aproximando agora de Thomas.
— Desejo que saia. Preciso falar com Lucas. – pediu.
Ashley apenas concordou com a cabeça e mandou um beijinho para Lucas que a olhou com nojo.
Após a saída dela, Thomas senta onde Ashley estava e encara Lucas que evita contato visual.
— Sabe que precisamos conversar. – Thomas começou. – Olhe para mim, Lucas.
Lucas, que encarava os próprios sapatos lançou o olhar para Thomas como se fosse um esforço.
— Não temos nada para conversar. – ele respondeu. – Só peço para que deixe Mari e Denise fora disso.
Thomas riu daquilo e negou com a cabeça.
— Thomas, elas não merecem isso. – ele implorou. – Eu faço o que você quiser.
— Você acha que eu ligo se elas merecem ou não? – ele riu mais ainda. – você é inútil agora, não pode fazer nada.
Lucas revirou os olhos e voltou a encarar o chão.
— É isso que sua mãe iria querer? – ele arriscou.
Thomas o lançou um olhar cheio de ódio, o que assustou um pouco Lucas.
— Não comece... – ele rosnou. - Você não vai querer me ver irritado.
— Aposto que ela ficaria horrorizada. – ele continuou. – iria se matar por desgosto.
Lucas viu Thomas respirar fundo, como se estivesse se controlando para não pular no seu pescoço e mata-lo logo ali.
— Não importa, ela está morta. – ele apenas respondeu.
Lucas concordou com a cabeça.
— Então, queria conversar o quê comigo? – ele perguntou.
— Ah, só queria botar o papo em dia. – ele respondeu, sorrindo. – Afinal, faz tempo que não conversamos.
Lucas o olhou perplexo para Thomas, que continuava sorrindo. Era assustador aquela mudança de humor.
— Então, quando você vai contar para a Denise que a mãe dela está morta? – ele perguntou.
— Não sei se vai dar, eu fui sequestrado. – ele sorriu ironicamente.
— Então se eu te disser que eu posso te soltar se... – ele sorriu. – você fizer uma coisa para mim?
Lucas ergueu as sobrancelhas.
— Que coisa? – ele perguntou.
— Isso você só vai saber na hora. – ele respondeu. – se você aceitar, eu solto a Mari.
Lucas o encarou perplexo.
— Por que você faria isso? – ele pergunta. – não tem medo que ela procure ajuda?
— Ah, pode deixar que eu vou cuidar disso. Agora, você aceita ou não? – ele perguntou, agora mais impaciente.
— Se eu aceitar... Denise e Mari ficam fora disso?
Thomas balança a cabeça em concordância e estende a mão.
— É um trato. – ele diz enquanto os dois chacoalham as mãos.
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