- Kuchiki-san?

- Urahaha-san?

- Vejo que se lembra de mim!

- Por que esqueceria?

- Você se lembra de todos não é?

- Sim. Lembro do meu Nii-Sama, do Renji, da Inoue, do Ishida...

- Sim! E do Kurosaki Ichigo?

- Quem?

- K-u-r-o-s-a-k- i-I-c-h-i-g-o. – diz como se estivesse soletrando.

- Não é aquele que estava aqui agora pouco?

- Sim é ele mesmo.

- E não se lembra dele?

- Simplesmente não. Sinto que eu o conheço de algum lugar. Mas não consigo me lembrar. O que ele é meu?

- Seu amiguinho. – diz com escondendo seu sorriso no seu leque.

- Amiguinho?

- Sim, ele é um Shinigami. Você deu seus poderes... – Urahaha foi contando a ela tudo o que tinham passado.

Ela decide ficar na casa de Inoue. Foi ate lá, explicou tudo e novamente escutou a pergunta: “mas você não se lembra do kurosaki-kun?”. Ela realmente queria lembrar, mas parecia que suas memórias estavam bloqueadas.

O dia amanheceu um tanto nublado. Parecia que o sol estava com alguma nuvem que o impedia de brilhar. Ambas se aprontaram pra irem à escola. Rukia continuava com aquela duvida, e era perceptível que estava com algum problema. Tanto ela quanto Ichigo. Que por sua vez, não deu uma palavra, apenas fitava o céu nublado, às vezes a fitando com um olhar terno que ela ignorava, ou pelo menos, tentava.

Ichigo tentava várias e várias vezes lembrar ou falar com Rukia, mas essa, o ignorava.

Passaram-se, uma, duas, três semanas, e então se fez um mês e nada. Agora realmente Ichigo estava sem vida. Suas noites, e até seus dias, foram se tornando escuros. Jamais em toda sua vida, sentiu uma dor tão grande. A chuva dentro de seu peito, a chuva que só ela conseguia fazer parar e se abrir um lindo dia de sol, estava cada vez mais densa.

Ela ainda possuía o colar que ele lhe dera, e não tirava por nada. Aquele colar tinha um valor inestimável para ela, e mesmo sem saber o porquê, sentia um vazio.

- Rukia. Posso falar com você um instante?

- Não me chame pelo primeiro nome moleque insolente! É senhorita Kuchiki.

- Desculpe senhorita Kuchiki. – Ichigo estava tão triste que não tinha forças nem para lutar ou reclamar.

- Já disse que não me lembro de você!

- E eu não consigo entender. Você não se lembra de nada, nada do que passamos juntos?

- Não sei nem do que está falando. – Ela se vira, e sai andando, como se não se importasse com nada do que ele dizia.

- Rukia eu Juro! Juro com todas as minhas forças!

Ela então se vira com uma expressão confusa e diz:

- Jura o que imbecil?

- Nada. Desculpe-me Senhorita Kuchiki. – diz ironizando a Senhorita Kuchiki.

- Insolente.

Rukia não entendia o porquê, mas perto daquele moleque insolente de cabelo chamativo, ela se sentia bem, se sentia segura.