Mysterious Ways escrita por Essa conta não existe mais


Capítulo 2
Capítulo 1 - Demitido


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa! Boa leitura e caso tenha ido até o final, deixe um review dizendo para a autora o que achou da história e o que precisa melhorar.
Bjsss



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Nuray casou-se 10 meses após a visita de Pierre em sua residência. Para seus pais, um casamento com um estrangeiro era complicado, mas necessário, afinal, Pelin precisava de remédios em seu tratamento e durante o noivado da filha, seu genro custeou tudo e lhe deu assistência em todo tempo.
Já no ponto de vista de Nuray, ficar longe do homem que amava era terrível. No primeiro ano de casamento foi tratada como uma rainha, viajou para a França e conheceu a família de seu marido. Todas as suas vontades eram feitas e ela até pensou estar apaixonada por Pierre. Entretando, após o primeiro ano, todo o encanto acabou. Pierre tornou-se frio e impaciente com a esposa, era agressivo e tirou dela a coisa mais importante para a dignidade de uma pessoa: sua liberdade.
Pelin, a mãe de Nuray piorou o quadro de sua doença, pois seu genro parou de lhe custear seu tratamento e depois de alguns meses faleceu, deixando sua filha Inci e seu marido Enis. Nuray não pôde se despedir de sua mãe em seu leito e muito menos confortar sua família e isso tudo lhe doía demais, além do fato de saber que Ozan havia se casado com outra mulher.

 


— Bom dia sogra e cunhada - Cumprimentou Feriha entrando na cozinha de sua sogra Izzet e sua cunhada Ynus.
— Bom dia. - Cumprimentou Izzet, colocando a xícara de chá em cima da mesa de madeira.
— Olá. - Falou Ynus, comendo um pedaço de bolo. -Ainda não acredito que Pelin faleceu. Parece que foi ontem que ela foi em meu casamento e me desejou felicidades.
— Com certeza a culpa é daquele estrangeiro com quem a filha dela se casou. Uma moça que não respeita seus costumes com certeza leva a mãe à morte. -Falou Izzete, sentando-se à mesa. - Allah Allah! Sorte que meus filhos encontraram as mulheres certas, e não se deitaram na cobiça estrangeira.
— Ela se casou por dinheiro com ele, com certeza, já que Ozan e Nuray eram apaixonados - Falou Ynus olhando provocativa para a cunhada.
— Você vai começar agora cedo? - Falou Feriha. - Você não quer que eu toque no seu ponto fraco, quer?
— ACABOU! - Falou Izzet aumentando a voz. - Calem a boca e comam caladas, antes que o marido de vocês acorde.
— Marido de quem acorde? - Perguntou Uner, indo até sua esposa Ynus lhe dar um beijo em sua cabelereira cacheada e loira.
— Bom dia, meu filho. - Cumprimentou Izzet, entregando-o um prato com maçãs e bananas fateadas.
— Bom dia minha mãe. - Uner sentou-se ao lado da esposa e começou a comer. Uner e Ozan eram meio-irmãos por parte de pai, já que a mãe de Ozan faleceu quando ele ainda era muito pequeno e seu pai se casou com Izzet que criou o menino como filho.

Ozan acordou assim que sua esposa se levantou da cama e esperou a mulher sair para levantar e ficar de pé em frente à janela que dava para a casa de Nuray, onde apenas sua irmã e seu pai moravam. Ozan conheceu sua esposa 4 meses após o casamento de Nuray em uma confraternização de seu trabalho, ela era irmã de um colega e atraído pela beleza da moça, que tinha belos olhos azuis e cabelos negros ondulados e longos, e tentou esquecer Nuray casando-se com ela. Porém, por mais bela que fosse Feriha, ela não era Nuray e nunca seria e seu coração jamais lhe pertenceria.
Depois de olhar a casa, Ozan amarrou seus cabelos negros e lisos que iam até seu queixo e foi fazer sua higiene matinal antes de tomar café.

 


Nuray acordou e foi até o banheiro fazer sua higiene. Assim que olhou-se no espelho percebeu as marcas roxas em seu rosto e tentou escondê-las com maquiagem. Ela sentia-se imensamente triste pois queria estar com sua família passando por esse momento tão difícil. A imagem de Pierre tornou-se uma espécie de demônio para ela. Ele a agredia, lhe xingava, lhe torturava psicológicamente e fazia tudo isso com um sorriso sádico no rosto. Ela o odiava com todas as forças e por mais que tentasse fugir, a mansão onde vivia com seu marido era cercada por uma mata, seguranças e cachorros ferozes. A única coisa que tinha acesso com o mundo exterior era a luz que vinha do céu.
— Senhora Nuray? - Chamou Leman, a governanta, batendo na porta da suite que ficava no quarto.
— Entra - Falou Nuray, de frente ao espelho.
— Bom dia. Seu café da manhã está pronto lá embaixo. - Nuray olhou para Leman que assustou-se ao ver o rosto marcado da moça, mas fingiu que nada havia acontecido.
— Olha o que ele me fez ontem, Leman. Isso porque eu não quis me deitar com ele - Nuray embargou a voz - Minha mãe morreu, Leman, e eu não pude velá-la ou enterrá-la e ele ainda me cobra sexo? - Leman queria consolar a menina, abraçá-la e tirá-la dali, mas as consequencias seriam terríveis para ambas, então Leman apenas disse:
— Tenho certeza que ele estava nervoso. Vem tomar café, você não jantou. - Nuray olhou inexpressiva para Leman. Ela sabia que a governanta se indignava com as coisas que Pierre fazia, mas não falava nada, ele era o patrão e ela era a empregada.
— Pode descer, depois eu vou. - Leman balançou a cabeça e saiu, deixando Nuray chorar solitária na suite.

 

 

 

Pierre estacionou sua Mercedes no estacionamento da empresa a qual ele era o presidente e caminhou confiante e tranquilo até sua sala. Pierre era dono da empresa que contratava laboratórios tercerizados para produzir remédios em sua frota de farmácias Routine de Santé. O negócio começou na França por seus avós, passou por seu pai e seus tios e agora estava em suas mãos e de seus irmãos. Cada um levou a empresa para um país e ele levou para a Turquia.
— Bom dia, sócio. - Cumprimentou Erol que estava sentado na cadeira de seu amigo.
— Sai da minha cadeira, Erol. -Falou Pierre, colocando sua pasta preta sobre a mesa de vidro de seu escritório.
— Perdon, Bon Jour, eu quis dizer. - Falou Erol, rindo enquanto levantava.
— Melhor agora. Cadê a Hunic? - Perguntou Pierre. Hunic era a secretária e amante de Pierre.
— Ela me ligou e disse que não vem hoje. O pai dela está doente e ela foi ficar com ele no hospital. - Pierre jogou a cabeça pra trás e depois voltou ao normal.
— Eu preciso dela mais do que tudo. Nuray me negou ontem a noite e eu tô morrendo de raiva. - Erol deu uma risadinha.
— Ainda bem que você tem a Hunic. Na verdade, nem sei porque você tá casado com a Nuray.
— Eu tenho meu propósito com ela. Nuray é lindíssima, uma Lady e é uma esposa. Já a Hunic é aquele lanche gostoso que você come fora de casa.
— Ah, o Ramirez mandou te perguntar quando você vai trazer a nova remessa pra cá? - Pierre pegou um cigarro na gaveta e começou a fumar. Erol referia-se às moças que eram traficadas para a Turquia em um negócio paralelo que os dois nutriam : Tráfico de pessoas.
— Oh Fuck! - Esbravejou Pierre. - Liga pra ele e pede pra ele escalar o time pra mês que vem ele mandar a ''mercadoria''. - Mercadoria significava pessoas.
— Tá bem.

 

 

 


Nuray comia seu café da manhã sem nenhum ânimo. Leman olhava com pena para a menina que mastigava seu pão sem dar um gole sequer no chá.
— Você quer ligar pro seu pai? - Perguntou Leman, querendo terminar com a tristeza da menina.
— Quero. - Falou Nuray, largando o pedaço de pão que estava em sua mão e ficando de pé.
— Allah! Não conte isso para o senhor Pierre. - Implorou Leman.
— Não conto, agora me dê o celular. - Leman entregou seu celular antigo para Nuray que ligou imediatamente para casa.

 

 

 


Inci e seu pai arrumavam as antigas roupas de Pelin, quando ouviram o telefone tocar. Inci se ofereceu para atender e ficou supresa em saber que era sua irmã do outro lado da linha.
Alô - Falou Inci
Alô? Irmã? - Perguntou Nuray, dando um sorriso.
Nuray? Allah! Por que está ligando? Nossa mãe faleceu, sábia?— Falou Inci, irritada com a ligação de Nuray.
Eu sei que ela faleceu, Inci, acredite em mim, estou sofrendo tanto quanto vocês, mas... estou em cárcere. Não posso sair, nem telefonar pra vocês.
Eu vou ligar para a polícia então!— Falou Inci.
Não! Pierre pode matar vocês. Ele não, mas mandar alguém matar vocês se fizerem algo contra ele. Por favor, me diga como papai está?
Nuray, irmã! Isso é crime. Eu sei que ele te mantém presa a ele, mas não te deixar ver sua mãe isso já é demais!
Responda minha pergunta, Inci.
Ele vai ficar bem. Ficou bastante desapontado com sua ausência, mas ele vai superar isso tudo.— Nuray respirou fundo. O casamento havia sido arranjado por ele, ela devia odiá-lo, mas não conseguia, seu pai queria apenas o melhor para ela.
Não vou falar com ele— Nuray olhou aflita para Leman que pedia o telefone de volta - Mas diga a ele que eu o amo e mantenho o nome dele e da mamãe em minhas orações, apesar de eu estar mais próxima do diabo que de deus. Vou desligar.
Espera.— Pediu Inci.
O que foi?
Ozan... Ele pediu notícias suas.— Nuray sentiu suas pernas tremerem.
Diga à ele que estou ótima. Adeus.— Nuray entregou o celular para sua governanta e saiu aos prantos dali.
Ela gostaria de estar ao lado de quem ela amava, de quem ela se importava, e não presa à um relacionamento abusivo e maldoso, ou melhor, em um cárcere, porque aquilo não era e nunca seria um relacionamento.

 

 

Ozan terminou de se arrumar e olhou-se no espelho. Ele não conhecia aquele homem cujo o rosto era trancudo e infeliz. Seu coração era amargurado pela falta de sua mãe, a falta de seu pai e a falta de sua amada e ele ainda tinha que fingir que não havia nada acontecendo consigo e ouvir calado falarem o nome de Nuray e desonrá-la em sua frente.
— Querido? - Chamou Fariha, sentando-se na cama.
— O que foi? - Perguntou Ozan.
— Você pode me trazer uma coisa do trabalho hoje? - Pediu Fariha, cruzando as pernas atrás de seu marido.
— Depende. - Ozan ficou de frente à sua esposa. - Se for muito caro não. - Fariha riu.
— Não, não é caro não. Me traz aqueles testes de gravidez? - Ozan franziu o cenho.
— Pra quê? - Fariha riu nervosa mais uma vez.
— Oras, me traga e depois você vai saber. Você está bonito hoje.
— Obrigada, Fariha. - Ozan caminhou até sua esposa e lhe beijou a testa e depois os lábios. - Vou trazer seu teste.
Ozan saiu de casa e nem se quer assimilou o que sua esposa havia pedido. Um teste de gravidez significa justamente o nome: Gravidez. Ou seja, se Fariha estivesse grávida significava ele ganharia um herdeiro, um filho ou filha e isso lhe traria felicidade, ou uma parte dela, já que não era com quem ele desejava.
Enquanto caminhava pela rua, Inci avistou Ozan e chamou seu nome, o mesmo olhou para trás, e voltou para conversar com a menina.
— Bom dia, Inci. Aconteceu alguma coisa?
— Eu só queria te dar a notícia que eu falei com a Nuray hoje. - Ozan sentiu o corpo tremer.
— Ela tá bem? - Perguntou temendo a resposta.
— Não. - Respondeu Inci, rápida. - O marido dela a mantém em cárcere. Ele impediu que ela viesse ver minha mãe e não deixa ela se comunicar conosco. Eu estou te falando isso para que você me ajuda a salvá-la.
Ozan respirou fundo e apertou os dedos. Aquele homem... ele iria matá-lo se colocasse as mãos nele.
— Eu tenho que ir trabalhar agora Inci, mas quando eu chegar a gente conversa mais sobre isso, tá bem?
— Eu só queria compartilhar isso com você, meu pai não pode nem sonhar que isso acontece.

 

 

 

Pierre tinha duas secretárias, sua outra secretária, a mais velha que se chamava Deniz, interrompeu sua conversa longa com seu sócio para lhe entregar um telefone.
— É o dono de uma das franquias, ele quer falar com o senhor. - Deniz era bem mais velha que Pierre, mas chamava-o de senhor por respeito.
— Me dê o telefone. - Pierre pegou o telefone da senhora e começou a falar com o dono das franquias de Istambul. Ele queria organizar uma palestra para seus funcionários e queria que Pierre fosse lá dar a palestra. Como Pierre não tinha nenhuma reunião ou coisa do tipo marcada, aceitou ir lá. Isso ajudaria nos negócios.
— Deniz, coloque na minha agenda uma palestra às 14 hrs.
— Sim senhor. - Deniz saiu e deixou Erol e Pierre sozinhos.
— Você tem é que ir dar palestra nas boates que estrearam aqui em Istambul. - Falou Erol, rindo.

 

 

 

Ozan começou seu dia de trabalho tenso. Ele sabia que trabalhava para o marido de Nuray e que todo seu esforço físico só enchia os bolsos do covarde que encarcerava a moça. Ozan sentia raiva de seu trabalho, mas não podia deixá-lo, porém, se tivesse a oportunidade, esmagaria o rosto do infeliz que faz sua Nuray sofrer.
— Você tá irritado, aconteceu alguma coisa? - Perguntou Rufat, o irmão de Fariha.
— Não dormi bem a noite. - Respondeu Ozan, compenetrado em arrumar as prateleiras da perfumaria.
— A Fariha não tá de deixando dormir? Mulheres falam demais, a Fariha então nem se fala. - Ozan olhou para o cunhado e deu um sorriso amarelo, voltando a se concentrar.
— Atenção à todos os funcionários - Falou o gerente pelo microfone que dava vasão do som pelas caixas de som. - Hoje às 14:00 hras todos serão obrigados a assistirem uma palestra de venda e empreendedorismo no Teatro Central de Istambul. Obrigado pela atenção.
— Era só o que me faltava. - Falou Ozan.

 

 

 


Pierre e Erol almoçaram e foram para a tal palestra. Mas, antes de entrar no carro, Pierre ligou para Leman e perguntou como estava Nuray, se ela havia comido ou o que estava fazendo e a governanta apenas disse que a moça dormiu o dia inteiro. Ótimo, dormindo ela não dava trabalho, pensou Pierre.
Ao chegarem no teatro central, Pierre pediu para que Erol fosse resolver até sua casa ficar de olho em Nuray e seu sócio/ amigo, que não lhe negava nada, acatou o pedido.
O Dono das franquias de Istambul recebeu Pierre cordialmente e o levou até o auditório, agradecendo a presença daquele ilustrissimo patrão de todos. Pierre sorria, pois adorava ser bajulado e assim que o homem terminou de falar, o francês pisou no palco e começou sua demagogia, causando a ira de Ozan que não queria vê-lo ali nem pintado de ouro.
— Não acredito que esse imbecil tá aqui! - Falou Ozan, cerrando os dentes.
— O que tem ele, Ozan? - Perguntou Rufat.
Ozan manteve-se inquieto até o final da palestra, pois qualquer movimento, qualquer palavra, qualquer coisa que Pierre fazia o irritava.
— Eu tenho que sair daqui, Rufat. - Ozan levantou e foi para o estacionamento. Pegou um cigarro e começou a fumar estressado e ficou ali por horas esperando pela saída de Pierre.
A palestra terminou e todos os funcionários voltaram para o trabalho, exceto Ozan, que ficou com os pés cravados esperando a saída de Pierre. Depois de muito tempo, o homem branco de olhos azuis apareceu no estacionamento e colocou a chave na porta de seu carro. Ozan saiu de onde estava e foi até Pierre com os punhos cerrados.
— Ei, Pierre? - O homem olhou pra trás e foi acertado em cheio no nariz. Ozan socou com toda a força do mundo rosto de Pierre que tentava golpear o desconhecido que falava coisas como ''Eu vou te matar por fazer a Nuray sofrer'' ''seu infeliz imundo!'' E foi socando até os seguranças do teatro aparecerem e carregarem Ozan dali até a um local afastado.
— Ozan? - Perguntou o gerente, ao ver o homem todo sujo de sangue sendo levado por dois seguranças.
— Conhece ele? - Perguntou o segurança para o gerente.
— Ele é meu funcionário. Pode me dizer o que ele fez? - Perguntou o gerente.
— Ele agrediu Pierre Lavigne.
— Eu posso explicar - Falou Ozan.
— Não precisa explicar nada, Ozan, porque você tá na rua.


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Notas finais do capítulo

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