Três em Um escrita por Franiquito
- Eu vou.
- Claro que vai! - Eliza a animou.
- Aham. Tô vendo.
- Pára, Beth! - ralhou Eliza.
A garota fez feição de quem ia se levantar, mas acabou desabando no banco.
- Não dá. - resmungou.
- Claro que dá!
- Eliza, não enche a menina de falsas esperanças, ok?
- Não são falsas esperanças! - Eliza se exasperou - São oportunidades, possibilidades! Seja razoável!
- Sou realista, que é menos decepcionante.
- Ah, ele sequer olhou pra mim ontem. - a garota voltou a resmungar - Vocês viram quando ele passou por mim!
- Nem olhou na sua cara. - ajudou Beth.
- Ele estava distraído - explicou Eliza depois de lançar um olhar mortal sobre Beth - Estava conversando com os amigos dele.
- Resumindo: nem te viu.
- Ele não tem dez olhos para enxergar tudo à sua volta. Poxa, deixa de pessimismo, Beth...
- A Beth tem razão, Eliza. É impossível. - e afundou mais um pouco no assento.
- Não é impossível, você é quem está fazendo isso impossível! - Eliza rolou os olhos - Só porque a pessoa não te viu ou não te deu oi num único dia não quer dizer que ela te ignora! Isso sempre acontece, com todo mundo.
Eliza sustentou o olhar incerto que lhe foi dirigido.
- O que está esperando? Vai lá!
Eliza sorriu e Beth arqueou as sobrancelhas. A moça pareceu se animar um pouco.
- Certo, eu até vou... - ela fez uma breve pausa - Mas só se vocês forem comigo.
Beth bufou e Eliza rolou os olhos.
- Eu sabia que ia dar nisso, sabia... - resmungou Beth.
- Não mesmo. Agora sou eu quem digo "não dá". É você que está afim do cara, não nós! Como é que você quer conversar e paquerar decentemente com duas patetas nos seus ombros?
- Numa dessas raras ocasiões, eu concordo com você, Eliza. - Beth se pronunciou - Isso sim, é completamente impossível. Te garanto. Eu não vou pagar um mico desses...
- Poxa, que amigas vocês são! Muito obrigado pelo apoio: nota dez!
- Não faça drama, também. - Eliza lhe lançou um olhar severo - Você tem que superar essa timidez boba e ir à luta! - lhe deu um tapinha no joelho - Vamos, garota!
- É isso aí. - Beth suspirou - É melhor você se mexer logo se quiser o gatinho ali.
A garota voltou-se lentamente para ela. Resmungou, com um quê de nervoso:
- Hum?
- É aquela loirosa horrenda que tá jogando um charminho...
- Quando isso? - ela se exasperou.
- Ah, eu vi ela esses dias... Bem, do jeito que ela é, não demoraria muito mesmo pra isso...
- Mas... Ele é ele! Você sabe como ele é! Ele não...
- Vai dar bola pra ela? - completou Beth, rindo - Me poupe, senhorita Ingenuidade! Ele é homem acima de tudo. Pior ainda: adolescente.
- Ahh, Beth tem razão - Eliza se lamentou - No fundo, são todos iguais. Caem nas graças de qualquer á-toa. E as garotas que são realmente interessantes, inteligentes e bacanas ficam aqui, sem ninguém.
- Sem ninguém uma ova! Eu não vou fica sozinha, olhando!
Num pulo, ela se levantou. Ergueu o queixo e andou até seu paquera com passos firmes.
- Muito bom, garota. - murmurou Beth - Meu discurso foi ótimo, mas, no fim, ela só escuta você mesmo.
- Ahn, depende do momento - Eliza deu de ombros - Elizabeth é uma garota que vive mudando de humor e opinião, você sabe...
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