A Filha da Escuridão escrita por Ana Beatriz Di Ângelo


Capítulo 5
Capitulo V


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente!
Gostaria de agradecer a Lily Hime por comentar, muitíssimo obrigada linda!
Esse cap ficou maior que o normal, mas espero que gostem!
Como não tenho mais nada a dizer, vamos logo pro cap!



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P.O.V. Alice

Depois da aula de latim eu fui para a aula da esgrima, que era na arena.

Quando eu cheguei percebi que não tinha ninguém, nem alunos nem professores.

— O que está fazendo aqui? – perguntou uma voz que eu conhecia

Analisei toda a arena a procura de Nico, até que o encontrei sentado em um canto da arquibancada afiando a sua espada.

— Eu tenho aula de esgrima agora, mas onde está o restante do pessoal que devia estar aqui? – perguntei me sentando ao seu lado

— A aula de esgrima é mais um treino do que uma aula, nem sequer tem um professor. – ele disse indiferente ainda afiando a espada – Os chalés usam esse tempo para treinar e ensinar os novos campistas.

— Hum... – falei

— Mas como você foi reclamada antes mesmo de chegar ao acampamento e não tem mais ninguém no seu chalé eu receio que você não tenha a mínima noção de como usar uma espada, certo?

— Certo. –eu disse um pouco envergonhada

— E como nem o Percy nem o Jason chegaram ainda acho que eu que terei que te ensinar. – ele falou se levantando

— Você não é obrigado a nada. – disse – E além do mais eu acho que estou me tornando um fardo pra você.

— Você não é um fardo. – ele murmurou

Acho que não era para eu ouvir, mas eu acabei ouvindo, de qualquer forma eu fingi que não tinha ouvido.

— Quem são Jason e Percy? – perguntei

— Dois amigos meus, Percy é aquele que fala com os cavalos – ele disse com indiferença - Vem eu vou te ensinar a manejar uma espada.

— Ok. – me levantei - Nessa aula só tem nos dois e eles? – perguntei

— Sim. – ele respondeu – Quíron deve ter nos colocado todos juntos pois somos os únicos em nossos chalés.

— Então você também está sozinho no seu chalé?

— Sim, quero dizer, eu tenho uma irmã, mas ela é romana. – ele respondeu

— Ah! – eu ainda não entendia muito bem essa história dos deuses terem duas personalidades, mas tudo bem

Nico me ensinou o básico da esgrima e, bem, eu não fui um completo desastre. Porém Nico era muito, mas muito, melhor que eu.

Algum tempo depois de começarmos a treinar, chegaram dois garotos, um loiro de olhos azuis que usava óculos e um moreno de olhos verdes.

—Ei Nico, foi mal ai pelo atraso! É que o Sr. D pediu para eu e o Jason... – disse o moreno de olhos verdes – Ei você é a campista nova, né? – ele diz assim que me vê

— Sou eu mesma. – respondi me desviando de um golpe de Nico – Alice Von Schwarz, prazer.

— Eu sou Percy Jackson, o prazer é todo meu. – finalmente eu conheci o cara que fala com cavalos

— E eu me chamo Jason Grace. – disse o loiro - Von Schwarz, né? É Alemão?

— É sim. – eu e Nico tínhamos dado uma pausa - Eu nasci na Alemanha.

— Legal. – falou Jason

Continuamos o treinamento, mas invés de ser com Nico eu comecei a treinar ora com Percy e ora com Jason. Nico parecia um pouco contrariado, mas não disse nada.

Depois do treino Jason e Percy foram embora, deixando eu e Nico sozinhos na arena.

— Qual a sua próxima aula? – perguntou Nico sentado na arquibancada

— Eu tenho que ir para a Parede de Escalada. - disse olhando meu horário

— Boa sorte. – ele deu uma risada, era a primeira vez que eu o via sorrir

— É tão ruim assim? – perguntei

— É, é bem ruim sim. – ele respondeu

— Bom, é melhor eu ir e acabar logo com isso, então. – suspirei

—Você vai se sair bem, tenho certeza. – ele me incentivou – Bem, pelo menos eu acho que você não vai demorar muito na enfermaria.

— Valeu pelo apoio. – respondi sarcástica

— De nada. – ele falou com um pequeno sorriso

Sai da arena e fui para a parede de escalada.

Minha reação quando a vi de perto, já que Nico só tinha me mostrado de longe, foi:

— Mais o que é isso? - perguntei a ninguém em especial

E ninguém em especial respondeu.

Vi uma garota que parecia ser a líder daquele exercício, ela era alta, musculosa, com cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo e olhos também castanhos.

— Er... Com licença? – chamei a garota

— O que quer? - ela perguntou ríspida

— Bem eu vim para escalar aquela parede. – apontei para a parede de escalada

—Você? – ela gargalhou – Uma baixinha como você não vai ter a menor chance na Parede de Escalada! Faça um favor a você mesma e dê o fora daqui!

“Ok, garota, eu já não tinha ido com a sua cara, mas agora é pessoal!” Pensei.

Ninguém me chama de baixinha!

Certo eu sou baixa, mas eu não admito que ninguém esfregue isso na minha cara!

— Ah é? Pois agora que eu vou subir mesmo essa droga, armário! – falei de braços cruzados

Seu rosto ficou vermelho de raiva, acho que ela não gostou do foto de eu tê-la chamado de “armário”.

E é por isso que a partir de agora só vou chama-la assim.

— Ah é, sua anã de jardim? – ela gritou comigo, escondi minha raiva com uma expressão indiferente – Pois eu ti desafio! Quem conseguir chegar ao topo primeiro ganha!

A essa altura já tinha juntado uma multidão em volta da gente.

— Aceito o desafio! – falei, eu sei que aceitar esse desafio é uma baita burrice, afinal ela treina para isso a muito mais tempo do que eu e tal, mas eu dificilmente recuso um desafio, e, além do mais, eu sou muito impulsiva

— Eu vou te esmagar como um verme, que é isso que você é! – ela riu – Qual o seu nome, pintora de rodapé?

Ela já tá pegando pesado!

— O meu nome é Alice Von Schwarz. – por uns instantes eu vi medo em seus olhos, acho que ela sabia quem era a minha mãe – E o seu, armário? – eu dei ênfase no “armário”

— Clarisse La Rue, sou filha de Ares! – isso explica muita coisa – Você é a filha de Nix, não é? Se eu fosse Nix eu me envergonharia de ter uma filha como você: tão petulante!

Um trovão ecoou no céu.

— Acho que minha mãe não concorda com você. - falei

— Que seja! – ela rosnou, mas sabia que ela estava com medo

As regras eram simples: tínhamos que escalar a parede no menor tempo possível, podemos atrapalhar uma a outra e quem chegar ao topo primeiro ou for a última a ser derrubada ganha.
A prova começou uma hora depois.

Filhos de Apolo estavam a postos, para o caso de uma de nos se machucar. Tinha uma filho de Atena estava no topo da parede e tinha também um embaixo, eles seriam meio que juízes.

— Prepare-se para perder, sua anã de jardim! – provocou Clarisse

— Não pra você, armário. – revidei

Eu sabia que iria perder, mas eu não iria cair sem lutar!

— Um... – contou o filho de Apolo – Dois... – sentia uma vontade louca de desistir, mas eu não podia fazer isso – Três... – meu coração batia acelerado – E.... – eu quase podia sentir a adrenalina pulsando em minhas veias – Já!

Eu e Clarisse coremos em disparada para a Parede de Escalada.

Eu era mais rápida que ela, por isso cheguei primeiro e comecei a escalar.

Sabe aquelas paredes de escaladas normais? Elas são difíceis né? Pois bem, a do acampamento era tipo essas só que multiplicada por um as cem mil vezes, tem uns 50 metros de altura, tem lava, ocorrem deslizamentos de pedras, terremotos e não tem aquela corda que te impede de cair de cara no chão.

Eu já estava a uns 2 metros de altura quando a Clarisse finalmente chegou a parede, antes de começar a subir ela pegou uma pedra de tamanho razoável e lançou em minha direção.

Eu desfiei no último segundo.

Olhei para o juiz como se perguntasse se ele não ia fazer nada.

Ele deu de ombros e então eu lembrei que isso era permitido.

Tirei isso da cabeça e recomecei a escalar.

Eu estava indo até que bem, mas como tudo que é bom dura pouco, teve um deslizamento de pedras logo acima de mim.
Pulei para o lado para escapar das pedras, mas acabei apoiando um das minhas mãos em uma pedra solta, que caiu bem em cima da Clarisse, e fiquei suspensa a 30 metros do chão só por uma mão.

— AH! – eu gritei

“Fica calma.”, ouvi a voz de Aslan na minha cabeça.

No mesmo instante tentei me acalmar, respirei fundo e procurei um apoio para minha mão livre.

Apoiei minha mão em uma nova pedra, dessa vez bem firme, e depois meus pés.

Quando eu finalmente me estabilizei na parede comecei a olhar para todos os lados procurando Aslan.

“Pare de me procurar e comece a escalar! Ela está te alcançando!” ele ordenou.

Retomei minha escalada, de fato a Clarisse tinha se aproximado bastante de mim.

Eu tinha voltado ao meu ritmo anterior.

“Vamos, Alice, só mais 15 metros” ele me incentivou

Olhei para cima e vi Aslan andando de um lado para o outro ao lado da garota filha de Atena, ela ficava olhando ora para ele ora para nós.

Continuei escalando, faltavam míseros 5 metros.

E Então teve uma erupção bem ao meu lado, por sorte consegui desfiar antes de ser torrada pela lava, mas deu uma chamuscada no meu braço.

Olhei para cima e vi tanto a menina quanto Aslan com uma expressão preocupada no rosto.

“Alice, você tá bem?” Aslan perguntou preocupado

Lógico que eu não estava bem, mas mesmo assim assenti.

Mas ele parecia saber que eu estava mentindo.

Olhei para baixo e vi que Clarisse estava a pouco mais de um metro de distância.

Respirei fundo e recomecei a escalar, só faltavam 5 metros! Eu não ia desistir faltando tão pouco!

Tentei não pensar em como o meu braço doía, mas era quase impossível.

Esses últimos cinco metros foram os piores em todo o percurso, eu estava exausta e meu braço estava doendo pra caramba!

Quando eu finalmente cheguei ao topo eu desabei no chão de cansaço.

Nem liguei para os gritos da multidão lá em baixo, nem mesmo sabia que estavam torcendo por mim.

Eu estava jogada no chão quando a garota, que só agora eu tinha percebido ser loira, me perguntou.

— Quer uma ajudinha ai? - Ela me fitava com seus olhos cinza tempestuosos

— Aceito. – ela riu

— Aqui. – ela me estendeu sua mão para me ajudar a me levantar, mas eu estava tão cansada que se não fosse por Aslan, que me serviu de apoio, eu teria caído de novo no chão.

— Caramba você tá mal! Vamos ter que ti levar pra enfermaria.

— Como você me venceu? –gritou Clarisse que tinha acabado de subir – Me diga que tipo de magia você usou?

Eu ia responder algo, mas estava muito cansada para discutir com ela.

— Ela ganhou justamente, Clarisse, e você perdeu, achei que já estivesse acostumada com isso! – provocou a loira

— Vai se arrepender de ter dito isso, Chase! – rosnou Clarisse e começou a descer, atrás da parede de escalada tinha uma escada feita de pedra

— E ai? Você acha que consegue descer? - perguntou a loira, ignorando completamente a ameaça

Tentei andar sem o apoio de Aslan, eu acabei quase caindo.

— Acho que não. – respondi

“Você acha? Pois eu tenho certeza! Vamos, suba em mim! Você não vai descer essa montanha pela escada! Dou até uma carona para a loira, se quiser.”

— Se você insiste. – falei

Ele abaixou para que eu pudesse subir em suas costas, do contrário seria impossível, já que ele era do tamanho de um tanque.

— Você vem? – chamei

— Eu posso? – ela perguntou

Olhei para Aslan, não parecia que ele iria fazer nada travesso, e respondi:

— Sim, você pode.

Ela montou.

“Segurem firme!”

— Ele mandou a gente segurar firme! – disse me virando para a loira

— Segurar firme aonde? – ela perguntou desesperada, já que Aslan se preparava para pular

— Eu também queria saber! – respondi no mesmo desespero

Eu jurei que ouvi Aslan rir, e foi ai que eu percebi que estava errada, ele ia sim fazer algo travesso.

— AHH!!! – gritamos juntas quando ele pulou

Minha vida toda passou diante dos meus olhos, boa parte dela eu estava dormindo, que chato!

Eu me agarrei a seu pescoço na esperança de não ser lançada ao chão, a garota atrás de mim se agarrou a minha cintura.

Meu braço latejava com o esforço, acho que Aslan sentiu isso e em vez de pular diretamente para o chão ele resolveu descer a montanha correndo.

Para mim não fez muita diferença, meu desespero era o mesmo.

Quando finalmente chegamos ao chão eu estava quase desmaiando por causa do cansaço, da dor no meu braço e também por causa dos sustos que eu levei nesse curto espaço de tempo.

A garota que estava comigo assim que tocamos o chão pulou de cima do grande leão negro, assim como eu, ela parecia tonta.

— Nunca mais eu vou aceitar uma carona sua, nunca mais! – ela disse

— Estou pensando seriamente em fazer o mesmo! – falei

“Se você não estivesse tão abatida teria adorado, tenho certeza!”

Eu o ignorei, não estava em condições de discutir.

— Temos que te levar para a enfermaria. – disse a loira

— Para que lado fica a enfermaria? – fiz menção de descer, mas fui contida com um pequeno rosnado de Aslan

— Só me seguir. – ela disse

Ela foi na frente e Aslan a seguiu, no fundo eu estava feliz por não ter que andar, mas mesmo assim eu não gostava de como alguns campistas olhavam para mim.

Depois de um tempinho eu acabei dormindo nas costas de Aslan, eu estava realmente exausta!


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Odiaram? Acham que algo devia ser mudado? Acham que do jeito que tá ta bom?
Me contem nos comentários!
Bjosss



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