Away From Her escrita por kahak


Capítulo 9
Perdida


Notas iniciais do capítulo

NOTA: eu esqueci de comentar, mas na fic o Edward não vai embora em Lua Nova, e a amizade do Jacob e da Bella não era como no livro, apesar de gostar da Bella, ele não ficava muito perto dela por conta do Edward, que ele sabia que é vampiro. E o Charlie não se casa novamente.

ps.: desculpem a demora



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Capítulo 9 - Perdida

Você já esteve tão perdido?
Conhecia o caminho e mesmo assim se perdeu..?

Preso no olho de um furacão
Acenando lentamente como uma parada de representação histórica
Tão cansada dessa cidade me puxando pra baixo
Minha mãe diz que eu devo voltar pra casa, mas
Eu não consigo achar o caminho, pois ele se foi
Então se eu rezar eu só estarei enviando palavras pro espaço

Você já esteve tão perdido?
Conhecia o caminho e mesmo assim se perdeu,
Outra noite esperando alguém
pra me levar pra casa
Você sempre esteve tão perdido?

( Lost - Katy Perry)

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A viagem até Forks foi tranquila. Ela já podia imaginar o que a esperava quando colocasse os pés em terra firme, provavelmente Charlie e Renée iriam querer arrancar o maior número de explicações possíveis para a
sua falta de contato com eles e o fato de ela sempre evitar falar muito sobre o Edward e os Cullen.

O desembarque foi tranquilo, mas quando Bella chegou ao saguão e viu Jacob, o seu antigo amigo parado a uns metros de distância com uma cara cansada e abalada, ela soube que algo estava errado com Charlie.

Rapidamente ela se aproximou dele já sentindo um aperto no peito.

 - O que aconteceu com o Charlie?

 - Bella, o Charlie ... - Jacob começou, mas não conseguiu continuar.

 - Não, por favor, não, o Charlie não. - murmurou com os olhos marejados.

Bella não esperou ele completar o que ia dizer e tirando suas conclusões pegou sua mala e saiu correndo em direção a saída do aeroporto. Vendo a confusão que suas palavras causaram Jacob foi atrás dela e a segurou
pelo braço, fazendo com que ela se virasse para encará-lo.

 - Bella, desculpe. Eu não quis dar a entender que ele bem... - ele viu a expressão dela se suavizar, e se arrependeu de não ter contado tudo de uma vez. Então respirando profundamente ele segurou nas mãos dela e
sem ter coragem de encarar os olhos chocolate que ele tanto amou, disse de uma vez. - Mas, o que eu tenho para dizer não é nada bom. Bella, o Charlie sofreu um acidente de carro, ele está internado em estado grave,
e os médicos.. , os médicos já fizeram tudo que podiam, ele perdeu muito sangue, sofreu várias lesões graves, e eles ... - ele não conseguiu terminar e só balançou a cabeça como se lamentando para o fim já previsto de Charlie.

 - Não. Não pode ser. - disse Bella em meio as lágrimas. - Eu.. eu falei com ele ontem a tarde, ele estava bem, disse que ia me buscar, e ... Jacob, por quê, por quê o Charlie.

 - Bella, eu sinto muito.

Depois da notícia a Bella ficou em uma espécie de torpor, ela só conseguia pensar que deveria ter visitado mais seu pai. Ela estava tão chocada com a notícia que nem sentiu quando Jacob a conduziu até o carro. Eles ficaram em silêncio até a chegada do hospital de Forks onde Charlie estava internado. Como um estalo Bella foi a primeira a deixar o carro e correr para o interior do hospital.

Ela queria que fosse um sonho, queria que não fosse verdade, e que Edward estivesse ao seu lado para consolá-la.

Sem pedir informação na recepção ela se encaminhou até o elevador e foi para o segundo andar na área da UTI. Bella correu, e já no corredor avistou Billy Black, e os clearwater, todos com expressões desoladas, como se o pior já houvesse acontecido.

 - Bella. - disse Billy e fez um aceno com a cabeça.

 - Como ele está?

 - Está na mesma. O médico fez alguns exames agora a pouco.

 - Eu quero ver o Charlie?

 - Daqui a pouco é horário de visita, e você vai poder entrar para vê-lo.

 - Tudo bem. Eu vou ligar par Renée.

Apesar de serem divorciados, Charlie e Renée mantinham uma amizade por conta da Bella, e quando Renée soube do acidente disse que estaria em Forks o mais rápido possível. Depois de falar com a mãe ela resolveu ligar
para os Cullen, que provavelmente não sabiam, pois se soubessem já teriam pelo menos ligado. A ligação foi atendida no primeiro toque.

 - Bella, meu amor.

Assim que ouviu a voz de seu marido Bella se deixou levar pelos sentimentos e já chorando tentou responder.

 - Edward..

 - Bella. O que aconteceu?

 - O Charlie.. ele sofreu um acidente.

 - Como ele está? Alice não viu nada.

 - Ele está em estado grave, mas eu ainda não o vi. Queria que você estivesse aqui.

 - Eu vou para ai o mais rápido que puder.

 - Mas como nós vamos fazer com a Renée, ela não pode te ver.

 - Depois nós damos um jeito, não se preocupe, estou indo para ai.

Assim que terminou a ligação Bella foi para onde Charlie estava. Era difícil para ela ver o pai naquela situação, ele estava com uma perna, um braço e algumas costelas quebradas, varias escoriações, o rosto estava inchado, e ele estava ligado a uma porção de aparelhos.

Lentamente ela se pôs ao lado da cama. Assim como o pai ela nunca conseguia expor os seus sentimentos e pensamentos tão abertamente, mas naquele momento ela se deixou levar, e mesmo Charlie estando desacordado ela se pôs a conversar com o pai.

 - Não sei se você pode me escutar, mas se puder eu peço desculpas por não ter sido uma boa filha, por ter

te dado tantas preocupações. Pai, eu sinto muito por não ter vindo antes. Eu sei que te deixei preocupado com meu casamento, mas Edward é uma boa pessoa, apesar de todas as nossas diferenças eu estou muito feliz com ele. Queria poder compartilhar tudo com você e a mamãe, mas ia ser difícil convencer vocês que eu não sou louca.

Respirando profundamente Bella se sentou na cadeira deixada ao lado da cama e segurou na mão do pai, as lágrimas não paravam de escorrer, ela fez uma longa pausa antes de continuar.

  - Queria que as coisas fossem mais fáceis, e que eu pudesse ter estado mais ao seu lado. Mas como o tempo não volta, eu quero que você aguente firme, que lute, para que nós possamos recomeçar essa relação de pai e
filha. Por favor, aguente firme.

Apertando a mão de Charlie um pouco mais forte, Bella fez o que já não fazia a algum tempo, ela rezou para que o pai se recuperasse, e para que tudo se acertasse, que ela achasse um meio de poder conviver mais com a
família dela, e poder integrar os Cullen nesse convívio.

O dia passou rapidamente e apesar do estado grave Charlie foi transferido para um quarto, já que não havia mais nada que os médicos pudessem fazer a não ser esperar. Bella não saiu do lado do pai. Estava quase
adormecendo quando um vulto apareceu parado em pé do lado da janela. Bella levantou em um pulo e tapou a boca para abafar o susto. Ela fixou melhor os olhos no escuro, e murmurou aliviada.

 - Edward.

 - Desculpe, eu não queria te assustar. - ele aproximou-se dela rapidamente e lhe envolveu nos braços de forma reconfortante.

 - Tudo bem. Ainda bem que você está aqui. - ela retribuiu fortemente o abraço e deixou novas lágrimas escaparem.

Edward ficou tentado a reconfortá-la e dizer que tudo iria ficar bem, e que Charlie sairia dessa situação, mas não não conseguiu dar a ela falsas esperanças, pois ele sabia que o estado do sogro era muito grave e
que talvez ele não passasse dessa noite, segundo o que leu na mente de um dos médicos que estavam acompanhando o caso desde o acidente.

Bella sabia que o silêncio dele era uma forma de dizer o que ela já sabia. Agarrando-se mais a ele chorou por antecipação. Ela queria que pelo menos Charlie pudesse acordar para ela falar com ele por uma última
vez.

Mas não aconteceu, a cada hora, minuto e segundo que se passava Charlie não dava se quer o minimo sinal de melhora. Os dois ficaram juntos de Charlie até o seu último e inevitável suspiro.

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Renée chegou a Forks na parte da tarde do dia seguinte. Foi para a sua antiga casa, já sabendo do acontecido com seu ex-marido, apesar de o divórcio deles ter sido meio conturbado, desdo o casamento da filha eles
mantinham contato para falar sobre o que os preocupavam, era uma espécie de amizade.

Logo na entrada da casa encontrou algumas pessoas que se preparavam para ir ao enterro. Entre elas o velho amigo de Charlie Billy Black e seu filho Jacob, ela se lembrava vagamente deles. Meio hesitante se aproximou
da entrada da casa que ela abandonou a muitos anos atrás.

 - Billy. - disse meio inserta.

 - Renée. - retribuiu ele. - Quanto tempo?

 - É.

 - Esse é Jacob, meu filho mais novo.

 - Eu me lembro dele pequeno. Como vai Jacob?

 - Bem, levando.

 - Ah. - Querendo acabar logo com o embaraço ela deu um sorriso solidário. - Vocês viram a Bella?

 - Ela está lá em cima.

 - Tudo bem, eu vou até lá.

Lentamente Renée entrou na casa que havia prometido jamais retornar, subiu lentamente as escadas e entrou no antigo quarto da sua filha. Ela quase sorriu ao ver que era exatamente como se lembrava, exceto pela cama grande, e a ausência dos vários brinquedos antigos que ela havia deixado quando se foi. Foi tirada de seus pensamentos por um barulho no quarto ao lado. Sabendo que Bella estava ali precisando dela, entrou
silenciosamente no quarto e a encontrou deitada na cama de casal.

Ela quis chorar quando olhou ao redor do cômodo e viu o lugar exatamente como havia deixado, as mesmas fotos, o mesmos quadros com pinturas de flores, a mesma cômoda antiga que Charlie vivia reclamado no inicio
do casamento. Sentindo um aperto no peito se aproximou da filha e sentou na beirada da cama para acariciar os cabelos de Bella.

 - Mãe.

 - Oh meu bem, eu sinto muito.

As duas choraram abraçadas, lembrando de Charlie silenciosamente. Meio relutante se afastaram, e foram para o enterro.

A cerimonia foi rápida, várias pessoas da cidade estavam lá para prestar uma última homenagem ao policial.

Apesar do estado de Bella Renée não deixou de ficar indignada com a falta do genro ao enterro do sogro.

Quando as pessoas começaram a se dispersar para irem embora do cemitério Renée não se conteve e perguntou a filha sobre o Edward.

 - Filha, eu sei que esse não é o melhor momento, mas bem que o seu marido poderia ter vindo te dar apoio.

 - Mãe, nós precisamos conversar sobre isso. Mas vamos para casa agora, por favor.

 - Tudo bem.

Elas passaram o caminho inteiro até a casa de Charlie em silêncio. Renée não queria ter tocado nesse assunto em um dia tão difícil para a filha, mas ela não sabia se teria outra oportunidade para fazê-lo. Assim que chegaram se encaminharam para a pequena sala, e sentaram lado a lado no velho sofá.

Bella esperou para ver se a mãe iria começar com o interrogatório. Mas vendo que ela continuou em silêncio tomou coragem para contar a verdade sobre os Cullen, ela já havia falado com o Edward, e ele concordou meio
relutante, sabendo que Renée com certeza iria pensar que Bella havia enlouquecido, mas achou também que poderia ser bom para ela.

 - Mãe, tem uma coisa que eu preciso te contar sobre o Edward e os Cullen, mas você tem que me prometer que não vai contar para ninguém, e não vai me interromper até eu terminar tudo.

 - Tudo bem. - respondeu meio desconfiada.

 - Não mãe, você tem que prometer, se não eu não vou poder te contar. É um assunto muito sério.

 - Ok. Eu prometo, não conto para ninguém.

 - Nem para o Phill?

 - Nem para o Phill.

 - Tudo bem.

Bella pausou por um instante pensando em como iria contar a verdade. Renée a observava atentamente.

 - Tudo começou no meu primeiro dia de aula em Forks. Nesse dia eu vi os Cullen pela primeira vez. - Renée assentiu - O primeiro contato que eu tive com o Edward foi na aula de biologia, mas ele estava agindo de um
modo estranho comigo, era como se eu tivesse feito algo para chateá-lo, e ele tinha os olhos bem escuros. Depois disso ele não apareceu por alguns dias. Quando voltou nos encontramos novamente na aula de biologia e
ele agiu de uma forma completamente diferente, ele foi gentil, se apresentou e conversamos, notei que nesse dia seus olhos estavam mais claros, como âmbar, quando perguntei o porque, ele se afastou, e ficamos nessa de conversarmos e depois ele se afastar, até o dia em que eu quase sofri o acidente em que o carro do Tyler Crowley quase me atropelou, mas eu só sobrevivi porque o Edward me salvou, ele veio do outro lado do
estacionamento em questão de segundos e se pôs na frete do carro para me salvar. O carro ficou amassado, mas ele não sofreu nada.

Renée tinha ouvido sobre o acidente pelo Charlie, e ele contou o que havia acontecido. ela começou a ficar preocupada com a filha, ela deveria estar muito abalada com os acontecimentos.

 - Filha, eu acho que...

 - Mãe, você prometeu.

 - Desculpe, pode continuar. - disse hesitante.

A cada palavra que Bella falava sobre a história envolvendo os Cullen Renée duvidava cada vez mais do estado de saúde mental da filha. Mas o choque veio mesmo quando Bella disse o que os Cullen eram.

 - ... e então eu descobri o que ele era .. - Bella parou e olhou atentamente a mãe, que pela cara estava pronta para pegar o telefone e ligar para uma clínica psiquiátrica para interná-la, mas sabendo que agora não dava mais para voltar atrás disse - ...um vampiro.

Bella achou melhor esperar para Renée assimilar o que ela havia parado de lhe contar. Cada segundo que passava a expressão de Renée ia de pena a preocupação, mas nunca espantou ou como se tivesse entendido a
verdade.

 - Bella, você passou por um momento difícil. Eu acho...

 - Não mãe, eu estou lhe dizendo a verdade.

 - Que o Edward é um vampiro leitor de mentes. - Bella assentiu - meu bem isso não existe, não tem com ser possível.

 - Mas é, eu juro por tudo, pela minha vida, pela  alma de Charlie que é verdade.

 - Bella. - disse com cautela.

 - Você não acredita, não é mesmo. Não deveria ter te contado nada, Edward estava certo, você não iria acreditar. - Bella levantou decidida e foi até o pé da escada. - mas eu vou te provar.

Renée rapidamente se levantou para se por do lado da filha. ela estava tentando encontrar um modo de ajudá-la comisso, e mas uma vez culpou Edward pelo estado de Bella.

 - Edward pode aparecer. - disse num tom chateado, ela esperava poder resolver as coisas de outro modo, só  esperava não assustar a mãe.

Renée se concentrou para escutar alguma coisa no andar de cima, mas não ouviu nada. Ela estava pronta para fazer com que a filha fosse descansar, quando sentiu alguém tocar em seu ombro, e uma voz aveludada conhecida dizer o seu nome.

 - Renée.

Ela se virou rapidamente e abafou um grito com a mão. Era Edward que estava parado em sua frente, ele tinha a mesma aparência de seis anos atrás, era exatamente como ela se lembrava, sem por nem tirar.

 - Não pode ser, que brincadeira é essa Isabella.

 - Mãe, é a verdade.

 - Isso já foi longe demais.- Renée foi até o sofá para pegar sua bolsa, e a da filha. - Nós vamos para Phenix.

 - Edward mostra para ela.

Em questão de segundos Edward chegou na sala antes de Renée e pegou a bolsa das duas e depois foi até onde Bella estava. Foi tudo tão rápido que Renée piscou várias vezes para provar para si que seus olhos não haviam lhe pregado nenhuma peça. Mas era verdade se genro estava do lado de sua filha com as duas bolsas na mão. Antes que conseguisse dizer algo ela só sentiu as pernas perdendo força  e depois não viu mais nada.

Ela acordou assustada, estava deitada na antiga cama de Bella e viu a filha parada de costas para ela na frente da janela que já revelava a claridade do dia.

 - Filha.

 - Oi mãe, estava esperando você acordar.

 - E o Edward, então é verdade.

Bella odiou mentir para a mãe, mas diante da reação de Renée ela e Edward acharam melhor convencer Renée de que nada daquilo havia acontecido.

 - Edward?

 - É sobre ele.. - ela não conseguiu continuar.

 - Mão do que você está falando?

 - Do que você me disse oras.

 - Mas eu não disse nada.

Renée pensou na possibilidade de ter sonhado com tudo, mas era tão real.

 - Que horas são?

 - São quase 10h.

 - Tudo isso.

 - É você dormiu bastante, devia estar cansada devido a viagem de avião.

 - É deve ser. Eu vou me trocar agora.

 - Tudo bem eu te espero lá em baixo.

 - Ok.

Assim que Bella saiu Renée foi até sua bolsa e pegou o celular discando o número da casa de Bella em Juneau, ela sabia que nesse horário ele estaria em casa, então se Edward atendesse ela teria certeza de que havia
sonhado, mas se não, ela iria falar com a filha até a verdade ser dita.

A cada toque que o celular dava só aumentavam as suspeitas dela, ela estava quase convencida de que não sonhou com aquilo quando a mesma voz que disse o nome dela no suposto sonho atendeu o telefone.

 - Alô.

 - Edward - respondeu incerta. - é a Renée.

 - Oi Renée. A Bella está bem.

 - Ah, só .. - ela pensou em um bom motivo para ter ligado. - só liguei para dizer que o Charlie faleceu. Eu não sei se a Bella te disse, é que ela está tão abalada que não sei se teve tempo. - disse meio enrolada e envergonhada por ter levado o sonho tão a sério.

 - Ah, obrigado por ter ligado, mas a Bella já havia me contado tudo ontem de manhã, eu queria muito poder ido, mas não pude pois estava trabalhando.

 - Bom se você já sabe então eu vou desligar agora tudo bem.

 - Ok. Tchau.

Renée suspirou aliviada. Apesar de ainda estar confuso era melhor acreditar que tudo não passou de um sonho.


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