P.OV Louis
—Riley você vem? –digo já alcançando a maçaneta da porta, e logo ela aprece na sala, com a jaqueta na cintura e o capacete em mãos, sorrindo largamente.
—Adoro essas emergências- diz ela me jogando um olhar malicioso, arregalo os olhos ao ver segurando a chave da moto.
—Não, definitivamente não irei entregar o meu bebê nas suas mãos –digo balançando a cabeça negativamente e já indo até ela para recuperar as chaves.
—Você dirige feito uma mulherzinha, Louis –diz ela fazendo biquinho e se desviando de mim.
—Melhor do que dirigir feito uma louca –tento a segurar- Me dá isso!
—Você quer dizer “melhor do que dirigir feito alguém que se diverte”- ela começa a rir e sobe no sofá- Vem pegar.
—É sério, você vai fazer a gente levar uma muta –subo no sofá- ou um acidente.
—Desde quando você ficou responsável? –ela eleva as chaves com a mão, que garota!
—Desde quando as chaves da única coisa que dou valor nessa vida, caiu nas mãos de uma ruiva bipolar –pulo sobre ela  ficando por cima.
— Você está começando a parecer o Niall –a mesma me olha sério e segura com mais força as chaves
—Como se não gostasse do jeito dele –a fito por alguns instantes, e ela me olha confusa –Ah para, eu percebi uma ótima aproximação dos dois nesses últimos dias.
—Está com ciúmes? –ela semi serra os olhos.
—Jamais –disfarço e tento pegar as chaves, ela belisca minha coxa –Riley!
—Admite que está com ciúmes!
— Não tem nada para admitir –retribuo o beliscão.
—Me engana que eu gosto –com um movimento rápido, ela coloca as chaves dentro do sutiã, e me encara.
—Quero ver tirar agora, Tomlinson –engulo seco... Por que ela tem que ser tão provocante? Céus por que?
—Eu... Eu... –gaguejo e sem querer acabo olhando para o decote de sua blusa.
—Você é frouxo demais para isso não é? –ela segura com indicador em meu queixo, e sinto todo o meu corpo tremer, me levanto imediatamente.
—Você ganhou, te deixo dirigir, mas por favor... –ela se levanta animada e me interrompe.
—Garanto que ainda estará inteiro quando chegarmos lá –a mesma passa por mim bagunçando meus cabelos, suspiro fundo e a acompanho. Repito, ela vai me matar um dia... Seja por acidente, seja por um ataque do coração... E seja por essa atração idiota que eu sinto.

P.O.V Riley
Subo rapidamente na moto antes que Louis mudasse de idéia, coloco a chave na ignição, o capacete e o encaro, ele me olha meio tenso, e noto que também estava com as bochechas coradas, o lanço um leve sorriso.
— Suba a bordo.  
— Não acredito que estou fazendo isso. – ele sobe,  coloca o outro capacete e segura em minha cintura, me arrepio levemente com o seu toque, e giro a chave, logo ligando a moto, acelero inicialmente, sentindo Louis suspirando atrás de mim.
—Será mais divertido se você relaxar.
—Estou tentando. – balanço a cabeça. Enquanto dirijo sinto o vento contra a minha face, e nossa! É a melhor sensação que eu poderia sentir, arrisco-me acelerando cada vez mais. Por breves momentos sinto todo o meu corpo entrar em um estado de imensa felicidade, como se o resto do mundo não estivesse ali. Ficaria dirigindo por horas se fosse possível.
Desperto de meu ligeiro “devaneio” ao sentir as mãos de Louis apertando minha cintura, e recostando a cabeça perto de meu rosto.
—Eu falei que seria divertido. – o olho de canto, e ele sorri e apenas assente.
—É até bom estar com você assim... Agora. –paro no sinal.
—Assim como?
—Bem, não sei se você notou, mas estou abraçando uma tremenda gata. –deixo escapar uma risada. O sinal abre, e continuo meu percurso.
—Ganhou o ano não é mesmo? –o provoco.
—A minha vida toda, por sinal.

P.O.V Niall
Olho apressadamente para o relógio. Onde estariam aqueles dois? Minha aula estava prestes a começar e eu estaria sem os trabalhos. Se não bastasse os atrasos... Resolvo me sentar um pouco na grama, o dia estava bem agradável, e uma brisa toca meu rosto. Tenho passado bastante tempo com Riley nesses últimos dias, até estava começando a curtir essa idéia de acordo, me desligar um pouco do mundo seria uma ótima idéia, o jeito divertido que ela fazia tudo parecer mais legal, juro que nunca tinha reparado nas músicas de James Blunt da “forma devida” como ela mesma falava, ou como pode ser interessante ver um milho explodir na panela e em seguida virar pipoca.
Me pego sorrindo sozinho, e vejo de relance alguém se sentar ao meu lado.
—Pensando no grande amor?
—Olá, Amber. –viro a cabeça, ela sorri.
—Olá, Niall. Você não respondeu minha pergunta. –rio baixo.
—Na verdade não, essa grande virtude ainda não me pegou.
—Impossível! Vai dizer que nunca se apaixonou?
— Bom, eu não chamaria de paixão, e sim algumas meras paixonites de colégio.
—Huum, então você é daqueles caras românticos que espera a garota certa descer do céu em um lindo cavalo branco?
—Achei que eu que teria que aparecer um cavalo branco. –ela gargalha, após uma breve pausa, continuo o assunto- Nunca te vi por aqui antes.
—Cheguei a pouco na cidade... Ainda estou tentando me enquadrar.
—Entendi, veio de onde?
— Mckinney  no Texas. –arqueio a sobrancelha. – Conhece?
—Visitei algumas vezes quando criança, meu primo era de lá, e uma amiga também.
—Jura? Que amiga?
—Riley Parker... Não acho que você conheça. –ela fica paralisada por alguns momentos e disfarça o olhar.
—Não, não conheço. –a olho confuso.
—Bem, se você quiser qualquer dia desses conhecer a cidade melhor, eu ficaria feliz em te mostrar. –ela assente.
—Adoraria. –sorrio e desvio minha atenção para o longe e vejo Riley e Louis caminhando agitados em minha direção, me levanto.
—TARTARUGAS SÃO MAIS RÁPIDAS QUE VOCÊS DOIS.–grito, e Amber se levanta rapidamente.
—Te vejo depois.
—Mas...-ela sai antes que eu termine minha frase, a olho totalmente confuso.
—Namoradinha deixou você plantado? –me viro e vejo Louis fazendo um gesto com a boca, e Riley começa a rir.
—Aqui está seu trabalho –ela me entrega. –Por que ela saiu daquele jeito?
—Também adoraria saber.