Comi rapidamente o meu almoço e após pagá-lo fui ao banheiro do restaurante e aparatei no meu quarto e fui direto tomar um bom banho. Saio do banho e olho a hora.
13:13 marcava o relógio. Me jogo na cama, sem nem me importar em secar meu cabelo, estou cansada demais para fazer isso. Finalmente o sono e o cansaço do dia anterior chegaram até mim.

×××

Eu estava na Mansão Malfoy, jogada no chão enquando Bellatrix
Lestrange me torturava. Eu não aguentava mais. À essa altura morrer parecia uma coisa maravilhosa. Uma coisa que daria fim à essa tortura infernal. Mas então de repente ela para de me torturar e eles aparecem.

Meus pais.

Eles estão num estado lastimável. As roupas esfarrapadas, os corpos cobertos por cortes e arranhões. Meu pai vem mancando até mim e pergunta-me:
"Filhinha? Mione, minha filha, você está bem?"

"Si-sim." falo num sussurro, não consigo falar mais que isso, estou muito fraca.

"Muito bem, filha. Agora você terá o que merece. Você irá sofrer como nós sofremos. Tudo por você. Nós morremos por você, e agora você pagará por isso." diz minha mãe pegando minha varinha do bolso e a meu pai faz o mesmo. Os dois estão com uma expressão que nunca vi neles.
Uma expressão de ódio. Raiva. Vingança.

Então eles começam, me torturam até eu não conseguir suportar.
E vendo isso meu pai fala para mim com a sua nova voz fria e sem vida:
"Não aguenta mais, filha? Tudo bem. Seremos misericordiosos com você. Querida? Faça as honras" ele diz rindo para minha mãe, que aponta minha varinha para mim , sorri e diz:

"Passar bem, querida. Avada Kedrava"

Acordo tão assustada que caio da cama. Meu rosto está banhado pelas lágrimas. Há muito tempo não tinha esse pesadelo.
"Por que ele voltou a me atormentar?" falo num gemido.

Olho então para o relógio e vejo que estou 10 minutos atrasada para o trabalho.

Pego então a primeira roupa que vejo no guarda-roupa, calço minha sapatilha favorita, pego meus materiais e saio sem pentear os cabelos. Nada que eu fizesse iria melhorá-los, então não faço nada. Apenas vou apressadamente para a casa do Malfoy fazer nosso trabalho.

E pelo que andei analisando, não sairei tão cedo de lá. O trabalho é mais trabalhoso do que pensávamos.

Paro então, em frente à última casa do condomínio, controlando minha respiração ofegante e tomando coragem de chamá-lo.
(Na multimídia está a casa dele.)

Um minuto depois bato na porta e o chamo.

"Malfoy! Você está aí? Malfoy!" digo enquanto bato suavemente na porta.

Então ele abre a porta.

"Granger, achei que tivesse voltado para a Inglaterra." diz com seu sorriso de lado e sinaliza para que eu entre.

Entro bufando.

Como se trata do Malfoy, imaginei que ele moraria na maior e mais bela casa do condomínio. Mas não. A casa dele é bonita, mas não é como a Mansão Malfoy que eu tive o desprazer de conhecer. É simples, de tamanho médio e é elegante.

"Pode sentar no sofá, Granger. Vou trazer os livros de que precisamos aqui. Ia te mostrar a biblioteca, mas como a senhorita se atrasou demais, vou lhe dar esse castigo" diz ele piscando para mim e indo em direção à algum lugar da casa, que deve a biblioteca.

"Idiota. Cem por cento idiota" murmuro para mim mesma.

Mas um lindo idiota, tenho que admitir. Não sou cega, desde o primeiro ano em Hogwarts, Malfoy sempre foi um dos garotos mais bonitos, e quanto mais o tempo passou , mais isso foi se intensificando.
Mas nunca me importei com isso, pois para mim ele era apenas um riquinho mimado que faz de tudo para manter a posição.

Malfoy, nesses nove anos, mudou bastante, além de ter ganhado vários músculos pelo corpo, ele ficou bem alto, com cerca de 1,90 metros de altura, os cabelos continuam da mesma cor, porém estão um pouco mais curtos, e o rosto continua praticamente do mesmo jeito, só está com as características mais marcantes.
Mas não só isso. Ele parece ter amadurecido. Não é mais um fantoche do seu pai, ele faz o que quer, o que parece deixá-lo mais leve.

Hoje ele está com uma blusa colada cinza e com decote "V", uma calça jeans de lavagem escura e um chinelo.
Ele estava lindo.

Sacudo a cabeça e murmuro para mim mesma:
"Mantenha a cabeça no lugar, Hermione. Não seja tonta. Ele pode até não ser um Voldemort da vida, mas ainda é o Malfoy."

"Nossa, Granger. Você anda bem carente, né? Já é a segunda vez que pego você falando sozinha. Se precisava tanto falar com alguém era só me chamar. Nada melhor que falar comigo" Malfoy diz gargalhando enquanto entra na sala com vários livros flutuando ao seu redor.

"Bom, na verdade tem muitas coisas melhores que conversar comigo, sabia?" diz ele cruzando os braços , erguendo a sobrancelha e sorrindo ironicamente para mim.

"Cale a boca, Malfoy." Digo corando.

"Okay, okay" diz ainda sorrindo e levantando as mãos.

"Enfim, Granger. Eu fiz uns planejamentos que queria te mostrar. Veja. Se fizermos assim acho que o trabalho ficará mais claro. Como é um trabalho universitário nós teremos que apresentá-lo ao professor e à turma, portanto teremos que bolar uma forma legal de fazer isso. Tem o modo clássico, que é com aqueles grandes pergaminhos explicativos (como a cartolina que usamos nos nossos trabalhos trouxas, nessa época ainda não existia slides ) ou nós podemos produzir os antídotos e levarmos. Você tem alguma idéia? " ele diz para mim depois que senta ao meu lado e enquanto folheia alguns dos livros.
Fico incomodada com a proximidade dele. Nunca ficamos tão perto do outro assim. Não civilizadamente, pelo menos.

"E-er, bom... Eu pensei que poderíamos projetar algumas imagens no quadro e levar uns antídotos." Digo sem olhar nos seus e folheando um dos seus livros.

"Espere aí. Projetar imagens? Como assim? Colocar fotos no quarto? " pergunta ele confuso.

"Durante as reuniões da... Er, dos meus amigos..."

"Sei que são reuniões da Ordem, Granger. Continue."

"Então, durante algumas de nossas reuniões alguns dos integrantes não vão , então para participar da reunião eles se projetam. É um feitiço antigo e pouco conhecido, e pode projetar o que quisermos, basta mentalizarmos e pronunciar 'projetimentum' que irá projetar o que quisermos." Digo animada para ele, deixando o desconforto de lado.

"Caramba, Granger. Isso é genial, duvido que alguém tenha feito isso antes!" Malfoy exclama admirado.

"Uma vez sabe-tudo, sempre sabe-tudo, não é, Granger?" O loiro diz sorridente.

Então fala antes que eu responda qualquer coisa:
"Enfim, vamos logo com esse trabalho. Se fizermos rápido quem sabe terminamos tudo hoje, vai ficar faltando só nos fazermos os antídotos. "

"Okay, Malfoy. Vamos logo com isso" digo pegando um livro.

×××

Já eram 22:00 quando terminamos o trabalho.
"Ah, finalmente! Estou morta." digo me jogando no sofá do Malfoy.
" Haha, não é pra menos, Granger. Passamos sete horas fazendo esse trabalho" ele diz sorrindo.

"Quer comer alguma coisa? Posso fazer uma macarronada em dez minutos. A última vez que você comeu foi na hora do almoço. " ele fala enquanto arruma os livros e as anotações espalhadas na sala.

Não sei se devo aceitar jantar com ele. Já passei o dia com ele, não preciso jantar com ele.
Mas tenho que admitir que essa ideia é tentadora, pois ainda não tive tempo de comprar comida para a minha casa e é perigoso sair sozinha à essa hora da noite, apesar de eu ser perfeitamente capaz de me defender, não quero correr riscos desnecessários.

Então suspiro e o respondo:
"Tudo bem, Malfoy. Eu espero você fazer o jantar."

Ele sorri, pisca para mim e fala num sussurro perto de mim:
"Você não vai se arrepender, Granger."

Então se dirige à cozinha para preparar nosso jantar.