You'll Always Leave Me escrita por Eponine


Capítulo 1
Just Maybe...


Notas iniciais do capítulo

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Fazia um tempo que eu havia me mudado para São Paulo, indo morar com a minha prima para cursar a faculdade.
Um dia, após um período de trabalho, eu estava lendo em meu quarto, quando minha prima me chama da sala, dizendo que tenho visitas.
"Uma das meninas da faculdade", pensei. Mas ao sair, de regata com top e uma cueca boxer masculia, deparei-me com meu melhor amigo, Alan. Não me
importanto muito (mesmo porque várias vezes ele mesmo me caracterizara como um homem para ele), me joguei no sofá. Ele levantou as sombrancelhas.
--- Você recebe todos os seus amigos assim?
--- Não. Recebo todas as minhas amigas assim - sorri cínica, inclinando a cabeça pro lado.
Alan andou até o sofá, pegou uma almofada e me estapeou com ela. Eu ri.
--- Por que vocês não assistem um filme? Eu vou sair com um pessoal do trabalho e volto tarde. Não bagunçem a casa! - disse Mirian, minha prima, saindo do
apartamento.
Suspirei. Não esperava ver Alan naquela noite. Não esperava vê-lo nunca mais. Claro, ainda conversávamos, mas só. Levantei do sofá e senti ele me
observando. Fui até a cozinha e coloquei um saco de pipoca no microondas.
--- Então... - comecei, mantendo minha cabeça baixa - O que veio fazer em São Paulo?
--- Vim te ver - disse ele atrás de mim. Não havia percebido o quanto ele tinha se aproximado. Aliás, quando ele veio até a cozinha? - Algum problema?
--- Não, nenhum - disse me virando para encarar seus olhos. Ele estava bem perto - Onde está hospedado?
Alan se sentou em cima da mesa, olhando para o teto, pensativo. Depois de alguns segundos, disse:
--- Aqui.
--- Aqui? - não conseguia acreditar. Como minha prima deixou ele vir pra cá? Mal cabíamos nós duas - Como assim?
--- Conversei com a sua prima por telefone - ele deu de ombros, voltando sua atenção do teto à mim - Ela disse que posso ficar no seu quarto.
Eu ri. Ri muito. Mal havia espaço pra minha cama no meu quarto, como ele queria ficar lá? De jeito nenhum!
--- Olha, não cabe você no meu quarto. Sério, é realmente pequeno. Mas você pode ficar na sala, ou...
Ele andou até mim e segurou meu queixo para que eu ficasse em silêncio. Observei aqueles olhos com atenção, tentando decifrar o que se passava em sua
mente e tentando mais ainda não permitir que meu olhar se voltasse para seus lábios. Alan segurou-me pela cintura com a outra mão, aproximando nossos
corpos.
--- Qual lado você prefere?
--- O... O quê?
--- Da cama. Qual seu lado? - ele repetiu, como se fosse óbvio.
--- Sem essa - respondi, empurrando-o - você não vai ficar na minha cama.
--- Eu também prefiro o meio - disse saindo da cozinha.
Tentando me recompor, abri o microondas. O cheiro de pipoca queimada invadiu a cozinha, quase me fazendo vomitar. "Foda-se", pensei. Abri o lixo e adeus
saco de pipoca. Abri um dos armários procurando outra coisa pra comer, mas estávamos realmente sem nada. Acho que me lembro de Mirian dizer pra eu
ir até o supermercado. Acho, apenas.
Quando ia saindo da cozinha, Alan passa por mim com ingredientes: macarrão, molho de tomate, creme de leite, queijo, presunto e mais coisas deliciosas
que fizeram minha boca se encher de água.
--- Hã... O que pensa que vai fazer?
--- Comida, dãr - ele riu - Macarrão ao molho branco com presunto e queijo?
--- Meu favorito - suspirei.
--- Isso. Agora vai escolher o filme.
Sai da cozinha agradecendo aos céus por Alan ter vindo direto até mim neste glorioso dia. Escolhi o filme Moulin Rouge e coloquei para iniciar no Netflix.
Sentindo um maravilhoso cheiro de comida quase pronta, decidi voltar a cozinha. Alan estava no fogão, a calça jeans larga deixando a cueca a mostra. Havia
tirado os sapatos e a camiseta. Oh, my! Que corpo era aquele, Senhor? Fingindo inocência, corri em sua direção abraçando sua cintura.
--- Deus mandou um irmão super bonzinho pra mim.
Ele riu. Ao me soltar dele, reparei em sua tatuagem no pescoço. Estava escrito "irmã" em havaiano. Eu tinha uma igual escrita "irmão". Foi a primeira tatuagem
que eu fiz, aos 18. Suspirei, sentando em uma cadeira.
--- Levanta, anda. Vou levar nossos pratos pra sala.
Peguei uma toalha e garfos, montando um piquinique na sala. Liguei o filme e sentei no tapete, esperando. Alan trouxe nossos pratos, se sentando ao meu
lado. Depois de comermos, ele levou as coisas para a cozinha e eu deitei no sofá. Ele voltou depois de lavar a louça e se sentou no chão.
--- Se continuar assim, pode ficar aqui o tempo que quiser - falei rindo. Ele riu também.
Depois de alguns minutos, senti o sono se aconchegar no meu corpo e fui fechando meus olhos, até adormecer.
Senti meu corpo ser levantado do sofá. Abri os olhos um pouco e vi Alan. Ele me carregava até o quarto. Colocou-me na cama e beijou minha testa. Mas eu
já havia acordado o suficiente. Observei ele arrastar suas malas pra dentro do meu quarto e trocar a calça jeans por uma de moletom. Deitou na cama atrás
de mim, encostando suas costas nas minhas.
--- Bebê? - chamei.
Alan se virou e me abraçou por trás. Meus olhos se fecharam novamente e em minha cabeça ecoou sua voz me dizendo "Boa noite, pequena".

O dia seguinte era sábado, não iria trabalhar nem iria para a faculdade. A luz do sol entrava pela janela atingindo meu rosto diretamente. Quem havia aberto
a porcaria daquela janela? Enfiei o travesseiro em minha cabeça, mas não adiantou. O relógio marcava cinco minutos pras nove da manhã. Levantei, vesti um
shorts curto de cintura alta. Escovei os dentes e prendi o cabelo num rabo de cavalo alto, observando o ombré platinado brilhar com a luz da manhã.
Fui pra cozinha em busca de algo pra comer, mas pressentia que não ia encontrar nada. Porém, um delicioso cheiro de panquecas com gotas de chocolate
invadiu meu olfato e, subtamente, me lembrei de Alan.
Invadi a cozinha correndo.
--- Não adianta. Vai demorar pra ficarem prontas e você não vai relar o dedo em nenhuma antes disso, entendeu, mocinha? - resmunguei em resposta - Sua
prima saiu logo cedo, disse que é pra você ligar para seus pais avisando que não vão pra Americana nesse mês.
Fui até a sala e disquei o número de casa. Estava com muitas saudades, porém minha prima não tinha folga nos fins de semana desse mês, então não tinha
como ir visitá-los. Depois de garantir que estava tudo bem, que estávamos nos alimentando direito, desliguei o telefone. Liguei o rádio e estava tocando a
música Royals da Lorde.
--- Então... - disse ao retornar a cozinha - Por que veio pra São Paulo? E não diga que foi por mim, porque eu não acredito.
--- Tem uma menina na área - respondeu-me Alan, girando nos calcanhares e me olhando nos olhos.
Me senti mal. Eu não achava que fosse só por mim, claro que não. Talvez um pouco.

Eram aproximadamente 19:35 quando as luzes se apagaram, fazendo meu grito ecoar pelo apartamento. Eu tinha medo de escuro desde pequena. O
temporal fazia o vento rugir contra as janelas. Alan havia ido ao shopping se encontrar com a tal menina e Mirian tinha ido viajar com o namorado Marco. Eu
estava sozinha, de pé na sala, imóvel, com medo até da minha própria respiração. Os relâmpagos desenhavam rostos distorcidos ao meu redor. Ouvi um
barulho na porta.
--- Quem é? - gritei, mas não obtive resposta. Paralisada, comecei a chorar. Outro relâmpago no céu iluminou a figura distorcida de um homem em minha casa.
Soluços saíram de minha garganta e eu desabei, porém, antes que meus joelhos atingissem o chão, senti-me ser agarrada.
--- Hey, calma- sussurraram em meu ouvido - Sou eu, princesa, eu tô aqui - Alan - Vou cuidar de você. Tudo bem?
Acenti, ainda nervosa. Ele limpou minhas lágrimas e me levou até o quarto.
--- Tudo bem? - ele me perguntou - Eu estou encharcado, preciso me trocar. Você vai ficar bem? - como por instinto, agarrei seus braços - Eu vou ficar doente,
Vi. Deixa eu pelo menos tirar essa roupa, ok? Só que você também precisa se trocar, eu te molhei toda. Posso?
Alan tocou na bainha da minha camiseta. Acenti com a cabeça. Era só o Alan e estava escuro, afinal. Mas quando ele tocou na pele do meu abdomem, meus
pelos se eriçaram. Devagar, ele retirou minha camiseta e por fim meu shorts. Por muito pouco, ele não percebeu que eu estava nua da cintura pra baixo,
utilizando apenas um sutiã na parte de cima. Escorreguei lentamente para debaixo da coberta, para que ele não notasse minha falta de vergonha em não usar
calcinha. Ele tirou sua calça e sua camisa e se juntou a mim debaixo da coberta, beijou minha testa e me abraçou, colocando minha cabeça deitada em seu
ombro. Ficamos alguns minutos assim, eu deitada de lado segurando em sua cintura e ele acariciando meus cabelos, fazendo-me cair em sono leve,
assustando sempre que um raio cortava o céu escuro.
--- Baby?
--- Eu.
--- Você está sem calcinha?
Dei um pulo na cama, me afastando dele, mas logo voltando a segurar em seu braço por conta do medo.
--- Como... Como você sabe?
--- Você estava quase abraçando suas pernas com a minha. Deu pra notar. Eu vou pra sala, você fica.
--- ALAN, NÃO!
--- Você não entende, isso é coisa de homem.
--- Não me deixa sozinha, por favor... - as lágrimas haviam voltado.
Ele bufou.
--- Então veste uma calcinha.
Me levantei, tateando no escuro, as lágrimas de medo escorrendo pelas minhas bochechas. Consegui achar a mala de Alan e encontrar uma cueca limpa em
um dos bolsos. Voltei pra cama.
--- Você não tem vergonha, sua tarada? - ele ralhou pra mim - Isso - disse, tocando um pouco acima da minha intimidade - é meu, sabia?
Segurei no braço dele, beijei sua bochecha e deitei minha cabeça em seu ombro. Silêncio. Havia parado de ventar e relampiar, mas ainda chovia. Ele segurou
meu rosto e secou minhas lágrimas.
--- Safada... - sussurrou rindo com sua voz rouca, me fazendo rir também.
Senti Alan se aproximar. Fechei os olhos por instinto, quase sentindo seu hálito se confundir com o meu, mas ele se afastou.
--- Boa noite.
--- Boa noite.

A chuva caía mansa lá fora quando levantei da cama. Alan continuava dormindo. O relógio marcava 7h do domingo mais lindo que eu já tinha visto no ano. O
céu chorava, as nuvens eram cinzas, as ruas vazias; acordei do lado de Alan, aquele rosto sereno, de criança inocente que sonhava. Não havia sons na rua,
não haviam luzes e marketings passeando por aí.
Andei descalça até a cozinha e preparei um café bem forte. Na cafeteira, claro. Coloquei a música How Long Will I Love You no rádio, bem baixinho. O
suficiente pra ouvir de sussurro em todo o apartamento. Sentei no sofá com os joelhos junto ao corpo. Dei um longo gole no café enquanto mirava as gotas
de chuva no vidro da janela. Levantei e segui até a varanda. A chuva me acalmava tanto... A chuva mansa de manhã. Eu teria ido correr, mas o parque devia
estar fechado. Assim que a música cessou, eu senti alguém em minhas costas e pude ouvir Alan falar:
--- Você fica muito sexy com essa cueca.
Bufei.
--- Você acaba de estragar meu dia, idiota.
Fui até o rádio e coloquei Make You Believe da Lucy Hale pra tocar. Comecei a me aquecer. Se não podia sair pra correr, eu ia treinar em casa.
--- Ah, não - Alan tacou uma almofada em mim enquanto eu me aquecia com alguns polichinelos - Eu estou aqui, é domingo, está chovendo, você NÃO vai
treinar, mocinha! Vem. - Ele segurou minha cintura, me levantando do chão e me jogando no sofá - Você vai ficar aí até eu preparar um café da manhã bem
gorduroso, ouviu?
--- Você não manda em mim, ok? E eu já estou tomando café - dei outro gole em meu expresso sem açúcar com bastante cafeína - E além disso... Eu não
quero falar contigo.
--- Era só o que me faltava... - revirou os olhos - E porque não?
--- Porque não - me joguei no sofá e cruzei as pernas, bebendo mais café.
Alan se sentou do meu lado e passou um braço por minhas costas. Bufou e ficou me encarando durante alguns segundos. Depois, começou a cantarolar,
bem baixinho, a letra de Nothing Really Matters de Mr. Probz.
--- Escuta, - disse ele segurando meu rosto - meu ônibus sai da rodoviária exatamente 17:32. Temos apenas mais algumas horas juntos. Vai continuar brava
comigo por algo que eu nem sei que fiz mesmo assim?
--- Como foi com a sua garota ontem?
--- Foi bem... - ele soltou meu rosto e fixou seu olhar na televisão desligada - Nós dormimos juntos. Só dormimos mesmo, sabe? Ela estava com medo dos
raios e dos trovões - ele riu - e... Ela estava sem calcinha. Tive que emprestar uma boxer minha pra ela.
Ele olhou pra mim, com aquele sorriso de canto. Eu ri.
--- Sério, Alan, como foi com ela? Conheceu ela pela internet, não foi? E aí, ela é como você esperava?
--- Já disse como foi. Não tinha outra garota, Vi. Só vim te ver mesmo. Eu fui até o shopping ver se achava um presente legal pra você, mas eu não sabia o
que comprar, então não consegui comprar nada...
Eu ri. Não, eu dei uma gargalhada muito alta.
--- Fala sério, Alan! Você nunca viria me ver por vontade própria, cara! Mano, você não me ia me ver nem na nossa cidade, quem dirá vir pra São Paulo atrás
de mim, além de que você sempre foi contra eu me mudar pra cá. Não precisa mentir, pode dizer porque veio. Eu não vou ficar mal.
--- Tá. Você não acredita em mim, como sempre.
--- Você nunca me deu motivos pra acreditar em nada que viesse de você, caro irmãozinho.
Alan se levantou e foi pro quarto, batendo a porta com força. Me arrependi na mesma hora. Era sempre assim. Nós brigávamos e eu quem sempre me
arrependia, estando certa ou não. Fui até o quarto e bati na porta. Ele não respondeu. Abri a porta e vi que ele estava deitado na cama, só de bermuda, sem
camiseta. Abracei sua cintura, me deitando atrás dele e sussurrei em seu ouvido:
--- Não, eu não vou ficar brava com você por ter invadido meu momento de paz nessa manhã de domingo perfeita. Mesmo porque ela não seria perfeita se
você não estivesse aqui. Não, eu vou fazer essas horas em que estamos juntos ainda valerem muito a pena - e finalizei beijando sua bochecha.
--- Podia começar me beijando, em vez de beijar só minha bochecha.
--- Mas se eu beijo sua bochecha, beijo-te. Então, te beijar é beijar ou sua bochecha ou sua testa, portanto eu já te beijei, então de acordo com sua frase
dentro das normas gramaticais, você deveria estar satisfeito com meu ato de beijar sua bochecha, já que sua bochecha faz parte de seu rosto que faz parte
do seu corpo, que é seu, que portanto é você.
--- Ás vezes você me buga, sabia?
--- Sabia - dei risada.
--- Mas, sabe... Não vim só pra te ver mesmo - finalmente ele admitiu!
--- Eu sabia!
--- Eu vim pra isso também.
Alan segurou em meu rosto, me puxando pra perto e juntando nossos lábios. Eu fiquei parada, olhando pra ele enquanto pressionava nossos lábios. Ele abriu
seus olhos e pediu passagem com a língua. Fechei meus olhos e empurrei ele.
--- Você deveria ter feito isso ontem! Pelo menos tinha clima...
Seus olhos se fecharam com força. Alan bateu com o punho na cama.
--- Sabia que não devia ter vindo. Eu... Não devia ter te beijado! Você não me quer mesmo, não é?
Uma lágrima escorreu de seus olhos. Me aproximei e limpei ela com meu polegar.
--- Ei... - chamei baixinho e ele abriu os olhos - Eu não disse que não queria você, eu... Eu só tava brincando, achei que seria engraçado dizer que - dei uma
risada - que você devia ter feito isso ontem quando nos aproximamos assim...
E, me aproximando cada vez mais, fui fechando meus olhos e abrindo meus lábios. Coloquei uma mão em sua bochecha e a outra em seu cabelo. Puxei sua
boca de encontro a minha. Nosso beijo foi calmo e lento. Assim que nos separamos ele segurou minha mão, virou seu corpo de frente com o meu na cama,
e ficamos ali, deitados, olhando um pro outro, nos beijando, até que eu adormeci.

Acordo com o som da chuva batendo na janela. A luz está acesa. Me sento na cama, reconhecendo o quarto. Algo está diferente, mas não sei o que é. O
relógio marca exatamente 15:37. Me levanto e vou até a cozinha fazer um expresso. Abro o armário, procurando pela minha caneca preferida, mas ela não
está lá, nem no escorredor. Pego outra, encho de café e vou até a sala.
Sento no sofá. Fico ali, apenas ouvindo o som da chuva e imaginando o que eu tinha que fazer para a próxima semana. De repente olho a varanda. Vejo a
minha caneca na mesinha da varanda, ainda com um resto de café, e me lembro. Alan. Coloquei a outra caneca com o café quente na mesa de centro e voltei
para o quarto. Sim, meu quarto estava diferente. Faltava uma mala. Havia um pequeno bilhete grudado na janela.
"Princesa,
Você tinha razão. Eu não vim atrás de outra menina em São Paulo. Mas eu também não menti. Vim até aqui pra ver você e somente você. Eu precisava saber
o que eu realmente sentia por você, mesmo nunca dizendo como eu me sentia, dessa vez eu precisava descobrir. Eu sou encrenca, minha querida. E você já
devia saber disso. Lembra da Núbia? Ela está grávida de 7 meses. Sim, faz 7 meses que nós terminamos, eu acho que te disse... É, bom, eu engravidei ela
antes de terminarmos. Eu tinha que vir te ver. Tinha que saber o que eu sentia por você. A família dela quer que nós nos casemos. Acho isso um pouco
errado, te dizer só agora. Me desculpe, mas eu soube que devia ir embora assim que você dormiu. Eu gosto muito de você, ainda te amo como irmã, mas
também sinto algo muito forte por ti. Enfim, eu vou me casar no próximo sábado. Não vou dizer onde, não quero que você vá, pois isso pode estragar tudo.
Delete meu número. Sim, nossa amizade devia ter acabado muito tempo antes, mas eu insisti contigo, o erro foi só meu, não se culpe (mesmo sabendo que
é isso que vai fazer).
Até algum dia, se o destino nos juntar novamente.
Seu, Alan."
Então era isso. Algum tipo de... Despedida de solteiro... Isso era tudo o que eu era pra ele. Uma espécie de amante descartável. O que eu sinto não importou
para ele, como nunca teve importância. Então eu poderia estragar tudo? Pelo menos ele sabia que o erro era dele, e só dele. Ele estragou tudo. Meus
sentimentos, minha consciência e confiança. E mais uma vez, eu tenho que ir embora, pois sou um problema. E ele uma encrenca.
Sentei no chão, embaixo da janela. Comecei a cantar a música Stone Cold da Demi Lovato, mas não me permiti chorar. A culpa não era minha. A culpa é
somente dele, dele e de mais ninguém.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor :)



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