Falls escrita por Diamond Boy


Capítulo 9
Seter Treinem


Notas iniciais do capítulo

Devo admitir que a história esta tomando um rumo diferente do previsto, e eu to gostando dessa sensação. Espero que vocês também.



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Realmente era o lugar que todos imaginam, um grande e confortável centro de treinamento comandado por 3 pessoas que abrigava muitas crianças e adolescentes, todos naquele lugar obtinham um foco que era atingir seus objetivos e fariam qualquer coisa para alcança-los. A sala em que uma mulher se encontrar era ampla e espaçosa, com um sofá vermelho a sua esquerda, uma pequena mesinha com um jarro de flores a sua frente. Quadros enfeitavam as paredes a sua volta, artes esquecidas pelo homem e admirada por ela. O lugar ainda não estava completo, além do sofá, mesa e quadros, continha uma mesa de escritório em madeira rústica, uma cadeira na qual a garota estava sentada e duas cadeiras da mesma madeira do outro lado, voltadas à ela. Era a pequena sala de direção do lugar, mas era sua, o lugar era comandado por ela e por mais que os Givens fossem os adorados pela escola, a mulher obtinha o seu lugar também.  Seter Treinem é uma instituição de ensino? De treinamento e aperfeiçoamento de seres mágicos, seres que humanos acreditam não serem reais, seres com poderes. Fundaram esse lugar para cuidar e manter crianças sobrenaturais a salvo, a salvo dos humanos e deles mesmo. Ou seja, o lugar abriga crianças, as ensina e as tornas exímios lutadores para que possam proteger a si próprios.

A mulher com sua presença imponente, seus cabelos loiros preso em um coque firme, seus olhos verdes derramando o suposto amor que deveria ter pelo lugar, dirigia a ST com garras de ferro.

O mundo sobrenatural precisa de proteção e limites, então ela criou os "Protetores", alunos já treinados de sua escola que impedem que os sobrenaturais sejam revelados aos humanos, era lógico o estrago que isso traria, a guerra que acabaria com a extinção dos sobrenaturais, Eles podem não ter poderes mas eles tem número é dispõem de grande armamento, os sobrenaturais só precisam se manter seguros. Até conseguir um modo de vencer essa ameaça.

Dois toques seguidos da porta e ela se abre chamando atenção da mulher.

— Senhorita Device, Pam está aqui para receber sua devida missão. – Charlie assistente de Aurora avisou no mesmo lugar sem adentrar a sala.

— Mande-a entrar Charlie. – Ordenou com sua voz que ecoou por todo aquele espaço pegando uma pasta vermelha ao seu lado na mesa.

A menina entrou na sala, sua curiosidade não se demorando na organização, ela não entrava ali desde a última missão e com toda certeza a outra estava mudando o lugar. Ela logo seguiu o olhar a Aurora mantendo um contato visual direto. Pam é uma de suas protetoras mais importantes e destacadas, tem um grande poder e viveu em Seter Treinem desde seus 7 anos de idade, quando foi encontrada com seus pais mortos. Pam se tornou forte com treinamento dado a ela, aprendeu bem a controlar suas habilidades e já faz missões desde os 14, não era a toa que obtinha destaque. Agora aos 18 anos, é um membro forte dos Protetores, sua beleza diferenciada, sua pele negra brilhante, os cabelos negros ondulados na altura de suas costas e os lindos olhos castanhos deixavam claro que era uma adolescente, mostrava uma inocência que não existia mais ali e por isso ela é a pessoa ideal para essa missão que Aurora estava em mãos.

— Sente-se, preciso te explicar. – Revelou e indicou uma das cadeiras a sua frente.

A jovem se sentou sem dizer uma palavra e pegou a pasta vermelha que lhe era apresentada.

— A um dia, um pico de energia alto demais foi notificado, nos arredores de uma cidadezinha chamada Buttle. Mandamos Ted ir verificar, uma bruxa está fazendo rituais perigosos lá, infelizmente ela fugiu antes que chegasse as nossas mãos, antes que conseguíssemos respostas, mas Ted encontrou registros que ligam a bruxa a uma pequena escola em Buttle. Precisamos que alguém se infiltre no lugar, precisamos de respostas. Ted revelou que você tem um amigo na cidade, e por sua idade e treinamento, sei que você é a pessoa ideal para isso. – Ao terminar de explicar, Aurora se levantou e seguiu para a cadeira ao lado da garota.

— Preciso de um lugar para ficar lá, preciso convencê-los de que sou apenas mais uma estudante. – Pam disse séria, uma seriedade de alguém com anos de treinamento. Por isso era a favorita de Aurora.

— Tudo isso já foi resolvido, você precisa apenas fazer as malas. Vá até o setor de armas e pegue o que acha que vai precisar. Ted te levará até a cidade às 11:00 horas e explicará melhor para você durante o caminho.

— Tudo bem então, relatarei diariamente o que descobrir. – Ela disse se levantando e já se virando em direção a porta.

— Você tem até 3 semanas para resolver tudo. – Avisou Device.

— OK. – Ela não se virou ao responder, apenas se retirou o mais rápido possível.

                                                                              -x-

Após contar sobre a triste história de Maya, Ed revelou sobre o manicômio clandestino que segundo a pesquisa de Fernanda, antes de o lugar ser abandonado se chamava Athens Lunatic Asylum. Era um manicômio que foi bem frequentado e famoso em 1953 depois das guerras. Uma guerra pode destruir um ser humano mentalmente tanto quanto fisicamente, com toda a morte e perda o cérebro passa a proteger mais a pessoa, assim apagando partes de memórias doloridas ou deixando o juízo prejudicado. As pessoas podem realmente serem levadas à loucura por não aguentar todo o sofrimento que viu ou sentiu.

Nessa época os pacientes que viveram lá demonstraram alterações quando iam para solitária, os comportamentos se tornavam distintos quando ficavam dias presos. Os médicos pensavam que era apenas um modo de tentar sobreviver mentalmente assim criando um comportamento diferente quando ficavam sozinhos, e para os céticos isso não passava dessa lógica. Na página estava descrito que haviam rumores que próximo ao local ocorriam muitos sacrifícios, com isso a fama de ser considerado assombrado por espíritos que castigavam os pacientes que passavam pela solitária foi se alastrando pela pequena cidade de Buttle. Os boatos foram confirmados logo após serem escutados gritos durante a madrugada, gritos que se alastravam por todas as alas, manchas começaram a aparecer pelo corpo todo dos pacientes e todos diziam que eram hematomas da alma, pois elas nunca saíram e nada poderia comprovar com base em exames. Com esses problemas os fornecedores que à tempos mantinham o belo hospital funcionando, foram desistindo de ajudar o lugar. Os remédios foram acabando e tudo que sobrou do local são as histórias que contam sobre o momento em que os soldados que estavam internados lá souberam que deixaram o lugar em quarentena, para que nada entrasse ou saísse e eles perderam a cabeça decidindo com suas mentes insanas e corpos treinados para matar, destruir à tudo e todos.

Ed havia notado que Fernanda não havia se abalado tanto com a história do manicômio e muito menos com Maya. Algumas vezes o garoto não conseguia entender como ela funcionava, achava a mesma instigadoramente misteriosa ao contrário de Luana que estava quase morrendo de medo sobre a assombrações que supostamente viviam no manicômio e sentindo dó dá jovem Maya, ansiosa para tirar a menina de lá.

Ele estava agora sentando em sua janela que dava para a floresta que tanto observava quando era dia de lavar louça, mas o que nunca passou pela sua cabeça era que nunca visitará o que havia naquela floresta, mas algo dentro dele dizia para ir e ver. Ele então olhou para as marcas em seu dois pulsos, abaixou as mangas do moletom as cobrindo e saiu o seu quarto com objetivo de adentrar na floresta, porém é impedido quando Luana sai do banheiro.

— Onde você vai?

— Ali atrás de casa

— A essa hora Ed? O que exatamente vai fazer lá?

— Caminhar, eu preciso caminhar um pouco.

— Você quer que eu sofra duas vezes seguidas?

— Não vou sumir.

— Então vou com você, me espere.

O garoto suspirou levando as mãos aos dois bolso do moletom e desceu as escadas esperando sua amiga se vestir. Depois de alguns poucos minutos, Luana desce com uma calça jeans e uma blusa com manga longa que chegava na medida das pontas de seus dedos laranja, seu cabelo estava amarrado no alto deixando os pequenos fios caírem em um rabo de cavalo. Ela se aproximou de Ed e o esperou para saírem.

— Não quer conversar sobre hoje?

— Eu me sinto culpado... – houve uma pausa. — Por Maya.

— Como assim? – A menina o olhou com o cenho franzido.

— Me sinto culpado por que não denunciei Trevor e os amigos dele ... me sinto culpado por ter deixado a Angel morta sem a justiça que eu não tive a oportunidade de dar a ela.

Luana olhou para frente observando que estava se aproximando da gelada reserva que obtinha depois do quintal e soltou um suspiro se sentindo um pouco inútil, ela cruzou os braços e olhou Ed com um sorriso.

— Mas isso não te faz uma pessoa horrível.

— Não?

— Não, por que você ajudou tantas pessoas. Mesmo com esse seu espirito venenoso, você sempre terá a mim e quero que se lembre que quando se sentir uma pessoa horrível por causa de um erro, você pense em tudo que fez, nos momentos que me ajudou a ver que sempre tem uma luz no fim do túnel. Poxa Ed, você é meu céu azul.

— Sabe, eu nunca te disse. Mas eu já fiz um poema sobre quando você se afastou de mim. Deixa eu ver se eu lembro dele...

 O silencio estabeleceu quando eles entraram na floresta e então Ed olhou para Luana com um sorriso fraco, estava escuro.

— Pegue seu celular para usar o flash.

— Ok, mas me diz como é? Fiquei curiosa. – Lua diz pegando seu celular e parando rapidamente para ligar o flash e então começou a iluminar o caminho enquanto esperava que Ed começasse a falar.

— Falava basicamente que meu propósito era te deixar viva e sentimental, deixar um céu vibrante. Fazer que você se sentisse amada até você notar que eu sempre fui seu espaço. Frio, mas ao mesmo tempo quente por causa das estrelas que me aqueciam, misterioso por causa do silencioso vácuo, e a imensa e intensa escuridão. Mas no final eu falo que havia falhado, me deixando desprovido de cor. Que o garoto que obtinha o seu céu azul agora havia ficado nublado e cinza. Mas ele torcia que o céu espalhasse a sensação do bem estar por onde passasse por mais que doesse nele.

— E você ainda se pergunta se é uma pessoa horrível. Até as pessoas boas erram Ed e acredito que aprendeu com o seu erro. Eu amo você.

Os dois se abraçaram trocando um calor fraternal, Ed se sentia mais aliviado por não ter mais escondido o que realmente sentia sobre sua amiga. Os dois depois dessa briga que aconteceu alguns anos atrás nunca mais se afastaram. Eles perceberam o verdadeiro amor que um sentia pelo outro.

O som de um galho se quebrando interrompe a interação dos dois, algo espreitava como se pretendesse atacar. Um rosnado escapa de sua boa com dentes afiados quando nota que os adolescentes escutaram os sons que a criatura reproduziu.

— Quem está ai?

— Vamos correr...

Ed viu Luana negando e rapidamente pegou o celular de sua mão e começou apontar para todos lugares onde sentia poderia ter saído os sons, ele segurou a mão da Luana até pegar um lobo escuro como a noite e correr saindo da vista dos dois fazendo eles soltarem grunhidos de medo. Outro rosnado se espalhou pela floresta fria só que o som vinha de trás deles, eles rapidamente se viraram e apontaram o flash para o lobo que estava pronto para atacar mas ele choramingou desviando seu par de olhos azuis para baixo e seu corpo foi tomando forma humana, exibindo suas mãos, pernas até seu corpo ficar com curvas e uma pele morena que brilhava sobre o luar. Laura era o lobo.

— Você... Laura?! – O garoto estava perplexo com o que sua amiga tinha acabado de aparecer, ele correu tirando sua blusa e a puxando para seu colo tampando todo seu corpo nu.

— Como? – Luana caminhou ainda se perguntando se o que viu, era verdade. — Laura?

A garota de cabelo curto levou a mão direta ao seu ombro movendo ele um pouco para que ela acordasse, ela olhou Ed que ainda estava espantando com que havia visto e quando desceu seus olhos para observar o estado de Laura ela nota os desenhos de mãos azuladas como hematomas nos dois pulso do amigo.

— De onde veio isso?

— Depois explico. – Ele lançou um olhar ríspido para ela deixando claro que era para deixar isso de lado, mas ele conhecia sua amiga. Ele pegou sua amiga loba no colo e começou a caminhar. Assim que deveria chama-la a partir de agora? — Temos algo maior para resolver.


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