Grissom andava de um lado para o outro dentro de seu quarto. Sara ainda não havia chegado e isso estava deixando ele angustiado e preocupado. Mil coisas passavam pela sua cabeça, porém a que o deixava mais preocupado era se Sara havia sido descoberta, capturada e morta pelo capanga.

A verdade era que ele já não conseguia ficar muito tempo longe dela. O quarto do hotel já havia sido tomado por Sara e em todas as partes que ele olhava, vinha alguma lembrança dela. A cama, tão mais aconchegante quando ela está deitada; o banheiro, que já ganhou o perfume natural da agente e até a comida demasiada exagerada que ela pede, mesmo sabendo que não vai comer nem metade.

E tudo isso, somado aquela noite em São Francisco, que eles dividiram muito mais do que a cama, ou o banheiro, ou até um espaço na mesa, deixava ele cada vez mais apaixonado e não via a hora de poder declarar seu amor.

Porém, Sara também estava dificultando muito a vida deles. A grande prova é que não voltou para o quarto ou sequer o procurou na noite passada em meio a festa. Seja lá o que ela estava aprontando, não parecia uma boa ideia na cabeça de Grissom.

Agora, ele estava sentado na beirada da cama com os olhos fixados na porta, esperando qualquer movimento que ela faça, para poder dar uma bronca em sua subordinada ou apenas rasgar o vestido dela e fazer amor até esquecer seu próprio nome. Entretanto, não foi isso que Grissom fez quando a porta se abriu e mostrou uma Sara completamente relaxada e feliz.

Eles se encararam por segundos que pareciam horas até o homem conseguir pronunciar a frase que tanto o martelava.

—Aonde estava até essa hora? -Ela sorri em meio a pergunta feita por seu supervisor.

—Estava com Donovan. Tive muito trabalho para fazer aquele homem falar alguma coisa que prestasse, porem ele não falou. Então... -Ela se joga na cama. -Tive que sair para comprar um remedinho para "tombar cavalo". Joguei algumas gotinhas no uísque dele e quando o cara dormiu, fiquei procurando pistas por todo o quarto. Quando finalmente encontrei algo, simulei uma noite de sexo quente e sai do quarto. -Termina o relato mostrando um sorriso de vitória.

—Até as nove da manhã? -Indaga Grissom, mais nervoso do que o normal.

—Sim. Entretanto, a procura valeu a pena... -Ela tira um cartão de dentro do sutiã e entrega a Grissom. -Eu fiz uma pesquisa do código de barras, mas não encontrei nada conclusivo.

—Isso parece um cartão de ponto... Aonde encontrou? -Fala virando o rosto para ela.

—Na mochila dele. Também tirei umas fotos de alguns itens suspeitos, mas sem muita importância para a missão. -Ela tira o celular do sutiã e também o entrega para Grissom. -Tinha remédios, cartões de crédito, uma aliança de noivado, roupas e o celular. -Ela retira outro celular do sutiã, porém era um modelo mais moderno.

—O que mais cabe nesse sutiã? -Ela solta uma gargalhada alta e o monitor da televisão liga.

—Vejo que encontraram algo... -Flack abre um sorriso sugestivo.

—Tenho o que parece ser um cartão de ponto e o celular de Willian Donovan... Vou analisá-los e te enviarei um relatório sobre isso....

—Na verdade... Gostaria que me encontrassem em Sydney daqui há duas horas. Uma lancha irá pegar vocês, então... Aguardem no píer. -A televisão desliga. Grissom e Sara se olham sem saber ao certo o que pensar.

—O que deu nele? -Pergunta Sara, levantando a barra do seu vestido para tirá-lo.

—Pode ser falta de sexo... -Ela ri do comentário. -Ou algo mais grave aconteceu. -Ele observa o momento em que o vestido de Sara cai ao chão, mostrando seu belo corpo.

—Ainda bem que isso não é seu problema, não é mesmo? -Ela ironiza. -Quer dizer, você e Lady Heather...

—Não tenho nada com ela! -Ele afirma. -Somos só amigos! -Entorna.

—Eu e Nick também somos amigos... Mas não faço sexo com ele! -Ela esclarece, caminhando para o banheiro. -Temos que levar nossas coisas? -Pergunta fechando a porta do banheiro.

—Ele não falou nada... Mas acho que iremos voltar para cá. -Ele responde, jogando-se na cama. E ele tinha razão, pois era bem provável que o casal voltasse para Byron Bay... Porém, com uma coisa eles não contavam.

Pouco depois da ligação de Flack, Grissom ouve batidas fortes na porta. Com receio, ele acaba indo abrir a porta e depara-se com quatro homens brancos vestidos de preto.

—Sr Grissom? -Um deles não espera a resposta e, ao fazer um sinal com a mão, os homens invadem o quarto.

—Onde está o celular, Sr Grissom? -Um deles, careca e musculoso, pergunta. -Não demore a responder, senão meus rapazes irão revirar esse quarto até encontrarem. -Grissom olha para cada um deles antes de responder.

—Bom... É... SARA! -Ele grita e o careca o ataca, enviando um soco na direção de Grissom, mas rapidamente é imobilizado, pois Grissom segura seu braço enquanto chuta o outro capanga que vinha em sua direção.

Os outros dois entram no banheiro atrás de Sara, porém, com o alerta de Grissom, ela já havia se preparado e, assim que um deles cruza a porta, ela o ataca com a toalha que estava enrolada em suas mãos.

O outro homem rapidamente a imobiliza, mas ela também consegue se desvencilhar usando uma técnica que o próprio Grissom ensinara: Usar seu peso para desequilibrar o oponente, e logo depois, dando uma cotovelada nele.

O primeiro homem que a atacou avança sobre ela, conseguindo prender o pescoço dela em seus braços, em um perfeito mata leão. Sara sabia que se não conseguisse se desvencilhar, perderia os sentidos. Porém, naquela situação, não conseguia pensar em algo que pudesse fazer.

E então, Grissom para atrás do homem que segurava Sara e bate na cabeça dele com um vaso que ficava ao lado da cama. Ela tossia enquanto Grissom a tirava de dentro do banheiro e a levava para o quarto.

—Você está bem? -Ele pergunta passando as mão pelos cabelos brancos.

—Sim. Mas eu preciso de uma roupa para sair daqui. -Grissom pega um short jeans e uma blusa de mangas branca, juntamente com um sutiã e uma calcinha da cor da pele.

Sara rapidamente se veste enquanto Grissom pegava sua maleta e as duas provas que os capangas procuravam e junto de Sara, saem do quarto e trancam a porta.

Descem o elevador e passam pela recepção em fração de segundos e andam até o píer, que ficava há poucos metros do lugar. Um iate os esperava e Flack estava em solo os observando chegar.

—O que aconteceu com vocês? -Indaga Flack, parecendo irritado e preocupado.

—Os capangas de Bradovsky nos atacou no quarto. Um deles quase matou a Sara! -Responde Grissom, passando uma das mão na marca roxa que ficou no pescoço de Sara.

—Não podemos mais ficar aqui! -Sara afirma.

—Tem razão! Vamos imediatamente para Sydney... Subam no barco! -Grissom e Flack ajudam Sara a subir no barco, ambos fazendo a mesma coisa em seguida. Flack dá sinal para o piloto do barco e logo o veículo vai se afastando do píer.