Seis anos após os eventos do Ômega (após as batalhas contra Marte, Pallas e Saturno, ocorridas entre os anos de 1999 e 2000) e quinze anos após a última Guerra Santa contra Hades, ocorrida no ano de 1990... Eis como estava a situação do Santuário.

A geração anterior de Cavaleiros de Ouro havia se sacrificado na última guerra santa para garantir a paz para a humanidade. Mesmo Harbinger de Touro, recém-nomeado como Grande Mestre do Santuário, não sobreviveu aos embates.

O mesmo se sucedeu com os Cavaleiros de Bronze daquela geração. Kouga de Pégaso, Subaru de Cavalo Menor, Yuna de Águia, Haruto de Lobo, Souma de Lionet, Ryuho de Dragão, Éden de Órion e seus companheiros haviam perdido a vida na grande batalha na qual haviam tomado parte em defesa de Atena, do Santuário e da humanidade.

Apenas Kiki de Áries, Shiryu de Libra e Seiya de Sagitário haviam sobrevivido, dentre os Cavaleiros de Ouro, àquelas batalhas. Eles se juntaram a Hyoga de Cisne, Shun de Andrômeda e Ikki de Fênix, os únicos outros cavaleiros sobreviventes. Todos eles haviam se dado conta de que o futuro do Santuário estava nas mãos deles, ainda mais após o grande massacre que havia se sucedido naquelas batalhas, que havia sido capaz de exterminar quase por completo as tropas do Santuário. Fora eles, apenas Shina de Cobra também estava entre os sobreviventes.

Saori, a encarnação de Atena, reuniu-se com os cavaleiros sobreviventes no Santuário, ao fim das batalhas. Também preocupada com o futuro do Santuário, ela os comunicou de uma grande notícia, que era importantíssima para que pudessem tocar a manutenção do Santuário.

Como Atena, ela havia conseguido uma audiência extraordinária junto aos deuses do Olimpo após as batalhas. Sua irmã Pallas havia ajudado nisso, após se redimir com os deuses olimpianos. Os deuses haviam percebido o esforço de Atena nas últimas décadas com aquelas gerações de Cavaleiros nas batalhas contra as forças do caos, mesmo quando tinham enfrentado outros deuses. Poseidon e Hades não compareceram àquela audiência, por estarem ainda selados. Ares, ainda em crise devido à queda de seu lado romano, Marte, na batalha contra os cavaleiros da geração recente, também se absteve de comparecer. Apolo e Ártemis compareceram, mas, devido a suas desavenças recentes com Atena, eles não tomaram parte nas decisões do conselho dos deuses.

Os deuses restantes – Zeus, Hera, Dioniso, Deméter, Hermes, Hefesto, Afrodite, e Héstia, bem como Perséfone, representando Hades, e Anfitrite, representando Poseidon – chegaram a um comum acordo e tomaram a decisão (embora Perséfone e principalmente Anfitrite tenham concordado a contragosto, visto que os cavaleiros de Atena haviam sido responsáveis pelas derrotas mais recentes de seus maridos) de conceder um desejo a Atena como forma de compensar as perdas do Santuário nas últimas guerras, e que esse desejo poderia incluir trazer de volta um dos antigos cavaleiros à vida. Pallas também esteve presente no conselho, mas não foi autorizada a participar das decisões.

Saori não hesitou e prontamente decidiu qual cavaleiro seria revivido. Então, após deixar o conselho olimpiano e se apresentando diante de Seiya e dos demais sobreviventes para comunicar o resultado da audiência, ela mostrou-lhes Shion de Áries, o antigo Grande Mestre do Santuário e sobrevivente da guerra santa de 250 anos atrás, como sendo o cavaleiro escolhido para reviver. Pelas palavras de Saori, se o Santuário precisava se reerguer, era necessária a figura de um líder entre os cavaleiros, e esse líder precisava ser alguém experiente e próximo dos cavaleiros, que os conhecesse de forma profunda como se já tivesse sido um deles. E Shion preenchia todos esses requisitos, além de ter sido o mestre mais longevo dos últimos anos e pela sua figura de autoridade, experiência e sabedoria.

Além disso, o papel dele na última guerra santa, quando retornara dos mortos fingindo lealdade a Hades para poder retornar ao Santuário e revelar o segredo para despertar a Armadura de Atena aos Cavaleiros de Bronze, havia sido crucial para o sucesso das tropas de Atena naquela guerra.

Os Cavaleiros de Ouro e de Bronze sobreviventes prontamente aceitaram o retorno de Shion ao cargo de Grande Mestre sem pestanejar. Então, os trabalhos para começar a reconstrução do Santuário tiveram início.

Primeiro, era necessário renovar a elite dos Cavaleiros. Kiki, Seiya e Shiryu aceitaram continuar como Cavaleiros de Ouro. Já Hyoga, Shun e Ikki foram promovidos de cavaleiros de Bronze para a patente superior dos cavaleiros guardiões das doze casas.

Aos cavaleiros de Bronze do passado, que haviam atuado como Cavaleiros de Aço durante as batalhas da Era Ômega, foram oferecidas promoções também, dessa vez para a patente de Cavaleiros de Prata.

Jabu, anteriormente cavaleiro de Unicórnio, se tornou o Cavaleiro de Centauro.

Geki, anteriormente cavaleiro de Urso, se tornou o Cavaleiro de Cérbero.

Nachi, anteriormente cavaleiro de Lobo, se tornou o Cavaleiro de Cães de Caça.

Ban, anteriormente cavaleiro de Lionet, se tornou o Cavaleiro de Cão Maior.

E Ichi, anteriormente cavaleiro de Hidra, sugeriu retomar a armadura de Hydrus para si, mas foi oferecida a ele uma armadura mais poderosa, a de cavaleiro de Lagarto.

Os cinco se tornaram instrutores de combate e comandantes de tropas do Santuário. Tanto eles quanto a geração de Seiya foram instruídos a procurar discípulos para serem treinados a fim de herdarem as demais armaduras de Bronze e de Prata.

Nos seis anos que se seguiram após os embates da Era Ômega, os novos Cavaleiros de Ouro foram selecionados e se juntaram à geração de Seiya como protetores das 12 Casas do Zodíaco. Cada um deles se envolveu em batalhas e missões em nome do Santuário nesse período, antes de Seiya e seus amigos encontrarem discípulos dignos de serem seus sucessores como Cavaleiros de Bronze. Os nomes que compõem essa nova geração de Cavaleiros de Ouro são os que se seguem:

Kiki, cavaleiro de Ouro de Áries desde a Era Ômega, e discípulo de Mú, seu antecessor; era natural de Jamiel, região do Tibete, e conhecido como o “mestre da reparação de armaduras”, habilidade que havia aprendido com o próprio Mú. Kiki foi um dos Cavaleiros de Ouro sobreviventes das guerras anteriores. Está com 27 anos nos eventos desta história.

Josafá, cavaleiro de Ouro de Touro. É natural de Fortaleza, capital do Ceará, no Brasil. Recebeu seu treinamento no Santuário e no sertão do Ceará. Está com 16 anos nos eventos desta história.

Kanon, cavaleiro de Ouro de Gêmeos e irmão de Saga, cavaleiro anterior desta armadura durante a última guerra contra Hades. Kanon havia sido morto na batalha contra o espectro Radamanthys de Wyvern na guerra santa há quinze anos, mas havia conseguido voltar à vida misteriosamente na mesma época em que os deuses haviam concedido a Saori que Shion voltasse à vida. Natural da Grécia, está com 47 anos (idade que teria se tivesse continuado vivo desde a última guerra) nos eventos desta história.

Ikki, anteriormente cavaleiro de Fênix, agora Cavaleiro de Ouro de Leão e irmão de Shun. Natural do Japão, recebeu seu treinamento na Ilha da Rainha da Morte, no Oceano Pacífico, e teve como mestre Guilty. Está com 34 anos nos eventos desta história.

Shun, anteriormente cavaleiro de Andrômeda, agora cavaleiro de Ouro de Virgem e irmão de Ikki. Natural do Japão, recebeu seu treinamento na Ilha de Andrômeda, no Mar Vermelho, litoral da Etiópia, e teve como mestre o cavaleiro de Prata Albiore de Cefeu. Está com 32 anos nos eventos desta história.

Shiryu, anteriormente cavaleiro de Dragão e atual Cavaleiro de Ouro de Libra desde a Era Ômega; natural do Japão e descendente de chineses, recebeu seu treinamento nos Cinco Picos de Rozan na China, e teve como mestre Dohko, cavaleiro anterior de Libra e sobrevivente da guerra santa de 250 anos atrás. Está com 33 anos nos eventos desta história.

Koji, cavaleiro de Ouro de Escorpião; é natural do Japão, da cidade de Yokohama, e recebeu seu treinamento no Santuário e na Ilha de Milos, localizada no Mar Egeu. Está com 13 anos nos eventos desta história.

Seiya, anteriormente cavaleiro de Pégaso e atual cavaleiro de Ouro de Sagitário desde a Era Ômega. Natural do Japão, recebeu seu treinamento no Santuário, e teve como mestre a amazona de Prata Marin de Águia. É conhecido como o “assassino de deuses”. Está com 32 anos nos eventos desta história.

Javier, cavaleiro de Ouro de Capricórnio; é natural de Sevilha, na Espanha, recebeu seu treinamento nos Montes Pireneus, na fronteira entre França e Espanha. Está com 15 anos nos eventos desta história.

Hyoga, anteriormente cavaleiro de Cisne, agora cavaleiro de Ouro de Aquário; natural da Rússia, mas descendente de japoneses, e recebeu seu treinamento na região de Kohoutek, na Sibéria Oriental. Teve como mestre o cavaleiro Camus de Aquário, seu antecessor. É conhecido como o “mestre do gelo” do Santuário. Está com 33 anos nos eventos desta história.

Liège, amazona de Ouro de Peixes; é natural de Bruxelas, na Bélgica, e recebeu seu treinamento na ilha da Groenlândia, localizada entre o oceano Ártico e o oceano Atlântico Norte. É descendente de Albafica, cavaleiro de Peixes do século XVIII, e tal como ele, possui a maldição do Sangue Carmesim em suas veias. Está com 13 anos nos eventos desta história.

Nos primeiros seis anos após o fim das batalhas da Era Ômega, bem como nos sete anos que se seguiram antes de os discípulos de Seiya e seus amigos conquistarem as antigas armaduras de Bronze, estes onze cavaleiros foram a principal força do Santuário em suas missões, em um período em que o Santuário não vivenciou guerras santas de fato, mas em que várias ameaças à paz da humanidade se levantaram para fazer frente aos Cavaleiros de Ouro.

O estranho renascimento de Kanon de Gêmeos ainda levantava dúvidas no mestre Shion e nos cavaleiros da geração de Seiya, fortalecidas inclusive por ele próprio que não dava detalhes sobre seu retorno ao mundo dos vivos a ninguém. Contudo, Saori parecia confiar em Kanon, e havia aceitado o retorno dele ao posto de Cavaleiro de Ouro, alegando ser capaz de ver “além” do que os olhos dos demais cavaleiros eram capazes, e de que ela havia visto que, em seu coração, Kanon ainda era leal aos ideais de Atena. O mestre Shion, em seu íntimo, enquanto tentava aceitar Kanon novamente como aliado, se perguntava se havia algum motivo para que o irmão de Saga tivesse voltado à vida na mesma época que ele, e se havia alguma correlação entre os dois fatos.

Misteriosamente, nos treze anos decorridos após o fim da Era Ômega, a armadura de Câncer foi a única que não escolheu um novo protetor dentre seus pares de ouro. Saori, o Grande Mestre e os Cavaleiros de Ouro tentaram por várias vezes desvendar o porquê do silêncio dessa armadura, mas nunca chegaram a um consenso sobre o assunto. Por que a armadura da quarta casa zodiacal relutava em escolher um novo guardião?

Mas isso é assunto para outro momento, mais à frente em nossa história. Agora, a partir dos próximos capítulos vocês terão acesso aos feitos dos Cavaleiros de Ouro nesse período de “paz armada” que se seguiu ao fim da Era Ômega e que durou treze anos, até que o Santuário se visse novamente ameaçado pela iminência de uma nova guerra santa. Aos Cavaleiros de Ouro mais experientes, será mostrado como eles lidaram com a transição entre a geração anterior e a atual de cavaleiros, e como decidiram assumir a responsabilidade em proteger o Santuário por mais uma geração; aos Cavaleiros de Ouro novatos, será mostrado o passado deles até se tornarem cavaleiros e como eles foram introduzidos na comunidade do Santuário, interagindo e estabelecendo laços de união e companheirismo com os cavaleiros mais experientes.

Com vocês, New Legends Gaiden.