De Regina Mills para Emma Swan. escrita por HearthAngel


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hey, mas uma one-shot para vocês!
Espero que gostem.



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Em mais um de seus ataques de insônia, a ex-rainha má pôs-se a fazer o que sempre fazia quando isso vinha a acontecer, escrever para a salvadora, que sempre tirava o seu sono.

Numa escrivaninha que se encontrava em frente a janela, ela se posicionou confortavelmente a cadeira. Antes de molhar a caneta na tinta e começar a escrever tudo aquilo que jamais teria coragem de falar em voz alta, tomou um gole de seu café, olhou para a janela que no alto jazia a lua, que poderia ser contemplada se as nuvens não a cobrissem quase que por completo.

De olhos fechados apreciou o café descer quente por sua garganta, amargo, assim como a solidão que sempre sentia quando estava ali, escrevendo cartas para uma destinaria que jamais teria a oportunidade de ler.

Sabia que quando terminasse, leria tudo atentamente, com muita angústia selaria a carta e guardaria junto com as outras que escondia em um baú guardado secretamente em um fundo falso de seu guarda-roupa.

’O amor é a magia mais poderosa de todas.’

Lembro-me claramente quando disse a sua mãe. Ela ainda era uma criança, e também me lembro de como os seus olhos brilharam quando eu proferi tais palavras. Modéstia parte sinto que essas influenciaram na Branca de neve que conhecemos hoje.

Eu jamais deixei de acreditar em minhas palavras. De um jeito torto, eu sempre vim seguindo avidamente esse meu lema.

O amor é um sentimento tão lindo, puro e almejado. Que, claro, uma coisa tão maravilhosa assim não poderia ser sentida por qualquer um.

Eu gosto de pensar que o amor vem depois que você se aceita. Quando você abraça seus defeitos e suas qualidades e passa a amar a si próprio. É meio clichê dizer isso, mas primeiro temos que amar a nós mesmo. O que é bastante difícil, já que vivemos numa constante corrida de ser sempre o melhor para os outros e não para nós mesmo. Eu demorei um pouco, mas eu enxerguei isso. Enxerguei os meus erros, me enxerguei e passei a me amar. Mas eu não consegui isso sozinha.

Quando eu lancei a maldição, no fundo, eu só queria um recomeço. Um recomeço onde eu seria a Regina, não a rainha má. Eu queria que me enxergassem, mas como eu conseguiria tal feito se, nem eu mesma havia me enxergado?

Eu sempre procurei ser o melhor para minha mãe, até que eu conheci Daniel. O amor dele me fez enxergar que eu deveria ser o melhor para mim e só para mim, mas eu acabei o perdendo. O amor é uma magia poderosa sendo vivido e uma arma perigosa quando tirado de você. E no momento em que eu não o tinha mais eu só pensava em ser o pior para as pessoas, o pior para quem teria me tirado o meu melhor. Branca de Neve.

Eu passei tanto tempo a mostrando o meu pior, que, até eu mesma, havia me esquecido de meu melhor. Eu me encontrava mergulhada num mar dentro de mim que eu não conhecia e só uma coisa poderia me tirar dali. O mesmo que havia me afundado seria o mesmo que não me permitiria afogar. O amor.

Foi aí que eu ganhei o Henry, o melhor presente da minha vida, o farol que iluminou o mar desconhecido por mim, o que fez a maldição ter algum sentido e não só um desperdício. Mas aí, Branca de neve aconteceu novamente e como se aquele maldito livro só refletisse minhas piores coisas, Henry só conseguia enxergar elas agora. E, desesperada, eu voltei a fazer coisas ruins, mas era só medo. Medo de perder minha melhor coisa. Eu sabia como era perder um amor, e eu não suportaria perder o meu filho.

Mas aí você apareceu. No começo eu pensei que você iria tomá-lo de mim e, como sua mãe, o colocaria contra mim. Mas você não o fez, mesmo eu jogando sujo com você.

Você enxergou a Regina, sem eu mesma estar enxergando. E, sabe o que eu falei sobre o amor só acontecer quando você se aceita? É verdade, mas o amor também pode ensinar você a se aceitar. E foi isso que você me mostrou. Você me ensinou a me aceitar. Você sabia que eu sempre fui arrogante, mas sempre me desafiou, nunca demonstrou medo perante a mim, como os outros moradores. Você sabia que eu sempre fui egoísta, mas ainda sim me salvava, e você nem sabia que era a salvadora ainda e, acredito que, se soubesse, não faria só por ser uma obrigação sua. Você sabia que eu havia matado várias pessoas, seus pais lhe alertaram a pessoa que eu fui um dia, mas você acreditou quando eu disse que não havia matado. Você sabia que eu era uma vilã, mas prometeu me trazer um final feliz. Se você, mesmo sabendo dos meus defeitos, me aceitou, viu o meu melhor, eu poderia fazer isso. Você me ensinou a fazer isso.

Você, a mulher que deu a luz a meu filho, a mulher que estava profetizada a ser minha ruína, acabou se tornando minha salvação, minha salvadora. Você me faz querer ser o melhor para mim todos os dias, aceitando meus defeitos, mas priorizando as qualidades. Você me fez querer ser sempre o melhor para o meu filho. Para o nosso filho. Você me faz querer ser o melhor para você.

Você não me salvou do mar desconhecido, Swan, você me ensinou a nadar e sair dele.

Você me reensinou a amar.

De: Regina Mills

Para: Emma Swan


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Comentem se possível!