Dons: Carbúnculo escrita por KariAnn, Haruka hime


Capítulo 7
Mais um membro volta para casa


Notas iniciais do capítulo

Yoo! Quase me esqueço de postar, mas aí está.



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Léia entrou no quarto do patrão e começou a limpar o chão. Por sorte, Marcos era um homem muito organizado, o que facilitava o trabalho da moça, já que não tinha que se preocupar em ficar recolhendo roupas espalhadas ou organizando estantes. Precisava apenas manter tudo sem poeira, preparar as refeições e lavar as roupas. Não era muita coisa, já que se tratava apenas de duas pessoas — ela mesma e Marcos.

Ao voltar para a sala de estar, Léia se deparou com um homem caído no chão, cujo corpo ensanguentado estava cheio de furos causados por balas. Ela, assustada, correu uma cômoda próxima, abriu a gaveta e pegou um estojo de primeiros socorros. Agachou-se ao lado do homem e passou a tratar seus ferimentos.

Na mesma hora, Marcos entrou na sala e se surpreendeu com a cena. O homem parecia sentir muita dor e Léia se esforçava para ajudá-lo da melhor forma possível.

— O que houve, Jason? — Marcos perguntou, se sentando confortavelmente no sofá enquanto o homem ainda estava no chão.

— Aquele maldito soldado caçador... — Jason falou com sofreguidão — De noite... Três tiros...

— Soldado caçador? — Marco franziu a testa. — Fala de Carlos Magno?

— Quem mais... Poderia ser? — perguntou Jason, ofegante. — Não morri por pouco. Quase... quase não chego aqui!

— Então ele já está por perto?!

— Eu pensava que lobisomens não tinham problema com balas comuns. – falou Léia.

— Quem dera! — disse Jason, e gemeu de dor enquanto Léia aplicava um remédio nos ferimentos. Por sorte nenhuma bala ficara no corpo do homem. — Aquele cara me paga! — ele rosnou.

Marcos observou enquanto a empregada enfaixava as costas e o braço de Jason. Quando tudo terminou, ela guardou a caixa de primeiros socorros e correu até a cozinha para preparar o café da manhã que ninguém havia tomado ainda. Jason se arrastou até um sofá e lá ficou como um bêbado.

— Então... — falou com dificuldade. — Como foi a conversa... com seus irmãos?

— Pior do que eu esperava. — Marcos torceu o nariz ao se lembrar da conversa do dia anterior. — Mas valeu a pena ter ido lá. O livro que eu quero está com meu sobrinho, Fábio. O problema será conseguir pegá-lo.

— É teu sobrinho, pede emprestado.

— Não é tão simples. — Marcos se levantou do sofá e foi até uma estante, onde observou alguns enfeites. — Fábio não é o garotinho que eu esperava que fosse quando crescesse. Na época em que saí, ele era um bebê adorável. Não tem nada de adorável hoje. Também senti algo errado com ele. Não sei por que, mas não posso confiar naquele garoto.

Jason olhou para Marcos e reuniu as poucas forças que tinha para gargalhar. O outro olhava para ele com irritação e desdém, enquanto ele ora ria, ora gemia de dor.

— Você... está... com medo dele? Com medo de... um pirralho... de quinze anos? Se liga!  

— Você não entende. Eu pedi o livro emprestado com uma desculpa. Ele falou que não era dele, que precisava pedir permissão para emprestá-lo. Por que ele mentiria? Ele também hesitou antes de falar, por quê? Ficou óbvio que ele sabe o tamanho da importância daquele livro.

— Tá brincando? — Jason rosnou mais uma vez. — Tudo... o que tem naquele livro... não é uma lenda? Essa coisa... de carbúnculo de Teju Jagua é uma lenda... Ninguém acredita nisso realmente.

— O Fábio acredita!

— Por que ele é um pirralho... E todo pirralho acredita nesses contos de fadas.

— Se ele está com o livro — continuou Marcos, ignorando o outro —, deve estar pensando em procurar o carbúnculo também. Tenho que pegar aquele livro!

Léia entrou na sala trazendo o café da manhã numa bandeja. Enquanto ela colocava tudo sobre a mesinha de centro, Marcos falou:

— Terei que apelar. Terei que roubar o livro.

— Por que não chega lá... e pega à força? — Jason perguntou depois de dar uma mordida numa torrada.

— Quer que eu faça o quê? — O tom de voz de Marcos se elevou com impaciência. Ele bateu a mão na mesa, atrapalhando o serviço de Léia. — Que eu lute contra ele? Não conheço o poder de Fábio e não posso simplesmente chegar explodindo tudo. É óbvio que acabarei tendo que lutar contra toda a minha família e isso não é uma opção. Não! — ele falou um pouco menos irritado. — Terei que mandar alguém especialista no assunto. Preciso contatar uma pessoa!

***

Cássio abriu o portão da Casa Grande para Adela e seu filho Leandro. Para a surpresa do rapaz, um homem usando um tapa-olho acompanhava os dois.

Adela parecia muito animada e não parava de falar com o homem enquanto eles se dirigiam até a casa. No caminho, as meninas, que estavam sentadas na grama do jardim, observaram os três passarem. Michele, ao olhar para o homem de tapa-olho, corou profundamente e abriu um enorme sorriso, mas ele não olhou.

Quando os três entraram na sala de estar, Christophe, que lia um livro, levantou os olhos e, ao ver o homem parado à sua frente, arregalou os olhos e se levantou imediatamente para cumprimentá-lo.

— Carlos Magno? — Christophe estava surpreso. — Minha nossa, que surpresa!

— Como vai? — perguntou Carlos Magno seriamente enquanto apertava a mão do primo.

— Nossa... o que faz aqui? Há quanto tempo?

Carlos Magno se limitou a sorrir, mas isso durou um momento apenas. Logo sua seriedade costumeira voltou a dominar sua face. Ele se sentou no sofá ao lado de Christophe e os dois conversaram por alguns minutos.

Adela correu ao telefone para ligar para todos os irmãos e pedir que fossem para a Casa Grande imediatamente, pois tinham visita. Não demorou muito até que os demais estivessem ali.

Kurt, o mais efusivo de todos os irmãos, cumprimentou calorosamente o sobrinho, fazendo várias perguntas sobre seu bem estar. Loui e Elric foram mais moderados nos cumprimentos, mas estavam igualmente felizes com aquela boa surpresa. Fábio, que viera com seu pai, limitou-se a apertar a mão do primo e se afastou do grupo para ler. As gêmeas imitaram o primo.

— Então! — Kurt se sentou no sofá, sendo imitado por todos. — Você está de volta! Mais um membro da família.

— Disse mais um? — Magno perguntou com estranheza. — Suponho, então, que Marcos esteve por aqui.

— Pois é! — A voz de Elric soou com certa ironia. — Mas a conversa com ele não terminou lá muito bem.

— Imagino que sim — Magno respondeu sem parecer surpreso.

— O que quer dizer? — Kurt perguntou, se inclinando no sofá com grande interesse — Você sabe o que Marcos tem feito ultimamente?

— Sei mais do que suponho que ele tenha contado a vocês.

— Então você sabe sobre o envolvimento dele com os Óligos? Como ele os conheceu? Por que se juntou a eles?

— Uma coisa de cada vez, tio. — A voz de Magno soou grave e séria. — Recentemente, a Ordem sofreu diversos ataques dos Óligos. Eles tentaram invadir o castelo e chegar até a princesa. Claro que não tiveram êxito, mas as coisas não terminaram tão bem para a Ordem. Tivemos muitas baixas.

— Minha nossa! — Adela exclamou levando as mãos à boca, pasma. — Marcos estava lá?

— Não. Ele não estava lá, mas sei que, a essa altura, já estava ligado aos rebeldes. Soube disso graças aos espiões que estiveram infiltrados na coalizão rebelde.

— Pelos céus, Marcos! — disse Kurt, levantando-se chocado.

— Ele mencionou por que voltou? — Magno perguntou.

— Não. — kurt baixou a cabeça com que de luto. Disse apenas estar numa missão. Bem que agora queremos saber do que se trata. Se ele está ligado aos Óligos, isso é algo preocupante.

— E é preocupante — Magno falou de um jeito que assustou os tios. — Os rebeldes planejam um novo ataque, mas eles sabem que não podem lutar contra a Princesa ou contra toda a Ordem. Por isso, eles estão procurando por aliados mais fortes e apelando para algo mais estranho.

— Do que se trata? — Elric perguntou, aflito.

— Eu não sei ao certo — Magno confessou. — Os Óligos procuram por algum... algum tipo de... elemento... mágico... para destruir a Princesa. Aparentemente é alguma... uma espécie de pedra, uma lenda que eles acreditam ser real. Pelo que sei, Marcos foi incumbido de achar isso.

— Como assim, pedra mágica? — Loui perguntou, estupefato. O assunto causou certa estranheza entre os irmãos.

— Não vá me dizer que o desespero deles chegou nesse nível?! — Kurt se virou para Magno. — Apelar para lendas? Quanta bobagem!

— De qual lenda estamos falando? — Loui perguntou um pouco menos cético que os irmãos.

— Eu não sei. O nosso espião foi descoberto antes que pudesse nos dizer do que se tratava. Mas sei que Marcos está atrás desse artifício.

— Mas por que ele veio para cá? — Adela falou mais para ela mesma do que para os outros. — Ele acredita que essa coisa que eles procuram está por aqui, na cidade?

— Talvez seja isso, mãe. Segui Marcos até aqui. E saibam que ele não está sozinho, mas está acompanhado de Jason, um lobo metamorfo.

— Jason? — Kurt se sobressaltou. — Quer dizer, o pai de Jack e Jackson?

— Quem? — Magno pareceu confuso.

— Ah, é, você não deve se lembrar. — Kurt pareceu se dar conta de algo. — Tem um par de gêmeos que mor aqui na Casa Grande, não se lembra? Jack e Jackson. Eles também são lobos metamorfos. O pai deles se chama Jason. Não sei como era a relação deles, mas encontrei os dois vagando sozinhos por aí e, ao saber que eles não tinham para onde ir, os trouxe para cá. Isso já faz uns seis anos.

Magno olhou para o tio com gravidade. Parecia muito contrariado ao saber que os gêmeos eram filhos do lobo, principalmente por ele não gostar de lobos, pois os considerava bestas.

Os chamados lobisomens era uma espécie diferente de todos os demais seres. Eles não estavam ligados às leis de Áquila de modo algum. Os lobisomens, assim como vampiros e criaturas mitológicas, não tinha relação com os sobre-humanos, principalmente por se tratar de monstros cujos poderes não eram em nada semelhantes aos dos sobre-humanos.

Os sobre-humanos são pessoas que possuem poderes extraordinários não explicados pela ciência, mas também não considerados divinos ou infernais, como no caso dos lobisomens e vampiros. Não eram humanos comuns, mas viviam no meio deles, respeitando tanto suas leis como as deles próprios, que eram regidas por Áquila. A regra de não atacar humanos se estendia também aos seres de outras espécies, como os monstros. Essa era mais uma lei que os Óligos questionavam.

— Enfim... faz sentido Jason se aliar aos Óligos, afinal, muitos deles são sobre-humanos metamorfos também. Eu persegui o lobo ontem à noite, mas ele fugiu.

Um silêncio pesado imperou na sala por um tempo. Cada um dos presentes meditava na questão e tentavam encaixar as peças do quebra-cabeça. Por que Marcos se uniu aos rebeldes? Por que eles acreditavam numa lenda? Por que Marcos voltara? Essas e outras questões pareciam flutuar na sala, de pensamento para pensamento dos Raimann.

— Gente, não podemos ficar aqui apenas pensando. — Elric quebrou o silêncio. — Temos que fazer alguma coisa.

— O que sugere? Que tentemos convencer Marcos que isso tudo é loucura?  — perguntou Adela com descrença. — Viu como ele estava decidido. Ele já está envolvido demais para abandonar tudo.

— Sim — Loui concordou.  O que podemos fazer é tentar descobrir o porquê de ele estar aqui. Aposto como ele tem total ligação com a tal pedra da qual Magno falou. Mas, por hora, não podemos fazer mais nada. Temos que ficar atentos a qualquer movimento dele.

***

O prédio tinha seis andares e estava praticamente abandonado. Localizava-se num lugar onde a maioria das casas e demais prédios estavam esquecidos e destruídos, como se houvesse acontecido uma guerra ali.

Marcos tirou os óculos escuros e olhou em volta. Encostado ao que restava de um carro, estava um homem grande, cheio de tatuagens, com roupas maltrapilhas. Fumava um cigarro e encarava Marcos ameaçadoramente. Ele, por sua vez, não pareceu muito preocupado. Olhou mais uma vez em volta com repulsa e altivez, mas ignorou a bagunça e entrou no prédio. Como o elevador não funcionasse ele subiu pelas escadas até o quarto andar. Lá alguns pôsteres antigos ainda estavam grudados nas paredes descascadas.

Uma porta de madeira repleta de buracos feitos por cupins tinha uma placa de metal enferrujado na qual ainda se podia ver um “16” gravado. Marcos abriu a porta e se deparou com um homem de chapéu sentado a uma mesa. Próximo a ele, sentada numa poltrona velha, estava uma moça de aparência muito jovem a ler um jornal.

A sala estava mais conservada que o resto do prédio. Havia alguns armários num cantos, baús no outro, a mesa no centro e atrás uma janela parcialmente aberta. O homem que estava sentado fez um sinal para que Marcos se aproximasse e se sentasse.

— Então, há quanto tempo, Neil? — Marcos falou depois de se sentar.

— Um ano, senhor Raimann — respondeu o outro enquanto limpava uma pistola. — A que devo a honra de mais uma visita?

— Preciso que me ajude num negócio. É muito importante.

— Do que se trata?

— Há um livro. É uma coisa de que preciso muito, mas não tenho como obtê-lo. Preciso pegá-lo o mais rápido possível.

— Entendo. Isso não é comigo. Apenas vendo minhas mercadorias. Se quiser um trabalho desse tipo, fale com aquela moça. — Neil apontou para a garota que estava sentada na poltrona.

Marcos olhou para a moça um pouco incrédulo. Certamente ela não tinha mais que dezessete anos, tinha um rosto infantil, e a tatuagem de um “M” em chamas no braço esquerdo não a ajudava a parecer mais madura. Ela tinha os olhos bem marcados de preto, o que os deixava maiores do que já eram, e um batom escuro.

O homem ficou olhando para a garota por um tempo, tentando se decidir se era ou não uma boa ideia incumbir-lhe aquele serviço. Avaliou o colar que ela tinha, as calças propositalmente rasgadas, a blusa de alça, o cinto prateado, todo o conjunto preto. Era certamente um visual de adolescente rebelde.

Alessandra esperava que Marcos dissesse alguma coisa enquanto o encarava. Também avaliava o homem. Tratava-se de um ricasso, mas um ricasso bonito, ela pensou. Os cabelos eram muito compridos, chegando até a cintura. Os olhos eram castanho-escuros, o nariz era aquilino e o rosto afilado tinha traços muito bonitos. As roupas eram visivelmente caras, e aparentemente muito confortáveis. Ele se sentava de um modo aristocrático, com uma perna cruzada sobre a outra, e apoiava o rosto delicadamente nos dedos. Era certamente um ricasso.

— Então, senhor Raimann? Do que precisa? — perguntou Alessandra, estressada com a demora e relutância do homem.

— Você tem certeza disso? — Marcos perguntou descrente para Neil.

— Pode confiar. Ela é nova, mas sabe trabalhar — disse Neil, levantando-se em seguida. — Vou deixar vocês tratarem de negócios. Já volto.

Neil saiu da sala. Marcos olhou ainda em dúvida para Alessandra, mas, como não viu outra opção e não tinha tempo a perder, esqueceu-se do preconceito e falou:

— Como eu disse, preciso pegar um livro.

— E onde tá o tal livro?

— Neste endereço. — Marcos retirou um papel do bolso de sua camisa e o entregou à garota. Ela, ao ver o endereço, arregalou os olhos.

— Isso não é o endereço da residência de Kurt Raimann?

— Você o conhece? — Marcos ficou perturbado.

— Claro. Quero dizer, ele não, mas sei onde é essa casa aqui! — A garota falava e gesticulava muito. — Woo, espera. — Alessandra se sobressaltou. — Seu nome é Raimann. São parentes?

— Sim, ele é meu irmão.

— Quer que eu roube a casa do teu irmão?

— É uma longa história. — O homem demonstrou pressa. — Você pode ou não fazer o serviço?

— Poder eu posso, claro! Mas diz aí, onde eu encontro o tal livro?

— Provavelmente está num dos quartos. Procure num dos quartos do primeiro andar. É um livro bem diferente, de capa dura, preta. Haverá uns desenhos arabescos na capa, e estará escrito “diário” em caligrafia artística. Não tem como errar.

— É um livro grosso?

—Não. É um pouco grande, mas não grosso demais. Deve ter umas duzentas páginas.

— Tudo bem. Já entendi! — Ela se levantou num salto.

— Consegue fazer isso quando?

— Hoje mesmo eu vou pra lá. Venha me procurar amanhã, lá pelas dez. Mas — ela se voltou para ele com os olhos semicerrados — antes diz aí... Quanto você tem?

— Comigo, não tenho nada. Mas eu te dou um rubi se conseguir esse livro.

— Um rubi? — Alessandra gritou, o que irritou Marcos mais ainda.  — Ô loco! Esse livro deve ser mesmo importante, hein! Wooo! A história é tão legal?

— Sem agitação, menina! — Marco se irou. — Apenas traga o livro e terá o rubi. Só quero te avisar para tomar cuidado. Não seja pega. Ninguém naquela casa pode saber que eu te mandei lá e menos ainda o porquê de te mandar lá. Acima de tudo, tome cuidado contigo mesma.

— Nossa... O povo de lá morde, é? — Alessandra caçoou.

— Você não iria gostar se soubessem quem eles realmente são. — O homem falou num tom sombrio.

Aquela gravidade com que Marcos pronunciou a última sentença deixou Alessandra um pouco receosa. Mesmo assim, ela garantiu que traria o pedido, já que não queria perder a oportunidade de ganhar um rubi. Satisfeito, o homem se retirou.



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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.



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