Sociedade dos Corvos escrita por Raquel Barros


Capítulo 12
Capitulo Onze - Emma


Notas iniciais do capítulo

Voltei gente, tudo bem?



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Acordo com o grito histérico da Zoey.

Ah! Meu santo Deus! Levanto rapidamente, já colocando os pés nos coturnos. Arya também, olhando para a tenda aberta. Cyrus corria descalço em direção de uma massa imensa e negra se movendo para dentro da floresta com a Zoey sobre os ombros. Stephan estava em seu encalço. Caleb entra em nossa tenda, olha para Gwen apagada em uma das redes, ele deita na rede da Zoey.  

—Não vai ajudar a resgatá-la?

Pergunto irritada. Caleb levanta as sobrancelhas, mas me ignora. Arya corre atrás do grupo com um arco na mão e a aljava cheia de flechas nas costas. Esqueço o Caleb e vou atrás Arya. Por que sequestraram a Zoey? O que foi que a levou? E por que a levou? Isso não faz o menor dos sentidos. 

Corremos atrás dos garotos, muito a frente de nós, até uma clareira. Estava escuro, mas era obvio o grunhido de frustração de Cyrus. Não tinham alcançado a coisa que levou a Zoey. Meus sentidos foram se acostumando com a escuridão. Ela estava roçando o meu braço novamente. Relaxei, sentindo os elementos a minha volta. O chão frio, o vento soprando folhas, seiva correndo dentro das árvores, uma fogueira sendo aceso a alguns quilômetros, sangue quente correndo rapidamente entre veias, passos pesados perfurando a terra. Achei.

—Está ao centro-sul.

Digo, fazendo todos correrem naquela direção.

—Cuidado com onde pisam, pode ter uma...

Stephan se interrompe quando alguém pisa e em alguma coisa e ouvimos o estralo. Uma jaula rústica de madeira grossa cai em cima de nós e instintivamente todos abaixam. Quem quer que seja que sequestrou a Zoey, é muito esperto. De algum modo, nos atraiu para uma armadilha. A regra n° quatro do meu treinamento vê a minha cabeça e faz com que eu me sinta uma tola: NUNCA SUBESTIME O INIMIGO! É quase possível ouvir a voz da minha mãe na minha cabeça.

—Armadilha.

Termina o embaixador de Great com um suspiro.

—Ótima hora para avisar.

Ironiza Cyrus irritado. Ele agarra as grades como se pudesse quebrá-las apenas com sua força de vontade. O que teria sido útil, se ele realmente pudesse, mas é uma jaula de Madeira de Hercules, muito conhecida por ser párea a força de um sadic. Ou seja, ela é inquebrável. A jaula começa a ser levantada por duas criaturas grandes de capuz e roupas fedorentas de pelos e couro. Acho que estão precisando de uma maquina de lavar e um bom banho. Entramos no meio das plantas, sendo balançados de um lado para o outro. Nenhum dos garotos solta um pio se quer. Stephan estava entediado, Ethan parecia um pouco enjoado e Cyrus parecia ser a encarnação da fúria na Terra. Cadê a Arya? Olho para todos os cantos procurando Arya, mas nada dela. Será que escapou? Foi capturada? Mais uma preocupação para nós. Entramos no que parecia uma aldeia de selvagens. Crânios espetados em lanças eram exibidos como um espólio de guerra. Parece que não foi só a floresta que se corrompeu com o sumiço de Beverly. Os povos que moravam na floresta voltaram aos antigos costumes. Gigantes de Drogomor nunca foi um povo pacífico e minha mãe os controlava rédea curta. Eles tinham medo dela. Talvez tenha medo de mim. E me odeiem também. Agora respeito é algo que se conquista muito arduamente em todo o lugar, mais principalmente por aqui. As casas eram nas arvores, construídas com madeira, cipós e couros. Os “gigantes”, obviamente, de constituição grande, altos e em sua maioria de rostos deformados por cicatrizes, com olhos vermelhos e dentes podres, faziam barulho enquanto éramos levados em direção de um gigante ainda maior, sentado no que parecia ser seu trono. A Zoey estava desacordada, com as mãos amarradas e a parte de trás do cabelo sangrando.

—Vejamos quem está no meu território.

Gargalha o gigante, com um sotaque meio pesado. Ele conseguiu a proeza de ser o mais feio de todos entre eles. Um coral de gargalhadas começa, como se todos os papagaios do mundo tivessem encarnados na aldeia de gigantes. Faço careta. Território dele? Os Blood chegaram antes de Drogomor. Minha mãe plantou essa floresta. Nesse reino ela é a rainha. Então quem está invadindo o território de quem aqui?

—O que você quer Drogomor?

Pergunta Stephan assumindo um papel de desembarcador. O gigante responde sem ao menos pensar direito:

—Vingança. Os Blood nos humilharam, roubaram nosso poder, colocaram suas leis em nossas terras, e eu, Drogomor vigésimo, pretendo conquistar a dignidade que meu primo, Drogomor perdeu, mas não posso concluir isso se a “rainha” voltar.

—Você tem medo dela!

—Não tenho medo de nada, pirralha!

Retruca com raiva me olhando como se eu fosse um vermezinho. Dou um sorriso maroto! Ele morre de medo da minha mãe! E minha mãe é uma mulher de um metro e sessenta, magrinha, a pele dela até parece translúcida de tão aparente fragilidade ela tem. Então quando um gigante de mais de dois metros tenta esconder que morre de medo dela, eu até compreendo! Stephan balança as mãos como se espantasse uma mosca e pergunta como quem não quer nada:

—A ignore! Voltando... Como pretende fazer isso?

—Matando-os.

—Não somos aliados dos Blood, então, não há necessidade disso.

Resmunga Ethan com a voz muito calculada. Ele não parecia com medo, nem com coragem irresponsável.  Mesmo assim, o fato dele está dando para trás me irritou profundamente.

—Vocês andam com Blood, se não são aliados, também não são inimigos!

—E como você pretende nos matar?

Continua Stephan calmamente, como se tivesse comentando o clima! Que cara frio! Stephan não fala muito, não brinca, não sorri. Ele parece na maioria das vezes presos nele mesmo! Concentrado e longe. Isso é tão esquisito! E eu nem estou comentando dos seus olhos. São milhares de tons de cinza capazes de capturar sua alma e descobri seus segredos. Assustador, no mínimo.

—Desmembrando.

—Conjuro direito de desafio!

Diz Cyrus em voz alta pela primeira vez desde que fomos capturados. Seus olhos continuavam fixos na Zoey. Cyrus estava pronto para luta! Para matar, destruir, aniquilar qualquer um que o impedisse de chegar a Zoey e levá-la de volta para o lugar mais seguro que ele acha-se. Só não sei se a Zoey quer isso.

—Só gente de Onyx e da família real pode fazê-lo, Greateano. E você está vendo algum Blood acordado por aqui? Eu não.

Informa o gigante, encostando em seu trono e com um sorriso feio de superioridade estampado na cara feia. Cyrus rosna entre os dentes de ódio. Ethan e Stephan olham para mim como se esperassem alguma coisa. Eu que não vou conjurar nada! Eu sei lá o que é esse direito de desafio que Cyrus tanto quer.

—Por que vocês estão me olhando?

Pergunto irritada. Não assino nada sem ler e reler antes, quanto mais conjurar coisas. E se for alguma coisa ruim? Como eles continuam a me olhar, cruzo os braços e os encaro com uma expressão obstinada. Stephan semicerra os olhos e ordena como se fosse um rei:

—Conjure Emma.

—Eu não sei o que é isso!

—É melhor do que ser desmembrado!

Argumenta irritado. Okay! Foi um argumento válido. Reviro os olhos e conjuro impacientemente esse negócio:

—Conjuro o direito de desafio e blá, blá... O que quer que seja que isso signifique!

—Você não é uma Blood!

Diz Drogomor, semicerrando os olhos vermelhos. Isso foi a gota d água. Minha mão esquenta até pegar fogo! Se essa jaula não tivesse com um odor forte e não fosse de madeira eu até colocaria fogo nela. O gigante faz uma careta de desgosto. Aparentemente a minha existência não foi espalhada por Onyx e pelo mundo ainda. 

—Prefiro matá-los da maneira que eu quiser, então vou recusar.

—Isso não me parece muito coisa de um líder forte e poderoso! Reis não mandam outros fazerem o seu trabalho, Drogomor! Eles vão e fazem! Principalmente um tão grande e poderoso quanto você!

Elogia Stephan em demasia, tentando levar Drogomor no papo. O ego do gigante infra a ponto de ser perceptível aos olhos, mas ele ainda resiste e retruca:

—Não preciso, não! Posso mandar!

—Viram, o que eu disse? Ele é tão fraco e medroso!

Diz Cyrus para Ethan em tom de sussurro, mas alto o suficiente para Drogomor ouvir. Os olhos do gigante se arregalam.

—Ele não conseguiria derrotar o mais fraco de nós.

Suspiro entrando na brincadeira e me fingindo frustrada.

—Parece que é verdade! Se fosse o D Dezenove, ele não daria para trás.

Concorda Ethan parecendo decepcionado.

—Até uma criança consegue com ele! Que lastima! E eu aqui achando que estávamos em frente a um gigante corajoso e amedrontador.

Continua Stephan, também parecendo decepcionado. O cara é tão bom ator que eu quase acreditei que ele acreditava que Drogomor era corajoso e amedrontador e foi decepcionado.  O gigante estava vermelho de raiva.

—Aceito o desafio! Leve-os para o Colecionador!

Berra Drogomor. Outros gigantes levantam a gaiola e a leva mais para dentro da aldeia. O gigante rei tinha caído como um patinho no plano de Stephan.

—E agora?

Pergunto, tentando entender por que tanto esforço pelo Desafio. Quer dizer, a perspectiva de ser desmembrada não é nada interessante, mas ainda assim, o que é esse Desafio?

—Agora você escolhe dois de nós para a luta.

Responde Stephan com a expressão neutra no rosto. Parecia quase entediado, como se não tivesse a possibilidade de morrer hoje. Suspiro pesadamente. Escolher alguém para lutar, mas quem? Eu escolheria a Arya, mas ela sumiu! A Arya luta tão bem.

—Eu não vi sinal da Arya!

—Ela está acima de nós!

—Eu sei, Stephan!

Comento cruzando os braços e encostando-me na jaula. Todo mundo sabe que a Arya é de um nível maior do que o nosso, não é preciso lembrar isso. Stephan suspira pesadamente e reafirma:

—Ela está mesmo acima de nós! Nas árvores! Ela pulou em uma árvore assim que ouviu a armadilha sendo ativada!

—Quem eu devo escolher?

—Eu e o Cyrus!

—Por quê?

Pergunta Ethan, aparentemente não gostando da ideia, apesar de eu ter amado. Era bom que ele estivesse em segurança, mesmo que eu esteja sendo completamente egoísta desejando isso quando outros ficam em perigo! Não que eu não me preocupe um pouco com a segurança de Cyrus e Stephan. Cyrus é o namorado de uma das minhas melhores amigas e Stephan é o Stephan. Alguém no mundo deve se importar com ele. Seria muito fácil na verdade. Ele é o suficientemente atraente para ter alguém.

—Eu, por que não sou tão importante assim e o Cyrus por que ele é capaz de derrubar a aldeia inteira se for para salvar a Zoey!

Explica Stephan pacientemente. Ethan balança a cabeça como se não acreditasse que ficaria fora da ação. Ok! Vamos ser sinceros! O Ethan sempre fica fora da ação! Sempre! Ele tem o Cyrus que luta suas brigas por ele. Quer dizer, ele lutou umas vezes contra mim, mas lutar contra mim não é o mesmo de lutar contra um gigante, ou um Lizard. Aparentemente, os grandes feitos Arya é quem fará, por que os irmãos dela são frouxos de mais para isso. A Arya fugiu de Fell de algum modo, a Arya é quem vive escapando da quase morte com insistência e foi a Arya que salvou a base ano passado da minha mãe. Quer dizer, da mulher que me sequestrou e tirou da minha família verdadeira. Ainda sim, sinto falta dela e tento não me sentir magoada por Arya tê-la assassinado! Ela não tinha muitas escolhas, não é?  

—De qualquer modo, alguém tem que ajuda as garotas, não é?

Consola Cyrus dando um sorrisinho fortalecedor para o amigo. Ethan lhe faz uma careta de desgosto. Ele sabe como qualquer um aqui que nós somos capazes de nos cuidar sozinha, exceto a Zoey que está desmaiada, mas é só por que ela está desmaiada.

Ficamos em silêncio até chegarmos ao “Colecionador”.

O Colecionador é uma arena. É quadrada, aparentemente feita com algum metal e arquibancadas de um lado e do outro. Uma cadeira estava em uma extremidade, com vista privilegiada. E o detalhe mais macabro dela, provavelmente o motivo do seu nome são os olhos. Milhares de ossos espalhados por toda área do local. Alguns brancos outros amarelados, mas ainda assim ossos. De gente que morreu aqui, possivelmente os donos da cabeça na entrada.

—Que lugar bonito!

Ironiza Stephan. Olho para ele, tentando vê se mudou de ideia. Aparentemente não. Parecia está se divertindo agora. Que esquisito! Ninguém se diverte com a expectativa de lutar em um lugar cheios de ossos. E lutar com quem, a propósito? Acho que o Stephan pode está levando isso na brincadeira. Ele deve ter um senso de humor péssimo!

—Tem alguma arma aí?

Pergunta Cyrus para Stephan que levanta a sobrancelha.

—Eu pareço com alguém que anda com armas por aí?

—Eu pensei que o embaixador de Great tinha mais visão.

—Sim! Eu tenho uma arma.

Responde, tirando uma corrente de prata de dentro da camisa e colocando para fora. Tinha uma pedra negra nela. Não parecia uma arma para mim! E nem para o Cyrus pelo jeito, por que ele franziu as sobrancelhas interrogadoras. Stephan não explica nada, apenas coloca o colar dentro da camisa novamente e dar de ombros como se tivéssemos que saber o que uma jóia como a dele podia fazer e se não soubéssemos era problema nosso. Provavelmente é! Ficamos em silencio até colocarem a jaula dentro da arena. Os dois gigantes ficam de guarda enquanto a arena começa a encher de gente lentamente. Drogomor senta na cadeira do centro a nossa frente. A Zoey é colocada ali perto. Ela estava começando a acordar.

Abrem a porta da jaula e saímos lentamente. Olho para as árvores. Arya está por aqui em algum lugar. De certo modo, isso é tranquilizante. Zoey abre os olhos lentamente e dá um pulo em sobressalto, saindo de perto de Drogomor tão rápido quanto é possível para alguém que acordou com susto. O gigante olha com desprezo para ela e a puxa pelo pé. Cyrus rosna e começa a avançar, mas é impedido pelo Ethan que o puxa pela camisa. O gigante estava provocando!

—O desafiante tem o direito de escolher pelo quer lutar e até dois lutares para lutar em seu lugar! 

Informa Drogomor em tom quase solene. Stephan me empurra para frente e eu olho feio para ele. Eu já sabia que era minha deixa.

—Eu escolho o Cyrus e o Stephan para lutarem por mim e pela nossa liberdade e da Zoey também.

Digo sem o mínimo tom solene, um pouco tímida talvez.  Cyrus e Stephan dão um passo à frente. Eu dou um passo para trás perto de grudar no braço de Ethan. O que é que acontece agora? Entram no Colecionador seis gigantes. Seis contra dois? Onde já se viu isso? Em que terra?

—Nossa, como são justos!

Ironiza Ethan, revirando os olhos. Dois gigantes nos arrastam pelo braço para a platéia. E sentamos na primeira fileira. Olho ao meu redor, procurando a Arya. As arvores estavam tão silenciosas quanto um arvore consegue estar. Sem o menor sinal de vida.

—Pare de procurá-la! Pode ficar obvio que temos uma carta na manga.

—Tudo bem, mas você sabe onde...

—Sei, mas não vou dizer.

—Que mau humor!

—Podemos morrer!

Retruca, arregalando os olhos verde água. Minha vez de revirar os meus! Eu não posso ter essa cara de tonta toda, caramba.

—Que falta de confiança a sua nas habilidades dele...

—Não sei se o Cyrus tem condições de lutar! Está morrendo de preocupação com a Zoey! E o Stephan, eu nem sabia que ele luta! A quem estou querendo enganar! Eu não sei nada sobre ele...

—Ele foi contratado recentemente?

—Sim, parece que o ultimo embaixador sumiu!

—Que estranho.

Comento cruzando os braços e encostando-me no banco de pedra. O que será que Stephan Kyllor esconde? Ele é sempre tão misterioso e evasivo. Não fala nada, a não ser periódicos comentários sarcástico. Não sabemos de seu passado, dos seus amores, de suas habilidades. Nem sua idade. Não sabemos de nada! E isso tudo é muito estranho. O embaixador de Master Great parecia extremamente relaxado, como se a ficha de que ia lutar contra três gigantes não tivesse caído ainda. Cyrus parecia tenso e sedento por sangue, enquanto desamarrava os cadarços de seus coturnos. O que ele vai fazer com isso? Não sei que homem é esse que a Zoey inventou de arrumar, mas é aconselhável lembrar-me de não pisar no calo dele.

Os seis gigantes entram em posição de ataque enquanto Cyrus enrolava as extremidades dos cadarços entre as duas mãos, deixando uma boa parte livre e Stephan tirava o colar do pescoço e o colocava na horizontal. O colar cresceu até atingir um pouco mais que a altura de Stephan e se tornar um cajado prateado, com uma flor de Liz na extremidade. A ponta central da flor de Liz era pontiaguda, como uma lança, e entre as pontas menores tinha uma pedra negra. Eu nunca tinha conhecido alguém que conseguisse lutar com um cajado antes. É muito difícil de aprender e mais ainda se tornar bom. E não se luta com qualquer cajado, cada um é único, feito sob medida para seu portador.

—Que sofisticado...

Comenta Cyrus, dando aquela conferida básica na arma de Stephan. Aquela mesma que todo mundo aqui está dando! O embaixador de Master Great dar de ombros. Olho para Drogomor e tento não rir da cara pasmada que ele fazia. Alguém pigarreia e trás o gigante de volta a realidade.

—É... Declaro aberto o desafio! Lutem!

Diz sem ser nem um pouco solene. O mundo da voltas, não é? Os gigantes vão para cima dos meus campeões com muita avidez. Stephan estava escorado no cajado e Cyrus estava olhando para uma Zoey meio grunge fixamente. Cyrus rola por debaixo das pernas de um gigante, enquanto Stephan desvia de um murro de outro. Ele tinha deixado o cajado no mesmo lugar, enquanto desviava dos golpes dos três gigantes. Um quase conseguiu espetá-lo, com a lança passando por cima do seu ombro. Cyrus estava um pouco melhor. Ele parecia um animal com seus olhos negros! Dava cambalhota, chutava, saltava, socava, quebrou o pulso de um, usou o soco de outro contra um terceiro, desviou de um chute, antes que eu percebesse estava estrangulando um com o cadarço da bota, enquanto desviava da lança de outro. Quando ele cansou da posição, matou o que estava estrangulando com uma mordida em se pescoço o que fez com que ele ficasse completamente sujo de sangue. Depois saltou, arrancou a lança do segundo gigante e o atravessou com ela. Ele estava todo sujo de sangue quando caminhou para o terceiro e quebrou o pescoço dele. Pisco meus olhos, completamente pasmada com a selvageria de Cyrus. Ele parecia um anjo da morte. Não sei o que o pai de Cyrus fez com ele, mas foi uma estupidez.

—Isso foi um massacre!

Digo boquiaberta. Zoey olhavam para Cyrus apavorada! Ele estava sentado com as pernas cruzadas na posição de índio em frente a ela. Os olhos verdes da Zoey estavam arregalados. Enquanto Cyrus estava olhando vigiando a Zoey, Stephan estava, digamos que, apanhando. Ele não tinha usado o cajado ainda. Não imagino o porquê, já que ele está sendo massacrado. Stephan não era tão selvagem como Cyrus. O embaixador de Master Great tinha alguns hematomas espalhados pelo corpo e ferimentos, mas tinha conseguido escapar dos gigantes. Ele estava olhando para os corpos dos gigantes mortos. Um dos três gigantes que sobraram segurou o cajado. Stephan faz careta e coloca as mãos nos quadris quando o gigante com o cajado dele faz a posição de quem vai lançá-lo.

—Cansei de brincar... Congelare.

Ordena, em um perfeito italiano, o cajado emite uma luz azulada que explode congelando os três gigantes de uma vez só. Ele estava mesmo brincando com eles. Stephan estende a mão para o cajado que voa de volta para sua mão.

—Ganhamos a luta! Queremos que faça sua parte agora.

—É claro, embaixador! Estão libertos.

Concorda Drogomor com muita facilidade. Os dois gigantes atrás de mim e de Ethan nos conduz para perto do grupo na arena e a Zoey é empurrada para perto de nós. Drogomor estava com uma senhora cara de satisfeito, o que me faz pensar que ele vai aprontar um.

—Mas...

—Eu sabia.

Resmungo revirando os olhos é claro que ia ter um “mas”. Sempre tem um ”mas”. É coisa e vilão desonesto sem palavras. Quer dizer, é um vilão, por natureza é desonesto se não, não seria um vilão.

—Ninguém falou sobre sair vivos daqui.

Completa, com um sorrisinho. Stephan não parecia muito impressionado, apesar do resto, incluindo eu, parecer muitíssimo indignado. Ele abriu um sorrisinho preguiçoso, de quem é mais esperto. O embaixador de Master Great estranhamente avisa:

—Bem, digamos, que seu povo vai ter outro líder em... Três... Dois... Um...

Quando Stephan termina de falar “um”, Drogomor ganha uma flecha com penas negras entre os olhos vermelhos.


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Notas finais do capítulo

Comentem, diga o que acharam! É foi um episodio violento!



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