Sociedade dos Corvos escrita por Raquel Barros


Capítulo 10
Capitulo Nove - Gwen


Notas iniciais do capítulo

Percebi agora que eu esto mudando a ordem dos capítulos das meninas, e que eu pulei o capitulo da Zoey e da Emma, vou ter que organizar isso depois. Não postei faz um bom tempo, por que teve a semana de provas, a minha internet está uma bosta, e ultimamente eu não tenho tido muito para parar e escrever. Então, eu não abandonei a historia, e não tenho a menor das pretensões. Sinto muito pela demora e espero que gostem.



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Sabe qual é a sensação de cair cinco metros diretamente no breu? Espero que não! É horrível. Não foi uma queda macia. Não que as quedas sejam macias, mas essa em particular não foi nada macia. Maciez zero. E ainda dei um jeito na coluna. Rolo para o lado assim que percebo Caleb vindo em minha direção. O impacto faz com que pedrinhas sejam lançadas para o ar e ele gema. Queda maldita! Alguém deveria ter colocada alguma placa, uma escada talvez...

—Você está bem?

—Não! Esse lugar está tentando me matar!

Resmunga Caleb mal humorado, quase que descontando em mim. Não que seja completamente sem razão, ele quase morreu há menos de vinte e quatro horas e depois caiu em um buraco, não há como ficar de bom humor nessa situação, mas eu não tenho culpa nenhuma disso.

—Eu perguntei fisicamente.

Retruco um pouquinho irritado levantando e procurando a saída da caverna. Tateio as paredes de pedra com as mãos. Tento não ficar constrangida com o fato que estou nua. Sinto-me com doze anos novamente. Quando completei doze e entrei na puberdade, foi um desastre, por que não foi só a menarca, um pouco depois eu me transformei em loba pela primeira vez, no meio da sala de aula, na quinta série. Imagina para uma garota de doze anos ficar pelada no meio de todos aqueles seus colegas enquanto tentava se enturmar? Foi traumatizante. Com o tempo fui me acostumando, mas continuo a me constranger quando é na frente de alguém que nutro algum sentimento. E sinceramente, usar roupa é muito bom, apesar de ter gente que insiste que não.

—Por que meu físico te interesse tanto?

Pergunta Cyrus me seguindo em um túnel. Ele não se importa nem um pouco em ficar nu. E eu não me importo em vê-lo nu. Vi homens nus a minha vida inteira. Parece até algo que uma sedutora inveterada diria, mas meus irmãos e meu pai se transformaram na minha frente à vida toda. Chega um momento na vida que você para de ligar. Que se torna a coisa mais natural do mundo. E vê o Cyrus é particularmente agradável. Ele é um Alfa encubado. É alto, atlético, seu abdome, braços, pernas definidas. Nunca olhei para onde o triângulo de Apolo aponto descaradamente, quer dizer, olhei, uma vez e sem comentários. Sou uma desavergonhada mesmo. Estou passado de todos os limites. Meus neurônios estão mortos, só pode. Eu não tenho privacidade em minha própria cabeça. Meus pensamentos não são meus, nem as minhas paixões, mas ainda assim minha curiosidade foi tanta a ponto de eu ter olhado. A lembrança me faz ficar vermelha.

—Por que seu interior é podre.

Respondo sem filtro. Espera! Eu disse isso mesmo?De repente o ar fica pesado. Caleb estava tão irritado que sua irritação se transformou em raiva, e sua raiva emanava dele de uma maneira que minha espinha era capaz de sentir e os pelos da minha nuca eriçaram. O cheiro que emanava dele era do mais puro estresse.

—Não sabe do que está falando.

—Não sei? Não foi você que me encurralou na minha cozinha e disse que estava com a Lucy apenas pelo prazer de partir um pobre coração. Você é mau a ponto de despedaçar o meu e ainda me perguntar por que eu me preocupo com você. Acho que devo dar os meus parabéns.

Continuo a falar sem o menor filtro, como se minha língua tivesse vida própria. Eu sendo sarcástica e azeda não é algo normal. Eu deixando a azedice do meu coração tomar forma também não. É como se todo o sentimento de rejeição que senti nesse ultimo ano tivesse acumulado e hoje explodido sem motivo aparente como um vulcão de raiva e frustração.  Talvez seja apenas a TPM.

—Você não sabe de nada, Gwyneth!

Repete Caleb com um tom de voz que deixa claro que devo tomar cuidado. Viro com os calcanhares e dou de cara com o Caleb a centímetros de mim. Tão perto que eu consigo sentir o calor que emana de seu corpo. Ele era tão mais alto de perto. Tão gigante e atraente. Era quase como se seu corpo me chamasse para perto dele, me atraindo como uma mariposa para as chamas, para águas perigosas. Cruzo os braços, me lembrando que estou nua. Não ultrapasse os limites, Gwen. Não ultrapasse os limites.

—Saber do que?

—Não é o seu coração que vou partir.

—Parti toda vez que eu sei que você está com ela apesar do que ela fez.

—E você acha mesmo que eu quero estar com ela? Que eu não preferiria está com você? Você é louca por acaso? Ninguém com juízo perfeito quer a Lucy de boa vontade.

—O que quer dizer?

—Quase perdi um olho por causa da Lucy e nem culpa ela sente.

—Claro que não! Ela é uma sociopata! Ela estabeleceu uma meta e quer atingi-la a qualquer custo, independente de quem tem que passa por cima.

—Ou matar!

—Isso não explica o porquê de você ainda está com ela!

—Vou me vingar!

Responde cruzando os braços, com uma expressão obstinada de quem não vai mudar de ideia. Nunca ouvi tanta estupidez de uma vez só. Se vingar? Ele vai se vingar? Ele prefere uma vingança a ficar comigo. Eu não sei como me sentir agora.

—Você está sendo um estúpido! Depois ela vai querer se vingar também!

—Não me importo!

—Isso vai acabar machucando pessoas que você gosta!

—As pessoas com quem eu me importo são capazes de se defender! Ethan é um príncipe, Cyrus passou a vida estudando para matar e proteger, o elo fraco seria você, que é um doce e nunca machucaria sua irmã.

—Como assim?

—Eu me importo com você Gwen.

—Você se importa comigo?

Pergunto toda boba e derretida. Cadê a mulher independente? Afogou-se e não vi? Acho que é só meu coração apaixonado falando asneiras e me enganando novamente. A Loba do meu ser literalmente grita: Beije-o! Agora! Já a mulher racional puxa a cordinha da realidade: Ele é um lobo, provavelmente te odeia e quer acabar com você. Vou confessar, a Loba está quase ganhando. 

—Meu coração é seu.

Constata me fazendo arfar e dá um passo para trás. Lembro da noite em que eu quase o ceguei. Uma cicatriz aparecia um pouco acima de sua sobrancelha e ia até o maxilar. Eram três cortes um pouco curvados como se garras muito afiadas tivessem cortado o lado direito do seu rosto. Ela estava tão clarinha hoje que chegava a ser imperceptível. E seu olho direito estava em um tom de cinza um pouco mais escuro do que o do esquerdo. Paro e observo que nada aconteceu. Suspiro completamente aliviada. Odiaria machucar o Caleb novamente.

Caleb me encara intensamente observando minha reação. Começo a me aproximar novamente dele. Meus olhos tinham se acostumado com a escuridão. Sou uma loba! Lobos caçam, são animais noturnos, eles enxergam no escuro. E eu também. Traço a cicatriz em seu rosto com o dedo tão levemente que quase não o tocava. Caleb tinha parado de respirar. Seus olhos ainda estão fixos em mim, em minha reação. Muito lentamente começo a me aproximar dele. Ele é o meu chocolate no criado mudo. Sinto o seu cheiro enquanto chego mais perto. Tão delicioso que chega a ser indescritível. Ele coloca uma parte do meu cabelo para trás, tocando em meu rosto. Fecho os olhos. Meu coração estava em um ritmo acelerado. Meu sangue ficava quente e quanto mais perto eu chegava de Caleb e o tocava, mais meu corpo queria. Mais toques, mais alívio, mais calor. Nossos rostos estavam tão perto que eu sentia sua respiração, seu hálito quente vindo de seus lábios entre abertos como se ele não conseguisse respirar direito. Sua barba estava arranhando meu rosto. Toco em seu peito. Era possível ouvir nossos corações no mesmo ritmo. Continuamos a nos aproximar com cuidado, bem lentamente, até nossos lábios se tocarem levemente. Foi como jogar um fósforo aceso no álcool. Fogo e selvageria. Fomos consumidos. Sem pensamentos, apenas instintos. Os lobos se encontram. Finalmente.

—-

Abro os olhos lentamente.

Não me lembro de ter adormecido.

Não me lembro de ter chegado aqui.

Eu estou exausta. Descobri músculos que nem sabia que existia. E provavelmente tenho hematomas por conta das pedras. Resumindo? Estou quebrada! Moída! E satisfeita, por hora. Talvez, me sentindo um pouco estranha. Como se algo tivesse mudado dentro de mim. Acho que as regras dos humanos, Presais e Tradicions não valem para Worfs. Quer dizer, Lobas, são raríssimas. O que se sabe sobre o relacionamento entre Alfas? Nada! Até por que as únicas lobas Alfas que se tem noticia sou eu e Lucy. Ainda sim, eu tinha aquela maldita sensação. Caleb estava em um sono profundo. Ele estava com uns roxos por que batemos em muitas pedras enquanto tentávamos encontrar um lugar fixo e arranhões avermelhados nas costas e nos braços. Ainda cheirava maravilhosamente bem. Encosto minha cabeça em seu peito. Caleb tem varias sardinhas. Nas costas, nos ombros, pontilhadas timidamente em seu nariz greateano. Sua pele é quente e macia, tem um tom um pouco mais escuro, como se ele tomasse mais sol aqui em Onyx. Seus cílios fazem sobras na sua bochecha. Que bonitinho. Caleb toca em meu cabelo e abre um sorriso preguiçoso.

—Gwyneth...

Sussurra como se meu nome fosse divino, ainda com o mesmo sorriso preguiçoso. Abro um sorriso lentamente, enquanto ele pisca e abre os olhos. Um era um pouco mais escuro do que o outro, em um tom de azul bem claro. Seus cílios eram laranja por do sol, assim como seu cabelo. Seu rosto estava coberto por uma barba tão laranja quanto seu cabelo, que tinha crescido de maneira espetacular. Ele parecia tão jovem e tão adulto ao mesmo tempo.

—Você uma vez disse que não conseguiria lembrar meu nome.

—Como não lembrar? É tão esquisito... Você deve ter sofrido para aprendê-lo.

—Só um pouquinho...

—Quem escolheu seu nome?

—Meu pai, significa felicidade. 

—Meu nome significa cachorro, sabia?

—Você é um lobo, é quase adequado. Gwen significa branca.

—Adequado. Nossos pais são homens de visão... Quer dizer, pelo menos o seu. O meu tem visão limitada.

—Por que seu pai não gosta de mim?

Pergunto, já que ele puxou o assunto de Ephrain. Caleb semicerra os olhos como se a pergunta fosse complicada de mais para ele responder quando acabou de acordar. Por fim ele responde, com as sobrancelhas ruivas franzidas:

—Se eu entendesse meu pai não divergiríamos tanto sobre tanta coisa.

—Sempre tiveram uma relação difícil?

—Sempre, mas piorou depois que minha mãe morreu! Ele exige que eu seja como ele. Nada de livros, faculdade, ou um trabalho remunerado. Fui criado por uma típica greateana, então ela sempre estava do meu lado. Sabe, em Great o conhecimento é tão importante, se não mais, do que aqui.

—Quem diria? Caleb Sparrow quer ser um intelectual.

—Minha mãe era uma intelectual! Ela tinha doutorado em física e um vasto conhecimento em geral.

—Caramba! E como foi que ela teve um filho com Ephrain, o selvagem?

—Sei lá? Bebeu de mais? Drogas ilícitas? Provavelmente sou um acidente! Um acidente lindo, mas um acidente.

—Como você é convencido!

—Está dizendo que eu não sou lindo, Gwen? Quais são seus argumentos?

—Beleza é relativa.

Respondo levantando uma sobrancelha. Quero vê-lo contra argumentar isso. Caleb abre um sorriso que faz meu coração bater mais forte. Ele coloca uns fiozinhos soltos do meu cabelo atrás da minha orelha, e acaricia minha bochecha.

—Você é tão inteligente.

Constata, me fazendo sorri. Meu ego adora o adjetivo inteligente. Eu sou bonita! Eu sei disso. Contudo, eu odiaria ser apenas uma carinha bonita. Ser mais um cabelinho loiro. Uns olhinhos azuis esverdeados com cílios longos. Um dia, eu espero, vou envelhecer, e o que vai me sobrar? A beleza eu tenho certeza que não, então só me resta ter um cérebro afiado. E uma língua também. Provavelmente.

—Eu sei!

—Adoro seu cerebrozinho!

—Que fofo!

—Não sou fofo! Filhotes de cachorro são fofos! Eu sou um lobo! Lobos não são fofos.

—Filhotes de lobo são fofos.

—Não sou um filhote! Sou um adulto! Até cicatriz tenho.

—Olha que charmosa.

—Nem te conto como a consegui.

Brinca, piscando um dos olhos. Suspiro pesadamente. Isso parece surreal. Eu e Caleb, conversando sobre bobagens e rindo como se não tivesse nada de importante acontecendo no mundo. Omo se não tivesse uma guerra, como se não tivéssemos que achar Beverly, como se nossos amigos não tivessem preocupados conosco. Ah! Meu Deus! Eu não pensei nas meninas nem por um segundo! Que tipo de amiga eu sou?

—Temos que voltar.

Resmungo, suspirando frustrada. Meu momento de paz mal começou e já tem que acabar. Levanto e olho ao meu redor. Era claramente uma caverna. O chão era areia branca e quente, as pedras tinham musgo, e o ar era úmido, mas não muito. Uma lagoa de águas azuis esverdeadas se estendia no lado contrário da entrada da caverna. Caleb senta, me encarando com intensidade e me lembrando que estamos nus. Ele parece tão confortável desse jeito. Suas sobrancelhas estavam franzidas quando ele pergunta:

—Você quer voltar?

—Do fundo do meu coração? De maneira nenhuma. Eu quero ficar aqui! Pelo resto da minha vida. Aqui tem água e sol, e você. E sem monstros.

—Eu também quero ficar aqui.

—É uma infelicidade que temos que cumpri essa missão! E eles devem estar preocupados conosco.

—Não precisa tentar me convencer, Gwen. Vamos embora.

Diz, levantando e segurando minha mão enquanto me arrastava para o lugar de onde tínhamos saído. Provavelmente vamos ter que escalar a muralha de pedra até a entrada. O corredor de pedras tinha nosso cheiro marcado nas paredes. O lugar parecia igual exceto pelo fato que parece que o buraco em que caímos está mais perto. Não são mais cinco metros. É um metro e pouco, e ainda tinha uma ladeirinha que levava para o exterior. Que caverna esquisita é essa.

Começamos a subir a ladeirinha. Estava uma barulheira lá fora. Estavam discutindo o que fazer. Saímos para o exterior e vemos o acampamento montado. Arya, Stephan, Cyrus, Zoey e Emma estavam reunidos em volta da fogueira. Ethan estava mais afastado, pensando em alguma coisa enquanto afiava uma faca. Ninguém tinha percebido eu e o Caleb parados em frente a entrada da caverna. 

—Descemos também?

Pergunta Arya, os olhos azuis arregalados.

—É claro que não! Quem sabe o que tem aí dentro?

Responde Stephan, apesar de algo em seus olhos disserem que ele sabe bem o que tem dentro do poço. Não que eu me importe! Eu já fui e voltei viva.

—Não sei você, mas eu vou descer!

Retruca Emma, cruzando os braços e obstinada.

—Eu também.

Avisa Zoey. Olho para Arya, com os olhos ainda arregalados em um conflito interno. Seus lábios pareciam uma linha fina. Lugares escuros e fechados não são os preferidos da Arya. Quando ela chegou aqui era imperceptível, mas depois que se acostumou com a liberdade qualquer lugar escuro, pequeno e fechado faz com que ela trema de medo.

—O que? Claro que não!

Intromete-se Cyrus. Zoey levanta uma das suas sobrancelhas brancas como esse surto de protecionismo não fosse dirigido para ela. E semicerra os olhos verdes mar logo em seguida. Seus cílios pareciam um monte de espanadores brancos enfileirados.

—Você não manda em mim!

Retruca antes de olhar para Emma e para a Arya que estava mordendo os nódulos do dedo e seus olhos piscavam sem parar.

—Você vem, Arya?

—Não tenho a menor condição de ir.

Responde quase se desculpando por não ter coragem o suficiente para entrar na caverna. Considerando seu histórico em Fell é compreensível. As pessoas têm que conhecer seus limites.

—Eu vou ficar também! Vamos continuar na trilha, nós encontramos no rio.

Avisa Ethan, perto da Arya. Stephan não diz nada, mas já sabíamos que ele não ia entrar na caverna. Que segredo é que esse homem esconde? Parece que há uma nuvem nos olhos do Stephan, escondendo sua alma do mundo. Ele parece um mistério ambulante, o que é muito sexy a propósito.

—Eu vou com vocês!

Informa Cyrus olhando para a entrada da caverna com cara feia. Então sua expressão suaviza ao nos ver. Aceno com a mão para ele e dou um sorriso do tipo: Olha quem chegou! Cyrus olha para a mão de Caleb segurando afetuosamente a minha e fica, aparentemente, pasmado! Zoey olha para ele e pergunta:

—O que você tanto olha... Você quer parar de olhar para a Gwen pelada?

Opa! Achei que fosse para a mão. Zoey bate em Cyrus indignada e ele se assusta. Ela está prestes a ter um ataque de ciumeira e das bravas. O namorado da Zoey olha com olhos arregalados para ela, como quem não espera uma pergunta dessas.

—O que te garante que eu não estava olhando para o Caleb?

Pergunta Cyrus cruzando os braços, claramente indignado. Caleb cruza as sobrancelhas como quem não está gostando muito da conversa, principalmente depois que a Zoey olha para o Caleb como se ele fosse o inimigo, e olha para mim quase que pedindo ajuda. Gente, a Zoey já está achando que Caleb e Cyrus tiveram um caso. Nossa! Que ciumeira mais doida. Se Cyrus e Caleb fossem bissexuais eu saberia. Isso se espalharia na matilha rapidamente. Em Onyx rapidamente. De qualquer modo, é provável que Caleb estivesse sem matilha também. Ethan para o que está fazendo e começa a gargalhar desesperadamente.

—Cara, você está complicando sua situação.

Comenta Stephan, cruzando os braços, com um sorriso maroto na cara. Arya segura o braço da Zoey e a puxa para longe de Cyrus. Ela fala alguma coisa baixinha para a Zoey, que cruza os braços, e olha com raiva para seu namorado. Cyrus semicerra os olhos para ela. A primeira briga nunca é esquecida. Eu só queria não ser o estopim.

—Tem comida? Eu estou com fome!

Pergunta Caleb quebrando o clima que se formou, com um sorriso do tipo, por favor, me alimentem. Minha barriga ronca ao se falar de comida. Caramba! Como eu estou com fome!

—É melhor você ir se vestir primeiro, suas... Coisas já causaram muita confusão por hoje! E você também, Gwen.

Aconselha Emma, olhando para o Ethan que olhava para ela com um sorriso relaxado na cara. Gente, o que está acontecendo? Caleb beija minha testa e entra em uma tenda, enquanto eu entro em outra. Vesti alguma coisa foi um grande alivio. Nunca vou e acostumar a ficar pelada. Saio da tenda e sento-me perto de Caleb, que estava batendo um prato de comida. Quando se está com forme, a comida mais sem gosto do mundo é capaz de ser a mais deliciosa. Não sei qual foi a ultima vez que me alimentei, então... Jesus! Ração militar é uma manjar dos deuses!

—O que vocês fizeram esse tempo todo?

Pergunta Arya, me fazendo dar graças a Deus por estamos perto de uma fogueira, por que eu devo ter ficado vermelha até a raiz do cabelo. Caleb, em um tom profundo de vermelho, mastigando lentamente olha para mim. O encaro de volta e levanto as sobrancelhas. Como assim ele quer que eu responda?

—Vocês estão vermelhos.

Constata Zoey, levantando uma das sobrancelhas, nos desafiando a dizer que não. Ela cruza os braços ao perceber que Cyrus sentou perto dela. E olha com cara feia para ele. Cyrus a abraça e fala alguma coisa em seu ouvido. Seguro-me para não xeretar.

—É o calor?!

Diz Caleb mais perguntando do que afirmando. O sorriso de Arya é de quem sabe o que fizemos. Meu Deus! Por que não contamos logo e pronto? Aí que vergonha! Imagina quando minha família souber! Meu pai vai me matar! Não que ele vá precisar, vou morrer de vergonha antes.

—Por acaso é o calor do sangue subindo para o rosto de vocês ou do fogo?

—Do fogo, é claro.

—Vocês são péssimos mentirosos.

—Somos?

—E irresponsáveis.

—Foi mais forte do que nós!

Grito fazendo Caleb dá um tapa na própria testa. Ah! Meu Deus! Acabei de admitir que fiz algo irresponsável. Arya grita de animação e começa a fazer uma dancinha da vitoria:

—Eu sabia!

—Sabia o que?

Pergunto fazendo cara de inocente. Nunca vi alguém gostar tanto de está certa. Stephan olha para Arya como se nunca tivesse visto isso na vida. Os greateanos devem ter uma vida dura, por que nunca ter visto ou feito a dancinha da vitoria é triste. Talvez eles estejam muito ocupados criando armas para matar greateanos.

—Que você e o Caleb estão... Ficaram.

Constata Emma, coçando a sobrancelha. Acho que ficar não é exatamente o que fizemos. Eu espero que não seja. Por que para mim não é só físico. Eu tenho sentimentos pelo Caleb. E a sensação que sinto é de que o que fizemos não foi apenas casual.

—Só ficamos? Por que eu não sinto que foi só isso.

Pergunto ao Caleb. Ele nega com a cabeça e suspira pesadamente, antes de afirmar:

—Somos uma matilha agora.


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Notas finais do capítulo

Gente, comente, comentários é um animo a mais. E coincidentemente, eu acabei de descobri que o post desse capitulo está interligado com o post de hoje do Blog. Que é sobre o Caleb, aí embaixo está o link para quem quiser assessar:
http://raquelsendounicamenteraquel.blogspot.com.br/2016/10/inspiracao-para-personagem-caleb-sparrow.html

Beijos sadiquinhas, e até a próxima.



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