O Curioso Caso de Daniel Boone escrita por Lola Cricket, Heitor Lobo


Capítulo 32
Thank You


Notas iniciais do capítulo

Agora sim, chegamos ao fim. Neste episódio especial, Daniel Boone, num futuro onde ele adaptou sua própria história com Shawn Hans em um livro chamado "O Curioso Caso de Miles Banshee" (imaginem quem é o Miles), escreve um epílogo agradecendo a todos que fizeram possível o desenvolvimento da história retratada no livro e pá. Só que alguns dos agradecimentos podem ser direcionados a pessoas da vida real que estamos, como minhas amigas Natasha e Luce, VOCÊS, BOONERS DA MINHA VIDA e outros aí. Recebam com muito carinho... Thank You. Baseado na música de mesmo nome de Meghan Trainor e R. City.

PS. Excepcionalmente nesse finzinho não teremos notas finais porque não estou a fim, então quero deixar claras algumas coisas:
1. Comentem, por favor. Nem o epílogo passado teve comentários até agora e eu quero saber o que vocês sentem com essa despedida.
2. SIM, TEREMOS UNS EPISÓDIOS BÔNUS VINDO AÍ! Mas eles vão demorar um tantinho para chegarem por causa das nossas vidas atarefadas.
3. Obrigado. Por tudo. Em nome de Jack Wolf e Lola Cricket.



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Caro leitor.

Meu nome é Daniel Arthur Boone, e o que você está lendo aqui é apenas um epílogo depois do epílogo. O livro “O Curioso Caso de Miles Banshee” já acabou. Acalme-se, aquiete esse seu traseiro em seja lá onde estiver sentado — exceto se você estiver sentado ou sentada onde eu estou pensando. Aí você termina seus afazeres e depois venha ler, porque eu não aceito que você segure este livro com mãos impuras, TÁ ME ENTENDENDO?

Brincadeira. Faça o que você quiser, a vida é sua.

Faça o que eu não tive coragem de fazer. Faça o que Miles Banshee demorou eras para fazer. Você leu tudo, você fez parte dos fatos. Talvez você não faça parte dos porquês do Miles ter feito o que fez e não ter feito o que deveria — ou ele seria um irmão perdido da Hannah Baker num plot twist do caralho — mas talvez você entenda tudo, se tiver sentido o mesmo que meu personagem. Criei Miles Banshee com o intuito de representar todas as minhas experiências, toda a minha personalidade, todos os meus medos, paixões, todas as minhas manias e preocupações. Dei meu tudo para criá-lo, apesar de não ter tido o mesmo fim que ele teve — e é aqui que eu peço desculpas a você, caro leitor ou cara leitora, por ter matado o coitado.

Mas pense bem: se você ficou com raiva da morte dele, então você se importa com ele. E se você se importa com um personagem fictício que nada mais é do que a representação de tantos outros garotos mundo afora, que não aguentam seus próprios dilemas e sucumbem ao suicídio, então isso significa que você pode salvar outros Miles Banshee por aí. Existem milhares deles. E se um estiver perto de você? Salve-o. Mostre a ele um novo caminho para recomeçar e aceitar a si mesmo como um ser humano imperfeito para os críticos, mas perfeito para seu próprio entendimento. Salve um Miles Banshee. E se você for um Miles Banshee, então salve-se. Eu consegui me salvar. Eu cheguei perto da morte, assim como o personagem. Mas vi uma luz no fim do túnel. Vi Deus e ele me deu a chance de começar do zero. Vi que não precisava da aprovação dos outros para ser feliz e que tudo o que eu necessitava era da minha cachola para pensar no que eu queria fazer. E, pimba, corri atrás do que queria. Estou aqui agora. E até hoje me preocupo com quem não consegue enxergar uma esperança.

E se você está ciente de tudo isso, então você entendeu o curioso caso de Miles.

De qualquer maneira, você chegou até aqui, até o fim, então eu te dou agora meu mais sincero “obrigado”. Obrigado por ter permanecido aqui, lendo, mesmo quando a chuva de merda na vida do protagonista não dava sinais de que terminaria tão cedo. Obrigado por ter permanecido aqui mesmo quando parecia que Arthur Pentz venceria a guerra toda e destruiria os sentimentos do pobre Banshee de uma vez por todas com toda a sua heterossexualidade reforçada (sem necessidade disso, inclusive. Indireta pra vocês que insistem em mostrar que são machões pegando dezenas de mulheres. QUERIDOS, NINGUÉM LIGA PRA ISSO E NINGUÉM SE IMPORTA.) Obrigado por ter se interessado pela história desse sofrido que nunca pensou ser merecedor de apoio e atenção. Obrigado por ter lido meu trabalho. Você, com certeza, é um dos porquês de eu estar feliz hoje do jeito que estou e sou. Obrigado por ter dado suporte, por ter formulado uma opinião sensata sobre esse livro, por ter me elogiado ou me criticado pelo que escrevi. Você é importante para mim e para a sociedade, não importa quem você é.

Exceto se você for uma pessoa malvada. Aí talvez só seja importante para mim e não para o resto do mundo.

Agradeço também a Melanie Schmidt, minha melhor amiga virtual que depois se tornou minha melhor amiga real — dividindo o posto com Raven Fields, sua linda — e agora é minha vizinha de apartamento. Se não fosse por você, eu não teria coragem de por todos os meus sentimentos para este livro e personificado todos eles em Miles Banshee. Eu amo você, não importa o quê, e espero que sejamos amigos pelo resto de nossas vidas. Aliás, ainda espero você aceitar o anel de noivado do Peter porque vocês se merecem.

Não posso deixar de agradecer a própria Raven e também ao Peter Zaslavski. Minha vida definitivamente tomou um rumo melhor, mais leve e menos neurótico (desconfio dessa última parte, mas isso a gente ignora) quando conheci vocês dois. Meus melhores amigos de jornada no ensino médio, na rotina e nas loucuras que cometemos. Vocês não apenas seguraram minha mão quando precisei; foram além disso, apoiando-me inteiramente até mesmo quando eu pedia repetidas vezes para lidar com as coisas sozinho. Obrigado por não terem desistido de mim. De verdade. E por todas as vezes que vocês fizeram piadas sacanas com minha desgraça: vão se ferrar.

Agradeço a Ellis Marin. Minha mãe de sangue. O tempo passou e eu ainda penso em você, de verdade. Penso no que poderíamos ter construído juntos se você me aceitasse de volta como filho sem olhar para qualquer outra coisa minha. Penso no que poderíamos ter feito se você não deixasse minha sexualidade e minhas escolhas pessoais interferirem no nosso parentesco. Eu não queria que as coisas tivessem rolado dessa forma, mas você não colaborou, infelizmente. Espero que você esteja feliz seja onde for. Nunca desejei um mal grande para você. No mínimo quis que você sentisse na pele a dor que eu senti quando te ouvi me rejeitar no meu aniversário de 16 anos. Mas nada além disso, porque no fim das contas, você é a minha mãe.

Quero dizer “obrigado” para o homem que inspirou Arthur Pentz. Aquele que quebrou meu coração e o de Miles Banshee também. Querido, você me estraçalhou por completo e eu escrevi um livro estraçalhando sua reputação, praticamente. Então, obrigado. De verdade. E vai se ferrar você também, aliás.

Quero agradecer também a quem escreveu e produziu todas as músicas que ouvi enquanto escrevia este livro. Elas me ajudaram não só a fazer os capítulos fluírem, como também foram parte importante da minha recuperação mental completa. Elas me fizeram perceber que ainda haviam restos de um passado esquecido em mim, e agiram como uma plena terapia. Obrigado a quem as gravou com a voz também. (Especialmente você, dona Taylor Swift, por ter reinado no top de artistas com mais canções na minha playlist.)

 

Atenciosamente e sem um pingo de misericórdia dos leitores,

Danny.

Razão pela qual Daniel Arthur Boone não agradeceu a Tio Andy, Aaron, Klaus e Lucian: as personalidades desses personagens são fictícias — exceto Klaus que é todo fictício. Uma pena que euzinho aqui ainda não tenha encontrado o amor da minha vida e por isso inventei alguém que fosse — e eles não necessariamente contribuíram pra Daniel ser uma pessoa melhor.

E com “Daniel”, estou referindo a mim mesmo, Jack Wolf. Pois é, gente. Que vida.

“Quando ninguém estava lá, você estava lá por mim. Quando ninguém se importou, você ainda se importou comigo. Você me mantém humilde, me mantém focado todo dia. Você sabe como por um sorriso no meu rosto. E quando eu penso em você, todas as minhas preocupações somem. Oh, eu ouço suas palavras, elas não passam despercebidas. Você sabe que sem você, eu não tenho nada. Você é eternamente leal e sabe que eu te adoro. Por isso, eu quero te agradecer.”

— Meghan Trainor & R. City, “Thank You”


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