The five dreams escrita por Yasmin


Capítulo 7
Capitulo 7 — Reciprocidade


Notas iniciais do capítulo

Desculpa, desculpa e desculpa.
Prometi postar em dois dias, caso fossem generosas. E vocês foram meninas.
Obrigada, fiquei feliz, bastante feliz.
Porém, falhei com vocês.
Mas juro que tenho uma boa justificativa:Por onde começar, eu fiz uma viagem a trabalho(não tem meia hora que cheguei).
Ia fazer um treinamento com relação ao meu trabalho.
Adivinha o que aconteceu?
Extraviaram minha bagagem.
Quer dizer, uma mulher pegou minha bagagem por engano alegando que nossa malas eram iguais, exceto pelo fato da minha ter meu nome escrito em letra de forma, tão grande, mas tão grande que até minha vó que tem sérios problemas de visão conseguiria ver.
Enfim, minha mala foi parar em guarulhos enquanto eu estava na capital SP.
E eu, gente sou bastante esquecia, quando viajo só ando com minha bolsa.
O restante eu despacho e advinha? Meu notebook estava na mala, tudo estava na mala.
Passei dois dias ilhada no hotel, sem roupa, sem computador e ainda perdi o treinamento porque tudo estava no computador.(Chorei litros).
Mas agora esta tudo bem, estou em casa com meu bebê(notebook) e estou atualizando a historia.
Falando nela, espero que gostem bastante.
E informo que so postarei novamente na semana que vem, pois tenho que atualizar APV, que se Deus quiser ganhará um novo capitulo esse fim de semana.

Há, vou responder os comentários de cada uma, li todos e amei cada um deles.

Boa leituraaa...




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Qual é o tamanho da dor da saudade? A que ela pode ser comparada e onde pode caber um sentimento tão grande quando perdemos a quem mais amamos?

Há exatamente sete anos, eu estava cremando o que sobrou da minha família. Lembro como hoje da semana mais triste da minha vida. A semana que perdi meu chão, meu céu e tudo que necessitava pra respirar. Nem enterrá-los dignamente foi possível. Não havia restos mortais suficientes. Porém não concordei enterrá-los em caixões vazios e escrever seus nomes em uma lápide. Não os queria presos ali com outros corpos de gente que não conheço, que nunca vi.

Aos dezessete anos precisei me encontrar, desencontrar e me encontrar novamente. A busca do meu equilíbrio só veio aos dezenove quando precisei decidir o que fazer com minha vida.

No ensino médio, tudo que me preocupava era com os garotos. Eu não era a nerd da minha casa, era mais como a ovelha negra da família. Prim, minha irmã mais nova, tinha herdado todos os gênesis inteligentes dos meus pais. Seu sonho era ser veterinária e abrir um abrigo para animais.

E o meu sonho? Meus pais sempre me incentivaram a entrar para Juliard. Diziam que se eu quisesse uma vaga conseguiria de olhos fechados, porque, talento herdei da minha mãe que era professora de música.

Embora todo o talento eu sentia que não era esse o meu carma. Eu queria ser livre, um dia estar aqui, outro dia não sei. Primeiro eu queria sair pelo mundo, conhecer o desconhecido, me conhecer e só depois com muita certeza, escolheria a minha profissão. Eu poderia ser de manicure a babá. Eu só queria ser o que eu queria ser.

Mas, nem tudo acontece como queremos. Prim não se tornou veterinária e eu não tive meu momento nômade da vida e então me tornado a melhor pianista da turma de 2008.

Apesar das interferências, estou aqui seguindo o sonho de Prim. Toco o piano aos domingos e tenho minha família comigo. Só basta sentir o vento. Não tenho suas cinzas guardadas em  um recipiente de vidro como costume. Eles estão por toda a extensão dessa praia. Era para cá que estavam os vindo, quando tudo aconteceu. As férias de verão que mudaram minha vida.

Geralmente, essa data passo no farol. Fico lá em cima, horas e horas pensando na vida. Pensando em como seria minha vida se eles estivessem comigo.

Mas hoje será diferente, não estou sozinha. Quer dizer, nunca estive. Maia sempre esteve ao meu lado. Como minha melhor amiga. Parece que ela sente quando essa data se aproxima. Me segue pela casa toda, onde estou ela vai atrás, igual a minha sombra. O que me deixa irritada as vezes. Brigo com ela, que me ignora como sempre. Já ameacei jogá-la para os tubarões, mas nem assim me abandona. Exceto pelo Ruffus, o amor de sua vida.

Já tem um bom tempo que gosta dele, fica alegre, saltitante e surda. Os homens da família Mellark parecem feiticeiros. Porque tanto ela, quanto eu estamos caídas por esses bruxos.

Ontem, à noite foi perfeita. As rosas, os beijos, o Bruce, os beijos de novo. Peeta me beijou de uma forma que nunca fui beijada. Me fazendo sentir uma coisa pela qual tenho esperado a vida toda.

Já tinha ido a outros concertos, mas de longe esse foi o melhor. Tê-lo ao meu lado foi um luxo. Mesmo implicando com minha roupa e me chamando de velha e gorda, percebi o quão diferente ele é, dos garotos que já fiquei. Sim, garotos! Richard, Jason, Gale. Apesar da idade todos eles eram apenas garotos que ficavam animados apenas por olhar o decote de uma mulher. Mas, Peeta foi diferente, não que ele não me olhado quando desci as escadas. Sua reação protetora foi estranha e fofa, ficou bastante preocupado em me esconder. Quando me vesti daquela forma, não era para chamar sua atenção, nada desse tipo. Eu só queria reviver um dos vários momentos felizes que tive ao lado do meu eterno herói. Meu pai. Lembro de nossa ida ao show do Bruce. Me recordo que ele tinha um compromisso importante no dia seguinte, mas nem assim autorizou minha ida sozinha com Clove, uma amiga de infância. Ficamos a madrugada toda em frente ao estádio de futebol. Conseguimos os melhores lugares e no final tiraramos uma foto com o Bruce, que guardo com muita lembrança.

—Pronta? — Diz Peeta entrando pela porta. Depois do concerto viemos direto pra minha casa. Não aconteceu nada de novo! Dormimos juntos pela segunda vez. Me beijou um pouco e ficou um bom tempo acariciando meu cabelo, o que é um sonífero para mim. Hoje acordou cedo e animado dizendo que iria na sua casa,  e logo voltaria. Mas antes, pediu que me arrumasse com roupa de banho, porque iríamos em um lugar diferente.

—Temos uma praia aqui no meu quintal Peeta, porque precisamos sair daqui? —Falo ajeitando meu óculos de sol e a bolsa de praia no braço esquerdo.

—O mar daqui não é apropriado para o quero fazer, anda Katniss. —Está vestido de uma camisa regata, deixando amostra seus braços fortes e poucas sardas na sua pele branca. Meus olhos não desgrudam do seu corpo. Estou em uma séria crise de abstinência, visto que já faz um ano que não fico intimamente com um homem. Não sou descolada a ponto de fazer sexo casual. Porém, estou me desesperando. Peeta é muita tentação, ele desperta todos os meus demônios.

—Está babando Everden! —Fiquei tanto tempo o admirando que nem percebi sua aproximação. Ele sorri, segura meu queixo e direciona meu olhar no seu. —Eu limpo! —Diz olho no olho, passa seu polegar delicadamente nos meus lábios. Seu dedos seguram firme meu maxilar, em seguida cola sua boca na minha me deixando enlouquecida como sempre.

—Eu atendo! —Escuto o toque do telefone, então me afasto rapidamente ignorando o quão minhas pernas estão bambas pelo beijo ardente recebei.

—Katniss, acho que tenho uma solução para os seus problemas! —Reconheço a voz de Magde. Enquanto Peeta estava fora, telefonei a ela dizendo que não iria no salão como faço todos os sábados e aproveitei a deixa para relatar resumidamente meu dilema com o loiro.

—Oi, solução? Que solução? —Digo disfarçando. Pois meu telefone fixo é de fio, então não consigo sair de perto do loiro que também não desconfia em me dar privacidade.

—Ele está ai é? —Pergunta rindo.

—Sim! —Ele me olha desconfiado e se joga no meu sofá.—Sim, hoje está bem quente! — Tento disfarçar. — Mas, me fale mais dessa solução, por favor.

— A regra do quinto encontro Katniss! Fique com ele depois do quinto encontro. Sempre busco aplicar essa regra. — A tão famosa regra de Madge Underse: Nunca dormir com o cara à primeira vista. Não que eu faça isso, mas tá um alento com Peeta. —Já saíram quantas vezes? —Quantas vezes? Vale contar os dias que nos vimos? Bom, teve o jantar, a pizza, o tapa, o concerto e hoje.

—Hoje conta? —Pergunto esperançosa.

—Claro que conta! E ai, quantas vezes?

—É, já cheguei no quinto então. —Falo entrelinhas. —E agora, o que devo fazer?

—O obvio, tire a roupa dele horas.

—Sabe que não é só isso! —Contei a ela que sinto coisas além de atração, não quero ser só uma transa casual pra ele e vice versa. Também tenho medo de me entregar e no dia seguinte acordar com a cama vazia. Nunca fiz isso, só tive intimidade com relacionamentos sérios. Se for pra ser uma aventura, prefiro não tê-lo, mesmo com todo o desejo que sinto.

— Há Katniss, precisa se arriscar, vai que ele também está gostando de você. Alguns homens precisam de contato físico pra poder se declarar sabia? Assisti isso no programa da Oprah. — Essa Oprah é meio doida e só convida doidos para seu programa. Ela não tem credibilidade comigo. E se ela queria me ajudar, não funcionou. Estou ainda mais confusa.

—Preciso conversar, podemos nos ver mais tarde? —Quero me abrir com alguém maduro o suficiente, que possa ao menos escutar sem me criticar. Acho que ela será útil.

—Ok, te vejo na Orla.  Preciso desligar, até mais tarde. Lembre-se, tire a roupa dele. — diz antes de desligar.

Coloco o telefone no gancho, procuro por ele que na sala não mais se encontra. Pela porta da sala o vejo colocando nossos cães dentro da picape que hoje dirige. Na carroceria há uma prancha de surfe.  Como um cavalheiro ele abre a porta do passageiro para mim. Um cavalheiro rabugento, porque está com uma carranca que assusta. Espero ele se acomodar no banco do motorista, então digo:

— Você é bipolar? Se for pra ficar com essa cara azeda do meu lado, me fala que já desço agora. — Falo isso lhe encarando. Se sua expressão antes era uma carranca. Agora parece que  vai matar alguém.

—Katniss, se não quer ir, sinta-se à vontade para recusar o convite, não precisa arrumar desculpas. —Sua fala é categórica e em um tom elevado. Logo em seguida  destrava as portas do carro. É como se estivesse me expulsando do seu carro. Respiro fundo buscando toda paciência que tenho dentro de mim, porém não penso duas vezes em fazer o que me pede.

—Você precisa se tratar, sabia? — Digo antes de sair, pois ele me deixa louca essas mudanças de humor e como hoje não estou no meu melhor dia, meu pavio está curto.

— E você, Katniss, o que você precisa? —Segura meu braço e sua fala é ríspida. — Porque, juro que não sei. — Penso em responder sua grosseria, mas o ignoro descendo do carro. Prometeu que não faria mais essas cenas, e vejo que não cumpre suas promessas. Abro a porta para Maia, que sai do carro sem nenhum comando.

Levo alguns segundos para abrir a porta devido a chave que deu um jeito de travar. Mas assim que consigo sou impedida de entrar pelas mãos que seguram meu braço.

—Me desculpa katniss!

—De novo? Quantas vezes vou ter de desculpar. Essas suas atitudes são idiotas.

—Eu sei! Mas... você... —Parece que quer falar alguma coisa e não tem coragem.

—Eu o que Peeta? —Pergunto já no meu limite. — Na quarta passada, me culpou por suas ações. Agora de novo!

—Você me deixa maluco sabia? Acabou de marcar com outra pessoa na minha frente e quer que eu haja naturalmente? —Fico alguns minutos analisando seu jeito. Seu rosto está vermelho e sua mandíbula trincada.

—Não tenho que dar satisfações a você Mellark. Mas só pra você conseguir ficar mais tranquilo, te digo que era uma amiga. Agora pode ir. — Puxo meu braço e entro na minha casa, o que ele pensa que sou? Uma, qualquer que sai com vários homens ao mesmo tempo? Não sou uma certinha, nunca fui. Mas tenho meus princípios, não fico com qualquer pessoa só por ficar.

—Amiga? —Ele pergunta com cara de arrependido.

—Madge. — Digo colocando minha bolsa no cabideiro, revelei o nome fácil assim, porque sei de sua persistência. — Mais alguma dúvida? —Falo com as mãos na cintura.

—Não. Podemos ir, se quiser. —Aponta para a porta, seu temperamento é inacreditável. Age como se nada tivesse feito.

—Não vou a lugar nenhum com você.

— Só por essa discussãozinha boba Katniss?

— Claro! O dia mal começou e seu lado insuportável, já está dando o ar da graça. Muito obrigada Peeta. Adorei sua companhia ontem, obrigada pelas flores e todo o resto. Nunca vai dar certo mesmo, porque não vai cada um para o seu lado. — Tento soar decidida, odiando essa ideia de cada um ir para o seu lado. Me considerava uma pessoa vida loca, que não tinha medo de se  arriscar. Mas acontece que até então nunca tinha sentido as sensações que ele causa em mim. É como pisar em brasas, tendo a consciência que vou me queimar.

—Não sou assim sempre Katniss. Sai de um relacionamento longo e ciúmes é um sentimento que ainda não tinha experimentado.—Ele disse ciúmes? Ele disse ciúmes. Minha mente vai a mil por hora com essa revelação. Há, mas e se for somente um sentimento de posse? Homem tem dessas coisas, querem ser o macho alfa do harém.

—Isso não justifica suas grosserias. Não é a primeira vez que grita comigo. Tive vontade de te esfolar Mellark.

—Eu sei. — Ele não vai desistir, assim como 99% por cento do meu corpo não quer que ele desista. — Mas, não vou dizer que não farei de novo, porque é impossível saber, mas vou tentar me controlar. — Se aproxima levando minhas mãos na boca.—Vamos pro nosso passeio gordinha? —Sua fala sai com de uma criança travessa, bato nele pelo apelido que colocou, desde ontem me chama assim. —Pronto, já descontou sua raiva, agora podemos ir? —Pede novamente oferecendo sua mão para mim. Repenso se devo ceder assim tão rapidamente. Mas logo vem em minha mente que seu tempo na cidade está se esgotando, que eu deveria parar de querer saber o futuro e viver o presente. Toda essa resistência que dedico a ele é porque estou apavorada com os sentimentos que desperta em mim.

Levamos mais de duas horas ao local planejado. Ele me trouxe para a praia dos surfistas, o local mais apropriado para tal esporte. Quando revelou sua paixão pelo Surf fiquei espantada. Jurava que era um sedentário rabugento de escritório. Ele está à meia hora nas suas ondas enquanto eu tomo um pouco de sol. Confesso que estou admirada com sua habilidade, parece um profissional.

— A água está deliciosa! — Afunda a ponta de sua prancha na areia e se põe ao meu lado, rapidamente me sento.

—Imagino!—Respondo abraçando meus joelhos preguiçosamente. Se eu não sou discreta quanto aos meus olhares, ele muito menos, pois não desvia os olhar do meu corpo.

—Ela é bastante ciumenta! – Fala olhando para Maia, que late para uma fêmea que se aproximou do Ruffus.

— É, ela é bastante ciumenta! Parece com você. —Ele me olha por um tempo e depois responde:

—É zelo senhorita, vai entender, quando sentir o mesmo. — Olho intensamente pra ele tentando captar o que quis dizer com essa declaração. De repente uma luz de esperança se acende dentro de mim. —Vem, vamos dar uma volta. — Diz interrompendo meu pensamentos e me ajuda a levantar.

— O que  está fazendo maluco?—Ele me coloca no ombro e entra na água. Logo Maia e Ruffus se juntam a brincadeira e quando cansam, começam a perseguir as garças que pousam na areia. Já eu, fico o tempo todo fugindo do contato do loiro, o que se tornou um alento para mim. Parece prova de resistência e, quanto mais eu fujo, mais ele parece, determinado em se aproximar.

—Porque está fugindo de mim?—Fala assim que consegue me prender nos seus braços. — Se é pela minha idiotice de hoje cedo. Me desculpa.

—Não é! —Tento buscar algo coerente para dizer, mas nada encontro. Logo seus braços rodeiam minha cintura de modo possessivo e seus lábios deixam trilhas pelo meu pescoço. Apesar da água fria, sinto sua pele quente na minha. Nunca esteve tão intenso como hoje.

—Eu quero você.. —Ele fala no meu ouvido. ”Eu também quero você”, penso em dizer. Mas é impossível dialogar com ele grudado sua boca na minha.

Certa vez eu li que um beijo de língua faz com que você movimente 29 músculos e perca cerca de 14 calorias. Juro que se continuarmos nesse ritmo, ele nunca mais poderá me chamar de gordinha. Estamos tão absortos em nós mesmo que só notamos a enorme onda já em cima da gente. Sou jogada para um lado e ele para outro. O impacto foi tão forte que foi capaz de soltar os fios da parte cima do meu biquíni florido.

—Machucou?— Pergunta. Já estou de pé segurando as partes do biquíni com uma mão e tentando amarrar os fios com a outra. —Eu te ajudo. — ele se aproxima bem devagar, amarra o fio nas minhas costas e em torno do pescoço depositando vários beijos ali. —Vamos? —Sussurra e confirmo com a cabeça.

No caminho até em casa, quase não falamos. Eu fico admirando a paisagem ou acariciando a pelagem de Maia que teimou em vir no banco da frente comigo. Mesmo com a presença de Peeta, não consigo esquecer a data que hoje representa. Não que eu queira ou que isso seja possível. Mas, me pego aérea em vários momentos. Ele já percebeu.

—Está calada hoje! —Segura minhas mãos, deixando um beijo carinhoso no dorso de minha mão.

—Claro! Me acordou às seis da manhã. Geralmente no sábado só levanto depois do meio dia.—Falo isso porque não quero falar sobre hoje e chorar na sua frente.

—Já estamos chegando, vai poder almoçar e ter seu sono de beleza madame. Não se preocupe. —Diz isso, e volta atenção a estrada.

Acordo com seus beijos no meu rosto, acho que dormi o caminho todo. Me desespero quando reconheço sua casa de não a minha.

—Porque estamos aqui?

—Porquê é minha casa, sempre vou na sua. Não há nada demais você vir na minha. —Me sinto nervosa com isso. Sei que sua mãe não está, mas tem o Darius, a Teresa e vai que tem mais alguém da família.

—Não sei Peeta, não quero invadir sua privacidade. Quer dizer da sua família.

—Para de frescura, venha, estamos sozinhos. Mesmo se não estivesse, minha mãe te adora. —Sorrio com sua fala, ele me puxa para dentro da sua casa que é na verdade uma enorme mansão. —Falando nisso, enquanto você toma um banho vou telefonar pra ela.

Quando disse para colocar uma roupa extra na minha bolsa pensei que estenderíamos o passeio para algum restaurante ou sou do tipo. Mas  já tinha planos de virmos pra cá. Ele me leva para seu quarto onde tem um banheiro enorme. Enxergava como um homem organizado. Mas é bastante bagunceiro. Seus pares de tênis estão pelos cantos, um pouco de roupa amontoada em cima de uma mala. E uma televisão de 50 polegadas que toma conta da parede do quarto.  Seu banheiro tem seu cheiro, shampoo de coco e loção de barbear.

Depois que tomo banho saio do banheiro já vestida e cabelos penteados. Fico observando suas coisas, algumas fotografias. Depois que mato minha curiosidade, luto comigo mesma pra não organizar sua escrivaninha que possui livros e mais livros empilhados. Parece ser estudioso, muitas são doutrinas de matemática e engenharia que é sua profissão.

—Está pronta? Me arrumo em cinco minutos. —Fala indo para o banho.

Dez minutos depois ele me leva até a cozinha. Que nos espera com um banquete na mesa.

—Quem fez? —Pergunto curiosa. O cheiro está divino.

—Tereza, nossa cozinheira, mora na casa dos fundos. —Ele fala apontando para a porta e consigo ver uma residência mais humilde que essa.

Depois da manhã agitada e cansativa, não fico acanhada. Água sempre me dá muita fome. Então como com muita vontade. Já ele, me olha não acreditando, mas não tece nenhum comentário.

—Muito açúcar faz mal, sabia? —Já estamos na sobremesa. Ele na sua terceira porção do mousse de chocolate.

—Sou viciado em doce. — Sorri como criança.

—Percebi. —Me aproximo e limpo um pouco de chocolate que está no seu queixo, ele me puxa para um beijo intenso que envia ondas de choque por todo meu corpo, aumentando o meu fluxo sanguíneo.

—Quer ajuda com a louça?—Interrompo suas mãos que já passeiam pelo meu corpo. Sei que não vai dar mais para adiar esse momento. Porém, me sinto nervosa.

Ele se recompõe, mas não aparenta nenhum tipo de nervosismo. Enquanto ele lava eu seco, da janela consigo ver Bee e seus filhotes roliços que andam de forma desastrada.

— Quer dormir um pouco? —Fala assim que termina, arregalo os olhos com seu convite. Pois sei que dessa vez, não será um simples sono. Hoje ele está empenhado, seus toques estão mais atrevidos e certeiros. 

—Tudo bem! —Minha voz sai baixa, ou quase não sai. Ele me abraça por trás e Indica o caminho do quarto enquanto deposita beijos no meu pescoço. Digo a ele que preciso ir no banheiro. Pego minha bolsa onde guardo um kit de higiene que sempre levo comigo. Escovo meus dentes, limpo o suor que se acumula em minha testa. Fico uns cinco minutos sentada na privada.

Abro a porta bem devagar, as janelas estão fechadas, somente com a TV ligada e o loiro deitado apoiando a cabeça nos braços jogados para trás. Deito do outro lado da cama, fingindo prestar atenção no filme que colocou.

Ele ri de mim ou do cena do filme. Minutos se passam e ele não faz nada. “Porque ele não termina logo com isso?”Penso em dizer. No intervalo do filme ele puxa assunto sobre meu gostos, conta um pouco de sua infância. Logo estamos trocando informações sobre nossas vidas. Ninguém mais presta atenção em filme nenhum. Acho que passamos horas conversando coisas profundas sobre nós mesmos. Fico pensando que se o tivesse conhecido antes sentiria tudo e mais um pouco do eu sinto agora. É tão fácil gostar dele, mesmo com suas implicâncias para comigo.

 A medida que o tempo vai passando o sinto cada vez mais perto de mim. Mas, ainda esta desnecessariamente longe de minha boca. Quando o silencio volta a reinar, pergunta sobre as viagens que já fiz. Revela que viu minhas fotos, e gostou muito das fotografias dos índios da Amazônia que tirei.

—Aprendeu arco e flecha na floresta?

—Aprender eu não aprendi não. Mas tentei. —Falo rindo, fiz isso quando me aventurei no meio daquela selva. Um dos lugares mais incríveis que já fui.

—Você me surpreende a cada dia sabia?—Sinto sinceridade nas suas palavras.

—Porque?

—Parece que te conheço ha anos. É linda, engraçada, independente, reza aos domingos e, é aventureira. É diferente das mulheres que conheço.—Estava deitada com a cabeça apoiada no seu braço. Me aproximo mais um pouco escondendo minha vermelhidão na sua camisa de algodão.

—Obrigada vizinho, pra quem me chamou de  gorda velha ontem. É  bom saber que subi no seu conceito. —Ele gargalha, até sua risada é linda.

— Você não é velha, muito menos gorda. Me desculpe de novo. —Segura meu queixo, me olhando entre meus olhos e minha boca. —  Você é a mulher mais linda que já vi, Katniss. — Me encara por alguns segundos e então ele me beija.

Beijou novamente e repetidamente. Logo eu estava sentada em cima de seu quadril. Levantei meus braços para que tirasse de uma vez por todas aquele pedaço de pano entre nós. Sem cerimônia ele fez, tirou peça por peça. Tudo aconteceu em câmera lenta, as nossas roupas jogadas ao chão, seus toques descobrindo partes novas no meu corpo. Minhas unhas nas suas costas largas, nossos movimentos, corpos suados e gemidos  que se perduraram por horas. O desejo entre nós era recíproco, ficar juntos uma única vez, não seria suficiente para aplacar toda vontade que estávamos um do outro. Senti-lo dentro de mim, me fez ter certezas. Certezas, que não consigo guardar só pra mim. Enquanto ele ainda se movimenta dentro de mim e beija minha boca, sussurro algo que poderá determinar o rumo de nossa historia.

—Te amo Peeta Mellark. — É bom sentir e dizer a coisa pela qual tenho esperado a vida toda.


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