Instituto Helios Arcana escrita por Levigarian


Capítulo 2
A missão de Noé




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A chuva cessara durante a madrugada, e no quarto de Noé, estava o novo aluno do instituto, ambos dormiam em sono profundo, embora Noé se mexesse com frequência em sua cama continuava a dormir, parecia estar tendo pesadelos.

Uma viela de uma cidade antiga, escura e sombria, algo se movimentava nas sombras, em uma das paredes na curva a frente estava Noé, suado e arfante, olhando com cautela pelo caminho que devia ser seguido. Seus olhos adquirem um tom de roxo e olha para as sombras, não consegue ver nada além de pessoas dormindo em suas camas dentro das casas. Se sua visão de calor não detectou, isso significava que não era humano, seus olhos retornam ao azul natural, ele ajeita os óculos, empunha seu arco e puxa uma flecha da aldrava. Posiciona a flecha no arco e atira contra a escuridão, uma forte luz é liberada no momento que a flecha acerta algo, uma enorme sombra é projetada, e Noé consegue ver do que se tratava, um trasgo das sombras perambulava por ali.

Com um gesto de mãos, alguém se movimenta rapidamente para a viela, e Noé desperta com o bater de asas em sua janela.

Noé pega seus óculos na mesa de canto a de sua cama e o coloca, olha para o seu colega de quarto e ele parecia já ter levantado, olhando para janela para ver o barulho que o acordara, ele repara se tratar de seu falcão Altor, abrindo a janela de um salto, Altor adentra o quarto e pousa nos pés da cama, em sua perna está amarrada um bilhete.

Desamarrando com cuidado, Noé abre o bilhete, vê que se tratava de sua próxima missão, em uma cidade com poucos habitantes, onde as pessoas estavam sumindo durante a noite. Com um suspiro um tanto cansado, se perguntava quem chamaria para a missão, ou teria que ir sozinho novamente.

Altor sai pela janela e some pelo céu, Noé veste seu uniforme e segue para fora do quarto pensando em sua missão, ele deveria partir logo pelo entardecer, então precisava achar um parceiro logo.

Seguindo para a mesa do café da manhã, Noé passa por Klaus, lembrando de sua promessa da noite anterior, se dirige a ele.

—Bom dia Klaus, recebi uma missão, e como você disse ontem, me ajudaria com ela. Ainda está de pé essa promessa?

Klaus abre a boca em um bocejo, coça o queixo e olha Noé com uma cara de pouco caso.

—A sim, lembro de algo do tipo, mas hoje não posso, tenho uma missão na cidade grande, uma escolta, pode ser uma outra vez?

Noé assente com a cabeça, não era bom em insistir, via que seu amigo estava ocupado, então nada poderia ser feito, não pensara em mais ninguém que quisesse acompanhá-lo, e isso o deprimia.

— Eu vou com você.

Noé olha para trás, não notara que Uriel estava próximo deles, ainda surpreso com as palavras do jovem, não sabia o que responder. Klaus olhava Uriel com revolta, não esquecera da noite anterior onde tomara uma surra.

—Então? Posso ir com você?

Noé volta a si e responde um tanto nervoso.

— Claro, claro, mas você tem certeza? Quase ninguém costuma ir em missão comigo.

— Sem problemas, eu irei, que horas partimos?

— Ao entardecer, vou preparar meus equipamentos, até depois então.

Noé sai apressado ruma as cozinhas para um café rápido, mas antes disso aperta a mão de Uriel e agradece.

O dia passara calmo, Noé ficara a maior parte do tempo na sala de alquimia, preparando flechas encantadas.

Além de um mago de análise Noé tinha habilidade com arco e flecha, e sempre preparava suas flechas com substancias mágicas aprendidas nas suas aulas de alquimia, sempre muito dedicado, tentava fazer o seu melhor, poderia não ser um mago tão útil, mas sabia se virar em uma emergência.

O entardecer surgia, Noé esperava a porta da Mansão com uma bolsa ao lado do corpo onde levava suas poções de cura, com o arco atravessado no ombro e uma aldrava de flechas as costas.

Uriel chega munido de uma mochila e nada mais, Noé se impressiona, mas decide não perguntar, não sabia o que tinha na mochila.

— Podemos ir? Pergunta Uriel.

— Claro, esperava você, vamos usar os tele transportes ou quer fazer a viagem caminhando, afinal a cidade não fica longe daqui, e se andarmos rápido podemos chegar ao anoitecer, no momento que os ataques acontecem.

—Podemos caminhar? Não sou muito fã de tele transportes, e gosto de admirar a paisagem.

Como haviam concordado caminhar, ambos seguem caminho, passando por campinas, pequenos córregos e bosques. Deram a sorte de ver uma ninfa do ar brincando na copa de uma arvore.

Por todo o caminho Noé permaneceu calado, somente observando com o canto dos olhos o seu parceiro, não queria ser rude e fazer as perguntas que surgiam em sua mente. Mas foi Uriel o primeiro a se manifestar.

— A quanto tempo você está na instituição?

Noé foi pego de surpresa, afinal ninguém costumava interagir com ele. Ajeitando seus óculos, um hábito de quando ia responder alguém.

—A dois anos e meio, Mestre Tonos me encontrou em um povoado que hoje já não existe mais, foi atacado por uma horda de ogros, eu não tinha família, o Instituto Arcana pode-se dizer é minha casa.

Uriel assente.

— Também não tenho família, eu perambulava por uma cidade grande, até o seu patrono Tonos me encontrar, ele falou do meu potencial, e que havia um lugar que eu gostaria de conhecer, onde eu poderia aprender a usar melhor a minha magia.

Noé fica impressionado com a colocação, usar melhor, e não se contém.

— Mas você tem um grande poder, nunca vi um usuário que pudesse usar mais de um tipo de magia, nem meu Mestre Tonos, fiquei fascinado com sua habilidade.

Com medo de ter exagerado, Noé se cala.

—A isso, poder usar mais de um tipo de magia, eu posso porque como disse Tonos, sou um usuário de magia da vida, e isso é mais fácil para nós.

— Sabia!

— Me desculpe? Sabia o que?

Uriel olha confuso para Noé.

— A sim, ontem Klaus pediu para eu analisar seu poder, e descobrir que tipo de usuário você era, mas não pude fazer má leitura, você estava ocultando através de um feitiço, mas pude ver seu protetor, pelo menos achei ser um protetor, como já havia lido a respeito de usuários de magia da vida, deduzi assim.

Uriel assente e dá um sorriso para Noé.

— Arbus me contou que você estava me analisando ontem a noite enquanto eu dormia, não se preocupe. Uriel tornou a falar ao notar que Noé se constrangeu e aparentou ficar nervoso.

— Tudo bem, muitos ficam curiosos para saber como posso usar mais de um tipo de magia, mas sou humano Noé, embora você não tenha conseguido sentir isso, devido a meu poder é quase impossível detectar o meu ser, mas você é uma pessoa boa, não entendo porque segue ordens, daquela cabeça quente denominado Klaus.

Absorvendo toda a informação nova, Noé não nota a pergunta e ao voltar de seu estado de viagem responde Uriel.

— Ele é uma pessoa boa também, só gosta de se fazer de forte, mas tem um coração bom, pode parecer rude às vezes. Noé sorri com a cabeça baixa.

— É verdade, seu protetor, você o chamou de Arbus, certo?

Uriel assente novamente.

— Já li sobre ele, é um dos quatro guardiões dos portões do sul, ele é responsável por cuidar do elemento terra e floresta, que trabalham muito bem juntos, grande habilidoso com as defesas, o senhor das florestas do sul.

Uriel solta uma gargalhada, e se contém por breves momentos.

— Ele gostaria de ouvir isso, Arbus está comigo desde sempre, ele me protege, ao sentir minha magia se ofereceu para ser meu protetor, ele deixou os portões do Sul há muito tempo, em busca de um usuário de magia da vida, ao me encontrar se prontificou a me proteger, eu o considero um grande amigo...

Os dois param de falar ao chegar na entrada de um pequeno povoado, as janelas já estavam fechadas, a noite chegara com sua delicadeza e escuridão, a cidade que ambos deveriam ir.

— Chegamos.

— É o tempo passa quando conversamos, devíamos fazer mais isso.

Desta vez Noé assente.

— Vou preparar um feitiço de localização, posso fazer daqui mesmo, só fique mais para trás.

Uriel concorda e fica um pouco mais atrás, enquanto isso Noé retira uma joia de cor âmbar e coloca na sua palma da mão. Recita algumas palavras e a joia solta um pulso de energia que percorre por toda a cidade, nada de anormal fora detectado, somente humanos. Noé estranha, e decide adentrar a cidade.

— Vamos ter que entrar, não detectei nada de estranho

Uriel vai à frente seguido de Noé, juntos entram na cidade e a noite chega finalmente, tornando tudo um breu só.


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