Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira


Capítulo 15
A nova Webicon




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A noite fria caía em Seattle. A família Benson aquecia-se com cobertores na sala de estar, sentados todos juntos no sofá. Eddie recostado a Freddie e Nick recostado a Sam. Isabelle sentada na poltrona ao lado com Bolinha no colo e o celular na mão, teclava com Alison, enquanto o resto da família permanecia entretida com um filme na televisão.

De repente, a primogênita do casal Benson se sobressaltou, contente:

— Vocês não vão acreditar! O ICarly foi convidado para participar de uma sessão de perguntas e respostas na webicon. O webshow não para de fazer sucesso!

— Que sensação de dejavu – observou Freddie.

— Vai ser em Seatlle? Faz tempo que essa feira nerd não é mais feita aqui – indagou Sam.

— Não, será em Nova York – informou Isabelle.

— Então você não vai – decretou Sam.

— Por que não?

— Quer que eu desenhe o fiasco da sua última viagem?

— Assim que você quer ser minha amiga, né mãe? Parece mais uma inimiga, uma madrasta, uma bruxa má – indignou-se Isabelle, passando, com Bolinha no colo, para o seu quarto, batendo a porta com força.

— Um dia essa menina ainda vai arrebentar essa porta, vou descontar do salário dela o conserto – disse Sam.

Nick cutucou Eddie e cochichou para o irmão:

— Mamãe tá estressada, melhor vazar daqui.

Os gêmeos saíram em disparada para o quarto comum a ambos.

Freddie sentou-se mais próximo da esposa e falou, carinhosamente:

— Eu sei que você é dura por excesso de zelo à nossa filha, por se preocupar muito com ela nessa fase difícil da adolescência. Mas, num ponto Belinha tem razão: Você precisa ser mais amiga dela para mantê-la perto.

— O que quer dizer? Faço de tudo para ser uma boa mãe.

— Sei disso. Mas, proibir ela de tudo não é o caminho.

— O que sugere? Que eu deixe-a viajar sozinha de novo, para fazer bobagem de novo?

— Claro que não. Devemos dar um voto de confiança a ela, mas concordo com a liberdade vigiada.

— Não estou te acompanhando nerd.

— Um de nós pode viajar com o grupo ICarly, como Spencer sempre fez conosco.

— Seria uma boa ideia se eu não tivesse milhões de coisas para fazer no restaurante e se você não tivesse que trabalhar.

— Na verdade, eu não tenho! Tô com férias pendentes e as coisas estão mais tranquilas na empresa. Posso pegar essas férias e acompanhar as crianças à Webicon. O que acha?

— Acho ótimo! Não sei o que seria de mim sem você para me ajudar com as crianças, eu perco a paciência fácil.

— Que paciência, amorzinho?

— Nerd chato – disse Sam, dando um leve soco no braço do marido, mais para provocá-lo que para machucá-lo.

— Doeu – choramingou ele, quase rindo – Agora quero um beijo para compensar.

Sam beijou os lábios do marido e levantou-se apressada, dizendo:

— Preciso dar a boa nova à Belinha antes que ela alimente ainda mais rancor a meu respeito.

O dia da viagem chegou. Os adolescentes estavam eufóricos. Todos os pais confiaram os filhos a Freddie, já conhecendo a fama de responsável do bom moço.

Isabelle, Alison, Cris, Rick e Freddie embarcaram no avião, cujo tempo de vôo estimado seria de quase 5h.

Isabelle dormiu boa parte do vôo, recostada ao ombro do pai, que a cobriu com um cobertor e acariciava a cabeça da filha, satisfeito. Desde que Isabelle entrou na adolescência, havia reduzido significativamente a dose de carinho com os pais.

Alison mexia no celular, via filmes, comia, andava até onde estavam os meninos, inquieta.

Cris e Rick entretinham-se em jogos online e pouca atenção davam a Alison que já não suportava o tédio.

O piloto anunciou que estavam prestes a pousar em Nova York e todos prestaram atenção, inclusive tendo Isabelle despertado.

Foram direto para o hotel, todos queriam dormir para descansar da viagem, com exceção da Isabelle, que por já ter dormido, estava cheia de fome. A menina pediu um lanche no quarto enquanto os demais dormiam.

Freddie acomodou-se na cama ao lado da cama dividida pelas meninas. Antes de deixar se levar pelo sono, ligou para Sam a fim de avisar que chegaram bem.

Os meninos ficaram nas camas do quarto conjugado.

No dia seguinte, todos foram contentes para a webicon. Freddie não conteve a emoção ao ver o lugar que lhe trazia tantas lembranças da sua adolescência. Seu paraíso nerd! Lembrou-se de cada momento do ICarly no local, de Sam, de Carly, de Gibby, das perguntas embaraçosas feitas pelos fãs, das torcidas organizadas por Creddie ou Seddie... Viu que precisava alertar a nova geração ICarly a respeito.

Os adolescentes não se importaram muito com os alertas de Freddie, pensando que os fãs viviam de conjecturas e que responderiam apenas o que não fosse comprometedor.

Freddie ainda observava o local e os adolescentes quando foi abordado por uma mulher que trazia um menino, que aparentava algo em torno de 10 anos, pelas mãos:

— Você não é o Freddie do primeiro ICarly?

— Sou eu mesmo. Como me reconheceu?

— Eu era uma grande fã de ICarly, estive na apresentação de vocês aqui, anos atrás. Hoje trago meu filho para ver os seus filhos.

— Que bacana! Mas, não são todos meus filhos, só a loirinha linda ali – apontando para Isabelle.

— Ah sim, a Belle. Meu filho adora a sua filha, jura que vai se casar com ela quando crescer.

Freddie riu e disse:

— Ainda vai ter que crescer muito, carinha – bagunçando os cabelos do menino, que olhou irritado.

— Vamos, mamãe – pediu o garoto.

— Claro, querido. Prazer em revê-lo Freddie Benson. Lembranças para Sam! Eu sempre fui Seddie.

Freddie acenou e sorriu. Isabelle aproximou-se do pai:

— Tá dando trela para desavergonhada? Deixa a mamãe saber disso!

— Não é nada disso, Belinha. É só uma velha fã do ICarly original. Até mandou lembranças à sua mãe e disse que shippava Seddie.

— Velha mesmo, tá acabada! A mamãe é muito mais bonita e jovem, você não acha?

— Sua mãe é a mulher mais linda que eu já vi. E você é a menina mais linda que já vi. Ambas são as meninas dos meus olhos. Agora, vamos para a conferência que não tarda em começar – disse Freddie, olhando o relógio digital de pulso.

— Espera! Mamãe disse que há um Milk Shake maravilhoso de bolo gordo aqui.

— Claro! Você não poderia deixar de prová-lo, vou comprar um para você.

Pai e filha foram comprar a bebida e logo foram se encontrar com os demais membros do ICarly, que já aguardavam a chamada para a conferência.

Não tardou para o apresentador anunciar:

— Agora, com vocês, os apresentadores desse famoso web show que já foi sucesso pelas mãos de seus pais e agora repetem o sucesso por suas mãos: Belle, Cris, Rick e Ali!

O grupo folgou ao ver que não haviam placas levantadas com shippers, como havia narrado Freddie.

As perguntas começaram inocentes. Uma menina com óculos grossos e cabelos ruivos e cacheados levantou-se e perguntou:

— Todos vocês são filhos de ex-ICarly’s?

Alison respondeu:

— Não! Na verdade, apenas Isabelle e Cristopher são filhos dos ex-ICarly’s. Eu e Richard entramos nessa para ajudar nossos amigos.

Um garoto de aparelho nos dentes e cabelos lisos oleosos tomou o microfone e perguntou:

— Belle, sua família também te chama por esse apelido ou você tem outro?

Isabelle logo respondeu:

— Minha família e amigos próximos me chamam de Belinha, que é um apelido de infância. Eu cresci, mas o apelido ficou. É uma forma carinhosa de me chamarem.

Uma menina loira e gordinha tomou a palavra, para Richard:

— Rick, é verdade que você é muito tímido?

Richard respondeu:

— Alguns me imaginam tímido, tanto que, de fato, não sou muito sociável e prefiro trabalhar atrás das câmeras, mas, a verdade é que quando criança fui diagnosticado com autismo leve. Venho me tratando há anos e os médicos garantem que houve uma grande melhora do meu caso, a ponto de eu estar aqui hoje falando com vocês. Creio que era mais inteligente quando criança, mas tenho mais amigos hoje e prefiro assim.

O público soltou um “uau”, seguido de aplausos.

Isabelle passou a mão nas costas do amigo, sussurando no ouvido dele:

— Parabéns pela coragem, Rick!

Richard sorriu em resposta à Isabelle, cochichando no ouvido da moça:

— Você me ajudou muito nesse processo, obrigado!

A próxima pergunta veio de um menino franzino para Cris:

— Você não tem ciúme de todo esse chamego da sua namorada com o Rick?

Cris arregalou os olhos e devolveu a pergunta:

— Desculpa, eu não entendi. Eu não tenho namorada. O que quer dizer?

— Todo mundo sabe que você namora a Belle – disse o garoto franzino, como se fosse óbvio.

Gritos de Celle começaram a surgir do público.

Freddie começou a ficar nervoso nos bastidores, lembrando em como isso acabou mal anos antes.

Isabelle tomou a palavra:

— Eu não namoro ninguém e não existe Celle!

— Então existe Rickelle! – comemorou um fã, sendo seguido por muito, que bradavam o nome do shipper no ar.

Freddie não se conteve e entrou no palco, temendo o pior. Pegou o microfone das mãos da filha e começou a pedir a silêncio.

Todos pararam de gritar nomes de shippers e olharam para Freddie.

— Olha, é o Freddie Benson do ICarly original – disse um fã, admirado.

— É ele mesmo – disse outra fã.

Os murmúrios começaram novamente e Freddie pediu atenção mais uma vez, ciente de que estava na hora do discurso.

Isabelle olhava incrédula para o pai, pedindo a Deus para que ele não a fizesse pagar mico. Os demais adolescentes estavam curiosos.


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