Era uma pacata manhã na cidade de Lumiose, na região de Kalos. Numa das pequenas casas da cidade, uma jovem menina penteava os fios loiros de cabelo em frente a penteadeira. Aquela era Bonnie. A menina estava crescida, tinha agora 15 anos. Seus cabelos estavam na altura do ombro e possuíam pontas encaracoladas. Ultimamente tinha o costume de usar uma camiseta rosa choque um pouco folgada, calças jeans e uma rasteirinha.

- VEM LOGO BONNIE! - Exclamou Clemont. - ESTAMOS ATRASADOS!

- JÁ VOU!

Ela abriu a porta e bufou, deparando-se com Clemont, que agora tinha 21 anos. Ele estava mais alto e tinha uma barba bem ralinha, fora isso, não havia mudado muito. Estava casado com Serena fazia 1 ano e após a morte do pai trouxe a irmã menor para sua casa, afinal, a mesma ainda era menor de idade e não poderia morar sozinha.

- Uau, tá bem arrumada... Onde vai?

- N-nenhum lugar Clemont! E não estamos atrasados, você ainda tem meia hora pra abrir o ginásio.

- Se esqueceu de que você tem que treinar já que vai me suceder? Vamos!

Eles se despediram de Serena, que fazia o café da manhã. A loira maior não havia mudado muito, apenas deixou o cabelo crescer, ficando na cintura, e dado uma encorpada leve. A dupla de irmãos iniciou sua caminhada até o ginásio logo em seguida. Enquanto caminhavam, a menor pensava no "amigo" que havia encontrado.

*FLASHBACK ON*

A menina andava de bicicleta pelas ruas e vielas de sua cidade natal junto de Dedenne, que ia na cestinha. Enquanto andava, olhava os cafés da cidade na intenção de comer algo. Ao avistar um deles, viu um rapaz sentado, desacompanhado e tomando algo, mas o que mais lhe intrigava era que o conhecia de algum lugar.

- Com licença, posso sentar aqui?

- À vontade...

O rapaz era mais alto que ela, possuía uma pele levemente bronzeada, o cabelo era preto azulado e levemente bagunçado, como o de Harry Potter. Os olhos eram castanhos claros e ele usava óculos. O jovem usava uma camiseta polo verde e calças tectel bege.

- Você me é familiar... - Ambos disseram em uníssono e riram em seguida.

- Me chamo Max, e você?

- Sou a Bonnie! Espera... Max? Ah sim! Estava no casamento do Ash e da Dawn!

A partir daquele momento uma longa conversa se iniciou, ambos foram se conhecendo melhor, descobriram que tinham coisas em comum, como: Viajaram com Ash quando ainda não podiam iniciar uma jornada, eram parentes de líderes de Ginásio... Ela descobriu que ele ficaria em Lumiose por 3 meses, combinaram de se encontrarem todo dia para um tour pela cidade.

*FLASHBACK OFF*

- Bonnie, chegamos. Temos 15 minutos para treinarmos.

- Certo. VAI DEDENNE!

- HELIOLISK, CONTO COM VOCÊ!

- Use o Choque do Trovão! - Exclamou a menina.

O Pokémon menor executou o ataque, mas o de tipo Elétrico do líder do Ginásio esquivou-se e revidou com um Onda Trovão, paralisando o pequenino.

- Oh Dedenne...

- De... NE!

- Certo, use o Brilho Ofuscante!

O ataque do tipo Fada afetou o Pokémon oponente em cheio. Heliolisk rodou um pouco mas parou em seguida.

- Multiplicar! - Clemont exclamou.

- Droga... - Bonnie murmurou. - Dedenne, use o Choque do Trovão de novo!

- Tarde demais maninha. Heliolisk, finalize com a Investida!

Não tardou muito para o verdadeiro Heliolisk aparecer e atingir o pequeno Pokémon em cheio. O ratinho acabou desmaiando com o impacto, deixando a jovem loirinha preocupada. Ela correu até o mesmo e o pegou no colo, colocando-o no bolso da frente de sua calça jeans e encarando o irmão, que aparentemente estava severo.

- Tem que treinar mais, está aérea estes dias... No que anda pensando e fazendo?

- N-nada maninho...

- Bonnie, fala a verdade! Todo dia que chego em casa você está fora ainda, na hora em que estamos almoçando ou jantando fica brisando e suspirando... O que está acontecendo?

- Não posso falar!

Ela saiu correndo do ginásio sem dizer mais nada. A garota terminou sua longa corrida até o Centro Pokémon de Lumiose e deixou seu Dedenne aos cuidados da Enfermeira Joy, que já estava acostumada com o pequeno ratinho por lá. Ao se sentar, a loirinha sentiu o celular vibrar, pegou-o e viu que era uma mensagem de Max.

MAX: Oi! Onde vc tah?

BONNIE: No CP, o Dedenne tah sendo tratado

MAX: Tô indo aí

Ela sorriu de lado e guardou o celular. Ficou esperando o amigo chegar e enquanto isso balançava a perna na intensão de se acalmar. Uns minutos se passaram até que o moreno chegou, arfando um pouco pela corrida.

- Ele está melhor? - Perguntou o rapaz.

- Não sei... Eles ainda não voltaram...

No mesmo instante a enfermeira de cabelos rosados voltou, com o pequeno e valente Dedenne no colo. Bonnie agradeceu à mulher, saindo de lá com o rapaz e com seu Pokémon. O moreno pegou na mão da loirinha e a levou para uma sorveteria próxima ao Centro Pokémon.

- O-obrigada... - Ela disse, corada.

- De nada! - Sorriu Max. - Então, vai querer do que?

- Vou querer de...

- BONNIE?! - Exclamou uma voz feminina.

- S-SERENA?! - A menor surpreendeu-se.

- Está namorando?

A jovenzinha corou bruscamente, assim como o menino, fazendo a mais velha rir da situação em que os colocara. Serena sorriu singelamente para o casalzinho, pegou um pote de sorvete de flocos e ia sair, mas antes, parou de frente com a cunhada e sussurrou:

- Conversamos mais tarde...

Assim que ela saiu, a loirinha encarou o moreno, dando um pequeno sorrisinho, pegando o sorvete de chocolate e tomando-o. Max, Bonnie e Dedenne saíram assim que o rapaz e o Pokémon pegaram seus sorvetes, foram em direção ao centro da cidade central de Kalos.

- Uau! Isso aqui é lindo! - Ele exclamou. - Depois de 1 mês e meio você finalmente me trouxe aqui!

- Hahahaha! Verdade!

- Ei, onde você mora?

Ela apontou para a segunda casa à esquerda de uma das vielas do centro, comentando que a janela acima da porta era seu quarto. O garoto notou uma trepadeira ao lado da janela, logo em seguida, teve uma ideia.

- De noite fique na sua janela, ok?

- Ok...

Ela não havia entendido, mas logo entenderia. O menino encarou um dos pontos turísticos da cidade, a Torre Prisma. O mesmo iniciou uma caminhada até lá, porém, a menor correu até ele, na intensão de pará-lo.

- O que foi Bonnie?

- Que tal vir na hora do almoço? Já que não vai batalhar pela insígnia...

- Verdade! E já que você é a irmã do líder, consegue falar com ele, não?

- Melhor você não vir comigo, meu irmão é bem ciumento...

Max sentiu um calafrio percorrer sua espinha quando a loirinha comentou sobre Clemont ser ciumento, mas concordou com o que a menina dissera. Lá pela hora do almoço, ele foi para um restaurante da cidade e ela para casa. Ambos concordaram em abordar o líder quando o mesmo fosse para o ginásio.

Ao chegar em casa, Bonnie foi parada por Serena na cozinha, a maior dava um sorriso malicioso, fazendo a menor engolir em seco, sorrir timidamente e suar frio.

- Aquele não é o irmão da May? Por acaso estão namorando?

- Sim e não.

- Mas queria, né?

- Sim... - Comentou a menina da casa.

- Não vou contar ao Clemont.

- Não vai me contar o que? - Disse o loiro, ficando com uma expressão severa.

As duas jovens se entreolharam, a mais velha olhou para a própria barriga e sorriu, massageando a mesma. Tinha uma surpresa e "ideia real" para livrar a menor daquela situação constrangedora.

- Você será pai Clemont...

- O-o que...?!

Um sorriso se abriu no rosto do rapaz, que pegou a esposa e girou-a no ar. Quando a deixou no chão novamente a abraçou, sorrindo alegremente e correu para seu quarto para dar uma breve descansada e uma digerida na notícia. Bonie encarou a cunhada com um sorriso aliviado no rosto.

- Obrigada por me livrar dessa...

- Bonnie, não é mentira, eu realmente estou grávida.

A menor ficou boquiaberta, em seguida, abraçou Serena fortemente e possuía algumas lágrimas de felicidade em suas bochechas rosadas. Alguns minutos mais tarde, a família foi almoçar contente e faladeira com a notícia da chegada de um novo integrante, no caso, o bebê.

- Bem, vou indo pro ginásio, tchau meninas!

- Peraí, vou junto! - Comentou a loirinha.

O rapaz da casa estranhou, mas deixou ela ir. Mal sabia ele o que se passava na cabeça de sua irmã. Enquanto andavam em direção ao local de trabalho do loiro, Max percebeu que a dupla de irmãos estava chegando e os parou, o moreno estava ansioso para sua batalha com Clemont.

- Você é o líder daqui?

- Sou.

- Eu gostaria de uma batalha, mas sem valer a insígnia.

O maior ignorou o jovem e voltou a andar.

- EI CLEMONT! TENHA MAIS EDUCAÇÃO! COITADO DO MAX!

- Bonnie, você conhece ele?

A jovem loirinha congelou, havia praticamente declarado que conhecia o moreno e não via outro modo de consertar a situação. Dizer que o conhecia do casamento dos amigos? Provavelmente não acreditaria. Falar que era um amigo de infância que reencontrou? Clemont fora o único. Contar a verdade? Haveria de ser a única opção.

- B-bem... A gente se conheceu no casamento do Ash e da Dawn... E nos reencontramos aqui faz 1 mês e meio... - O menino se explicava, corando.

- Por isso está saindo todo dia? - Perguntou o irmão dela.

A garota assentiu, fitando o chão, corada. Clemont suspirou, bravo. Sentia-se traído. Max, apesar de estar com medo do que o líder de ginásio poderia fazer, não iria fugir, afinal, não queria decepcionar a jovem.

- Bonnie, vai pra casa! E você, nada de chegar perto da minha irmã!

- O que?! Isso é loucura, somos só amigos Clemont!

- Mas não serão só amigos, eu notei como se olham, igualzinho à mim e à Serena... Agora vai pra minha casa e não me desobedeça!

A loirinha abaixou a cabeça, algumas lágrimas insistiam em escorrer dos olhos azuis da menina. Sentia-se proibida naquele momento, uma das piores sensações da vida. Foi só andar um pouco que sentiu alguém envolvê-la num abraço forte, quente, acolhedor e muito aconchegante por sinal.

- Não se esqueça da janela hoje à noite, ok?

A menina assentiu, sorrindo de canto e correndo rapidamente na direção de sua casa. O loiro olhava furiosamente para o moreno, como se ele fosse uma presa. O mais velho andou lenta e "calmamente" na direção do mais novo, com seus punhos cerrados e preparados para socar Max.

- Seu atrevido! - Clemont exclamou, pensando um pouco. - Não vou te socar, mas fique longe da minha irmã!

+++

A noite havia caído. Naquele momento, todos jantavam calmamente, menos Bonnie, que aparentava estar triste, tinha até se esquecido de que teria um sobrinho ou uma sobrinha. Serena suspirou, ficou sabendo de toda a confusão através da cunhada, que chegou em casa quase aos prantos por culpa do maior.

- Não é justo... - Resmungava a menor.

- O que não é justo maninha?

- O fato de que você, com 14 anos, já namorava e eu, com 15 anos, nunca nem beijei...

Clemont revirou os olhos, em seu ponto de vista de irmão mais velho a irmã ainda era uma criança que mal sabia sobre o amor, namoros e beijos, muito menos sobre a vida adulta. Ele se esqueceu de que Bonnie já era uma adolescente agora e que tinha idade suficiente para namorar e arrumar alguém.

- Acho que ela está certa amor. - Opinou Serena.

- Acabei o jantar... - Comentou a menor, chateada.

Ela foi para seu quarto, olhou de relance para a janela do cômodo e foi até o parapeito da mesma, tendo de vista uma casa praticamente idêntica à sua, mas só na aparência, afinal, os vizinhos eram "apenas" esposa, marido e 5 crianças entre 3 e 11 anos. Dedenne, que dormia tranquilo, havia acordado ao ver sua dona com aquela expressão triste e arrependida, coisa muito rara de se acontecer com a jovem que vivia alegre.

- Ah Dedenne... Só espero descobrir logo o que o Max queria fazer na janela...

- E vai.

Aquela voz masculina e juvenil lhe era familiar. A loirinha olhou para o lado esquerdo, onde via o moreno pendurado na trepadeira e segurando uma flor rosada e simples, talvez fosse uma das flores da vizinha.

- MAX! Cuidado!

- Tá tudo bem Bonnie, calma.

- Calma?! Entre, não quero que...

Ela não pôde terminar de responder, o dedo indicador do menino estava grudado em seus lábios. A loira estava corada dos pés à cabeça, também permanecia imóvel e sentia-se feliz. O rapaz sorriu, se aproximando da amada e apoiando-se no parapeito da janela do quarto da loirinha.

- Posso te beijar?

- Não precisa nem pedir... - Ela sussurrou, de olhos fechados.

Os lábios se tocaram, um formigamento tomou conta do corpo de ambos os jovens, um frio na barriga era sentido por Max e Bonnie, já que era o primeiro beijo de ambos. O moreno, assim que notou que estavam confortáveis, pediu passagem para a língua, deixando um clima mais calmo e um gosto mais doce em suas bocas.

- Ei, Bonnie, eu e a Serena vam... AH! O QUE SIGNIFICA ISSO?! - Clemont berrou assim que viu a cena.

Max acabou levando um susto e caiu da janela. A loirinha arregalou os olhos, assustada, mas principalmente com o amado, que havia acabado de cair. Não demorou muito para ela descer e ligar para uma ambulância. Seu irmão e sua cunhada estavam na porta, aflitos. O maior, apesar de estar bravo, pedia desculpas a todo momento.

Não tardou para o veículo chegar, dizendo para uma pessoa ir junto com o moreno. A menina sorriu de canto, indo junto dele na ambulância. O atendimento fora rápido, para a sorte dele havia apenas de ter que costurar a parte de trás da cabeça e não havia afetado nada. Bonnie suspirou, aliviada.

- MANINHA! CHEGAMOS! - Berrou o líder de ginásio, arfando. - Me desculpe Max... E me desculpe por ser rude com você Bonnie, eu meio que esqueço que você não é mais uma criança e...

- Tudo bem, tá perdoado! - Disseram o menores em uníssono. Logo, Max pronunciou-se. - Eu gostaria de fazer um pedido... Bonnie, quer namorar comigo?

- SIM! - Ela disse, dando um selinho nele.

- Eu permito! - Disse Clemont. - Mas nada de passar dos beijos com ela!

Os menores coraram, provocando risos em todos os presentes.