Cidade das Sombras escrita por Cris Herondale Cipriano


Capítulo 44
Epílogo.


Notas iniciais do capítulo

Então, agora é pra valer, é o fim!
Aiii gente meu core está apertado, foram tantos capítulos junto de vocês, amei cada comentário. Sério muito obrigada pelo apoio!
Boa leitura!!!!



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Nova York - Dias atuais.

Clary olhava ansiosa pela janela da sala de estar da mansão Herondale, não via a hora de seu marido chegar, precisava contar algo à ele com urgência, porém não sabia como dizer.

Seu marido, apesar de já estar casada à dois anos, ainda não se acostumara que Jace realmente era seu marido, tudo parecia um sonho, as vezes ela temia estar dormindo e despertar a qualquer momento.

Haviam se passado cinco anos após o fatídico dia em que eles voltaram no tempo, porém apenas ela se lembrava desse fato, nem mesmo Magnus que era um feiticeiro tão poderoso não se lembrava.

Depois que Raziel a mandara de volta, ela simplesmente não conseguia acreditar que apenas ela se lembrava daquilo, porém achou melhor não especular demais, a única pessoa a quem ela recorreu foi Magnus e este disse que não se lembrava de nada, mas que talvez fosse isso que Raziel quisesse, que ela se lembrasse para não cometer o mesmo erro.

Clary passou os dois primeiros meses angustiada e depressiva, estava feliz é claro, Jace estava de volta, vivo e ao lado dela, porém o medo de que a qualquer momento aquele pesadelo voltasse também a angustiava. Assim como a culpa, se sentia egoísta por privar seus amigos da vida feliz que eles estavam tendo.

Juntando tudo isso, o resultado foi uma terrível depressão, Jace e Jocelyn não sabiam o que fazer, a menina vivia angustiada, não conseguia comer direito, perdera peso, tinha insonia e pesadelos horríveis. Tudo pela culpa que a assolava. 

Ninguém além de Magnus sabia o motivo daquela súbita depressão, mas Clary estava se acabando, então num último lance de desespero Jace interrompera as férias de Magnus e Alec e exigiu que o bruxo fizesse algum tipo de feitiço, algo que curasse a mulher que ele amava. Magnus que era o único que sabia sobre a viajem ao passado resolveu ter uma conversa séria com a garota.

Clary não havia contado toda a história, não havia contado que seus amigos estavam felizes e que ela destruíra aquela felicidade, a garota ainda podia lembrar com clareza aquela conversa.

Estava sentada numa confortável poltrona na biblioteca do instituto, tinha um livro no colo mas realmente não o via, seus pensamentos voavam longe, para um outro século. De repente um estrondo forte a assustou, olhou assustada para a porta da biblioteca escancarada e viu a figura furiosa de Magnus Bane. 

O bruxo nem ao menos esperou que ela dissesse algo, já chegou gritando. 

— O que você pensa que está fazendo? Está querendo arruinar minhas férias com Alexander? Quer matar Jace do coração? Jocelyn esta quase surtando e Luke parece que envelheceu dez anos em um! Qual o seu problema? 

Clary não pode conter as lagrimas e desabafou o que tanto a angustiava.

— Magnus, eu fui egoísta, eu só pensei em mim, na minha dor, eu destruí a vida dos meus amigos, das pessoas que eu amo. Vocês estavam todos felizes Magnus, você e Alec estavam casados, tinham adotado uma criança, Izzy e Simon estavam bem também, meu irmão estava vivo e não era nenhum tipo de demônio, todos estavam felizes! E eu em minha dor e egoísmo tirei isso tudo de vocês. 

Magnus olhou para a garota com pesar, então era isso o que a estava angustiando! Se aproximou de Clary e segurou suas mãos, olhou nos olhos dela e perguntou.

— Clary, olhe pra mim, você acha que sou infeliz com Alexander? Realmente acha isso? 

Clary pensou no sorriso que o caçador abria toda vez que o bruxo estava por perto, no amor que refletia em seus olhos e negou com a cabeça. 

—  Acha que Simon está infeliz? Ele e Isabelle estão tendo a chance de começar tudo de novo e tranquilamente. 

Mais uma vez Clary foi obrigada a concordar com o raciocínio do bruxo. 

— Sei que Maryse ainda sofre por Max, mas de um jeito ou de outro Clary, ela sofreria a perda de um filho, se não fosse Max seria Jace. E quanto a Jocelyn, ela superou a perda do filho, claro que ainda dói, ela é mãe e nunca vai superar a morte um filho, mas ela está lidando muito bem com isso Clary, eu nunca a havia visto tão feliz! Entenda, sei o que você pensa que fez, mas não estou vendo nenhuma vida destruída, todos nós estamos nos acertando, entenda que isso seria o que de fato aconteceria se não tivéssemos voltado ao passado, se existe alguma realidade falsa, esta era aquela. Agora em nome do seu Anjo, por favor se livre dessa depressão antes que seu namorado coloque fogo no mundo tentando descobrir o que você tem! 

Após aquela conversa, Clary finalmente pode voltar a viver, aos poucos seu humor foi melhorando, voltou a ter apetite e consequentemente ganhou peso novamente. Jace nunca soube o que Magnus lhe dissera, mas agradeceria eternamente ao bruxo. 

Cinco meses após aquela conversa, Magnus e Alec adotaram um lindo garotinho azulado, o pequenino fora abandonado na porta da academia de caçadores, o casal deu o nome de Max em homagem ao irmãozinho de Alec, meses depois adortaram mais um menino e deram o nome de Raphael, este era um caçador de sombras que teve os pais mortos num dos ataques de Sebastian aos institutos pelo mundo. 

O casal parecia não caber em si de felicidade, tinham uma família e isso era tudo o que importava para eles, Alec abriu mão do posto de líder do instituto de nova York e junto de Magnus, Maia e Lily Chen a nova líder dos vampiros criaram uma aliança para ajudar com os problemas entre submundanos e a Clave. Magnus vivia fazendo questão que os quatro cantos do mundo soubesse de sua felicidade e de seu amor por Alec, o caçador por sua vez conseguiu vencer sua habitual timidez e não escondia do mundo sua felicidade.

Simon se formara na academia com louvor, não fora fácil, passou por muita coisa, mas conseguiu ascender, como prêmio suas lembranças retornaram e ele pode dar continuidade ao seu relacionamento com Isabelle. 

Dois anos depois o casal anunciou o casamento, que segundo Isabelle tinha que ser um espetáculo. E realmente foi, praticamente toda Idris foi convidada. 

Tessa e James Carstairs também se casaram e mudaram para Londres, onde Jem queria ficar de olho em sua parente a jovem Emma Carstairs, o casal também estava aprendendo a conviver, juntos estavam superando tudo pelo que passaram e se conhecendo outra vez. Não foi fácil no começo, o fantasma de Will vez ou outra pairava entre ambos, mas era uma coisa boa, um lembrança querida por ambos. Estavam tendo sua vez de viverem juntos e estavam aproveitando o máximo. 

Jocelyn e Luke também viviam muito bem, no fim ambos decidiram viver junto com os mundanos e voltaram para o Brooklyn, Jace como encarregado do instituto fez deles a fonte de ligação entre a Clave e o mundo mundano. 

Robert e Maryse ainda estavam tentando se entender, mas nada ia muito bem, Robert aceitou o cargo de Inquisidor e mudou-se para Idris, Maryse ficou no instituto junto com Jace. Ambos pareciam ter concordado e até gostado do fim que seu casamento teve, porém, após a chegada dos netos parece que uma velha chama estava surgindo outra vez entre o casal. 

Quanto a Clary após passado esses meses de angustia, a garota voltou a viver novamente, seu namoro com Jace ia de vento em polpa, o garoto era muito carinhoso com ela, o menino outrora quebrado pelo mundo, aprende a amar e a confiar novamente, suas feridas cicatrizaram e Jace parecia uma outra pessoa, mais alegre, sujeita a dar sorrisos verdadeiros, porém algumas coisas não mudavam, sua implicância com Simon, seu humor sarcástico e sua sede por ação. Porém Clary não se queixava, esse era seu Jace e o amava exatamente pelo o que ele era. Alguns meses antes que Simon se formasse na academia, ele e Clary realizaram a cerimônia parabatai, não puderam esperar muito pois logo Clary faria dezoito anos e seria tarde para faze-la. 

Então três anos após tudo aquilo, e depois de ser muito zuando pelos amigos por ser o único " solteiro " Jace levou Clary ao Pandemonium e a pediu em casamento, ao melhor estilo Jace. A menina perguntou o por que do lugar, sorriu ao lembrar a resposta.

Porque foi aqui que tudo começou, foi aqui que eu aprendi o que era viver, foi aqui que eu soube o que era amar uma mulher mais que a minha própria vida, foi aqui que tive a melhor visão da minha vida. E tudo isso aconteceu no mesmo momento, quando eu te vi Clary, foi aqui que eu te vi pela primeira vez e estou irremediavelmente apaixonado por você desde então. 

Clary ouviu o estalar da fechadura e correu para encontrar Jace, quando o loiro abriu a porta se jogou em seus braços  e o beijou o pegando de surpresa.

— Opa! Eu deveria passar mais tempo fora se for para ser recebido assim sempre. - Brincou. 

— Jace preciso te falar uma coisa e te mostrar outra! - Disse Clary entusiasmada. 

— Calma, vamos lá me diga o que seria tão importante. - Disse Jace tentando conter um pouco a euforia da esposa. 

Clary o agarrou pela mão e o puxou até a biblioteca, quando chegaram mostrou a ele um quadro na parede. 

Jace ficou olhando sem entender o motivo de tal alvoroço, claro era um quadro muito belo, um rapaz de impressionantes olhos azuis, cabelos negros e roupas de época estava de braços dados com um bela morena de olhos acinzentados, ela tinha um vestido antigo, numa cor vinho, notava-se que eram de um século passado. 

Jace voltou seus olhos mais uma vez para o garoto e o achou parecido com Alec, mas sabia que este não era o seu parabatai, havia uma força, uma aura que emanava daquele jovem mesmo através da pintura e Jace soube mesmo sem tê-lo conhecido que ele deveria ter sido uma pessoa e tanto. 

Continuou a olhar para a pintura hipnotizado, mas sem ainda saber o motivo de tanto alvoroço por parte de sua esposa. 

— Clary, é um belo quadro, eles formam um belo casal . . .  e está bem no meio da parede da nossa biblioteca . . . lugar que deveria estar os nossos quadros . . . sabe como manda a  tradição, quadros da família Herondale. - Disse o garoto cuidadoso, não sabia o que Clary pretendia. 

— Jace, esse quadro tem todo o direito de estar aí, esses são Willian e Theresa Herondale, os pioneiros, são seu sangue Jace e Will foi um incrível caçador. 

Clary olhava com carinho para a imagem, ela havia realmente gostado de Will, ele era muito parecido com Jace. 

Jace por outro lado analisava a esposa sem realmente compreender onde ela queria chegar.

— E onde você arrumou esse quadro? 

— Magnus me deu, ele o tinha guardado, parece que ele conheceu seu ancestral, ele me deu um diário que Will pediu para que ele guardasse, se você quiser pode lê-lo, assim você vai conhecer um pouco mais de seu sangue. 

— Clary, não sei se quero conhecer mais do meu sangue, já tive experiências nada agradáveis com eles. 

Clary se aproximou do marido e o abraçou pela cintura, selando seus lábios em um beijo. 

— Eu sei, por isso quero te mostrar que nem todos foram assim, nem todos foram amargurados como sua avó ou covardes sem propósitos como seu pai Jace, você precisa conhecer Will, ele é incrível e se parecia muito com você. 

— Estou ficando com ciúmes de um parente morto! - Disse Jace dando um selinho em Clary que sorriu. 

— Mas diga, todo esse alvoroço por causa do meu parente? 

Clary alargou mais ainda o sorriso e se desvencilhou de Jace, foi até a escrivaninha de carvalho e pegou uma pequena caixa embrulhada e a entregou a Jace. O garoto olhou confuso da caixa par aClary. 

— Mas não é meu aniversário. - Disse franzindo a testa. 

— Jonathan Lightwood Herondale, desde quando eu preciso esperar seu aniversário para lhe dar um presente? - Perguntou Clary com as mãos na cintura. 

Jace sabiamente ficou calado e abriu a caixa, olhou para seu interior e seus olhos se enxeram de lagrimas, ficou em choque por um momento olhando o que havia lá dentro. 

— C-Clary i-isso é o-o que e-estou pensando? - Perguntou com a voz tremula. 

— Sim Jace! - Disse Clary com os olhos cheio de lagrimas. 

Jace cuidadosamente retirou um par de sapatinhos brancos todo delicado e trabalhado, olhou para CLary mais uma vez e sem se conter colocou os sapatinhos em cima da poltrona e levantou Clary no colo a enchendo de beijos.

— Não acredito! Eu vou ser pai! Clary eu vou ser PAI!!! - Gritou o rapaz eufórico. 

Clary chorava e ria ao mesmo tempo da reação de Jace, ela teve receio quando descobriu a gravidez, Jace vivia falando que não se achava apto para se pai, que tinha medo de falhar com seu filho. Mas Clary sabia que ele seria um pai maravilhoso, era só observar a forma carinhosa com que ele lidava com os sobrinhos, Jace com certeza seria um excelente pai. 

— Eu te amo Clary, obrigada por me fazer o homem mais feliz do mundo! - Disse Jace a abraçando e selando seu lábios para mais um beijo. 

Clary sentiu uma lagrima de felicidade rolar pelo seu rosto, nunca fora tão feliz na vida, sua vida estava completa, ao lado do homem que amava e do fruto desse amor. 

E se pudesse voltar no tempo escolheria Jace outra vez, sempre o escolheria, isso nunca mudaria, pois Jace era sua vida, seu mundo! 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!!
Bjsss gente!!!!



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