Aurora Goldwin and The Rise of Night escrita por Nightshade


Capítulo 1
Sou Sequestrada Por Um Gótico


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!!



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Aaaaahhhh

Como eu adorava Nova York... a cidade que nunca dorme! É um caos todos os dias, mas e daí? Tem seu charme viver aqui. Richard, meu padrasto, concordava comigo, embora nesse momento o transito estivesse horrivelmente congestionado nos deixando presos nele.

Ah, sou Aurora Goldwin, tenho catorze anos, mas amanhã faria quinze. Filha de Lisa Goldwin, exatamente... aquela cantora famosa que aparece em capas de revistas e está em turnê na Europa atualmente (mesmo que seja a véspera de meu aniversário). Antes que se perguntem, não, eu nunca conheci meu pai; minha mãe raramente me falava dele, mas eu não me incomodava muito... Richard era como um pai para mim... era casado com minha mãe desde que eu era bebê. Ele não era uma estrela de Hollywood, produtor ou algo assim, ele era normal, um médico renomado, mas normal. E eu agradecia muito por isso; afinal, minha mãe não nos expunha para a imprensa... o pessoal sabia que ela tinha um filho ou uma filha, mas só isso.

Além do mais, a única coisa que eu tenho de semelhança com minha mãe são os cabelos escuros... o resto, muito provavelmente eu havia herdado de meu pai. Os olhos azuis, o rosto arredondado, o nariz longo e levemente arrebitado... Algumas vezes eu me perguntava como ele teria sido...

Algum carro buzinou atrás de nós, e isso me fez sair de meus pensamentos.

– Francamente - ouvi Richard resmungar de trás do volante - estamos em um congestionamento, por que buzinam se não temos como avançar?

Lancei a meu padrasto um olhar simpático pelo retrovisor e tentei me concentrar ano livro de mitologia grega que estava lendo. Ter dislexia era péssimo, eu precisava me concentrar três vezes mais do que a maioria das pessoas para conseguir ler.

Estava no mito de Apolo, quando ele matava a serpente Píton, quando finalmente o transito andou.

– Até que enfim! - o tom de Richard estava tão aliviado que quase ri.

Fechei meu livro e me inclinei para ficar entre os dois bancos da frente do carro.

– Pai, - chamei, sabia que Richard não era meu pai, mas eu o chamava assim e ele não se importava, apenas sorria quando me ouvia - o que vamos fazer amanhã? É meu aniversario...

– Não só vamos nos divertir amanhã - ele sorriu, acelerando o carro mais um pouco - como vamos sair para comemorar hoje também. O que acha de irmos naquele novo Parque de Diversões que abriu? Você não estava doida para ir lá?

Abri um sorriso enorme. Eu era louca por parques de diversões.

– Vou poder ir na montanha-russa, na roda gigante e no trem fantasma? - perguntei, sem ligar se estava parecendo uma criancinha ou não.

– Claro. - Richard girou os olhos de forma bem humorada.

***

Já eram quatro horas da tarde, e eu estava terminando de me arrumar em meu quarto para Richard me levar para o parque de diversões.

Eu amava meu quarto, grande, com closet e suíte, e decorado em vários tons de azul, lilás e roxo.... podia não gostar muito de minha mãe ser famosa, mas valia a pena pela cobertura em que morávamos.

Estava terminando de amarrar meus tênis quando Richard bateu na porta de meu quarto e após meu consentimento entrou. Ele já estava pronto, mas segurava uma caixa de veludo azul na mão.

Olhei para ele quando se sentou na beirada de minha cama.

– Rory, senta aqui. - ele bateu no espaço ao seu lado. Havia usado me apelido.

Me levantei do puff azul e me sentei ao seu lado.

– O que foi? - perguntei, já meio receosa.

– Rory - ele suspirou - como você sabe, não sou seu pai. - ele fez uma pausa, mas eu achei melhor não falar nada - Seu pai ele... partiu quando você nasceu. Sua mãe me disse... mas não era que ele não gostasse de você, ele te amava... foi por causa da família dele... - Richard parecia estar sempre escolhendo as palavras cuidadosamente. Permaneci calada - Mas ele havia deixado um presente para você. Ele não disse quando entregar, e eu queria que sua mãe te entregasse, mas como ela não está aqui com a gente - ele suspirou - acho que vou lhe dar. - ele me entregou a caixa.

A peguei, depois de uns segundos de hesitação, sentindo o veludo. Abri a caixa e me deparei com um colar de ouro, completamente dourado com um pingente em forma de uma nota musical. Reconheci como sendo a clave de sol. Era realmente muito lindo... mas ao mesmo tempo era estranho saber que eu tinha um presente de alguém que nunca conheci.

Richard pôs o colar em mim, e eu ainda estava muda, quando uma pergunta veio em minha mente.

– Você conheceu meu pai? - perguntei e Richard me encarou, um pouco sobressaltado.

– Sua mãe me falou sobre ele. - senti que aquilo não era uma resposta completa, mas Richard já tinha se levantado - Vamos para o Parque? - ele segurou a porta aberta para mim e fez uma reverencia - Primeiro a senhorita, milady.

Eu ri.

***

O Parque de Diversões estava cheio, algo que eu já esperava devido a sua reputação. E o parque era incrível! Grande, com várias atrações e barracas com lanche. Havia me entupido de cachorro-quente junto com Richard.

Quando saímos da Montanha-russa, o abracei com carinho. Ele ficou surpreso, mas me abraçou de volta.

– Obrigada por me trazer aqui, Richard. - falei, dessa vez o chamando pelo nome - Você é o melhor pai do mundo inteiro.

Ele sorriu para mim, como sempre fazia, e beijou minha testa. Verdade seja dita, era mais próxima de meu padrasto do que de minha mãe.

Olhei ao redor quando paramos na fila da Roda Gigante, e vi uma barraca de algodão doce. Me pareceu estranho que ela ficasse tão afastada da aglomeração, mas quis ir até lá.

– Richard, posso ir comprar algodão doce? - perguntei, juntando as mãos - Eu volto rapidinho, e você guarda o lugar aqui na fila.

Richard me olhou preocupado, e em seguida olhou ao redor com uma preocupação maior ainda, mas antes que eu o questionasse ele me olhou novamente.

– Pode ir. - ele falou - Mas não demore. E cuidado, pode ter... muitas pessoas aqui.

Que tinha muitas pessoas aqui era obvio, mas deixei pra lá e corri até estar afastada da multidão.

– Com licença. - chamei e a mulher que estava lá olhou para mim.

A mulher era jovem e bonita, mas seu sorriso era assustador. Havia algo que não se encaixava bem nela... seus cabelos eram brilhantes e seus olhos cristalinos.

– Sim querida? - sua voz parecia pingar mel.

E então eu percebi.

Os dentes dela eram afiados, e suas unhas não eram bem feitas, eram afiadas... garras!

O que eu havia comido aqui nesse parque? Será que eu estava alta??

Me afastei da mulher, assustada.

– Então, você consegue ver minha verdadeira forma? - senti meu coração disparar - MEIO-SANGUE!

Com o grito, ela se lançou para mim, mas sua forma havia mudado, ela tinha se tornado maior, e... empousai!

MITO!! MITO!!

Gritei e me afastei mais, mas antes que ela me alcançasse, uma figura saída literalmente das sombras a atingiu com uma espada escura como um pesadelo. A empousai se... desintegrou em pó dourado.

Olhei para a figura que impedira que eu fosse morta. A figura era um garoto que aparentava ter minha idade, não poderia ser mais velho. Ele tinha os cabelos negros mais ou menos longos e bagunçados, olhos escuros que me davam arrepios e pele muito pálida. Ele até que era bonitinho, de um jeito gótico, já que se vestia todo de preto, desde as botas à jaqueta aviador. Ele embainhou a espada e me encarou.

Quando ele se aproximou de mim, dei um passo para trás.

– Você é Aurora Goldwin? - ele perguntou. Gostei da voz dele, era séria mas suave.

– Sim. - respondi, embora minha afirmação tenha ganhado o tom de uma pergunta, devido ao meu nervosismo.

– Você precisa vir comigo. - ele falou.

Gostei, ele ia direto ao assunto. Mas me esquivei dele mesmo assim.

– Não. - falei - Richard! - gritei por meu padrasto, ao mesmo tempo em que iniciei uma corrida.

Mas mãos frias e surpreendentemente fortes me seguraram.

– Não vou lhe fazer mal. Preciso levar você ao Acampamento! - o garoto me arrastou.

– Não! Me solta! - chutei sua perna, mas ele não me soltou.

E então, ele pulou nas sombras.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!!



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