O dente de leão escrita por Diluah


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeente só avisando que eu tive que fazer uma alteração nesse capítulo porque a internet caiu e eu acabei postando só um pedaço dele. Então tá aí.



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— Peeta eu preciso te confessar que primeiros jogos eu fiquei muito enfurecida quando você me distraiu antes da contagem acabar e liberarem a plataforma.
       — O que?
      Começo a rir sem parar e quanto mais tento me concentrar em terminar o que estava dizendo, as imagens nítidas daquele dia me invadem a mente. Peeta também ri mesmo sem entender.
      — Aí está uma coisa que eu aprendi ao longo do tempo: que na maioria das vezes que você tem crises de riso são por coisinhas muito bobas que eu nem entendo. — ele diz
     — Incrível como eu consigo lembrar tão nitidamente daquele momento tão agonizante. Eu estava de olho naquele arco e então calculei o tempo certo de corrida e as minhas chances de chegar de sair da plataforma e agarra-lo antes de correr para a floresta e subir na árvore mais alta. Mas por algum motivo você já sabia que eu ia fazer isso e então eu tive a brilhante ideia de olhar para o lado te vi balançar a cabeça dizendo que eu não fizesse o que estava pensado. Aquilo prendeu minha atenção e eu perdi a oportunidade.
      — É muito bom saber que eu já era notado naquela época.
     Fico vermelha e lhe dou língua. Fazendo-o rir - E em minha defesa eu devo admitir que Haymitch e eu caímos no consenso de que você, com certeza faria tudo de errado.
     Estamos na floresta em busca de mais algumas plantas para o catálogo de minha mãe. No dia anterior ela me ligou para perguntar se eu teria tempo de fazer uma expedição pela parte um pouco mais afastada da floresta em busca de plantas, raízes ou flores que pudessem ser usadas na fabricação de medicamentos na fábrica do distrito 4. Peeta passou mais tempo no telefone com ela do que eu, já que ele era quem desenharia a tal erva ou flor para que eu não cometesse alguma bobagem na descrição e atrapalhasse o desenvolvimento da pesquisa.
     Então estamos caminhando tranquilamente embaixo das grades árvores que agora só servem para proteger do sol. Peeta com o nosso livro nas mãos e eu com uma cesta já repleta de variadas espécies de diferentes cores, formas e tamanhos.
     Por algum motivo não consigo parar de sorrir e isso só faz com que Peeta nos atrase no andamento da coleta já que vira e mexe está segurando meu braço e me puxando para seu peito ou simplesmente me roubando beijinhos. Nunca imaginei que pudesse sentir tanta paz durante um espaço de tempo tão longo. É quase mágico. Na verdade eu nunca imaginei felicidade maior do que encontrar pelo menos um pedaço de pão e algumas raízes para comer e não morrer de fome.
       Peeta percebe que estou longe e me cutuca com o livro
       — Na lua ou em Marte?
       Gargalho pra ele
      — Eu tava aqui pensando em como as pessoas podem sentir algo tão forte e não morrer por causa disso. Acho que a ultima vez que eu me senti tão plena foi quando meu pai ainda era vivo.
Peeta analisa minhas palavras e fica um pouco sério.
      — Eu disse algo de errado? — pergunto preocupada.
      — Não, na verdade você me fez um grande elogio. Mas eu confesso que...
      — O que? Confessa o que?
      Ele suspira
     — As vezes eu acho que a floresta é algo muito pessoal pra você. Um lugar particular que lhe trás as melhores lembranças e pessoas muito especiais que vinham aqui com você e tal...
     E então ele segue em frente tocando em algumas ervas no chão e desviando o olhar. E é aí que percebo sobre o que ele está falando.
     — Você está se referindo ao que eu acho que está se referindo?
    — Estava falando da floresta e você. Somente. Apenas. Nada mais. O que achou que fosse? Tem mais algo que poderia ser?
     De repente estou com muita raiva.
     — Peeta! - grito fazendo com ele pare e se vire assustado. — por que diabos está falado desse jeito comigo?
     — Não, amor não foi isso que eu quis dizer...
    — Ah você quis sim, Peeta Mellark. Estava se referindo a mim e Gale como se, como se meu estado de espírito só tivesse melhorado aqui na floresta durante esses dois anos que estamos juntos. De repente você sequer acredita em alguma palavra que eu já tenha dito até hoje.
      A expressão em seu rosto se transforma em uma máscara de dor que eu jamais vi até agora. Por um minuto sinto uma vontade absurda de correr para lhe abraçar mas não vou fazer isso. Tenho que ser forte e acabar com essa picuinha chata de Peeta em relação à Gale de quem nem tenho notícias.
     — Katniss me perdoa. Eu não quis ofender você. Não sei o que me passou pela cabeça eu só... Eu simplesmente fiquei com medo, tá legal?
     — No seu lugar eu estaria envergonhado, isso sim. E sabe o que mais? Não tem nem sentido eu brigar com você no meio da floresta com o por do sol chegando. Vou pra casa.
     Viro de costas e começo a fazer o caminho de volta. Sinto os passos dele vindo atrás de mim com sua habitual dificuldade de locomoção por conta da perna mecânica. A medida que caminho e ouço suas pisadas fortes, começo a perceber que não estou mais com raiva e que a briga não vai fazer com que Peeta pare de sentir ciúmes de mim. Da mesma forma que eu não gosto sequer de pensar em Delly por perto. Isso sem falar que me sinto um pouco nervosa a medida que ele anda, lembrando de como foi complicado caçar nos Jogos Vorazes enquanto ele me acompanhava, que o fiz tirar os sapatos na expectativa de que pudesse melhorar pelo menos 1%. E aí me lembro do que foi que aconteceu quando o deixei para trás coletando frutas.
     Vou diminuindo os passos até que estamos lado a lado. Pelo canto do olho vejo que ele esteve chorando e me olha com cara de arrependido. Suspiro e estico a mão que ele pega e beija com intensidade. Ainda olhando pra frente eu digo:
     — Sinta quanto ciúme você puder e quiser, mas não seja duro comigo outra vez. Eu sinto muito se não consegui provar o quanto te amo e te respeito até hoje mas pode ter certeza de que continuarei tentando até meu coração parar de bater.
     Peeta para e sou obrigada a parar também. Nesse momento já estamos em frente à antiga cerca.
     — Me desculpe, eu só quis perguntar se não era ruim me trazer para a sua floresta e pensar nas pessoas especiais com quem você vinha para cá. Não disse que eram melhores do que eu ou que você gostava do Gale, qualquer coisa do tipo. Eu só fiquei preocupado. E não diga mais sobre isso de que eu não acredito nas suas demonstrações porque eu sempre acreditei que mesmo confusa você sentia sim algo por mim.
      Sorrio e o puxo para continuarmos andando. Até que me lembro de algo e estanco.
      — O que houve? – Ele pergunta olhando ao redor com certo pavor.
      — Você me chamou de amor! – falo
      Peeta me olha desconfiado
      — Chamei?
      — Chamou. Você disse “não, amor eu não quis dizer isso”
      — Ah. Eu disse isso sim.
      Começo a rir da sua cara com as bochechas vermelhas de vergonha.
      — E, eu devo continuar te chamando assim?
     — Claro de deve, é óbvio que sim. Eu gostei. Pode chamar de novo? — falo encostando minha bochecha no ombro fazendo charme. Peeta fica ainda mais vermelho mas me pega pela cintura e sussurra perto da minha boca
     — Meu amor.
     Tasco um beijo em sua boca e o agarro pelo pescoço.
    — Achei que isso seria meloso. Mas não foi.
  — Ah isso com certeza foi meloso. — sinto todos os meus músculos se enrijecerem ao ouvir aquela voz atrás de mim.Não sei de onde ela veio e nem mesmo o motivo dela estar aqui mas é Johanna Maison parada diante dos meus olhos. Por um minuto ela fica com sua cara de cinismo enquanto me olha mas a medida que o tempo passa eu vejo o rosto da garota que me fez prometer que mataria Snow. Ali estava ela, livre e viva. E aqui estávamos eu e Peeta. Livres e vivos. Johanna olha para cima quase que tomando fôlego e quando volta a me olhar está com os olhos cheios d'Água quando diz:
    — Você conseguiu, sua desmiolada. Então se atira nos meus braços e chora como se fosse uma criancinha. Peeta e eu nos olhamos sem saber o que fazer.


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Notas finais do capítulo

É isso, em breve o terceiro capítulo. Boa leitura, docinhos.
Beijocas.



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