Feliz ano novo! escrita por Ryuuriri


Capítulo 1
Feliz ano novo!


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu gostaria de desejar a todos os leitores um Feliz 2016! Essa fanfic foi feita pensando em vocês!
Peço desculpas de antemão pelos erros de ortografia, grande parte da fanfic foi digitada pelo celular.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669154/chapter/1

Era noite de inverno na cidade Z, onde os dois heróis viviam. Nevava do lado de fora do apartamento, mas, apesar do frio, estava uma temperatura muito agradável dentro daquele quarto de poucos metros quadrados.

As luzes estavam apagadas no apartamento do herói, apenas um feixe de luz iluminava suavemente o quarto, a luz dos olhos do cyborg, Genos.

O jovem estava deitado em seu futon, no canto do pequeno quarto de seu mestre, que estava dormindo logo ao lado em seu próprio futon. Genos observava Saitama atentamente, pois era muito grato por ele tê-lo aceitado como aprendiz. Graças à ele, pôde aprender muito e com certeza estava mais forte do que antes.

Antigamente, quando procurava apenas por vingança, Genos havia desistido da sua humanidade, não sabia mais como era sentir-se feliz. Tudo isso mudou quando conheceu o mais velho. Pensava que era o seu poder que tinha atraído-o, mas havia algo mais, algo que o mais novo ainda não compreendia. Era exatamente por essa curiosidade e admiração que o loiro estava ali.

Embora sua força atual não possa ser comparada com a força que ele precisaria para derrotar o cyborg que destruiu a sua cidade, e que acabou com sua família. Ele ainda tinha muito que aprender.

O loiro suspirou, virou de costas para o seu mentor e tirou uma foto de baixo do travesseiro, era uma fotografia levemente amassada, cujo as bordas foram queimadas no dia em que ele havia perdido tudo. Era uma foto de sua família, sua mãe sorria abraçando pai e filho, Genos, que também abraçava carinhosamente um labrador. Sentia falta daqueles momentos, dos seus quinze anos, vivendo sem preocupações.

Cada vez que olhava aquela foto, seu coração era preenchido por uma tristeza, mas também com ódio, ódio porque quatro anos se passaram e ele ainda não tinha pistas de quem havia cometido aquelas atrocidades a sua cidade.

Por um momento pode sentir uma lágrima escorrer por suas bochechas. Lágrimas de óleo que foram implantadas pelo Dr. Kuseno, através de impulsos cerebrais conectados a tubos que deveriam ser suas glândulas lacrimais. Genos limpou rapidamente as lágrimas com a manga do seu pijama, tinha que manter-se forte.

Fechou os olhos, precisava se concentrar em dormir, se pensasse muito sobre aquilo provavelmente seu corpo iria sobreaquecer e os barulhos das suas engrenagens iriam acordar seu professor.

– Ei, Genos... O que você tá fazendo? – Saitama perguntou com uma voz sonolenta, observando as costas do cyborg. Sentia que tinha algo de errado, não era costumeiro do loiro ficar mexendo tanto, principalmente porque seu corpo era barulhento.

– Sensei? Desculpe, eu te acordei? - Genos ergueu o tronco, ficando sentado.

– Na verdade não… - O careca coçou os olhos. - O que é isso na sua mão? - Perguntou, curioso. Fitava atentamente o rosto do mais novo, em baixo dos seus olhos podia-se ver um borrão escuro de óleo.

A primeira vez que tinha visto Genos chorar foi quando havia comentado sobre sua história, o quão infeliz ele estava com seu modo de vida, das suas batalhas de apenas um soco, da perda dos seus sentimentos, do tédio que enfrentava todos os dias. Genos tinha se emocionado e chorou um pouco, o que surpreendeu o mais velho.

– Ah... É só um fragmento do meu passado. A única coisa que eu consegui resgatar nos destroços da minha casa.

– Hm... Posso ver?

O cyborg ficou em silêncio, mas entregou a foto para o seu professor.

– Eeeh. - Saitama sorriu, surpreso. Não conseguia ver muito bem porque estava escuro, mas o pouco que viu da foto o surpreendeu. - Esse é você? Você tá uma graça nessa foto. Ainda continua bonito. - Fez um estalo com a língua, demonstrando um pouco de inveja.

– A minha intenção ao virar um cyborg nunca foi parecer bonito, Sensei. Eu me modifiquei para vingar a minha família, mas se está é sua opinião, então eu agradeço.

– Você fala demais. - Murmurou o mais velho, devolvendo a foto para Genos. - Eu sei o quão difícil deve ter sido pra você, mas às vezes seria bom se você relaxasse. - Ele suspirou, as lágrimas do mais novo ainda incomodavam o herói. - Ei Genos… - Saitama corou levemente. - Chega mais perto.

Genos obedeceu de prontidão, puxou seu futon até encostar com o de Sataima. Deitou-se novamente e voltou a encarar o outro.

Fazia pouco tempo de que os dois começaram a sair, a principio quem teve a inciativa foi Genos, que não se importava de falar qualquer coisa sem pudor, e que declarou-se para o seu professor, primeiramente falando o quão incrível ele era, para em seguida comentar pensamentos que pessoas normais não falariam em voz alta.

As coisas ainda não fluíam do jeito que o cyborg queria, Saitama tinha admitido que não gostava de homens, mas que tentaria por Genos. Isso não significava que ele ficaria com outros caras, mas apenas com o loiro, porque para ele, seu aprendiz era alguém muito especial. Que trouxera luz para sua vida.

O loiro aproximou-se um pouco mais do outro, sua companhia sempre o acalmava, tinha vontade de abraçá-lo forte, mas sabia que ainda tinha que dar um tempo para o mais velho se acostumar com a situação.

– Ei, Genos… - Saitama sussurrou de olhos fechados. - Não precisa chorar mais…

Genos abriu a boca para contestar. “Ele tinha visto?” pensava, mas Saitama interrompeu seus pensamentos.

– Ah. Já sei! - Ele ergueu-se do futon, subitamente. - Genos, amanhã irá acontecer algo muito legal. Quero que você vá comigo. - Saitama sorriu, tinha pensado numa ótima ideia de animar o mais novo.

O loiro estava confuso, aconteceria algum tipo de evento? Poderia ser um treinamento? Algo que justificasse as forças de seu professor? Não importava, se o mais velho o convidou, deveria ser algo importante, então ele não poderia perder essa oportunidade por nada.

– OK! - Falou animado, com um sorriso no rosto.

– Agora durma. Até heróis precisam de descanso.

– Certo, sensei.

Um momento de silêncio preencheu o ambiente, Genos estava pronto para dormir, embora ainda estivesse chateado com toda as lembranças de seu passado, sentia-se mais leve, e feliz, principalmente por estar tão perto de seu mestre. Sabia como era difícil pra ele estar naquela situação embaraçosa. Saitama abraçou Genos, apertou-o gentilmente contra o seu corpo, com medo de quebrá-lo.

– … Você tá quentinho, Genos… - Murmurou, de olhos fechados. - É bom.

–x-

Na manhã seguinte, Saitama levantou tarde, como de costume. Genos estava dobrando as roupas de seu mestre, do jeito que o mesmo havia ensinado para ele. Dobrar as roupas perfeitamente em 2 segundos, como era de se esperar do seu sensei.

– Você não precisa fazer isso, você sabe né? - O careca murmurou, sonolento.

– Ah, bom dia, sensei. Eu preciso fazer isso! Por mais que eu tente imitar o jeito que você dobra suas roupas eu ainda levo uns 5 segundos, e você o faz em 2! Eu ainda tenho muito o que aprender.

– Ei... É só um truque que eu vi na TV pra poupar tempo... - Saitama observava o loiro, descrente. Soltou um pequeno bocejo e levantou-se, indo em direção ao banheiro. - Ah, tanto faz.

O mais velho escovou os dentes, e voltou para a sala, deitou-se no chão e ligou a TV. Bocejou, levemente entediado. Não tinha muito o que fazer por enquanto. Só precisava enrolar até de noite, estava realmente ansioso para levar Genos com ele, afim de se divertirem. Tirar aquele clima pesado do ombro.

A programação era sem graça. Estava passando sobre a previsão do tempo. Ótimo, mais neve. Surpreendeu-se quando o jornal anunciou às horas. Como Genos podia ter deixado ele dormir tanto? Levantou-se rapidamente e foi até o guarda-roupas, trocou-se ali mesmo, colocou seu casaco favorito, com a escrita de OPPAI na frente, e uma calça jeans. Recentemente fazia muito frio devido ao inverno.

Genos observava atentamente o corpo de seu professor, não importava quantas vezes o mais velho já havia se trocado na frente dele, toda vez era uma novidade. Era lindo de se ver. Tinha vontade de tocá-lo, se ainda tivesse um corpo humano, queria ficar cheio de marcas que seu mestre poderia fazer. Queria apertá-lo intensamente e-

– Ei, o que você tá olhando? Tá me envergonhando.

– N-Não vai colocar seu uniforme hoje, sensei? - Genos tentou mudar de assunto. Ele guardou as roupas dobradas no guarda-roupas e voltou a encarar o mais velho.

– Hm... Não. Hoje decidi tirar o dia de férias. Se arrume também, Genos. Vamos sair.

– Oh, ok.

Genos não entendia muito bem o que estava acontecendo, sera que o tal evento já iria começar? O mais novo obedeceu e colocou uma blusa sem mangas e uma calça preta.

– Você vai assim, nesse frio?

– Qual o problema? Além disso, como o meu corpo e constituído basicamente de peças metálicas, eu não sinto frio, nem dor. Então as roupas ou estilo são de certa forma irrelevantes para mim.

– … Ok. Era só responder sim ou não.

Apesar da resposta do loiro, Saitama ainda sentia-se incomodado. Não se tratava só de partes, para ele, Genos ainda era um jovem de 19 anos. E o custo que ele pagou para se tornar forte foi muito caro, Genos acreditava que seus sentimentos, o que o tornava humano, seriam um empecilho para a sua vingança, mas tem coisas que só se aprende com o sofrimento.

– Para onde vamos agora, sensei?

– Boa pergunta, Genos. - Saitama sorriu, como fazia quando ia dar uma explicação nada a ver. - Hoje é um dia especial. Você sabe que dia é hoje?

– 31 de Dezembro. - respondeu o loiro.

– Exatamente. É por isso, vamos nos divertir. - “E tomar amazake de graça.” Pensou.

– Divertir? - O mais novo ponderou. “O que será que Saitama-sensei quer dizer com “divertir”. Poderia existir algo que justificasse sua forç-

– Você vem ou não? - Saitama estava saindo pela porta quando interrompeu os pensamentos do cyborg, que correu atras do mesmo.

A cidade estava coberta de neve, Saitama quase se arrependeu de não ter pego um cachecol. Independentemente do frio, o ambiente em volta estava muito bonito. Era quase imperceptível os destroços que ainda existiam do meteoro, a neve cobria tudo.

Os dois andavam sem pressa, não tinha necessidade de correr, ainda tinham muito tempo até o festival acontecer.

Eles trocavam poucas palavras enquanto caminhavam em direção a cidade D. Genos falava algo de vez em quando, mas por algum motivo Saitama não conseguia prosseguir com alguma conversa.

Pelo visto, ao longo desses três anos em que vivera solitariamente, ele realmente havia perdido algo importante dentro de si. Talvez esse foi um dos motivos pelo qual Genos lhe interessava, sua companhia, mesmo que estranha e inconveniente (às vezes), trouxe novamente uma vida que ele já não tinha mais.

– Sensei… - Genos parou, tinha que arriscar um pouco. Sabia que se nunca fizesse nada seu relacionamento não mudaria nunca. - Não consigo detectar sinais de vida humana num raio de cinco quilômetros, será que poderíamos andar de mãos dadas por alguns minutos?

– O que?! - Aquela pergunta o pegou de surpresa.

Depois de negligenciar tantas vezes o mais novo, decidira aceitar o seu pedido. Afinal que mal teria? Gostava dele, de verdade. Mas não tinha culpa se tudo aquilo era novidade e que tinha vergonha. Principalmente se fossem vistos. Mas como não tinha ninguém, não teria problema.

– Ok.

Os dois heróis andaram de mãos dadas por um tempo, até avistarem a civilização. Ao observar uma pessoa no horizonte, Saitama soltou a mão do loiro. Genos ficou chateado mas não contestou.

Depois de muito caminhar, chegaram no seu destino. A cidade D estava repleta de pessoas que corriam de um lado para o outro, era um lugar cheio de lojas e prédios altos e modernos, construídos para suportar o ataque dos monstros, mas que quase sempre não resistiam aos impactos que eles causavam.

Saitama olhou em volta, sorriu. Ainda tinha tempo para gastarem até o evento acontecer.

– Ei, Genos. Vamos ali no Game Center, vai ser divertido.

–x-

E foi. Foi muito divertido, Genos e Saitama apostaram muitas lutinhas de fliperama, algumas máquinas foram levemente danificadas devido a intensidade da disputa. Genos era paciente quando perdia, mas Saitama se irritava muito fácil, e desistia do jogo. O loiro achava isso fofo, de certa forma.

O tempo passava rápido, já havia anoitecido. Eles saíram da loja de jogos e se depararam com as ruas todas iluminadas de enfeites do natal, os pisca-piscas deixavam o ambiente muito bonito.

Genos virou-se para seu professor, e sorriu.

– Sensei. Obrigado por hoje. Foi muito divertido sair com você.

O mais velho retribuiu o sorriso.

– Que bom que você gostou. Mas ainda não fizemos nada do que eu tinha em mente. - Ele coçou a cabeça, sem graça. - Vamos ter que andar mais um pouquinho. - Olhou às horas no relógio fixo da rua. 22:30 - Bem, vamos nessa.

– Ok. - O cyborg olhava os casais em sua volta, todos felizes e de mãos dadas. Um grupo de meninas passou por ele, conversando animadamente sobre algo que despertou seu interesse.

– Eeh?! Você não sabia? Se você beijar a pessoa amada na meia noite, vocês são destinados a ficar juntos para sempre!

– Haha, até parece!!

Essa informação atingiu o cyborg como um raio. Será que era possível? Se fosse, ele e seu mestre poderiam finalmente… E para sempre? Genos sentiu-se na obrigação de tentar. Tinham uma hora para a meia noite. Essa ideia daria certo! Tinha que dar!

Genos andava lado a lado com Saitama, estava agitado e seus passos eram apressados. Conforme se afastavam do centro da cidade, mais neve tinha pelo caminho, o mais velho andava devagar, até que parou.

– Chegamos. - Apontou para a escadaria logo a sua frente. - Vai ter um festival de fogos aqui no antigo templo. É bem bonito e tem bebida grátis. - Riu. Fitando o loiro. - Eu te trouxe aqui porque eu quero que você se divirta. Eu sei que você teve que mudar muito novo, e provavelmente não aproveitou muito sua adolescência. Você vive todo muito sério e sob estresse, então eu achei que seria uma boa se você aproveitasse aqui.

– Sensei… Fico feliz que você se preocupe comigo. De verdade. Ninguém nunca fez algo por mim como você. Eu lembro de ter ido em alguns festivais com a minha família a muito tempo, mas depois de tudo que aconteceu, as memórias pareciam tão distantes e irreais… - Genos olhou para baixo. - Eu fiquei tão focado no meu objetivo que acabei esquecendo muitos momentos importantes para mim. Mas graças a você eu pude perceber isso. Obrigado, sensei! É isso que eu mais amo em você. Você foi uma das melhores coisas que já aconteceu na minha vida, eu realmente não consigo me cansar de ficar ao seu lado e espero poder ficar assim pra sempre.

– Wow! Como você consegue falar essas coisas sem ficar envergonhado?! - Saitama corou, escondendo o rosto com a mão. - Sério… Você fala muito… - Murmurou, às vezes não acreditava em como aquele cyborg não ficava vermelho, qualquer pessoa normal ficaria! - Bem… - Pigarreou, tentando mudar o foco. - Vamos subir, preciso pegar algo pra comer.

– Vamos! - Genos estava bem melhor agora, queria poder tirar fotos com Saitama e colocá-las de baixo do travesseiro, para vê-las toda vez que se sentisse triste. Era incrível o poder que o seu mestre tinha de fazer tudo ficar bem sempre.

Ao subirem as enormes escadas do templo, avistaram uma grande multidão ao redor de uma fogueira. Todos conversavam animadamente enquanto seguravam alguns copinhos de amazake. Muitos foram checar a sua sorte para o próximo ano, e as que foram ruins, penduravam nos galhos das árvores.
Saitama foi logo atrás de um copo. Tinha que aproveitar, afinal, como precisava mesmo economizar dinheiro, qualquer coisa que era de graça era mais do que bem vinda. Ficou na fila aguardando, quando ouviu vários gritos histéricos vindos em direção a Genos. Ah, ótimo… Era só o que faltava. Fãs malucas nunca entravam de férias. Ignorou, pegou dois copos e saiu da fila.

– Ei, Genos. - Tentou chamar atenção do cyborg, rodeado de meninas. Ele não parecia estar gostando nada daquilo. Saitama tentou chegar um pouco mais perto, mas uma das meninas acabou dando uma cotovelada nele, sem querer. O que resultou no seu delicioso amazake todo derramado na sua roupa. Droga. Aquilo queimava. Estava puto. Porra, elas não podiam estar rodeadas atrás de outro cara? Tinha que ser o seu?

Genos ficou igualmente irritado. Desse jeito, daria meia noite e ele não conseguiria ficar com seu amado mentor. Expulsou as meninas com um olhar fuzilante, não tinha paciência com quem não respeitava seu professor.

O grupo foi se dissolvendo e o cyborg aproximou-se de Saitama.

– Sensei, elas fizeram isso com você? - Perguntou, apontando para o casaco do mais velho, melecado da bebida de saquê. - Imperdoável!


– Tá ok, Genos. Só… Vamos para um lugar mais isolado. Não quero ficar perto de tanta gente. - Saitama pegou o braço do mais novo e puxou-o para um caminho entre as árvores, logo achou um lugar perfeito para ficarem, era um mirante que dava para ver toda a cidade em baixo. Tirou a neve que estava sobre uma grande pedra e sentou-se em cima. Genos logo o acompanhou, sentando-se a sua esquerda. - Poxa, tomara que meu casaco não manche. Eu adoro ele. - Murmurou, em seguida fitou o loiro. - Deve ser legal ter fãs, ein. Nunca te dão trégua.

– Eu não consigo ver o que tem de legal nisso. Espero que elas não tenham estragado a sua noite, sensei. - Ele pegou as mãos de Saitama, olhando fixamente em seus olhos.

– Nah… Eu tô bem. E aqui tá bem melhor do que lá. Tem menos barulhos e vai dar pra ver bem os fogos de artifício.

– Fogos?

– Sim, os dessa região são muito bonitos. Nunca viu?

– Já presenciei alguns, mas nunca vi nenhuma utilidade e significado nesse ato de lançar coisas para o céu.

– Não precisa ter significado. É só pra ser bonito. - Era muito difícil tentar explicar algumas coisas para Genos, que era sempre tão metódico e racional. - Enfim, você vai entender quando ver.

Genos ficou em silêncio, se Saitama afirmava que era tão bom assim, estava ansioso para ver. Tirou o celular do bolso para ver às horas, faltavam uns 10 minutos para meia noite. Ele estava mentalmente inquieto, olhou em volta e não viu ninguém. Certo, era hora tentar.

O loiro pegou a mão de seu mestre, que estranhou um pouco, aproximou-se de seu rosto, fitando-o intensamente.

– Sensei, posso te beijar?

– O-Oi...? Aqui? Por que? - Apesar do susto e da vergonha, Saitama e Genos já tinham se beijado algumas vezes, mas era sempre dentro de casa, escondidos. Raramente os beijos vinham por parte do mais velho.

– Porque eu gosto muito de você e você é sempre tão incrível e eu quero te beijar. - Respondeu de prontidão, sem desviar os olhos de seu amado.

– Wow… - Escondeu o rosto com as mãos, Genos era muito direto. Talvez devesse aprender algumas coisas com ele. Fez uma breve pausa antes de falar. - Ok... Só uma vez.

Beleza, tinha autorização. Agora era só esperar até meia noite em ponto e poderia confirmar se o que aquelas meninas haviam dito era verdade. Genos ficou parado. Mentalmente havia começado uma contagem regressiva.

Saitama observava o cyborg confuso. “Ué, não vai me beijar?” Ficou encarando o outro, que encarava-o de volta. “Pra que perguntou então? Será que ele quer que eu faça isso? Droga, Genos… Que vergonhoso...” Num rápido movimento, ele puxou o rosto do loiro contra o seu e o beijou.

A princípio era para ser só um selinho. Mas um beijo levou o outro, Genos abraçava seu mestre enquanto beijava, o mesmo retribuía, apesar da timidez.

Ao fundo, pode-se ouvir um coro gritando em sincronia: “Três! Dois! Um! Feliz ano novo!” Quase que imediatamente, o céu foi preenchido com fogos de artifício de múltiplas cores, e formatos. Cada um mais bonito que o outro.

O beijo foi interrompido, mas foi por uma boa causa. Genos não podia descrever o quão feliz estava. E realmente, os fogos eram muito lindos na cidade D. Saitama observava-os muito atentamente, sempre adorou o ano novo, e este não foi diferente.

O mais velho repousou sua mão sobre a de Genos, seus dedos metálicos eram muito gelados, mas não tinha problema, até gostava. Virou-se para o loiro, sorrindo.

– Feliz ano novo!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Por favor, comentem o que acharam! Genos chorando é canon: http://aitaikimochi.tumblr.com/post/133374469386