Hidden In The Forest escrita por Noel Em Fevereiro


Capítulo 6
Capítulo 6: Caminhando pela Floresta


Notas iniciais do capítulo

OI!!!! Só passei pra dar um 'oi' mesmo!



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POV. PERCY

–Percy?

–Thalia? O que você está fazendo aqui? – perguntei. Todos na sala nos encaravam, olhando de Thalia para mim, de mim para Thalia.

– O que eu estou fazendo aqui? Acho que a pergunta é o que você está fazendo aqui! Todos estão preocupados! Principalmente seu pai! – falou (lê-se berrou) Thalia. Seus olhos brilhavam de raiva. Até que Miranda resolveu interferir:

– Vocês se conhecem? – perguntou.

–Ela é minha prima! – respondi.

Todos os outros na sala, exceto eu e Annabeth, ficaram boquiabertos. Até que o mais alto dos garotos que entraram com Thalia resolveu se pronunciar.

– Eu jurava que ela estava brincando quando disse que fugiu do castelo! Quer dizer, lá é o castelo! Mordomia toda hora! Qualquer coisa que quiser, é só tocar o sininho e vai estar com você em segundos!

Eu e Thalia nos entreolhamos. Do nada, começamos a rir descontroladamente. Os outros ficaram com uma cara confusa, mas nós continuamos. Muito tempo depois, nós paramos. Thalia segurava a barriga. Era provável que eu estivesse completamente vermelho, mas eu não ligava. Lágrimas escorriam pelo meu rosto.

– Acabou a crise de risos? – perguntou Annabeth.

– Ainda não, mamãe! – respondeu Thalia, voltando a rir.

A loira lhe deu língua.

– Thalia, acho que já chega. Eles não devem estar entendendo nada! – falei.

Thalia parou de rir aos poucos, e me olhou.

– Okay, mas temos muita conversa pra por em dia! – ela olhou para Annabeth. – Isso inclui a senhorita também, dona Annie! Vem aqui e nem me chama! E ainda vem com o meu primo! – a morena tentou ficar com cara de brava.

– Bom te ver também, Thals. – respondeu a garota.

– Olha, o papo ta ótimo, mas nós não estamos entendendo nada! – disse o mais baixo dos garotos.

– Vamos explicar, Connor. Mas primeiro, vamos as apresentações. – disse Annabeth. Ela apontou para os meninos. – Percy, esses são Travis – a loira apontou para o mais alto. – e Connor Stoll. Stoll’s, este é Percy Jackson.

– Pronto, apresentações feitas! Agora, podem me explicar o que o Percy está fazendo aqui? – perguntou Thalia.

– É uma longa história, então é melhor se sentarem. – disse Annabeth.

Depois que todos se sentaram, uns no sofá, outros em poltronas, outros no chão, nós dois tratamos de explicar tudo o que havia acontecido, desde o momento em que Annabeth me assaltou, até encontrarmos Thalia na casa das bruxas. Omiti a parte em que a loira me contara sobre o pai. Percebi que, mesmo que fossem amigos, ela não gostaria que soubessem que a mesma havia chorado.

Quando terminamos, Thalia nos contou o que houve depois que “sumi” na floresta. Segundo ela, meu pai voltou para casa depois de me esperar por algumas horas no mesmo lugar do caminho. Como não apareci, ele foi pra casa e mandou grupos de guardas procurarem pela floresta. Meus pais estão bem preocupados, segundo minha prima. Meus amigos também.

– O que mais me preocupa é o que eles vão fazer, sendo que eu não posso aparecer no castelo para dizer aos seus pais que você vai ter que ficar na floresta por alguns meses até que esteja completamente curado. – terminou ela.

– Se é que eu vou me curar. – sussurrei, na esperança de que só eu ouvisse, mas Thalia ouviu.

– Você vai se curar. Está sob os cuidados de Annabeth. Essa loirinha pode ser meio marrenta, mas é uma ótima curandeira! – disse a morena.

Eu iria responder, mas uma dor lancinante tomou conta do meu corpo. Mordi o lábio para não gritar. Annabeth se levantou rápidamente.

– Piper, a poção, rápido! – falou. Piper se levantou e correu para uma estante, voltando com uma bolsinha de couro.

– Aqui, tome. – disse, tirando da bolsinha um frasco idêntico ao que Annabeth me dera em casa e o entregando a mesma.

Annabeth me deu o frasco e eu bebi. Aos poucos, a dor foi passando. Piper deu a bolsinha para a loira.

– É tudo o que temos. Amanhã reuniremos os ingredientes para fazer mais. – disse a morena.

– Obrigada. – Annabeth respondeu e olhou pra mim. – Temos que ir,Cabeça de Alga. Logo vai escurecer, e você não vai querer ver a floresta a noite.

–Tudo bem, vamos. Tchau, pessoal. – falei. Então me lembrei de uma coisa. – Ah! Thalia, diga aos nossos amigos que eu mandei um oi!

Minha prima riu. Me virei e fui andando ao lado de Annabeth até a porta. Antes que eu pudesse sair, Thalia parou de rir abruptamente, como se lembrasse de algo que não queria lembrar.

– Percy, eu esqueci de avisar! Como seu pai não foi ao reino dos Dare’s, ele convidou a família Real de lá pra vir para Maré Alta por tempo indeterminado!

Olhei pra ela com uma expressão séria. Então dei um sorriso brincalhão e disse:

– Então tenho sorte de estar preso na floresta por tempo indeterminado! Assim não vou ter que lidar com Rachel falando e dando em cima de mim a cada dez segundo! Deseje sorte ao pessoal! – e então saí.

***

Annabeth e eu estávamos andando lado a lado pela floresta. Em silêncio. Por incrível que pareça, estávamos sem nada pra falar. Então, aproveitei esse tempo para ficar admirando-a. O rosto bonito, os olhos cinzentos sempre alertas... Os cabelos louros haviam se soltado e caiam em cachos pelos ombros, como cabelos de princesas de contos de fada. “Não” pensei. “Ela não seria a princesa. Princesas de contos de fada são frágeis e ficam o dia todo plantadas no mesmo lugar esperando o príncipe. Annabeth está mais para o tipo de princesa forte, que aguenta qualquer coisa, que vai atrás do príncipe encantado e quando o encontra, o coloca pra dormir no sofá.”

Fico me perguntando se ela já se apaixonou alguma vez. Ou se era como eu, que nunca soube o que é amar alguém que não fosse da sua família. Então me lembrei que Annabeth não tinha mais sua família de sangue, só seus amigos. Xinguei o destino mentalmente. Por que ele tinha que ser tão injusto, tirando de uma garota tão boa e prestativa o que ela mais amava? Não parecia certo. Nesse pouco tempo que fiquei com Annabeth, já pude perceber que ela era uma pessoa realmente impressionante, e não estou falando só de sua aparência. Sua personalidade forte e confiante é tão intensa que chega a assustar! E olha que eu estou com ela a menos de um dia!

– O que foi, Cabeça de Alga? – Annabeth perguntou, tirando-me de meus pensamentos.

Respondi algo muito inteligente, tipo:

– Hã?

Ela riu pelo nariz.

– Estava me olhando esquisito.

Percebi que fiquei olhando pra ela enquanto pensava.

– Nada, não é nada. – falei.

– Sei... – respondeu-me. – Posso... fazer uma pergunta?

– Já fez, mas como estou de bom humor, pode fazer outra. – respondi sorrindo.

– Engraçadinho. Mas, voltando ao assunto, quem é Rachel? – perguntou.

– Bem, a princesa Rachel Elizabeth Dare é a princesa tagarela do reino dos Dare’s. Quando éramos pequenos, meus pais descreveram nossa relação como “próximos”, mas eu discordo. Eu descreveria nossa relação como “ela fala e eu ignoro até a hora que ela perguntar se eu estou ouvindo”. Ela vivia dando em cima de mim e nunca percebia que eu não dava bola. Resumindo, uma chata da vida.

–Hum.

– Por quê?

– Nada, nada não. Curiosidade. – respondeu.

– Sei... – falei. Ela me deu língua.

Passamos um tempo só caminhando. Já havia escurecido, o que me fazia pensar sobre o que ela havia me dito antes, sobre a floresta a noite. Não me segurei e disse:

– Posso te fazer uma pergunta bem pessoal?

Annabeth me lançou um olhar brincalhão.

– Já fez, mas como estou de bom humor, pode fazer outra. – disse com uma ótima imitação da minha voz.

– Por que você rouba? – perguntei hesitante.

Ela baixou os olhos para o chão. Por alguns minutos ela ficou em silêncio, apenas caminhando pela floresta.

– Alguns meses atrás, eu saí pra caçar. – falou de repente. – Atravessei a floresta em procura da fronteira com o reino dos Dare’s. O caminho pela floresta é mais curto, só leva algumas horas. É por lá que ficam os maiores animais, como cervos e alces. Quando cheguei lá, porém... Não tinha nada. Ao longe, pude ver um grupo de caçadores carregando carcaças de animais indo direto para o reino vizinho. Depois da morte do meu pai, eu fui muitas vezes ao mercado da aldeia para vender minhas caças e comprar vegetais, afinal, não posso comer só carne de cervo o resto da vida! Então, comecei a assaltar as carruagens que passavam pelos caminhos da Grande Floresta. Eu tento parar, mas não tenho condições. Os caçadores continuam abatendo os animais grandes, de forma que só consigo carne de coelho ou esquilo.

–Uou. Deve ter sido muito difícil pra você.- eu sei que é algo idiota de se dizer, mas, puxa, quando uma garota bonita confia a você uma história como essa, você não tem muito o que dizer!

– Foi. E ainda é. Agora... vamos. Estamos perto de casa. – respondeu Annabeth, e acelerou o passo. Fui atrás dela.

Em menos de cinco minutos chegamos em casa. Sentei em uma cadeira enquanto Annabeth pegava um copo de uma água que, segundo o que ela me dissera, era do poço ao lado da casa. A loira andou em minha direção e se sentou na mesa (sim, na mesa, literalmente.)

–Então... Percy... Me fale sobre você. Afinal, terá que ficar aqui por um longo tempo, e tudo o que eu sei sobre você é que você é o príncipe. – ela disse. Fiquei surpreso por ela me pedir isso, ela não parecia ser o tipo de garota que gosta de conversar.

– Bem, Annabeth... – comecei, mas ela me interrompeu.

– Pode me chamar de Annie... ou Ann.Era como meu pai me chamava. Annabeth é meio grande, sabe? –falou.

Sorri.

– Tudo bem, Annie. Bem... meu nome é Perseu Jackson, tenho dezessete anos, sou filho único do rei Poseidon e da rainha Sally. Meu aniversário é dia 18 de agosto, ou seja, mês passado. Meus melhores amigos são Jason, Luke, Leo, Nico, Thalia, Bianca e Silena...

–Espera. Silena Beauregard?

– Sim, conhece? –perguntei.

– Nunca a vi pessoalmente, mas é a meia-irmã da Piper! – Annie disse com um sorriso.

– Legal. Bem, continuando: esses são meus melhores amigos, nunca tive uma namorada porque nunca me apaixonei. Agora, sua vez. Me fale sobre você, Ann.

Ela sorriu.

–Bem, vejamos. Meu nome é Annabeth Chase, tenho dezessete anos e meu aniversário é dia 12 de julho. Sou filha única, e meus melhores amigos são Thalia, Piper, katie, Miranda, Travis, Connor e o filho do ferreiro, Charles Beckendorf. Ah, e... bem, sou filha do caçador Frederick Chase e de uma duquesa.

– Qual duquesa?

O rosto dela assumiu uma expressão sombria.

– Duquesa Atena Olympus.


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Notas finais do capítulo

E aí? Escondi bem o que ia acontecer no título, não foi?
Beijo da Noel!



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