Miss You escrita por Mariaviski


Capítulo 1
Where are you John?


Notas iniciais do capítulo

Mesmo que tenha sido por sorte, fiquei feliz por ter pego você Potty. Eu também shippo muito Johnlock ♥
Espero que você goste~~~~
(Qualquer erro ou má interpretação me avise, please).



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20 de dezembro nos havíamos brigado.

John falou comigo sobre o que faríamos no Natal, eu disse que não teria Natal e então brigamos.

Em plena Segunda-feira estávamos indo a encontro de Lestrade que pedira uma ajuda minha em um caso de assassinato. John iria comigo como sempre, descíamos as escadas do prédio quando John perguntou repentinamente sobre o que faríamos no Natal. “Não terá Natal John, que absurdo – eu ri – Já lhe disse isso”. Dei uma pequena risada, ajustei meu cachecol e olhei para John que estava perplexo e logo retrucou.

—É Natal Sherlock! Por acaso você enlouqueceu?

—Não! Olha John, já não comemoramos ano passado com todo mundo? Então! Diga-me por que temos que repetir aquela baboseira de novo? – disse, estávamos na calçada e eu tentava acenar para alguns taxis que não paravam.

—O que? Depois de um ano inteiro você vem me dizer que não se divertiu? É Natal! E Natal você passa com a família, parentes, amigos e pessoas com que você sente carinho e se importa! – ele deu uma pequena pausa, olhou para o chão e depois para mim — Ah, entendi. O querido Sherlock não sente carinho por ninguém e muito menos se importa com alguém. – soou bem sarcástico.

Creio que ele me interpretou mal. Não acredito que vamos começar uma briga boba na rua por causa do Natal, faça-me um favor – pensei. O defeito de John é se importar demais e isso o deixa muito pra baixo se não é correspondido como deseja, bom, o que ele esperava de mim? Estamos juntos já faz alguns meses desde que ele se declarou, mas estamos juntos e eu não selei nenhum tipo de compromisso com ele.

John ficou zangado, disse que não queria mais ir, pois tinha outra coisa a fazer. Eu não pude impedi-lo, então segui meu caminho até a delegacia. Entrei no taxi que havia parado, olhei pela janela e vi John seguindo rua abaixo. Desviei o caminho e tive uma pequena recordação.

X

Isto fez lembrar-me de como chegamos até aquele momento rapidamente. Desde esta briga, desde antes e desde agora, comigo sentindo sua falta.

Parece idiotice. Depois de alguns anos morando comigo e sempre dizendo á Srta. Hudson que “não era gay” acabou se revelando para mim e dizendo-se completamente apaixonado por mim. Claro que não acreditei no começo, achei que fosse uma piada fora do momento que ele tinha feito enquanto estávamos na sala de estar, ocupado, ele no seu blog e eu fazendo algumas pesquisas. Fiquei perplexo e ri por um breve momento e voltei ao que estava fazendo, mas logo percebi que algo o perturbava, e isso não era sobre a tal piada. Semanas antes da declaração, ele mesmo andava mais fechado e cuidadoso, pensava que eu não notaria, Ah John... Você não me engana – pensei, e então eu me foquei no que ele estava tentando esconder por alguns dias, mas acabei não ligando depois, pois não encontrei nada fora do seu ‘normal´.

Foi estranho quando ele se declarou, estava no sofá grande com o seu notebook apoiado no colo, ele olhava pra baixo e parecia envergonhado. Depois do meu riso, olhei pra ele com uma cara de sacana e falei:

— John! Por favor! A Srta. Hudson já estaria soltando fogos dentro de casa se fosse verdade, essa sua cara não engana ninguém e muito menos a mim, por favor, não me subestime. – Virei minha cadeira e voltei à pesquisa, rolou um silencio entre nós por alguns instantes.

Mas logo em seguida ele retruca.

— Como você pode falar assim Sherlock? Subestimar-te? Ah faça-me um favor você! Só por que acerta tudo, está sempre correto e acha que sabe tudo sobre as pessoas acha que tem o direito de saber ou não o que elas são ou o que querem?

— Sim, eu ach-

— Foi uma pergunta retórica! – grita John, ele parece furioso, mas na verdade só é difícil para ele. Eu tentei responde-lo, mas só o que consegui foi isso. — Não precisa responder, já sei sua resposta.

Levantei-me e fui a sua direção, perguntei a ele o que realmente estava acontecendo com sua vida e pensamentos. Até me desculpei por ser grosso, doeu, mas desculpei-me. John olha-me estranho e levanta-se do sofá, chega mais perto de mim, eu já entendi o que ia acontecer, mas não pude evitar. Ele estava “saindo do armário”. Tentei por Deus não rir, mas as coisas ficaram bem sérias quando ele começou a falar, olhou nos meus olhos profundamente eu então eu realmente pude perceber, que ele gostava mesmo de mim, Sherlock.

Por um breve instante, vi-me preso á aquele momento, Isto é mesmo real? – pensava – Estou delirando ou apenas é mesmo verdade? – John criou uma certa determinação e coragem que até então eu não havia visto, desde sua chegada e do seu trauma do passado. Ele realmente tinha mudado. Não por ruim ou muito menos por bem, ele era ele, mas, de alguma forma diferente.

Ele se esforça e fecha os olhos, eu não recuei mesmo sabendo que ele estava prestes a me beijar. Essa era sua forma diferente, esse John que eu não conhecia, apaixonado.

X

Sobre o natal, eu não quero me envolver de novo. Foi divertido com todos nossos amigos, mas só foi aquilo. Natal é um momento em que as pessoas tiram coragem pra fazer tudo o que ela deveriam ter feito o ano todo, como por exemplo: pedir perdão ou desculpas à alguém, perdoar alguém, fingir que gosta de alguém, fazer festinhas inúteis com a família e fingir que tudo está bem. Só que claro, não está. É apenas “play pretend” como dizem reunir-se e colocar fofocas em dia, ser caridoso com a família ou critica-la por trás. Comprar presentes bons para desconhecidos com aquela incerteza de ‘Será que vão gostar?’ e só receber meias em troca. Ótimo. Natal é o pior momento. Você nunca sabe quem realmente gosta ou não de você. Pior são as mensagens de spam – O Natal decaiu muito.

John gostava do natal, eu não o entendia, ele vivia empolgado nessa época, ele e a Srta. Hudson. Gostavam de comprar os presentes e depois fazer a troca, eles sim se divertiam muito. Era agradável aquela sensação quando ele o fazia e talvez sua empolgação deixava clima melhor de se lidar.

Eu não queria comemorar esse ano, nada mais nada menos, só a ideia de convidar Mycroft era horrível. Sempre ganhei presentes idiotas dele, por isso não comprava mais nada e nem recebia nada.

X

John havia se afetado muito com a nossa briga, pois ele não voltara para casa naquela noite. Não sei o que aconteceu e liguei muitas vezes para ele, caixa postal. Perguntava-me se era mesmo sobre a briga de hoje à tarde ou se eu havia feito algo. Eu já não sabia mais de nada e ele me deixou apenas mais confuso. Não sou bom em lidar com pessoas, ou relacionamentos.

Faltavam apenas alguns dias para o natal, John não havia voltado para o apartamento ainda e eu estava preocupado. Onde ele se meteu? – me perguntava, mas nada que vinha em minha mente poderia responder. Comecei a pensar em porque ele trouxe esse assunto sendo que já havíamos discutido sobre isto e eu não queria de jeito nenhum! Minha decisão ora! Será que ele não pode respeitar? – pensava.

Peguei meu violino, olhei para a janela e comecei a tocar. Começara a nevar e a noite ficara ainda mais linda. Procurei em minha mente alguns lugares onde ele poderia estar. Eu deveria ir procura-lo? – Não, ele virá em algumas horas... Tenho certeza.

X

Assim que acordei na manhã seguinte notei que John ainda não havia retornado, fiquei preocupado, pois, de uns meses pra cá começamos a dormir juntos. Ele não estava ao meu lado na cama, fiquei tenso e pensei onde ele poderia estar. Passei imagens de lugares que fomos juntos, que ele gostava ou que gostaria de ir na minha cabeça, tudo relacionado a John. Foi então que eu entendi tudo. Ele sumiu de propósito, por que quer que eu o procure. Já saquei a dele, isso era um recado. Era sempre ele que buscava ‘nós’ no nosso relacionamento. Ele praticamente pedia por tudo e sempre dizia que gostava de mim, e eu nem sequer pude retribuir.

Nunca disse se o amava.

Na verdade nem mesmo eu sabia se o amava e isto não estava claro, eu tinha que arranjar um jeito de saber. Por isso eu fui procura-lo.

Fiquei ocupado com o caso de assassinato que Lestrade me deu, eu não consegui encontrar alguns elementos na cena do crime e todos os vestígios que encontrei, nenhum correspondia à cena. Era uma armação, mas para que? Procurava pistas, razões, móvitos do porque aquele homem foi morto. Nada ligava com as suas roupas, trabalho ou condição financeira. Se for armação, então alguém quis encobrir algo.

—Talvez este homem já estivesse morto, só que no mesmo dia e então apenas o usaram de isca – disse a Lestrade.

—Mas para que Sherlock? – ele perguntou.

Pensei. Mas, vagamente me veio à imagem de John em minha mentem, eu a afastava e ele voltava. Era um alerta, eu deveria ter encontrando-o para ontem. A Srta. Hudson já sabia que ele havia sumido e não para de me perguntar onde ele estava. “Você não fez nada a ele, Não é Sherlock? Pobrezinho... ele é tão sensível. Você o magoou!”. Tinha dito a ela que não fora nada disso e que ele saiu por vontade própria. Senti-me como se estivesse mentindo a ela, talvez então o que ela tinha dito seria verdade?

Bloqueei isto da minha mente por enquanto. Eu devia focar no trabalho, John me tirava o foco e isso não era comum de minha parte. Logo mais eu havia concluído o enigma e ele nem era grande ou algo escandaloso. Era simples para mim, mas com minha mente fora do lugar eu resolvi tarde, mas ainda sim conseguimos pegar a gangue. Aconteceu que eu não tinha notado o cheiro de nicotina nos seus dedos, informei Lestrade e logo tudo fez sentido. Era um encobrimento de tráfico. Daí em diante ele tomou rédea de tudo e só pegamos o contrabando depois da meia noite.

Voltei para casa cansado. Comi algo qualquer na geladeira e fui tomar um banho. Ao sair, vi minha cama vazia. John realmente fazia falta na minha rotina, só de pensar que voltaria para casa e ele estaria me esperando, todo cheiroso e pronto para uma noite de amor me dava arrepios.

Eu o queria agora.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Espero que sim :)
#partiusegundocapitulo



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