Transição escrita por Deusa Nariko


Capítulo 1
Capítulo Único: Transição


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá e olá :)
Cá estou eu aqui com mais uma one-shot (ou seria mais uma drabble? Hmmm...), dessa vez em comemoração ao ano novo que está chegando!
...
Sem mais delongas, boa leitura!



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Transição

Por Deusa Nariko

Estava ali unicamente por insistência da esposa, sufocado por aquela multidão que se avolumava nas ruas estreitas de uma vila charmosa no País da Lua numa profusão de yukatas coloridos. Sasuke jamais teve paciência para festividades e isso era um fato.

No entanto, mais autêntico ainda do que isso era a sua incapacidade de resistir às suplicas de Sakura que queria conferir o tal festival do qual ouviram tanto falar no trajeto até ali com os próprios olhos.

Havia desperdiçado a oportunidade de descansarem no aconchego e na intimidade do quarto no qual haviam se hospedado e isso ele também era incapaz de compreender.

Mas, agora, vendo-a tão radiante e deslumbrada, seu mau humor abrandava pouco a pouco. Tinha de admitir, ao menos, que a decoração, apesar de luminosa e chamativa com suas luminárias vibrates de papel de seda vermelha e suas barracas e tendas coloridas, conferia um ar festivo e agradável à vila.

Sakura ia à frente, puxando-o pela mão e costurando habilmente entre os transeuntes. Mais cedo, ela havia feito questão de comprar um yukata adequado para o festival e comprou um para Sasuke também, insistindo que ele deveria vesti-lo até que desmontou — com uma paciência louvável — a sua resistência em ceder a tal capricho.

Em uma hora, à meia-noite, os fogos de artifício explodiriam coloridos num céu limpo e pontilhado de estrelas; Sasuke não tinha dúvida quanto a ser intimado a assistir ao espetáculo pela esposa.

— Olha, Sasuke-kun! — Sakura o chamou de repente, apontando para uma barraca de comida à distância.

Ao menos a comida os permitiu distanciarem-se um pouco da multidão sufocante e, por isso, Sasuke agradecia. Eles procuraram, na verdade, por um canto mais afastado das luzes ofuscantes e dos ruídos excessivos. Acabaram na parte mais alta da vila, à beira de uma ravina gramada, no alto de um outeiro, e sob uma ameixeira robusta cujas flores perfumavam a noite fresca.

Ali, comeram sob o cricrilar dos grilos e sob o sibilo do vento. Depois de um tempo, Sasuke se surpreendeu quando Sakura descansou a cabeça no seu ombro e, juntos, eles assistiram, à meia-noite, aos fogos de artifício desabrocharem no céu escuro.

— Obrigada por isso, Sasuke-kun.

O sussurro da sua esposa não fez sentido a princípio.

— Pelo quê exatamente? — ele perguntou e ela afastou o rosto para procurar pelos olhos dele, tal como a mão macia procurou pela dele, envolvendo-a num terno enlace.

— Obrigada por ter me trazido contigo nessa viagem — ela explicou e Sasuke assentiu, incapaz de dizer qualquer palavra, mas ela ainda não havia terminado: — Eu estou muito feliz por estar aqui com você. — E sorriu, um sorriso tão brilhante e caloroso que acelerou o coração dele.

Fechando os olhos, ele se deixou envolver por aquela sensação gostosa. Ainda que estivessem casados há alguns meses, para Sasuke aquele sentimento de completude, de aconchego que ele só tinha com Sakura ainda se mostrava uma novidade agradável.

Eu que deveria estar te agradecendo, Sakura, pensou, mas não lhe disse em voz alta. Ao invés disso, levantou a única mão e tocou-a na face, na pele acetinada e perfumada dela.

Ela estava tão linda naquela noite, vestida com aquele yukata bordado com motivos florais, o cabelo curto preso em um penteado elaborado e decorado por presilhas que imitavam flores e pedras preciosas, e nada mais do que uma mera sugestão de rubor nas maçãs do rosto.

— Vamos voltar para o hotel — ele declarou de repente e ela anuiu, sorridente.

Voltaram de mãos dadas para o hotel, na parte mais afastada — e calma — da vila. E uma vez que se viram na privacidade do quarto, despiram um ao ou outro e fizeram amor.

Sasuke dedicou uma atenção toda especial a cada parte do corpo de Sakura. Na escuridão do cômodo, a pele alva dela cintilava atenuadamente e rescedia ao cheiro da primavera. Nua, ela era belíssima, deslumbrante aos seus olhos atentos. E ele a amava intensamente.

Deitou-a na coberta fina sobre o seu futon e beijou-a demoradamente, ouvindo seus suspiros, seus gemidos tímidos a princípio e a urgência com a qual passou a chamá-lo então.

Perdido no tempo e no calor dos braços dela um tempo depois, ele suspirou satisfeito e contemplativo. Um ano antes, ainda peregrinava pelo mundo em busca de remissão e respostas. Mas agora, tinha a única mulher que já amou junto a si e não estava mais sozinho, não temia mais sua própria escuridão.

— No que está pensando? — A voz suave dela quebrou a cadência agridoce dos seus pensamentos e o levou a baixar os olhos para fitá-la, envolta no seu abraço.

Sua sinceridade prevaleceu quando a respondeu:

— Estava pensando em como tantas coisas mudaram nesse ano.

O dedo dela traçou um percurso vagaroso ao longo da pele do seu peito, descendo em direção ao seu abdome; arrepiou-o.

— E você alguma vez imaginou que estaria aqui... comigo? — A urgência no tom dela não passou despercebida e o fez se sentir presunçoso.

— Talvez — ele decidiu provocá-la no fim, sorrindo maliciosamente, e Sakura bufou.

— Ah, Sasuke-kun, sempre tão malvado! — resmungou ao embicar os lábios, o que quase o levou a rir.

— De qualquer forma — ele continuou, bem-humorado e acarinhando as costas nuas dela —, foi um ano de transições para todos.

— Isso é verdade — sentiu-a apertar-se contra o seu corpo em busca de mais calor e suspirar satisfeita quando o encontrou. — Naruto e Shikamaru casados... Ino-porquinha noiva, e eu aqui... Contigo. Eu não poderia pedir por mais, Sasuke-kun.

Depois de um tempo, o silêncio aconchegou-se a ambos e Sasuke até imaginou que Sakura tivesse pego no sono, entretanto, a voz dela tornou a soar então, sussurrante:

— Obrigada por ter ido ao festival comigo, Anata. Eu sei que você não gosta de multidões e mesmo assim aceitou ir comigo. Significou muito para mim.

— Aa — ele aquiesceu monocórdio, mas o disparar do seu coração (e Sakura sentiu isso) o entregou.

Com mais um suspiro satisfeito (e um sorriso renovado), ela completou, sonolenta:

— Feliz ano novo, Sasuke-kun.

— Feliz ano novo — ele ecoou com um sorriso mais discreto, típico seu, mas igualmente genuíno.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, ficou bem simples como a one-shot de Natal, mas o que vale é a intenção, né? HAHAHA
...
E QUE EM 2016 nós surtemos com muitas Fanfics maravilhosas e bem escritas, com Fanarts divosas e com doujins lacradores SasuSaku! QUE EM 2016 os Haters superem (POR FAVOR, SIM) o nosso Canon e que eu termine todas as minhas Fanfics, amém! XD
...
Nos vemos nos reviews E FELIZ ANO NOVO, POVO!
Até!