Alchimia escrita por Sandro Morett


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá
Espero que vocês gostem do que vão ler. Apesar de que eu estou escrevendo pelo celular, então alguns erros (talvez muitos) acabarão passando,as eu espero melhorar isso com o passar dos capítulos, e vou tentar sempre revisar os mesmos, mesmo depois se postar.
O glossário com a língua antiga ficará nas notas finais para melhor entendimento.
Boa leitura, amores kk

Edit: este prólogo já foi editado pra correção de algumas pontuações e palavras, mas a releitura é opcional.



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Prólogo

 

 

O sol já ia se pondo lançando um brilho alaranjado sobre o capim velho e seco. Uma sombra indistinta e esguia saiu da floresta e correu, mesmo mancando, para o campo aberto, onde a vegetação ressequida lhe cobria as pernas. Às suas costas o som longínquo do trotar de um cavalo se aproximava rapidamente. A sombra humanoide então se virou olhando para dentro da floresta, levantou uma de suas mãos segurando um objeto fino que reluzia vorazmente quando beijado pelo sol poente, como se sugando toda luz e calor. Um pequeno momento de espera tomou conta do lugar. O som dos cascos diminuiu, tonou-se lento até que finalmente parou. Uma sombra alta e larga saiu de entre as árvores, em suas mãos uma lâmina vermelha e um pequeno frasco luminoso, na sua cabeça um notável par de cornos espiralados.

E o sol se punha cada vez mais, dando ao céu e à terra uma aparência febril.

As duas figuras se encaravam sem trocar uma palavra, começaram a avançar com suas lâminas levantadas, prontos para lutar. O silencio foi quebrado quando a voz feminina ecoou numa língua antiga fazendo saltar labaredas de sua pequena e fina lâmina. As chamas tocaram a vegetação e se alastraram rapidamente quando o alvo da mulher desviou, iluminando o rosto da mulher que fugia e o homem que a perseguia; este vestido de armadura negra e com o rosto coberto pelo elmo com chifres.

O atacante agora estava correndo, se afastando das chamas que tomavam conta do campo em que batalhava, flanqueando a mulher que continuava lançando rajadas de fogo contra ele. Aproximou-se com velocidade e saltou desferindo um golpe com sua espada sobre a cabeça da mulher, que defendeu sem dificuldade com sua lâmina esguia, mesmo estando ferida. A rajada de golpes desferidos pelo homem não seriam defendidos por um ser humano comum, mas sua oponente defendeu.

Cansado e ofegante ele se afastou metendo sua mão em uma bolsa de couro que ele levava presa em seu sinto de espada, retirou um frasco com um líquido verde de dentro e lançou contra sua adversaria que quase foi atingida, no lugar que o frasco se quebrou chamas esverdeadas subiram consumindo tudo. A luta se estendia a medida que a luz laranjada do sol poente se extinguia e as chamas verdes e vermelhas se alastravam pelo campo, mas a vitória do homem em sua armadura foi cantada quando soldados em cavalos surgiram pelo flanco da mulher, deixando-a ferida e sem saída. Levaram-na acorrentada e amordaçada.

~#~

Ali, naquela masmorra escura, acorrentada à parede estava a mulher. Os guardas eram cinco e a rodeavam como abutres em uma carcaça, todos vestidos em armaduras pesada, de espadas em punho e viseiras dos elmos levantadas para poder olhar para o rosto da mulher, estupefatos. De fato era a primeira vez que aqueles jovens soldados ficavam cara a cara com uma bruxa e esta se mostrara totalmente diferente de suas expectativas. Haviam ouvido as histórias contadas pelos seus pais de como bruxas eram criaturas hediondas, com uma face desfigurada por maldições; velhas cruéis vestidas de preto, mas aquela era diferente: uma bela mulher de rosto anguloso e maçãs proeminentes, cabelo negro e olhos negros hipnotizantes, quase invisível nas sombras da cela não fosse pela pele pálida quase reluzente. A única coisa que denunciava que ela não era humana eram as orelhas pontiagudas e alongadas, como folhas. Atrás dos soldados surgiu um sexto homem, cota de malha preta sob uma armadura cor de ébano, espada vermelha na bainha de couro adornada com prata. Ele caminhou a frente dos homens ficando cara a cara com a bruxa. Ela sorriu.

— Então aparece o herói. — falou em tom de zombaria. O homem lhe deu um tapa com as costas da manopla. Sangue escorreu escuro. — Onde está o cavalheirismo, Cavaleiro?

— Calada, bruxa. — o Cavaleiro falou. Rodeou a bruxa estudando-a. Precisava arrancar dela informações importantes. — Conte-me, por que tem criaturas se aglomerando nas florestas? Onde estão as outras do seu tipo?

A bruxa cuspiu. Sangue e saliva se chocaram contra a bota do Cavaleiro e ela mostrou um sorriso desafiador: — Vocês homens estão preocupados, não é? O rei deve estar se borrando. Depois de hoje estas terras jamais serão as mesmas.

Ele se aproximou. Espada em punhos: — Deixem-me a sós com a bruxa. — e os soldados saíram. Quando a porta se fechou às suas costas, revelou o frasco amarrado por um fio de prata em sua bainha. No vidro do frasco estava pintada uma serpente que gulosamente mordia sua própria cauda, formando um círculo: — Você conhece isto, não? É produto de um alchimago. Um elixir. Acredito que saiba o que faz.

— Ouroboros. O Elixir da vida eterna. — ela olhou enojada. — Você não me intimida com essa falsa magia.

— Mas devia.

Amarrou o pequeno frasco de Ouroboros no indicador da mão esquerda e retirou uma bolsa de couro que carregava em seu cinto da espada, abrindo-a. Dentro dela, vários frascos com pós e poções das mais diferentes cores estavam lado a lado. Retirou um dos frascos com um pó amarelo e o cheiro de enxofre tomou conta do ar.  Jogou-o sobre a lâmina da espada. Pairando a mão esquerda sobre a lâmina, com uma palavra fê-la brilhar azul:

— Albedo!

As labaredas ciano que tomaram de conta da espada davam uma tenebrosa aparência para o Cavaleiro, revelando uma hedionda cicatriz em seu olho esquerdo. Seus cabelos negros brilhando azul na fantasmagórica atmosfera da prisão.

— Esta é a chama da purificação. — o Cavaleiro falou, aproximando a luz da face da mulher. — Algo que uma bruxa como você jamais suportaria.

Apenas o calor da chama fez a bruxa se contorcer e o cheiro de carne queimada subiu onde a espada tocou. A bruxa soltou um urro gutural, como se dezenas de vozes se somassem a dela: — Você não arrancará nada de mim, Cavaleiro. — a confusão de vozes falou. Os olhos da bruxa brilhavam vermelhos.

O interrogatório se estendeu por quase uma hora. Os soldados aguardavam do lado de fora da sala em que a bruxa se encontrava presa e era como se mais alguém além do Cavaleiro e da mulher estivesse trancado lá dentro às vezes. De repente, as vozes se calaram e um punho de ferro bateu na porta de carvalho três vezes. Os soldados se apressaram em abrir. Lá dentro havia apenas um corpo carbonizado preso a correntes e o Cavaleiro embainhando sua espada.

— Fortaleçam as defesas nos portões e muralhas da cidade e mantenham a cidade fechada. Se perguntarem, digam que eu ordenei. Preciso alertar o rei do perigo eminente.

~#~

A duas horas de distância da capital Altolar, uma companhia partia a cavalo para longe, para a segurança de Forte d'ouro, a fortaleza mais bem guarnecida do império. Receberam a ordem de um dos doze Cavaleiros, Milos, para que levassem um dos artefatos mais poderosos do mundo para longe de Altolar, pois o império estava prestes a virar um caos. Para concluir a missão foram destacados dez bons soldados liderados por dois Cavaleiros, todos os doze homens montados nos cavalos mais rápidos da cidade.

A estrada rumo a oeste estava mais vazia que de costume, notou apreensivo um dos Cavaleiros. Olhou para seu companheiro de Ordem que cavalgava ao seu lado.

— Talvez já tenha começado. — disse o que observava. Sua armadura era verde musgo, o que combinava com seu cabelo castanho e olhos verdes.

— Talvez. — respondeu o loiro de armadura acobreada. Forçou seu cavalo a ir mais depressa.

Atrás deles os soldados transportavam uma arca. Estavam de fato inquietos por receberem aquela missão sem explicação alguma. Tudo o que haviam ouvido eram boatos e tudo o que faziam entre si era especular pelas costas de seus superiores.

— Ouvi um guarda do rei dizer que Milos interrogou uma delas. – falou um, tentando se fazer ouvir por cima do barulho dos cavalos, mas sem que os Cavaleiros escutassem. — Parece que ela revelou para ele que hoje essas bruxas comandariam criaturas e atacariam o império. Nenhuma vila ou cidade escaparia. Tudo por causa de uma profecia.

— E o que dizia essa profecia? — perguntou um outro soldado.

— Isso só o rei e os Cavaleiros sabem. Mas provavelmente é algo grande pra precisarmos mover a Pedra de Altolar.

Os cavalos se moviam depressa na estrada à medida que a noite ia caindo e a floresta ao redor dos homens ia ficando mais espessa. Logo era noite cerrada e a estrada não era mais que uma trilha em meio às árvores, impossibilitando que fossem mais rápido. A única luz era a da lua que encontrava brechas nas copas. O único som era o de animais que ninguém era capaz de ver. O Cavaleiro loiro que estava na vanguarda virou o cavalo na direção dos soldados e disse em voz alta:

— Formem uma fila indiana com o portador da arca ao meio. Vladmir ficará no final da fila para que assim possamos fazer uma boa guarnição para o artefato.

Com os cavaleiros protegendo as duas extremidades da fila que formaram eles continuaram a marchar. Vladimir, em sua armadura verde, olhava para seu cinto da espada garantindo-se que o ouroboros ainda estava ali, em seguida o amarrou no indicador da mão direita, pois era canhoto de espada. Os cavalos estavam assustados, até que um deles empacou. O animal olhava para o interior da floresta e se recusava a continuar andando. Os outros soldados se afastaram enquanto ele escoiceava, derrubando assim quem o montava e fugindo trilha a fora. O soldado no chão sacou sua espada e os outros reagruparam ao redor dele, os dois Cavaleiros empunhando suas espadas.

— Fiquem em formação. — falou Vladmir. — Já está preparado, Braun? — e o loiro concordou sacudindo o frasco que brilhava levemente; este já estava amarrado no indicador da mão oposta à espada.

O tempo se arrastava lentamente enquanto os doze homens esperavam o desenrolar daquela noite. Decidiram continuar marchando. O soldado desmontado subiu na garupa de um de seus colegas, mas quando tentaram fazer os cavalos andarem nada aconteceu, os animais pareciam estar presos ao chão. Braun e Vladmir foram os primeiros a desmontar ao notar as raízes subindo pelas patas dos animais, e logo as silhuetas apareceram na escuridão da floresta: duas mulheres; a loira, que usava uma armadura de madeira e ossos e uma coroa de presas e flores, bela e imponente, que descia em tranças pela sua têmpora e por trás das orelhas pontiagudas. A outra tinha uma pele negra luminosa e usava uma armadura de ferro que a vestia estranhamente, como se tivesse sido forjada diretamente no corpo dela; no elmo, chifres davam continuação ao lugar onde as orelhas se encaixavam.

— Veja só irmã, dois Cavaleiros com uma cajadada só. — falou a que usava armadura de ferro: e que armadura na verdade, sob a luz da lua podia-se ver os veios de metal vermelho correndo pelas extremidades como se fundidos, formando padrões como os de teias de aranha. — E eu achando que eram apenas aldeões desavisados fazendo barulho.

— Tem razão, Nathara. Mas não parece ser só isso. Olhe. — a loira falou apontando para a arca atada a um dos cavalos. — Minha! Eu vi primeiro.

— Para pegar você vai ter que me matar, bruxa. — Vladmir se entrepôs. Balançou o ouroboros sobre a espada vermelha e ela começou a produzir um brilho fraco, como se captasse a luz da lua: — Citrinitas! — e a luz se intensificou.

As bruxas desviaram o olhar e toda a floresta ao redor se iluminou com o clarão. Era impossível para elas olhar diretamente para a espada do Cavaleiro, portanto, se voltaram para os soldados e os cavalos. Enquanto avançavam lentamente, as mulheres puxaram de suas bainhas lâminas esguias, compridas e finas: uma de metal e a outra de madeira e ossos, porém igualmente intimidadora. Os soldados com espadas em mãos avançaram sem esperar a ordem dos Cavaleiros, mas bastou uma torção de pulso da bruxa loira e algumas palavras na língua antiga para que raízes envolvessem os corpos dos dez. Braun, aturdido, abriu sua bolsa de poções e tirou uma que ele sabia que funcionaria contra uma druidesa. Quebrou o frasco e passou o líquido na espada.

— Nigredo!

O espectro que envolvia a espada era negro e tremulava como fogo, e logo Braun avançou contra a druidesa, fazendo-a recuar. Era o tempo que ele precisava para golpear as raízes, fazendo-as virarem cinzas.  A bruxa contorceu o rosto de raiva e logo a outra se juntou a ela no ataque.

— Déad'o rysingr. — falou Nathara. Sua fina espada emitiu um brilho lúgubre e a terra começou a ceder sob os pés dos soldados. Ossos começaram a sair para dar forma às mais diversas criaturas. — Ataquem!

O esqueleto de um lobo saltou sobre Braun, que golpeou com a espada. O espectro negro da putrefação não teve efeito nenhum, mas a lâmina conseguiu separar a cabeça do corpo; estes logo se juntaram novamente. Vladmir foi para o lado de Braun com sua lâmina de brilho prateado em mãos.

— Soldados, em posição! Lutem com os servos da necromante enquanto nós cuidamos dessas duas. – e assim foi feito.

Vladmir e Braun avançaram com velocidade, segurando poções com a mão dos ouroboros. As bruxas tentaram invocar feitiços, mas quando elas mexeram suas bocas as poções voaram contra elas tirando sua concentração. Por pouco não foram atingidas pelas labaredas esverdeadas que atingiram o chão. O Cavaleiro Vladmir escolheu Nathara que havia saltado para a esquerda. Sua espada brilhante emitiu um ruído penoso ao se chocar com a espada da bruxa e as faíscas produzidas fizeram Nathara desviar o olhar. Vladmir continuou atacando, mas a bruxa defendia com facilidade, pois era muito mais forte e veloz. Ela saltou para trás, tomando distancia e acabou encurralada contra uma árvore. O Cavaleiro avançou com a espada levantada e a guarda baixa, a bruxa sorriu. O esqueleto de um viajante estava caído nas moitas e se levantou com uma velocidade surpreendente. As calças do defunto caíram quando puxou o punhal desajeitadamente do cinto e ele avançou com uma punhalada tropeçando para cima do cavaleiro. Este se virou para bloquear o ataque fazendo o esqueleto explodir em pó. A dor que sentiu na nuca neste mesmo momento foi compreendida quando olhou para baixo e viu aquele espeto de ferro com fio atravessado em seu pescoço. Eu devia ter colocado elmo e gorjal., foram seus pensamentos antes de cair se afogando em seu próprio sangue.

Do outro lado estavam Braun e a druidesa. A chama da putrefação fazia sua cobrança na mulher, afinal, sua espada era feita de madeira e ossos. Eles trocavam golpes rápidos, mas a druidesa era muito mais rápida e exigia o máximo do Cavaleiro. Sempre que ela conseguia se afastar e preparava uma magia, Braun parecia estar um passo a frente e lançava um poção que a forçava a mudar de posição e abandonar a conjuração. As chamas verdes de Fogo fátuo se espalhavam onde as poções caíam.

— Eu juro — falou Braun ofegante — que não entendo esse ataque. Não faz sentido nenhum. É só uma profecia.

— É mais que uma profecia. É o futuro dessas terras. Um humano como você não entenderia. — retrucou a bruxa. Um corte no seu rosto sangrava quase negro e a carne ao redor estava com um aspecto apodrecido. — Você deveria estar em algum castelo escondido, essa noite só será ruim para as crianças.

— Não se eu puder impedir.

Avançou com tudo para cima da druidesa. O espectro da putrefação tremulando na lâmina vermelha em um golpe contra o pescoço da mulher, um passo para o lado e ela desviou. O golpe acertou uma árvore que foi quase que instantaneamente consumida. A bruxa rodopiou sua espada de madeira e ossos e atacou pelo flanco, onde embaixo do braço da armadura a espada achou a junta escondida e perfurou. O Cavaleiro recuou sangrando. O braço do ouroboros estava incapacitado, caído imóvel na lateral do corpo. A bruxa avançou, a fina espada de madeira sacudiu:

— Gosh du Bosuq, rysingr.

As palavras na língua antiga, em sua maioria, soavam estranhas para o cavaleiro, mas ele compreendeu aquele encanto. Espíritos da floresta, despertem. Ferido em um braço, levantou a espada com a mão boa e ficou a postos. O ouroboros concedia a ele energia o bastante para manter a chama na espada. Ele esperou o ataque direto, mas nada aconteceu de imediato. Quando ele estava decidido de que a magia havia falhado e começou a andar parar continuar o duelo suas pernas saíram do chão e ele se sentiu envolver por uma gigantesca mão nodosa e severa. Galhos secundários saídos dos dedos da enorme criatura cutucavam-no no rosto e ele, para se livrar, decidiu golpear com a espada. Antes que qualquer golpe pudesse ser desferido, sentiu seu corpo ser comprimido, expulsando o ar de seus pulmões e fazendo o ferimento sob o braço arder e sangrar. A espada foi ao chão.

O Ent colocou o Cavaleiro em frente do seu grande rosto de madeira. Os olhos nada mais eram que buracos escuros escorrendo seiva e a boca uma rachadura animalesca que se abria e fechava, proferindo palavras na língua antiga desconhecidas para ele.

— Nan na Hors'o'pah il Ka? — a voz do Ent era de um arranhar rouco e grave, e tomou conta da floresta como um trovão, enquanto seus membros rangiam a cada movimento.

— É um intruso tentando impedir que a gente procure o garoto da profecia. Cuide dele. — a bruxa respondeu na língua comum e a criatura pareceu compreender.

— Sim... — respondeu o ser com incerteza em uma das poucas palavras na língua comum que conhecia.

O Cavaleiro sabia que não havia como escapar. Sua armadura acobreada se amassava em volta do seu corpo enquanto ele era espremido aos poucos. Os seus últimos suspiros saiam com dificuldade. Buscava o ar, mas era impossível expandir sua caixa torácica. A segunda mão do Ent se colocou sobre a parte superior do corpo de Braun e com um movimento simples o Cavaleiro foi quebrado como um graveto. O ouroboros quebrado em sua mão como uma última tentativa de evitar que aquele poder caísse nas mãos das temidas bruxas, esqueceu-se que transportavam algo muito maior.

Na estrada, os soldados jaziam feridos ou mortos enquanto a necromante Nathara os finalizava com sua lâmina de metal. Os mortos que ela acordara aos poucos se deitavam em seu descanso. A druidesa logo se uniu a ela.

— O que tem na arca? — perguntou.

Nathara apontou sorridente: — Veja você mesma.

O conteúdo da caixa brilhava, mas fazia parecer que era a caixa inteira que estava emitindo luz. Dentro dela um brilho ofuscante envolvia um objeto. Era uma pedra, mas não uma preciosa, portanto não era natural que brilhasse. Sua aparência era envelhecida, como uma rocha marrom com veios brancos; estes veios produziam luz e faziam-na parecer maior, apesar de não ser maior que um punho humano. Tudo nela emanava poder.

— Eu achava que fosse ouro aqui dentro, mas isto... — a druidesa falou arrepiada.

— Com os ataques às cidades eles provavelmente queriam transportá-la para um lugar mais seguro. — falou a necromante Nathara se aproximando. — Se matarmos o garoto da profecia esta noite e estivermos em posse da Pedra Filosofal, essas terras serão nossas. Para sempre.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado do que leram. Eu estou sem muita ideia do que colocar aqui afinal este foi apenas o prólogo para a introdução na história. Qualquer dúvida me perguntem nos comentários que eu responderei imediatamente.

~#~

Língua Antiga:
Déad'o rysingr = Mortos levantem, ou mortos despertar
Gosh du Bosuq, rysingr = Espíritos da florestas, despertar
Nan na Hors'o'pah il Ka? = O que um Cavaleiro faz aqui?