A minha Lua escrita por Prih


Capítulo 8
Então eu a vi.


Notas iniciais do capítulo

fala lindos leitores é a fic chegou ao fim... obrigada pelos comentários e por terem comentado e favoritado...
dessa vez as frases foram montadas de forma diferente.
BEJOKAS e vejo você no Fractais.( que nada tem haver com essa fic)



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A primeira vez que Elsa adoeceu foi no aniversário da sua irmã. Foi a primeira vez de muitas. Frost se enchia de preocupação e desespero. Sua lua tinha uma doença que nenhum médico diagnosticava.

— Lua me diga o que você sente? – A preocupação transparecia em sua face.

— Eu estou bem Frost. – Ela sussurrou ajeitando-se em seus cobertores. – Quando menos esperar eu vou estar de pé, correndo por ai. – Forçou uma risada.

O jovem espirito notou que Elsa mentia, não sabia o quão afetado estava seu corpo, mas sabia que sua lua perecia. Humanos não deveriam ficar tanto tempo doente, e Elsa não estava nada bem, mesmo se Frost fosse um completo alienado e não percebesse a mentira, por debaixo das longas pestanas dela, saberia que o frenesi no castelo a delataria. Todos os criados e súditos faziam de tudo para ter notícias da rainha ou tentar oferecer-lhe medicamentos, tônicos e exiliares revolucionários.

Frost também quis dar sua contribuição para a cura, naquela mesma noite decidiu buscar a criatura mais mágica que a terra conhecia. Em meio as suas várias viagens haviam descoberto sobre os guardiões. Sandman foi o primeiro guardião a quem suplicou. Infelizmente o pequeno não tinha poderes para curar sua amiga, a única coisa que lhe ofereceu foi um pouco de sua areia dos sonhos, e explicou através de figuras como utilizá-las.

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Dias se passaram até encontrar outro guardião. Era o guardião da esperança, o responsável pelos ovos de pascoa. E. Aster bunnymund era um coelho grandalhão de sotaque australiano, mais parecia um canguru, entretanto era um Pooka uma rara espécie mágica. Ele sem dúvida teria a chave a cura de sua lua. E sendo um guardião não poderia negar. A terra vermelha de terra árida, era onde vivia o Pooka em um distinto da Austrália.

— Eu preciso de sua ajuda! – Frost sem se apresentar logo ficou frete a frete com o orelhudo. – Tenho uma amiga ela é humana e está muito doente.

— Uma humana? – O coelho estudava-o com um olhar de desdém. - Garoto, você é uma criatura mágica, não deve se envolver com humanos.

— Mas ela tem magia de gelo e... – Foi interrompido.

— Magia de gelo? – Gargalhou com desprezo. – Sinto muito não posso fazer nada a respeito.

O coelho bateu a pata no chão abrindo uma passagem debaixo da terra pulando para dentro. Frost não se satisfez com a resposta, como um guardião poderia ser tão indiferente a essa situação? Ou não tinha entendido a gravidade da situação? O jovem o seguiu antes que a fenda fechasse.

— Estou te implorando, me de algo, qualquer coisa eu sei que você é tem poderes para isso. – O nevado estagnou na frente do coelho.

—Garoto o que sua amiga tem não pode ser curado com um simples chocolate. – Tentou desviar do de menino que insistia em obstruir a passagem. - E o que recebe por se envolver com humanos.

—Como? – Frost chocou-se com as palavras frias que o coelho proferia, como podia um guardião ser tão repugnante.

O que não está zangado com isso, está?— Respondeu indiferente. - Me de licença que eu tenho mais o que fazer.

Um dos grandes ovoides soldados, prendeu os braços do menino, que debatia com toda força tentndo se soltar em vão. O menino começou a assimilar o que acontecia. Era um absurdo, ser guardião era isso, se enfurnar em esconderijo, subornando as crianças. Uma vida imunda. Frost se convencera que nunca transformaria um deles.

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Frost não sabia, mas o poder de Elsa crescia e intensificava no coração. A magia tinha um preço para existir e esse preço era consumir os sentimentos e o corpo de seu usuário. A magia consumia a vida de Elsa. A única cura para uma magia que congelava seu corpo era ter um sentimento poderoso e forte o suficiente para abrasar todo o corpo. O amor. Mas não um sentimento qualquer de amor, deveria ser um grande amor, uma grande paixão. O único poder capaz de aplacar o poder da magia.

— Um grande amor -

Deitada em sua cama, Elsa ouvia Anna que tentava encher sua cabeça de ideias matrimoniais. Sobre bailes com os jovens solteiros e convites aos príncipes, reis e duques de toda a região, para encontrar seu grande amor. Mas Elsa não estava atenta ao que ela dizia, seus pensamentos estavam longe, estavam em um garoto de gargalhada arrebatadora, com o poder de destruir todas as barreiras e iluminar as trevas. Imaginava qual seria a próxima história que ele contaria, quem teria ido visitar dessa vez.

— Elsa? – Anna parecia estar chamando ela a muito tempo.

— Desculpe, estava lembrando de uma coisa.

— Coisa? Que coisa? – A ruiva parecia um pouco preocupada com a desatenção da irmã.

—Meu carregamento de livro. Ele já chegou? – Realmente havia feito uma encomenda aos mercadores ingleses e estava esperançosa sobre o que iria encontrar.

—Chegou, mas Elsa... Temos coisas mais importantes.

— Anna, me traga os livros por favor.

— Mas El...

— Anna – Sua voz estava firme e maternal. – Por favor.

A ruiva revirou os olhos mas atendeu ao pedido. Não demorou muito para que a caixa chegasse ao quarto e Elsa. A rainha levantou-se e caminhou até a caixa de madeira, somente quem a conhecia muito bem, podia dizer que viu felicidade no caminhar, sendo que ela sempre foi reservada em suas demonstrações de emoções. Mal se aguentava de curiosidade, abriu a tampa e retirou o feno, a quina do primeiro livro saltou aos olhos. De capa dura e escura. O assunto de todos os livros eram lendas e mitos nórdicos. A loira impaciente, pulava as apresentações e prólogos, quando esse tinha nos livros, partindo para o primeiro capitulo procurando algo, ou melhor, uma resposta.

Corria rápido o olhar nas páginas, mas seu olha se deteve em um nome em um dos livros. O Jack Frost. Escrita de nome Mary K. Overland Frost*, uma americana. Jack Frost, seus olhos encheram de lagrimas e seu coração correspondeu ao nome. Elsa devorava cada palavra do livro. Toda as características, personalidade e até fisionomia descrita eram de seu Frost.

—Jack frost?! – Esse era o nome dele.

—O que? – Anna que permaneceu ao seu lado sem entender o que acontecia.

Foi o livro mais rápido de lera, e finalmente descobria mais sobre seu amado. As últimas palavras retiraram todo ar dos pulmões.

— Um espirito livre, que jamais será preso. Com as asas da liberdade alcançou os céus, pois a terra se tornou pequena demais para ele. -

Seu corpo pesou, tudo a sua volta girava. O amargo do estomago subiu a boca, quase a fazendo vomitar. Seu corpo foi tomado por terríveis dores, pois finalmente percebera o que lhe afastava de Jack Frost não era ele ser invisível, era ele ser livre. Era porque ele nunca a amaria. Como sempre, tudo era muito obvio para ela desconfiar, Frost Jamais dissera, mesmo que por relance, que a amava Elsa era a sempre ajudada. Era a sempre socorrida. Pena. Compaixão. Dó. Esses deveriam ser os verdadeiros motivos que uma criatura livre tinha ao abrir a gaiola e libertar o pássaro. E Elsa era o pássaro.

—Elsa? – Apreensiva sua irmã notara a mudança dela.

— E-eu preciso me deitar. – A loira cambaleante seguiu em direção a sua cama.

As pontas dos dedos começaram a transmutar, o cabelo ficou ainda mais loiro, até chegar a um tom único de branco. A mudança acelerou com a triste descoberta.

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O garoto espectral chegou finalmente ao castelo, estava muito zangado com o Bunnymund para notar o alvoroço no grande pátio. Seus ouvidos ainda reprisavam as falas do coelho por isso não ouvia o lamento de todos os súditos e servos.

A Janela do quarto de Elsa ainda estava aberta, como sempre ficava. Quando entrou não percebera o clima fúnebre que pairava no ar. Sua mente aos poucos foi se acalmando até finalmente se dar conta que no quarto estava Anna ao lado da cama chorando pesadamente. O tempo parou, o estomago do menino pareceu sumir. Mas ele já teve estomago?

Seja feliz, pois sempre te amei. – Voz fraca e pausada de Elsa, o encheu de coragem e se aproximou,

A escassa luz prata da lua que entrava pela janela iluminou o cabelo dela, que estava completamente branco, os braços cruzados por fora do cobertor, ele percebia, para sua tristeza que os dedos delas já eram gelo, o braço estava coberto por uma geada branca.

— L-lua? – Ele disse em um misto de tristeza e desespero.

—Jack ?! Jack Frost. – Ela demonstrava uma animação repentina.

— O que? – Anna disse sem entender.

— Esse nome... – O rapaz foi impactado com algo que ele pode jugar ser lembranças, aquele nome era conhecido para ele, não de agora, mas de antes, antes de alguma coisa. – Onde você ouviu esse nome?

— Esse é seu nome Jack Frost, o espirito livre da geada e da neve. – Elsa sorria, mas sem o brilho e a alegria de sempre.

“Meu nome é Jack Frost. Como eu sei disso? A lua me contou.”

— Elsa, você está queimando de febre, o Deus! Está alucinando. – Anna dizia enquanto tocava na pele dela, que por mais congelada estivesse inda queimava como fogo. – Eu vou buscar o médio. – ela saiu as presas do quarto.

Jack planou acima de sua lua, deitada sobre a cama de lençóis, o olhar dela o acompanhou. Ela acreditava, não pela magia, mas por quem ele era. Jack Frost. Por isso não houve vendas cobrindo os olhos. Ele era exatamente como ela imaginava, não, era mais do que ela imaginava. Pele branca de roupas simples, os cabelos dele eram brancos e esse tom de cabelo se tornou o mais belo que existia e um olhar azul como o céu sem limites, sem que percebesse esse azul tornou-se a sua cor favorita. Mas ele não sorria, a expressão dele era carregada de dor e...Culpa? Elsa não queria ver aquela expressão no rosto dele. Não combinava em nada com seus olhos.

— Me diga, onde você foi dessa vez? – A fala foi tranquila e pausada.

— Elsa o que você sente? – Ignorou completamente a pergunta, aproximando mais tentava ver melhor seu rosto. Ela estava pálida e os lábios brancos, não vermelhos como vinhos, mas pálidos como os enfadonhos papeis que ela sempre foleava.

— Jack está perto demais. – Virou o rosto levemente, fugindo do olhar, cogitou que ele não sentia nada ao estar tão próximo. – Posso sentir sua respiração.

— Ah! desculpe. – Ele afastou-se um pouco – Me desculpe... – Dessa vez não era só pela aproximação, de alguma maneira Jack se sentia culpado por não saber como ajuda-la. A sua lua percebera novamente a tristeza e culpa na face.

— O azul seria uma cor perfeita para você. – disse sorrindo tentando esconder a dor que corria por todo seu corpo. – Você deveria usar azul. – Ela gargalhou levemente, um rítmico riso que escondia as dores de seu corpo. As dores no corpo foram bem escondidas, por maior que fosse Elsa não demonstrou e Jack nunca percebeu.

Frost não sorria, não tinha humor para acompanhar sua lua na sinfonia melódica de suas risadas.

— Você lembra daquela promessa que me fez anos atrás? – Jack a olhava sem entender, não era um bom cumpridor de promessa e essa já tinha esquecido. – Nunca compactue com o medo? Mesmo que isso signifique perder algo muito importante, eu quero que me prometa novamente.

— Como, por que agora? – Pareceu um pedido antes da morte. Não queria que fosse isso não podia ser isso.

— Só prometa. – Falou severa

— E-eu prometo. – Sempre tinha medo quando ela usava aquela voz.

— Com verdade. – Fechou os olhos, e respirou fundo, escondendo uma nova onda de dor que percorreu seu corpo.

— Eu, Jack Frost, prometo nunca esquecer desse dia em que me comprometi a minha lua de nunca me envolveria com o medo. – Ela abriu os olhos e viu Jack.

“Elas vão ter medo de nós, não é isso que eu quero.”

O olhar azul-celeste, silenciou tudo a sua volta, sem mentiras. Ele a chamava de lua, sempre a chamava de lua, isso era o que ela mais amava, mas agora só lhe causava angustia, pois isso alimentava uma esperança que era logo roubada pela solidão. O coração dela acelerou, mas a cada batida ela sentia uma agulha de gelo perfurar seu coração. Precisava se afastar daquele olhar.

— Não quero te encher de promessas, nem pedir algo que você não conseguia cumprir, mas... seja livre!

Jack sentia que algo parecia chamar sua lua, algo que ele não entendia, mas que a chamava para longe, e continuava a chamar. Ela se distanciava, sua lua deixaria de brilhar, seu sentido de continuar sumiria. O que faria quando ela se fosse? o que seria? Voltaria ao nada ao vazio, sem ela.

— Faça o que você quiser e quando quiser.... – Como se lê-se a mente do menino continuou a dizer. – Viaje o mundo encontrando crianças que como eu precisam de sua ajuda.... Cuide delas... E cuide de você.

— Elsa por favor não vá. Eu preciso que você fique. E-eu vou encontrar uma cura eu prometo, prometo qualquer cois...

“Estava escuro, estava frio e eu estava com medo.”

Os olhos ainda secos, mas o rosto expunha um sofrimento como se toda a lagrima do mundo escorresse deles. Elsa segurava tudo em entre seus dedos congelados. Ela permanecia serena e com um sorriso aberto em seu rosto. Em um lampejar de amor. Retirou toda a escuridão do peito do menino. Todo medo. Em um sorriso grande, branco e brilhante.

“Mas ai vi a lua...

Tão grande e tão brilhante

ela espantava a escuridão.

e quando eu vi a luz, não tive mais medo”

—Vai ficar tudo bem. Quando as pessoas acreditarem em você, elas vão te ver.

Soltando a mão do rosto do menino pousou novamente em seus lençóis. Respirou fundo.

— Eu te amo Jack.

O menino paralisou com as palavras, precisava responder a isso, mas como ele responderia não sabia o que dizer. Isso era algo estranho, novo. Precisava retribuir? Mas ao que exatamente? Ele deveria ter um coração batendo para lhe mostrar que sentimentos, mas em não o possuía, em seu peito havia somente o oco. Então como retribuiria?

— Não precisa dizer nada. – Ela disse serena. O gelo já cobria todo seu corpo. – Não é sua culpa.

Anna acabava de entrar no quarto para ouvir as últimas palavras da menina. Elsa precebera que sua irmã entrava junto com um homem, era o médico. Lançou o olhar maternal e afável de sempre.

— Anna, ninguém tem culpa. – Respirou por fundo. – Eu te amo.

O gelo engoliu todo seu corpo, e agora Elsa era um gelo sólido. Um último suspiro quente saiu das narinas dela. Com um eterno sorriso em seu rosto, sabendo que pelo menos tivera a chance de conhecer o seu grande amor. Tivera a chance de vê-lo, senti-lo, toca-lo. Mesmo que nunca lhe pertencesse existir e sentir já lhe fora o suficiente.

Jack Frost velou o corpo de Elsa, sempre ao seu lado, olhando a face de sua lua, congelada e serena, com os olhos fechado e em seu lábio um sorriso. O menino não se importava se era atravessado, pelas pessoas do grande salão, que se aproximavam do corpo da rainha. Não se importou com a triste chuva, que insistia em molhar sua face quando acompanhou o funeral da rainha. Anos se passaram para que ele tivesse coragem de se afastar dela. Décadas se passaram para que ele voltasse a sorrir.

Faça o que quiser”

“ Seja livre”

— Eu farei! Eu serei! – Disse para ela uma última vez.

—Fim_

 

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Notas finais do capítulo

* Mary K. Overland Frost... ver nas curiosidades de fractais

E ai gente... vcs acham que merece uma continuação??
se sim comentem ai... eu ja tenho algumas ideias.. mas só postarei com muito comentários. heehhe

[cena deletada]
não consegui encaixar em nada mas vale a pena ler:

Para todos, em especial Anna, Elsa jamais teria abandonado. Ela os protegia em alma, pois Olaf ainda vivia. Mas esse era um triste segredo que Jack guardaria para sempre, pois era ele quem enchia a nevasca de magia de gelo. Deixando o boneco viver eternamente com sua dona.