Lá E De Volta Outra Vez escrita por Pacheca


Capítulo 12
Amor de Verão


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas < 3



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— Querida? – Minha mãe entrou no quarto quando eu tinha acabado de sair do banho, estava tentando desembaraçar meu cabelo. – Então, como foi a tarde?

— Boa. Fiquei um bom tempo com Nathaniel, até ele ir ficar com a irmã bruaca dele. – Ela riu, encostando a porta. – Ai eles tiveram que ir embora...

— Ah é, já devia estar tarde.

— O sol ainda estava no céu quando ele foi. – Ela deu um sorriso, daqueles de quem tinha me pego no flagra. E tinha mesmo. Droga.

— E então, conheceu alguém?

— O sobrinho de um professor. Dakota. – Comentei, sabendo que era melhor falar de uma vez. Assim ficava só entre nós. – Ele me chamou para ir com ele amanhã de noite na praia.

— De noite? – Ela não estava muito feliz com a ideia, mas pelo menos era fácil convencê-la.

— É aqui na frente, relaxa. Vai dar pra me ver da janela, com um binóculos. – Ela riu. Provavelmente tinha se imaginado inclinada na janela, com o instrumento em mãos. Ri também. – E outra, eu posso falar com Nathaniel pra ir.

— É, seria uma boa. Bom, eu confio em você. Só tome cuidado.

— Tudo bem. Já tem comida? – Perguntei, brigando com a mecha presa no pente. Ela riu e foi me ajudar.

Peguei o celular e mandei mensagem para Nathaniel. Minha mãe murmurava alguma música enquanto penteava meu cabelo.

“Ei. Desculpa mesmo, como ela está?”

“Melhor.”

Nossa, que seco. Franzi o cenho, preocupada. Ele não podia estar achando que eu tinha feito de propósito, podia? Não, ele sabia que eu não era assim. Perguntei.

“Que foi? Está com raiva?”

“Não, só cansado.”

“Você nunca está cansado. Sério, o que foi?”

“Nada. Você precisa de algo?”

“Talvez...vai rolar um luau amanhã, quer ir?”

“De noite? Posso ver.”

“É, diz que é. Vamoos”

“Diz? Quem, aquele surfista entojado?”

“É, ele quem me chamou. E ele podia ser pior.”

“Depende do que você acha pior. E não vou ficar segurando vela, valeu.”

“Leva sua irmã, não por isso. Não precisa nem ficar comigo, se preferir...”

“Vou ver se ela quer ir. Boa noite.”

Despedi-me e fui jantar, com aquela dúvida na cabeça. Por que ele estava tão incomodado com Dake? Quero dizer, ele não parecia ligar muito quando eu contava dos meus ficantes para ele. Talvez fosse só antipatia mesmo. Não podia fazer nada.

No dia seguinte, eu fui para a praia com meus pais, só para ficarmos um pouco juntos. Só fiquei na areia, tentando manter um cabelo apresentável para mais tarde. Falei com meu pai que eu ia sair com Nathaniel e a irmã dele de noite, para a festa. Ele aceitou, sorrindo. Sorri também.

Mais tarde, na hora de sair, eu coloquei um vestido branco rendado, uma rasteirinha laranja e só passei rímel. O batom ia sair mesmo. Peguei uma bolsinha para levar meu celular e um dinheiro de segurança.

— Não demore muito. – Meu pai comentou, assistindo TV. Sorri e mandei um beijo para ele. Deixei a casa, indo direto para a praia. Foi fácil achar Dake. Ele estava só com a bermuda, o cabelo preso feito no dia anterior.

Fiquei nervosa. Ele estava conversando com um outro rapaz e uma menina de short super curto e camiseta decotada. Vi Nathaniel chegando com Ambre e fiquei mais nervosa ainda.

Ela tinha desinchado, usava um vestido maravilhoso azul. Podia ser só a cor bonita mesmo, mas pouco provável. E ela já tinha avistado Dake. Ele olhou na direção dela e voltou a falar com o cara, antes de olhar ao redor e me ver. E ai sorrir.

Acenei para ele, vendo Nathaniel revirar os olhos. Ele devia parar de ser chato e procurar alguém para ele. Só que ele conseguia ser tão tímido quanto eu, então se a menina não chegasse nele, seria difícil.

— Trouxe o cão de guarda? – Dake riu, me puxando para ele e abraçando minha cintura. O casal com ele se distanciou.

— Ele não vai atrapalhar, então tudo bem. A irmã dele é quem já melhorou.

— A loirinha me dando mole. – Ele sorriu na direção dela, mas sem me soltar. Cafajeste. – Deve estar adorando me esfregar na cara dela.

— Eu não preciso provar que eu sou melhor que ela, só acontece. – Ele riu e me deu um beijo.

Só sei que era uma festa repleta de adolescentes, regada à bebida e pegação de todos os lados. E juro ter visto um baseado, mas preferi fazer de boba. Dake simplesmente ficou comigo o tempo todo, me beijando.

Pra um amor de verão, foi muito bom. A gente acabou um pouco afastado do grupo, mas eu ainda conseguia ver a festa. Distância segura, é o que eu chamei. Ele estava com a mão sobre minha coxa e a outra na minha cintura, me puxando mais pra ele. A gente ficou ali por um bom tempo, até meu celular tocar.

— Ai, droga. – Soltei seu pescoço, olhando a tela iluminada. Minha mãe. Já deviam querer ir dormir e estavam me esperando. – Preciso ir. Beijo.

— Sim, senhora. – Ele me puxou mais uma vez e me deu um beijo. Não tinha sido um pedido, mas nem me importei. Soltei-me e fui embora, quase correndo. Vi Nathaniel e Ambre indo embora também, e ele não parecia irritado.

— Como foi? – Meu pai perguntou. Ainda bem que eu não tinha ido de batom.

— Bem, fiquei por lá com Nathaniel, curtindo uma música bem good vibes. – Ele sorriu e foi se deitar. Segui o exemplo e fui pro meu quarto, tirando a sandália.

— Filha? – Minha mãe entrou no quarto e me viu esticada por cima da coberta, quase dormindo. – Vai se trocar, esse vestido pode puxar fio. Boa noite.

Meu celular vibrou. Fiquei de pé, peguei o aparelho e abri a mensagem de Nathaniel.

“Valeu por sumir, adorei a noite.”

“Sério que não ficou com ninguém?”

“Nossa, que surpresa, não? Claro que não.”

“Bobo. Ainda te amo, só não quis te deixar de vela. Vou dormir. Perdão.”

“Ok, pode ir. Até mais.”

Podia até ser maldade minha ter levado ele para uma festa sem nem ficar perto dele, mas era pra isso que os amigos serviam, sim? Ele ia me perdoar logo, por sorte.

Depois daquela noite, as férias passaram bem rápido. Vi Dake mais algumas vezes, mas só de longe, com alguma menina agarrada nele. E sempre que ele me via ele as tirava de perto. Como se eu não tivesse notado que ele era o pegador entre os amigos.

E continuei passando as tardes na praia com Nathaniel. Ele já estava bem mais feliz, desde que eu não pronunciasse “Dake” perto dele. E eu fiz o favor de não comentar.

Nesse ritmo, a semana passou num borrão. Na noite de sexta, eu já estava juntando minhas roupas para não esquecer nenhuma. Meu pai nos levou para jantar no quiosque de um amigo dele e eu fiquei lá, mandando mensagens para Nathaniel.

Até eu receber uma de outro contato. Rosalya.

“Eeei, estou esperando relatórios. E ai?”

“Tudo tranquilo, depois te conto.”

“Encontrou alguém?”

“Além do Nathaniel e a irmã bruaca dele, não.”

“Nossa, a praia ficou vazia, só vocês três?”

“Ah, você fala estranhos também? Conheci o sobrinho do Bóris.”

“O professor?”

“O sobrinho é maravilhoso. Nem parecem parentes.”

“Já quero relatos, pra já.”

“Só quando eu voltar.”

A comida do amigo do meu pai era bem gostosa. Fazia sentido o lugar estar cheio de gente. Assim que acabamos de jantar, ele foi cumprimentar meu pai e nos deu trufas. Peguei o chocolate, sem ouvir a conversa dos dois homens.

— Anna, não é? – Ele sorriu para mim. Sorri de volta. – Eu lembro de você bem pequena. Fui te visitar quando nasceu. Está muito bonita.

— Obrigada. – Eu ficava sem graça com elogios daqueles, mas ainda assim agradecia e sorria. – A comida aqui é muito boa.

— Oh, eu agradeço. Bom, volte por aqui mais vezes. Eu preciso ir para a cozinha. Licença. – Ele se despediu e voltou ao trabalho. Meu pai pagou a conta e nos levou de novo para casa.

— Amanhã a gente vai embora bem cedo, ok? – Meu pai falou, abrindo a porta da casa para mim. – Não demore a dormir.

Concordei e fui para o quarto, tirando minhas sandálias. No dia seguinte eu ia acordar com minha mãe me chamando e meu pai já guardando as malas no carro. Deitei e, quase de imediato, apaguei.


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Notas finais do capítulo

Nath ciumento, hehehe :3 Bom, até o próximo :)



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