Borderline escrita por Thais LeFey


Capítulo 6
Surto


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, um pouco preocupada quanto a este capítulo, espero que gostem!



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Rachel

Estava deitada lendo um livro quando escutei o som estridente da campainha tocando. Me perguntava quem poderia ser.

Desci as escadas ate o andar de baixo gritei um “já vai” e fui em direção a porta da casa, quando abri vi Puck invadindo a casa com Santana no colo e Britt correndo logo atrás com a cesta nas mão, os três estavam vermelhos, Noah subiu as escadas e sumiu lá em cima com Santana.

—O que houve? – Perguntei a Britt.

—Karofski apareceu para nos atormentar.

—Ela bateu nele?

—Não, ela se segurou, o Puck apareceu na hora, mandou o Dave embora, pegou a San no colo e trouxe ela. Rach, ela estava se machucando.

—Tudo bem, eu vou tentar acalmar minha irmã, prometo, que te explico depois.– subi  correndo.  – Britt quando ela estiver mais calma poderá vê-la agora não é uma boa ideia. – Avisei quando vi a loirinha subindo atrás de mim.

Cheguei na porta do quarto da minha irmã e vi Puck em cima dela tentado segurar os seus braços para que ela parasse de se machucar

—Saia de cima de mim Puckerman. – Santana gritava.

—No momento em que a tua irmã entrar nesse quarto eu te solto, enquanto esse momento não chega, sinto muito mas não vai acontecer, já disse.

—ME SOLTA! – Ela urrou. Corri para a cama.

—Tudo bem Noah – entrei no campo de visão dele. – Pode soltar, eu tomo conta. Vai lá em baixo, a Britt ficou sozinha, – Noah saiu de cima dela e imediatamente começou a coçar os braços  - Sany, solta o braço. – Me aproximei delicadamente, falando baixinho, para não assustá-la. – Mi amor, só estamos nós aqui, não precisa ficar nervosa.  – Sentei ao lado dela sem tocá-la.

—Não, eu...

—Sany, seu braço está sangrando. Você não quer que eu te amarre, certo?

—Não! – Santana coçava com mais fúria.

—Se não soltar eu não terei escolha. – Me aproximei um pouco mais. – Sany, me de a mão. – Estiquei minha mão para a dela.

—Não!

— Tudo bem, é uma escolha tua. – Levantei da cama peguei duas contenções no armário, fui ao banheiro e peguei a farmacinha, voltei para a cama sentei em cima da sua barriga. Peguei uma das mãos coloquei sob meu joelho, peguei a mão direita e com uma das faixas a amarrei na guarda da cama, fiz o mesmo com a esquerda depois de fazer um curativo. Santana gritava furiosa para soltá-la.

—Soltarei quando se acalmar, antes disso não tem como – acariciei seu rosto.

Desci ate a sala e pedi para que os dois fossem embora.

—Santana não está tendo um momento bom Britt, é melhor que você volte outro dia, certo?

—Mas...

—Britt, é sério, ela não vai querer que você veja isso, vai deixa-la mais ansiosa ainda, Santana gosta muito de você e eu sei que ela tem medo que você fuja, então, eu preciso que você vá para casa.

—Mas eu não vou fugir.

—Eu sei, mas ela não sabe.

—Quando ela melhorar você me liga? – Perguntou triste porém cedeu.

—Sim, eu ligo na mesma hora.

—Você vai ficar bem baixinha?

—Sabe que sim Noah, não se preocupem , faça com que Britt chegue a sua casa em segurança, certo?

—Tudo bem.

Nossos amigos foram embora e eu mais aliviada voltei correndo para o quarto, Santana gritava, tentava arrancar a faixa, lágrimas escorriam de seu rosto, lutei contra a vontade desamarrá-la e pegá-la no colo.

— Me solta RACHEL!

—Como eu disse Sany, quando você se acalmar,eu solto, combinado? Não tente arrancar a faixa, porque vai te machucar. – Fiquei olhando ela se debater, com a expressão impassível, contudo por dentro estava arrasada, odiava ver minha irmãzinha daquele jeito.

Ela depois, de três horas de gritos e se debatendo, foi se acalmando, os olhos fechando e finalmente pegou no sono, quando tive certeza que não acordaria novamente a soltei e puxei para o meu colo, deitei com ela em posição de concha, amarrei as duas mãos juntas com uma faixa, porque quando está em uma crise ela se machuca mesmo durante o sono, fiquei ali abraçando-a ate que ela começou a acordar.

—Rach? – Me chamou com a voz manhosa.

—Oi mi amor.

—Eu... o que aconteceu?

—Você teve um surto.

—Eu machuquei alguém?

—Segundo a Britt, não.

—Ela...

—Não ela não viu, você lutou contra enquanto ela estava perto, Noah apareceu e te tirou de lá.

—Eu  lembro mais ou menos. – Olhou para mim, olhou para as mãos, novamente para mim. – Porque você me amarrou? – Perguntou magoada, eu também ficaria.

— Você estava se machucando, eu precisei te amarrar, você não queria parar de coçar o braço.

—Ah!  Eu não te machuquei né?

—Não cariño, eu sou baixinha, mas sou bem forte. – Avisei orgulhosa. – Consegui te segurar.

—Desculpa? – Fiquei confusa.

—Pelo que mi amor?

—Não sei. Eu só tenho a impressão que preciso me desculpar. – Virou para mim e escondeu o rosto no meu peito.

—Impressão errada, você não precisa se desculpar.

—A Britt, ela...?

—Não Sany, eu pedi pra ela ir para casa.

—Que bom, eu não quero que ela me veja assim. – Falou contra o meu peito.

—Eu sei meu amor. Posso te soltar do abraço?

—Pode

—Tudo bem, vou pegar alguma coisa para você beber. - Ajudei minha irmã a sentar. Os pelos da nuca e dos braços estavam eriçados, o corpo tenso , características claras que mais um surto estava chegando soltei as mãos apenas para amarrar na guarda da cama. Seus olhos estavam marejados, ela acompanhava meus movimentos. – Desculpa-me Cariño. Mas você ainda não está bem. –. Dei um beijinho na ponta do nariz.

—Eu sei. – Ela me olhou com o olhar perdido. - Rach?

—Si mi amor?

—Você acha que eu vou ficar bem algum dia? – A voz estava embargada.

—Não sei Sany. Eu realmente não sei – Falei sincera. – Eu já venho.

Fui ate a cozinha e peguei um copo plástico com canudo embutido na tampa e enchi com suco de tangerina natural geladinho. Tapei o recipiente e voltei para o quarto da minha irmã.

—Sany - olhei para os olhos tristes e um pouco frios. – Querida, trouxe seu suco.

—Tá. – Me aproximei. – Você vai me soltar agora?

—Não Santana, você ainda não está bem, quando estiver melhor eu te solto.

—Não tem sedativo aí dentro, certo? – Perguntou desconfiada. Neguei. Ela me analisou para ver se eu mentia e finalmente relaxou um pouco. Coloquei o canudo em sua boca e ela sorveu, vagarosamente.

—Prontinho. – Falei quando o copo ficou vazio, coloquei na mesinha de cabeceira.

—Eu já estou calma Rachel, pode me soltar. – O tom frio na voz dizia o contrário.

—Não Sany, ainda não. Você ainda não está calma, seus olhos estão frios, assim como o seu tom de voz.

—ME SOLTA RACHEL! – Se debateu na cama batendo com as costas na guarda da mesma. – ME SOLTA AGORA. – Tentou furiosa arrancar a faixa. – TIRA ESTA MIERDA DE MI MANOS AHORA! – Gritou com mais raiva.

—Não! – Falei firme, a minha sorte que eu coloquei o sistema anti-ruidos nos quartos, assim os vizinhos, mesmo que poucos, não escutariam os gritos furiosos da minha irmã. –  Santana você sabe que eu não posso te soltar ainda, enquanto você está em surto eu não vou te soltar.

—FOI POR ISSO QUE BRITT FOI EMBORA, ELA TEM MEDO DE MIM, TEM MEDO PORQUE YO SOY UNA LOCA, ELA NUNCA VAI QUERER CHEGAR PERTO DE MIM! – As lágrimas corriam pelos seus olhos.

—Ela não tem medo Sany, eu pedi que ela fosse. – Falei no meu tom de voz normal.

—ESTAS MENTINDO,YO LO SE, NINGUEM NUNCA GUSTARA DE MI PORQUE SOY UNA LOCA, UNA  ABERRACION, TODOS ME DEJAN, USTED SOLO ME TIENES POR PRONTO PORQUE SIENTES DÓ.

—Esto no es vero Santana, no es la verdad, sabes muy bien , tu estas en mi casa porque te quiero mucho!

—¡NO! ESTAS MENTINDO.

—Sabes que no estoy.

—Rach? – Ela pediu com a voz fraca. – Necessito ir al baño.

—Todo bien cariño.

Soltei as mão da Santana a ajudei a se levantar, ela se apoiou em mim e a levei ao banheiro.

—Sany, sem coçar, combinado? – Pedi quando chegamos no banheiro. 

—Unhum – Quando ela terminou a coloquei  na cama e amarrei suas mãos novamente.

—¿Pequeña, duerma un poquito, si?

—No quiero. – Fez birra;

—Sany, usted está a tres horas en surto. Necesita descansar un poco. Sabes bien como  te cansas fácil.

—No estoy cansada.

—Sany, estas muy tensa, necesitas relajar un poco.

—¡Yo no quiero relajar, yo quiero que me solté!

—No puedo ahora mi preciosa, no estás bien pequeña.

—Estoy bien. Por favor.

—Todo bien, soltaré por algunos minutos, se empezares a hacer daño, tereé que te amarrar de nuevo

A minha sorte é que Santana ainda não tinha força suficiente para arrancar as contenções, não queria ter que usar uma camisa de força na minha pequena. Me aproximei dela e soltei suas mãos. Ela começou a esfregar os pulsos vermelhos.

—Mi manos están roja.

—Lo siento Sany, pero sabes que no debes tentar tirar las restricciones. Causan daños.

—Sí. ¿Nosotras podemos ir a la sala asistir la televisión?

—Si pequeña, necesitas un tiempo, ¿cierto?

—Si, un tiempo.

Descemos e liguei a televisão e ela deitou no meu colo, ficamos assistindo a um desenho que passava na tela.

—Confortable? – Brinquei

—Muy confortable, gracias. – Sorriu

—¿Sany, vamos cambiar para el inglés? ¿Qué tal?

—No. – Estava cansada de falar em espanhol, mas sabia que se falasse em inglês ela me ignoraria, então tinha que acompanhá-la.

—Cierto!

Quinze minutos foi o tempo que minha irmã manteve o controle, quinze minutos, era um avanço, geralmente o período de descanso da entre um surto e outro quando ela não pegava no sono era cinco minutos, uma das suas mãos estava enlaçando minha cintura a mão livre foi parar na boca, ela começou a mastigar.

—A mão tem gosto bom? – Perguntei. Ela me ignorou. – Tu mano és  dulce cariño? – Apenas assentiu.

—Que tal cambiarmos la  mano por outro dulce? – Negou. – Sany, me de su mano mi amor. –Negou novamente. – Voy llevarte para tu habitación  estás nerviosa.. –Negou. – No pergunteé se querias ir a tu habitación, lo afirmeé que voy llevartte. – Suspirei e levantei com ela no colo e subi, a batalha começou novamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, pessoal



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