Borderline escrita por Thais LeFey


Capítulo 11
Halloween


Notas iniciais do capítulo

Mais um para vocês



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/668895/chapter/11

Finalmente o dia 31 de outubro chegara, estava empolgada, era meu dia favorito em todo o ano, Rachel não ligava para as festividades do dia das bruxas, contudo me acompanhava nos divertimos decorando a casa, fizemos umas duas lanternas de abóbora , colocamos na varanda compramos cestas de plástico em forma de abóbora para colocar doces.

—Sany, para de se encher de doces e vem me ajudar, preciso arrumar esses  morceguinhos! – Rachel decidira pendurar morcegos de brinquedo na varanda da casa. Corri ate ela e alcancei os morcegos para que ela pudesse pendura-los.

—Depois você vem dizer que não gosta de Halloween, é a mais animada na decoração – Zombei.

—Ah , não é que eu não goste Sany, o problema é que as pessoas não sabem o real significado do Halloween, não sabem de onde vem a tradição, por isso eu não gosto muito.

—Mas sempre me acompanhou, desde que eu era criança.

—Sim, eu me divertia. – Sorriu e desceu da escada. – Agora, pausa para o almoço. – Virou para mim. – Vou pedir uma pizza, o que acha?

—Ótima ideia!

—Pena que você não vai poder comer. – Zombou. – Depois de ter se empanturrado de doces, se comer mais, além de virar uma bola vai ficar com dor de barriga.

—Ah para pizza sempre sobra um espacinho, e amanhã eu resolvo isso no treino de vôlei, certo? – Sorri  brincalhona. – Eu chamo a pizza se não você vai pedir tudo com pasto e nada com gosto bom.

—Tudo bem. – Rachel revirou os olhos e se jogou no sofá.

Segui para a cozinha, peguei o cardápio e voltei para a sala a fim de chamar a pizza, peguei metade sem gosto para a Rach e metade calabresa para mim.

—Obrigada por lembrar da vegetariana.

—Claro você não me deixa esquecer.

—Você reclama, mas sempre rouba a minha.

—Claro que roubo, é o papel da irmã caçula pegar as coisas da mais velha! – Rach me deu um soquinho no braço.

—Tem certeza que não quer chamar ninguém para vir?

—Esse assunto de novo Rae? Pensei que tivéssemos superado isso.

—Não custa tentar – Deu de ombros. – O Puck passou a semana insistindo para irmos à festa dele.

—Eu sei, não quero, vai ter bebidas, e eu vou ficar com vontade de provar.

—Eu sei Sany. – Sorriu quando comecei a sugar minha mão e me puxou para deitar em seu colo. Ali estava a criança de cinco anos. – Eu entendo bebê. – Acariciou minha mão. – Você vai precisar tirar a mão da boca para comer, não esqueça. – Avisou. Assenti.

Vinte minutos depois a pizza chegou, Rachel foi atender, levou a caixa e o refrigerante para a cozinha, voltou com pratos e copos equilibrados em uma bandeja.

—Sente cariño.  Vamos comer – Falou carinhosa. Sentei ainda sugando a mão. – Tire a mão da boca mi amor, se não, não poderá comer. – Pediu, eu fiz o que foi solicitado.

—Copo de plástico Rae? – Perguntei confusa.

—Sany, você está no modo infantil, - Deu de ombros – já se sujou várias vezes quando te servi no copo de vidro, lembra? – Era verdade, peguei meu copo com canudo e sorvi um gole.

—Eu pensei que tinha comprado refrigerante. – Reclamei ao sentir gosto de suco.

—Sim, comprou, mas você já se empanturrou de doces Santana, não vai tomar refrigerante hoje.

—Chata.

—Chata, mas você não tem mais dente de leite, se criar caries, não tem volta, eles não crescerão novamente.

—Você acabou de entrar no modo mãe.

—E você está no modo infantil, então não tenho escolha. Agora beba todo o suco sem reclamar, se não, não tem mais doce para você. – Falou firme.Bom de certa forma ela estava certa, estava agindo feito uma criança, ela deveria me tratar como uma, certo? Revirei os olhos. – Sem birra Santana.

Comi só um pedaço da pizza, Rachel tinha razão, exagerei nos doces.

—Vou deitar um pouco. – Avisei.

—Não, você vai me esperar, caminharemos um pouco em volta da quadra para fazer a digestão e depois você deita se não passa mal. Quem mandou se encher de doces antes do almoço, da nisso! – Baixei a cabeça, ela tinha razão, pedira que eu comesse os doces apenas à tarde, enfim, fazer o que.

Caminhamos por meia hora, encontramos com Britt saindo de uma loja, Rachel morava no centro de Lima.

—San! Rach! – A loira chamou. – Compras para o Halloween? – perguntou .

—Não, eu comi doces demais e a Rach nos fez sair para dar uma caminhada se não eu passaria mal se dormisse agora. – Falei sincera.

— Mamãe não me deixa comer doces antes do almoço por isso.

—Eu não deixei. – Rach se defendeu – Ela desobedeceu.

—Ah Rae! É impossível obedecer quando se trata de doces no Halloween da vontade de comer só isso.

—Isso é verdade – Britt concordou – O que vocês vão fazer hoje à noite? – Perguntou curiosa.

—Ficar em casa assistindo filmes de terror. Sany não quis sair, vai ser um programinha só nosso. – Rachel avisou para deixar claro que eu não queria mais ninguém em casa, agradeci mentalmente por isso. – E você, vai à festa do Puck?

—Não, eu vou levar minha irmã para pedir doces. – Baixei os olhos, eu sentia falta de pedir doces com a minha.

—Ah! Legal, divirtam-se.

—Vocês não querem ir conosco? – Perguntou.Olhei para Rachel em expectativa, ela sabia que eu gostava.

—Podemos ir se a Sany quiser.

—Eu quero! – Falei sem expressar muito entusiasmo, Rach sabia que eu fazia internamente a dancinha da vitória.

—Então iremos, que horas vocês vão Britt?

—Umas 7h00 para não ficar tarde. Passo na casa de vocês que é perto da minha.

—Legal, ate mais tarde. – Saí puxando Rachel pela mão e fomos para casa.

—Agora a animação voltou, né mocinha? – Perguntou rindo do meu sorriso bobo.

—É, agora posso deitar?

—Sany, você está com dor de barriga?

—Não! – Falei, na verdade eu estava, mas ela não precisava saber.

Me analisou, ela sabia que eu estava mentindo.

—Pode mas tome um dramim antes.

—Mas...

—Santana, sem birra.

—Tá, mas tem gosto ruim. – Fiz beicinho.

—Eu te levo um copo de suco para engolir melhor, certo?

—Mhum. – Subi, ela me levou o suco engoli o remédio, me deitei e comecei a sugar minha mão ate dormir.

Acordei sentindo um carinho e vários beijos no meu rosto.

—Sany, Cariño. Hora de levantar.

A encarei confusa, com a mão na boca, Rachel não costumava me acordar da minha soneca da tarde.

— São seis horas, você dormiu a tarde toda. não quer te atrasar para pedir os doces com a Britt né?

Levantei rapidamente tomei um banho, coloquei minha fantasia de Don Juan, finalmente poderia usar minha camisa preta, gravata vermelha que combinava com a faixa na cintura da  calça social também preta e meu sapato da mesma cor da camisa e calça, vesti um colete por cima, estava ansiosa, pela primeira vez usaria um traje completamente masculino em Lima, estava empolgada com isso, passei uma base leve no rosto, um gloss nos lábios, estava começando a passar o rímel quando escutei uma batida na porta.

—Falta muito? – Perguntou Rachel, ela estava mais ansiosa do que eu, soltei uma gargalhada.

—Calma Hobbit, falta pouco. – Terminei de me maquiar e abri a porta minha irmã me analisava, eu levei a mão a boca, mas ela e impediu antes que terminasse o movimento.

—Vai borrar o gloss, estas muy guapo mi amor. – Fiquei surpresa, ela estava me tratando pelo gênero masculino, sabia que Rachel me apoiava e incentivava mas não esperava que ela fosse aceitar mais uma das minhas loucuras tão bem. – Meu garotinho cresceu – Sorriu e me abraçou. – Está lindo, Sany.

—Rach, eu não sei se percebeu, mas está me tratando pelo gênero masculino.

—Está te sentindo um menino, certo? – Assenti. – Então é assim que vou tratá-lo ate te sentir uma menina novamente. – Sorriu e acariciou meu rosto. – É como chamar um garoto transexual de garota, é ofensivo.

—Gracias. – Sorri galante. – Vamos bela mujer – Estiquei uma rosa imaginária para minha irmã vestida de chapeuzinho vermelho sexy – Ela riu.

—Vamos  Don Juan. – Sorrimos e descemos ate a sala onde Britt e a pequena Stephanie aguardavam no sofá.

—Ela está vestida homem mana. – Falou a pequena  no colo da irmã.

—Yo soy Don Juan – Fiz  uma mesura engraçada e as duas mais velhas riram.

—Bom hoje é dia das bruxas, pequena,  – Rach explicou se agachando em frente a menina para ficar da sua altura. – Você está fantasiada de Elsa, a Britt de rainha do gelo e eu de chapeuzinho. Todas estamos fantasiadas do que queremos. Certo? – Ela assentiu. – Então a Sany também quis colocar uma fantasia diferente, de menino. – Entende?

—Mas não entendo porque uma menina gostaria de se fantasiar de menino.

—Bem, há muitos, e muitos anos atrás em um reino muito distante, os homens se fantasiavam de menina para encenar peças de teatro. – Rachel explicou de uma forma que ela entendesse. Fiquei admirada com a facilidade da minha irmã explicar para a criança a situação em que eu me encontrava, sorri para ela.

—Por quê? As meninas não gostavam de encenar?

—Não, elas gostavam por isso se fantasiavam de homens. – Brincou.

—Ah, agora eu entendi! Mas você se veste de menino sempre? – Me perguntou curiosa.

—Não, claro que não. – Como explicaria para uma criança que eu não sabia a qual gênero pertencia, assim preferi deixar quieto.

—Ah bom! Vamos?  Eu quero doce. – Saltou do colo de Britt e correu para a porta.

—Você está linda! – Britt sussurrou no meu ouvido e seguiu sua irmã.

Encontramos muita gente passeando e fazendo festa na rua, seguindo em direção ao Bread Sticks que ficava próximo, encontramos colegas da escola que me zombaram pela fantasia.

—Falou o cara vestido de boneca de porcelana. – Gritei para um deles.

—Finalmente está assumindo o que é aberração. – Perguntou Karofski fantasiado de gorila.

—Assim como você, Karofski. – Britt respondeu grossa para ele!

—RACH! – Finn chamou pela minha irmã que se esforçou completamente para ignorá-lo – Rach, oi! – Cumprimentou depois de correr para se aproximar de nós.

—Oi Finn. – Cumprimentou emburrada. – Tudo bem?

—Sim, vocês estão indo ao Bread Sticks? – Perguntou.

—Não, elas estão me acompanhando para pegar doces com minha irmã. – Britt explicou.

—Ah, Rach, deixa elas aí e vamos, vai ter todo pessoal da nossa geração do Glee lá.

—Você quer dizer, o Artie, a Tina, o Mike e o Sam? – Perguntou.

—A Lauren também.

—Que bom, aproveitem a festa, eu vou ficar aqui com as meninas.

—Mas...

—Mas nada Finn, nós não vamos e pronto. – Ela passou reto por ele me puxando consigo.

Voltamos uma hora mais tarde com nossas cestas cheias de doces, Rachel não me deixou comer, pois estava tarde.

—Amanhã você come Sany, assim não passa mal, certo?

—Ta bom. – Subi para o meu quarto vesti um pijama e desci para assistir filmes com a minha irmã, acabei pegando no sono na metade do primeiro filme, enquanto ela acariciava meus cabelos carinhosa e eu sugava minha mão distraidamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, ate o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Borderline" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.