A pantera e a Onça. escrita por OhhTrakinas


Capítulo 1
One-shot.


Notas iniciais do capítulo

Errr... Oie :u

Sinto que as vezes eu acabo sonhando com umas coisas bem bizarras e vejo que esses sonhos tenho que botar em prática em fanfics... Me sinto na obrigação, entende?

Sem nenhum pingo de vergonha na cara. kkkkkkkk

E mais uma vez estamos aqui, postando uma fanfic com um universo alternativo EXTREMAMENTE ALTERNATIVO! Porq até então só escrevi uma fanfic onde o personagem se apresenta em sua forma animalesca, mas não chegando neste nível em que estamos aqui, nesta one-shot.

É aokise. Pois é. Mais uma pra coleção.

"Mas o Kise não é um cachorro?" -Então, não seria muito inteligente da minha parte botar um cachorro vivendo ao lado de uma PANTERA numa floresta, né, amiga? Então será uma onça, sim.

"Nossa, você vai fazer uma relação homossexual entre dois animais?" -Nem é tão explicito assim, mas acredite, até os animais conseguem ser gays. Viu, só? Bem natural. Q

Bom, é isso. Boa leitchura' para você, meu caro leitor que teve coragem de vir aqui e ler esta belezura, que particularmente, adorei escrever. ♥

[capítulo não revisado, como sempre D: ]



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As patas macias com suas bases almofadadas pisavam na terra cheia de folha sem fazer barulho. Os olhos cristalinos numa cor verde brilhavam de ansiedade, mas tinha que manter a calma, sua presa estava bem ali, quieta, pastando.

O felino da pelagem negra anda mais um pouco, parecendo deslizar-se tamanha a elegância que esbanjava. O veado até agora não percebeu sua presença, ótimo. Já estava próximo o suficiente, agora a pantera começara a caminhar mais rápido, não se importando e não fazer barulho, se o animal percebe-se sua presença e começasse a correr, não tinha problema, iria a pegar do mesmo jeito pois estava próximo e ele era rápido.

O veado percebeu, levantou sua cabeça com as orelhas para cima e viu a pantera se aproximando rapidamente, com o susto ele começa a correr, mas é surpreendido por um outro felino que pula em seu pescoço. A pantera negra leva um pequeno susto ao ver o outro felino aparecer tão de repente, pulando em cima do animal cravando suas garras na face e na lateral do pescoço, e mordendo sua garganta fazendo que o mesmo sufoque e morra.

Era sua presa, não iria deixar que um desconhecido a roubasse! Não mesmo! O veado já estava morto com a língua para fora e seu pescoço dilacerado, a onça agora começava a morder e rasgar a pele da barriga, para apreciar o “banquete” que o esperava, mas é surpreendido pela pantera que lhe ataca, dando uma patada em sua face com as garras expostas, formou-se uns cortes, mas não profundo.

A onça pula para a lateral com os pelos arrepiados e orelhas baixas, um pouco assustado, mas quando iria reagir com violência, mostrando seus dentes e garras, a pantera negra solta um ruivo contido entre os dentes, estava furiosa. Por um breve momento a onça abaixa a guarda levantando as orelhas e relaxando os pelos, “Dá onde essa pantera saiu!?”, se perguntava, não havia visto antes, estava um pouco confuso.

O felino da pelagem preta se aproxima mais um pouco, dessa vez mais irritado, soltando outro sol agudo e mais alto.

“A CAÇA É MINHA!”

Ao escutar aquilo, fez-se uma grande interrogação na mente da onça. Como assim a caça era dele? Lógico que não, achou primeiro! Vinha perseguindo aquele veado até perdê-lo de vistas e o achar de novo por essas bandas. Pois é, não era muito bom de caça, e agora, quando finalmente consegue matar aquele animal, vem uma pantera negra dizendo que era dela!?

Ahh, não iria deixar, nem pensar!

A onça estava com fome, iria lutar por aquele pedaço de carne saborosa, estava começando a se irritar ver aquela pantera negra não poupar sua forma de intimidação para cima dele, então resolveu seguir seus instintos e começou a arrepiar seus pelos, mostrar as garras e dentes, e soltar ruídos agudos, assim como a pantera negra.

“EU QUE ACHEI PRIMEIRO!” –Onça.

“EU QUE ACHEI!” –Pantera.

Eram dois machos, o instinto de caça estava á flor da pele, e lutariam por aquele veado, e dividir nem sequer passou por suas mentes; afinal, que felino babaca dividiria uma caça se não for com ele mesmo? Eram felinos solitários.

Os outros animais que ousassem passar por ali, achariam que era briga de território, mas era por comida. Fazia poucos segundos que a pantera, já bastante irritada, resolveu partir pra briga. Os dois felinos rolavam na terra com folhas secas e faziam poeira por onde passavam. Os sons agudos e grunhidos eram ouvidos e todo estantes. Várias patadas e arranhões eram dados sem dó.

A onça já estava fraca por si só, já que passou alguns dias sem comer nada, graças a sua péssima caça; e estava ficando mais exausta com aquela briga, então resolve desistir. O felino da pelagem dourada com várias manchas escuras, solta mais um som agudo e empurra o outro, conseguindo se afastar rapidamente e indo até a arvore mais próxima, parando ali em baixo e mostrando rendição.

“SAI LOGO DAQUI!” –Pantera.

“Não vou! Estou com fome e me sinto fraco! Vou esperar aqui e deixar você terminar...” –Abaixou as orelhas e um pouco a cabeça, sentia o corpo inteiro ardendo por causa das garras que o arranharam. Deitou no chão e ficou observando o veado que o encarava com aqueles olhos já sem vida. Ahh, parecia ser tão suculento.

“Já digo que não vai sobrar muita coisa, só carcaça!” –A pantera relaxa os músculos e seus pelos abaixam.

“Que seja... “

Era visível o desapontamento da onça, estava encarando o corpo do bicho com uma imensa vontade de comer, e seu estômago reclamava a cada vez que via a pantera rasgar a carne do veado e ver gotas de sangue espirrar para fora. Pior foi quando viu a barriga do animal ser aberta, vendo o sangue deslizar para fora e alguns órgãos saírem, ahh que delícia deveria ser aquele fígado. E quando viu a costela do bicho exposta, lambeu o focinho, adorava costela e morder ela.

Perdido em seus pensamentos, nem viu um pedaço de carne generoso ser jogado em sua direção. A onça leva um pequeno susto e se levanta bruscamente, olhando a carne. O felino passa a encarar o outro que apesar de ter a pelagem negra, dava para ver a vermelhidão escura em sua face. Era tanto sangue.

“Coma...” A pantera apenas grunhiu, e voltou a saborear sua presa.

“Mas...”

“Coma logo... Afinal, quem achou primeiro fui eu, mas... Quem matou foi você.” Tinha que admitir, afinal de contas.

Não deu para não notar que a pantera negra de certa forma era orgulhosa, mas acima de tudo, justa e honesta. A onça abaixou a cabeça, mordendo o pedaço de carne que ganhara com vontade, a devorando em poucos segundos. Quando terminou, de vagar e meio hesitante, o felino se aproximou do veado e mordeu a coxa, a procura de mais carne, mas sempre mantendo uma certa distancia da Pantera, que se deliciava na barriga do bicho.

Sempre era seguro manter uma certa distancias dos felinos que se alimentam de sua caça.

A onça coloca as garras para fora e rasga a pele do animal, sente o gosto de sangue na sua boca e lambe o focinho. Ahh, como era bom se alimentar depois de alguns dias sem comer nada.

Algum tempo se passou e os dois animais já estavam com suas barrigas cheias. A pantera negra estava deitada no chão descansando, apenas esperando para que sentisse mais a vontade com toda aquela carne que comeu, para depois voltar ao seu caminho que fazia. Enquanto isso a onça estava esgueirada no veado apenas mordendo a costela do mesmo.

Parecia um cachorro.

“Ei, tem nome?” Grunhiu a pantera, um pouco sonolenta.

A onça para de morder o osso do bicho e passa a encarar a pantera com seus olhos amarelos. Seu focinho e face estavam sujos de sangue, assim como suas patas.

“Kise. E você?”

“Aomine...”

Quando a onça volta sua atenção para o osso e a pantera se preparava para levantar e ir embora, os dois felinos escutam um barulho vindo da mata, os deixando atentos, e logo a seguir escutam um barulho alto de tiro assustar os pássaros. A onça trata de se afastar do animal e ir para perto da pantera, que estava pronta para correr.

Os dois conheciam bem aquele barulho.

Os dois estavam atentos a qualquer movimentação, estavam tensos. Foi quando escutaram e viram um tiro quase acertar a onça. A mesma se abaixou por susto por breves momentos, e logo correu assim como a pantera. Os dois bichos saem em disparada para o meio da floresta assustados.

–PORRA, VOCÊ ERROU! –Um rapaz desconhecido surgiu do meio dos arbustos. –Eles estavam tão pertos! –Botou a mão no rosto, irritado.

–Foi mal, cara! Tinha uma aranha em cima do meu ombro, levei um susto e atirei errado.

–Tsc, eles correram lá pro fundo da floresta.

–Devemos segui-los? –Perguntou o outro.

–Naah, temos que tomar cuidado, aqui é uma reserva. Se a policia escutar os tiros estamos fritos. Deixa pra lá, sem contar que temos armadilhas por toda a floresta, é bem capaz de um desses bichos serem pegos.

–Espero que a pantera seja pega, a pele dela é realmente linda.

–Se tivermos sorte. Agora vamos embora.

E os dois homens caçadores vão embora, voltando pela trilha que seguiram.

A pantera acabou se separando da onça no meio da correria. Rapidamente o felino negro, depois de muito correr, subiu em uma arvore rapidamente, se escondendo no meio das folhagens e galhos grandes. Com seus olhos verdes, por cima da arvore ele encarava qualquer movimentação que vinha da floresta. Estava atento para ver se tinha algum caçador por perto, mas parecia que estava tudo livre. Todavia, era bom permanecer em cima da arvore por um bom tempo, até que se sinta seguro o suficiente para voltar pra mata e continuar andando.

Realmente, odiava os caçadores, tinha medo deles. Talvez seja a única coisa que a pantera tivesse medo nesse mundo, pois já enfrentou muitos bichos selvagens em sua vida não muito longa. Até jacarés já enfrentou.

Tratou parar de pensar naqueles malditos caçadores e decidiu tirar um cochilo para descansar, e durante a noite, voltaria para o meio da mata.

Por breves momentos, ele acabou pensando na onça. Onde será que ela se meteu? Aquele macho era jovem como ele, mas parecia não ter uma boa habilidade de caça assim como ele... Esperava que ele não fosse pego pelos caçadores, afinal, sentia que sua espécie a cada momento estava sumindo.

Era cada vez mais raro encontrar alguém como ele, e por incrível que pareça ficou contente em ver que ainda restavam animais parecidos com ele soltos na floresta.


[...]

Enquanto isso, a onça que não estava muito longe dali, estava passando por maus bocados. O felino estava preso em uma armadilha, por causa da correria e o medo que estava sentindo, mal viu uma corda que acabou tropeçando e ficou preso em uma “bolsa” de cordas. Ele se remexia muito e tentava a todo custo morder as cordas e cortar elas, mas estava difícil. A armadilha parecia que não era muito forte, mas com o peso que tinha, podia muito bem aguentá-la.

A onça nada quieta, soltava grunhidos e sons agudos, mas ela não percebia que quanto mais balançava, mais balançava um chocalho, e isso chamaria a atenção dos caçadores.

O felino estava assustado e ficando cansado. Só de imaginar o que aqueles caçadores malditos poderiam fazer com ele o assustava. Já viu muitos animais serem capturados por eles, e já viu também a crueldade que fazem com os capturados.

Mas não iria desistir de sair dali, mesmo cansado iria tentar de alguma forma, cortar aquelas cordas.

A pantera, já totalmente com suas energias recuperadas, ele olha em volta e vê que não havia nenhuma movimentação estranha, então sentiu-se mais a vontade para descer da arvore em que estava. Quando desceu, ele começou a andar para qualquer lugar, apenas para ir mais para o fundo da floresta, a procura de um rio para beber água. Porém, quando caminhava entre as arvores, o felino começa a escutar um barulho estranho de chocalho.

Por um breve momento achou que poderia estar na área dos humanos estranhos que sempre andavam nus e com o corpo pintado, apesar deles serem menos agressivos que os caçadores era bom manter distancia, mas não escutava nenhum grito coletivo, então o que poderia ser aquele barulho? Logo veio o pensamento de ser uma armadilha, uma armadilha que acabou capturando algum animal.

Com este pensamento, curioso, ele acabou andando rapidamente em direção ao som, mas sempre cauteloso e prestando atenção em tudo a sua volta. No caminho até se assustou com a movimentação das folhagens das arvores por causa do vento. Quando finalmente chegou mais perto, pôde ver que havia um felino preso numa armadilha com várias cordas, e esse felino era aquela onça que encontrou mais cedo.

Quando a onça percebe a aproximação de um animal e vê que era aquela tal pantera, ele solta um grunhido agudo bem alto e desesperador.

“ME AJUDA!”

Estava bem agitado dentro daquela armadilha e o sino não parava de fazer barulho, era perigoso, podia chamar a atenção dos caçadores!

A pantera se aproxima e analisa a armadilha, vendo que a mesma estava presa a uma pequena estrutura de ferro enferrujada, e que estava quase cedendo, só precisava de mais um peso. O felino então teve uma ideia, ele se afastou um pouco e pulou na armadilha onde a onça estava presa. Com suas patas dianteira presas nas cordas, ele se ergueu na armadilha até que subisse completamente nela, e não durou muito para que a armadilha não aguentasse o peso dos dois animais e quebrasse.

Os dois machos caíram no chão e a onça acabou machucando a pata dianteira na hora da queda. A pantera logo se levanta e ajuda o outro a se desenrolar das cordas.

–Os sons vieram daqui, vamos!

Os dois felinos escutaram o som de vozes e passos se aproximando rapidamente da onde eles estavam.

“Kise, corre, corre!” –A pantera soltou um grunhido alto e saiu correndo rapidamente, a onça não perdeu tempo e fugiu também, mesmo com a pata doendo.

Mas dessa vez, não se afastaria daquela pantera negra.

–Mas que merda! A armadilha! –Gritou furioso o rapaz que chegou logo depois.

–Como conseguiram quebrar a armadilha?

–Lógico que iriam quebrar, ela já estava velha! Droga... –Chutou o ferro da armadilha que estava no chão.

A onça seguia a pantera por onde ia, as duas corriam no meio da mata para bem longe de onde os caçadores estavam. Correram até perceberem que não havia mais nenhuma movimentação anormal que não fosse da própria floresta.

Desceram um pequeno barranco de terra e chegaram a beirada de um rio. Estavam cansados e com sede, precisavam descansar um pouco nas beiradas daquele rio.

A pantera começou a beber aquela água fresca, doce e cristalina, e viu que a onça fez o mesmo. O felino negro passa a observar a onça de relance, e vê que a mesma tinha quase o seu tamanho e a pelagem era realmente muito bonita. Era um macho que chamava a atenção, deveria já ter traçado várias fêmeas.

A onça para de beber a água e passa a lamber a pata que doía. Já não era um bom caçador, e agora com a pata quebrada dificultava mais as coisas. Estava totalmente dependente para caçar.

”Quero te seguir...”

A pantera começa a encarar a onça um pouco confusa.

“Eu não tenho mais como caçar...” A onça abaixa as orelhas. “Por favor, deixe eu te seguir... Eu quero viver.”

“Quer que eu cace para você?”

“Não é isso... Trabalharemos em equipe, mas... Você me ajudará e eu te ajudarei, seremos uma dupla, então por favor, deixe eu seguir você para onde for... Sozinho eu não vou conseguir.”

Um ficou encarando a outro sem nenhum tipo de resposta. A onça deita no chão, cansada e já imaginando que seu pedido seria negado, e se acaso fosse não iria reclamar. Não faria o outro segurar uma pequena parte de seu fardo por não poder mais caçar.

Mas a pantera se aproxima da onça e deita ao seu lado, como uma resposta positiva ao seu pedido de socorro.

Depois de aceitar o pedido da onça, os dois felinos continuaram a suas vidas andando pela imensa floresta amazônica. Andando sempre juntas e dormindo em lugares escondidos, não podendo subir em arvores graças a pata da onça. Na hora da caça, a pantera que sempre corria atrás, e a onça ajudava a matar.

Dias e dias se passaram, a relação dos dois ficou mais próxima e se tratavam como se fossem companheiros. Fugiam das armadilhas dos caçadores e conseguiam fugir dos mesmos. Atravessavam os rios, subiam morros e serras, tudo juntos.

Houve até um certo dia, com toda essa aproximação, que a pantera até tentou traçar a onça. Mas logo foi repelido por uma patada agressiva e um grunhido alto, assustando os pássaros.

Ok, não iria conseguir com ele, pensava a pantera.

Mais um dia amanhecia, e os dois felinos andavam pela mata tranquilamente. Estavam de barriga cheia graças a anta que conseguiram comer, estava suculenta. Andavam por uma pequena trilha onde tinha uma certa movimentação de carros, mas não se atreveriam invadir a rua e chamar a atenção. Os caçadores poderiam vê-los.

A onça seguia a pantera que estava na sua frente, mas estava cansada e sua pata continuava doendo, porém, a cada dia que passava se acostumava com a dor e as vezes, por exemplo na hora da caça, nem se lembrava da mesma.

Foi quando eles entraram na mata e a onça sentiu uma pontada no pescoço, que o fez pular para a direção contrária e soltar um som agudo da garganta. A pantera olhou para trás e viu o companheiro deitado no chão resmungando, ele correu em direção ao felino.

“Kise!?”

“Aomin-...”

A pantera começa a se assustar e não saia de perto da onça que já havia dormido. Ele olhava para todos os lados e mantinha-se atento. Iria atacar qualquer forma de vida que se aproximasse, até os caçadores com aquelas armas, não teria medo!

Poderia estar totalmente arisco e atento com qualquer movimentação, mas não viu quando uma zarabatana atirou um tranquilizante e acertou a suas costas. A dor era aguda e o assustou, deixando-o mais estressado, porém, acabou não aguentando e adormeceu em cima da onça.

–Ele dormiu, ele dormiu, vamos! –Disse uma mulher, saindo dos arbustos.

–Nossa, como são lindos. –Disse um outro rapaz.

–Vou chamar a equipe, espere um pouco. Enquanto isso, tire a pantera em cima da onça, pode sufocar ela. –A mulher pega um aparelho que estava no cinto de sua calça.

–Tá... Nossa, essa pantera é pesada! Urgh! E-ei... São dois machos.

–Hã? Achei que era um casal... –A mulher se aproxima e levanta a calda dos dois. –Nossa, é verdade. É raro ver dois machos andando juntos. Mas enfim, a equipe já já vai chegar.

–Heh... São realmente bonitos. –O rapaz acaricia a cabeça da onça. –A pata dela está machucada.

–Tsc, deve ser obra dos caçadores. Vamos logo levar para o centro veterinário, temos que cuidar dos dois e deixá-los protegidos dos caçadores. –A mulher sorriu.


[...]

A pantera sentia-se um tanto calma e descansada. Achou estranho que uma hora tudo ficou escuro... Ele faz um esforço para abrir os olhos e ver que não estava mais na floresta.

Mas por que?

Foi então que levou um susto e se levantou bruscamente, vendo que estava em uma área com várias barras de ferro. Era uma jaula. Mas o que diabos, onde estava!? Será que foi capturado pelos caçadores?

A pantera começa a andar de um lado para o outro estranhando o lugar em que estava, começando a se irritar; até que viu um humano de cabelos vermelhos segurando uma bacia.

–E aí, garotão? –Disse o humano, olhando para si e aproximando-se da jaula. A pantera começa a rosnar e arrepiar os pelos, mostrando-se totalmente hostil.

–Ok, eu não vou chegar perto. Heh, você é bem estressado. –O humano abaixa a bacia mostrando um monte de carne que havia ali dentro. A pantera para de rosnar e levanta as orelhas mostrando-se interessada. O felino se aproxima mais das grades e fica encarando a carne.

–Hm, você quer, né? Então tome.

O humano pega alguns pedaços e joga dentro da jaula, sempre se preocupando em manter a distancia, nunca se sabe, poderia ser atacado.

A pantera pega os pedaços de carnes que eram jogados dentro de sua jaula com vontade e mordia com força para arrancar pedaços. Ele estava com fome, passou várias horas dormindo e sem comer nada. O felino percebe que o humano agora começa a andar para outro lugar perto dali e vê que estava indo para a jaula ao lado, onde havia um outro felino e um outro humano.

–Isso, bom garoto!

Escutou uma voz estranha vir da jaula ao lado, e se surpreendeu com o que viu.

Kise estava ao lado de um humano e tomava uma mamadeira grande de leite com vontade. Mas porque ele estava agindo daquela maneira, estava louco!? E a sua pata estava enfaixada.

A onça estava deitada ao lado do humano de cabelos azuis claros e tomava a mamadeira. Deixava que o mesmo fizesse carinho em sua barriga, estava tudo tão bom. Nunca pensou que humanos pudessem ser tão gentis. Ele larga a mamadeira quando escuta os sons que Aomine fazia na outra jaula ao lado. Ele fica feliz pelo companheiro já ter acordado.

“O que diabos é isso!?”

“Eles estão cuidando da gente, Aomine!”

O tal humano, que se chamava Kuroko, percebe que a onça estava se comunicando com a pantera.

–E aí, Kuroko, como está a onça? –Perguntou um rapaz alto de cabelos avermelhados.

–Oh, oi, Kagami-kun. Ele está bem melhor, e já tratei de sua pata, só precisa ficar mais tempo enfaixada. E já alimentei ele com leite.

–Leite?

–Sim, ele ainda é um felino jovem, pode beber leite.

–Sei... –Kagami levanta uma de suas sobrancelhas. –Essa onça parece ser mais dócil que o nosso amigo ali do lado. A pantera é bem hostil e não deixa ninguém chegar perto. Tive que dar a carne pra ele a distancia.

Os dois passam a observar o comportamento dos dois felinos, eles não paravam de fazer barulho, soltando murmúrios e pequenos rosnados.

–O que será que estão falando? –Perguntou Kagami.

–Vai saber... –Kuroko sorriu. –Ainda bem que nossa equipe conseguiu resgatar eles. Estavam numa zona de risco.

–Foram para fora da reserva?

–Sim, eles poderiam ser mortos pelos caçadores ou moradores da região. Pena que essas pessoas não pensam o quão belos podem ser esses felinos e a importância que eles têm. –O azulado se levanta e passa a mão na cabeça da onça, chamando sua atenção. O felino passa a cabeça nas pernas de Kuroko em resposta.

–Hoje mesmo irão voltar para a floresta, mas dessa vez estarão com coleiras que mostrarão que estão sendo protegidos. E dessa vez deixaremos vocês no meio da reserva, vem longe do limite dela.

E assim se fez. Horas passaram-se e os felinos continuavam dentro do centro de tratamento para animais silvestres da floresta. A onça e a Pantera foram postas nas mesmas jaulas já que não paravam de fazer barulho. Quando se reencontraram logo bateram suas cabeças –Uma forma de cumprimento entre os felinos- e passaram suas cabeças deslizando uma na outra, como forma de carinho.

Mais tarde foram alimentados mais uma vez, a pantera recebeu mais carne o que deixou bastante satisfeito, e a onça, além de comer a carne, também tomou mais um litro de leite na mamadeira. Realmente amava esse mimo.

Logo depois, Kagami e Kuroko colocaram as coleiras nos animais, com um GPS embutido para saber a localização de ambos. A onça não deu problemas para por a coleira, mas a pantera teve de ser amarrada.

A tarde já estava acabando, hora perfeita para soltar os bichos. Sedaram eles mais uma vez e colocaram dentro de uma jaula que havia no carro. Kagami e Kuroko, mais algumas pessoas que também trabalhavam com eles começaram a dirigir em direção a floresta, e entraram dentro da reserva indo bem ao fundo, no meio da mata. Alguns minutos mais tarde a onça e a pantera já haviam acordado, e estavam um pouco agitados.

Quando chegaram, algumas pessoas tiraram as travas do carro que envolviam as jaulas e tirara os cadeados, a onça e a pantera estavam atentas a qualquer movimento suspeito. Kagami e Kuroko tomaram uma certa distancia da jaula e seguravam um bastão para abrir as grades das mesmas. Quando puxaram pra cima, a pantera e a onça não perderam tempo em saltar para fora da jaula e sem perder tempo começarem a correr para dentro da mata, perdendo-se no meio da floresta, onde era o seu lugar.


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Notas finais do capítulo

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