Deadline Circus: The Second Act escrita por Arya


Capítulo 8
O Rei de Copas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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“Boa parte de sua personalidade violenta pode ser escondida atrás de uma máscara brincalhona, animada e social, por mais que da para perceber que ele é um grande sádico. De primeira parece ser um grande preguiçoso e descontraído, que usa sempre o sarcasmo, mas se olhar mais de perto verá o grande perigo que tem em seu olhar. Um garoto que não sabe o que é ter limites.

Quinta-Feira, nove horas da manhã.
Japão, Inazuma.

Para início de tudo, Joshua não mexeu nenhum centímetro quando Ally começou a vomitar ao ver a cena do crime. Ele apenas pensou em como a Yuuna conseguiu segurar o cabelo da ruiva tão a tempo para ela chegar à lixeira e começar a vomitar.

O cadáver estava em uma cabine telefônica perto da torre de Inazuma e totalmente destruída. A cabeça estava cortada junto ao pescoço. Outras coisas cortadas foram os membros do corpo, tacados em qualquer lugar daquela pequena cabine, no qual os vidros eram mais vermelhos que transparentes agora. A pessoa só poderia ser identificada porque, por sorte, a cabeça estava em bom estado para se reconhecer alguém.

Benjamin piscou os olhos e olhou as meninas e brevemente a Ally, no qual perguntava se estava tudo bem.

— Me digam o que acham disso. — disse Benjamin. — Eu digo que provavelmente o vampiro estava com raiva e sede. Se é que morderam o cara.

— Morderam. — disse uma mulher analisando a cabeça do cara e mostrando que tinha marca de duas coisas afiadas tinham entrado em seu pescoço. No caso, dentes de vampiro.

— Ele devia estar com sede, mas ai ficou com raiva. — disse Ben. — Eu entendo esse cara naturalmente, matei meu próprio pai quando me irritei com ele. — brincou e dava para perceber isso, por mais que todos sabiam que não passava de ser a verdade.

Joshua segurou o riso do comentário, mas pode perceber que ele ia começar a rir. Rosmery o olhou como se ele fosse algum psicopata, e ao perceber isso o ruivo apenas sorriu a ela como se fosse o Norman Bates no final de Psicose.

— Bem… — disse Irene. — Não é nada de diferente de como encontrei o corpo do meu pai.

Todos a olharam.

— Estou sendo sincera. Tem partes da anatomia humana que eu nem sabia que existia. — ela disse apontando para algo no canto da cabine que ela não sabia o que era. Joshua olhou e pensou um pouco, também não sabendo o que era. — Sem falar que a minha mãe me ensinou a não me comover muito com esse tipo de coisa, somos caçadores sempre vamos ver esse tipo de coisa.

— Acho que é uma parte do pulmão dele. — disse a mulher.

— Cruzes. — disse Rosmery, parecendo que ia vomitar. A garota ao seu lado, Ally, estava olhando para trás e tentando recuperar forças para olhar para frente e ver o cadáver.

Samantha coçava a cabeça em nervoso ao ver aquilo tudo, piscava algumas vezes, mas estava aguentando. Rosmery, mesmo com as ânsias de vômito, aguentava aquilo. Vassilisa coçava a cabeça e fazia cara de nojo e terror.

Além dele, Irene e Benjamin estavam normais. Eles sabiam que era horrível ver aquelas coisas, mas eles estavam bem. Irene estava ao seu lado cantarolando baixinho meio distraída e Benjamin estava tirando algumas fotos sem flash como a mulher pediu.

— Ah, Violetta mandou dizer que vocês podem ficar com as coisas do cadáver. Ele estava com a carteira, onde tinha seus documentos, chave de casa e do carro e mais algumas coisas. Vimos à roupa toda do cadáver e tudo que achamos está nesse local. — disse a mulher pegando uma caixa e entregando a Irene. — E ah, Ivan está bem?

A albina olhou a mulher e revirou os olhos. Benjamin olhou Irene e depois a mulher, fazendo cara de que aquilo ia dar uma grande bosta.

— Claro, a namorada dele é muito mais bonita que você. — disse Irene sorrindo forçado e pegando a caixa transparente na mão da mulher. — E mais legal também. Ao contrário de você, ela não o trai.

— Quem trai o Ivan? — perguntou Vassilisa. — Sei que ninguém quer falar comigo, mas aquele garoto é bem bonito. E um pouco idiota, entretanto é um amorzinho. Pelo menos eu acho.

— O problema é que tem muitos com fogo naquele local. — disse Joshua, fazendo todo o olharem.

— Ele disse o que eu queria dizer. — disse Irene e olhou a mulher, que voltou a mexer nos cadáveres.  — Benjamin, já terminou de tirar foto?

Benjamin tirou apenas mais uma foto e afirmou.

— Eu achei um pedaço de alguma coisa.

— Ah, isso deve ser a parte que falta do… — a garota parou. — Não direi o nome porque tem homens aqui, e eles vão sentir muita dor somente de imaginar sendo cortados.

Joshua engoliu em seco e colocou brevemente a mão na boca. Irene olhou o mesmo e o garoto fingiu que não teve muita reação.

O garoto saiu do local e sorriu, passando a mão levemente no ombro de Ally e saindo primeiro com a garota apenas para conseguir segurar o cabelo dela caso a mesma vomitasse novamente. Eles continuaram a seguir para um local longe da cena do crime.

Foram a um parque, se sentando em uma mesa de pedra que tinha perto de um canteiro de rosas e Irene colocou a caixa na mesa, se sentando no banco que tinha ali. Sam se sentou na frente de Irene, que não fez muita coisa e ficou mexendo na caixa.

Rosmery e Ally ficaram do lado da White enquanto Vassilisa ficou na ponta do banco que a Irene estava sentada e Joshua se sentou entre elas, nem tão perto de uma ou de outra. Benjamin, por sua vez, ele ficou em pé e abriu a caixa, colocando as coisas separadas e na tampa da caixa, como se fosse uma bandeja para mostrar o que tinha ali dentro para todos.

— Carteira, chave do carro e de casa… — ele parou e pegou uma foto, olhando-a. Depois a virou. — Foto da irmã dele.

Ele colocou a foto na bandeja ao lado das outras, parecendo meio abalado por aquilo. Ally sussurrou um “não” e pegou a foto, colocando a mão na boca. Joshua deu uma breve espiada e tinha uma jovem loira de olhos verdes sentada em uma cadeira de rodas sorrindo a câmera. Ela parecia ter seus quinze anos, no máximo.

Samantha colocou a mão dentro da caixa enquanto Benjamin olhava o crachá do homem. O mesmo deu uma breve olhada para ver o que ela pegava um folheto dobrado em forma de quadrado.

— O nome do garoto era Takumi Yahiko. — disse Benjamin colocando o crachá na bandeja. Ele olhou Samantha com um folheto em mãos aberto. — O que é?

— Um folheto para uma boate chamada Rain Lovers. — disse Samantha e olhou a todos. — Conhecem?

Irene e Benjamin se entreolharam rapidamente, na realidade assim que falou o nome da boate, o cabelo de Irene conseguiu bater na cara dele, mas Joshua não comentou nada por ter sido rápido.

— É uma boate gay onde apenas entram casais. — falaram juntos. — Acho que as festas são em neon.

— Vocês frequentam? — brincou Rosmery. Irene a olhou.

— Sim. Não sabia que eu sou gay? Por isso que queria que homem entrasse no grupo.  — respondeu Benjamin em sarcasmo com uma faca nas mãos e Rosmery se encolheu na cadeira. Ele coçou a nuca. — Foi mal, a brincadeira parecia que eu ia lhe matar.

— Souji e Yuri começaram a se interessar um pelo o outro lá, Souji estavam com outro amigo fingindo ser um casal apenas para entrar lá. O amigo dele queria beber, e o Souji apenas entrou lá para ver se era realmente gay.  — disse Irene cruzando os braços. — E o Yuri trabalhou lá de meio período na noite em que Souji foi. Eles ficaram naquela noite, e quando os Salazar comeram na nossa casa um dia para o aniversário do meu pai, eles se encontraram de novo.

— Nossa. — disse Ally. — Vou para a balada ter um amor à primeira vista. Vai que eu tenho sorte?

Irene olhou Ally.

— Você sabe que o Yuri teve quatro namorados ao invés do Souji, certo? E o Souji teve três quando eles terminaram uma vez, não é? — Benjamin sorriu de canto. — Até a alguns anos atrás eles se consideravam amigos com benefícios, e eles somente faziam isso mesmo por benefício. De algum modo eles não se gostavam muito mesmo que Souji sempre teve uma queda pelo o Yuri.

Irene sorriu e colocou a mão esquerda na jaqueta a escondendo, mas depois tirou mostrando o dedo do meio.

— Só que o Souji parou de gostar dele ao ver que o Yuri era muito… Vocês sabem… Chato. E o Yuri não gostava do Souji porque ele pensava mais com o coração do que com a cabeça. — disse Irene. — Mas quando o Souji mais precisou de alguém que não era da família, o Yuri sempre esteve lá para ajudá-lo.

— Ou seja, eles estão muito longe de ser um casal de amor à primeira vista. Acredite. — disse Benjamin e pegou o folheto da mão de Samantha e o virando. — “Vamos amanhã às sete da noite e leve um amigo. Preciso fazer um colega arranjar alguém. Com carinho, Tobias Bourret.”.

— Pelo visto ele gostava de homens, e estrangeiros. — disse Samantha.

— Você deveria ser um Sherlock Holmes. Nem percebi isso. — brincou Joshua e Samantha revirou os olhos, sussurrando algo baixo como “Rei de Copas”. — O que disse?

—Eu disse que você é um Rei de Copas. — disse Samantha a ele.

Joshua fez cara de que não entendeu.

— Elas criaram esse apelido para não colocarem “Cobra vermelha”, já que já tem a “Cobra Albina”, no qual sou eu. — Irene explicou o olhando. — Rei de Copas é em referência a Rainha de Copas, e não ao “Rei de Copas” mesmo. Você é ruivo, e a Rainha de Copas está sempre de vermelho. E a Rainha sempre decapita as cabeças com desrespeito e meio que faz uma festa para isso, e você aparenta não se comover com cabeças decapitadas, digamos assim. E ela também é violenta e não tem limites.

Joshua parou e concordou com a parte final. Irene mordeu o lábio parando de o olhar e olhando para frente, como se estivesse se segurando para não falar algo.

— O que foi? — perguntou Benjamin a Irene, que coçou a nuca.

— É que, como alguém que conhece bastante a história, eu devo dizer que ela nunca decapita ninguém. — disse Irene sorrindo. — Ela ordena os soldados a decapitar frequentemente, mas isso é apenas ilusão e ninguém morre. E as pessoas confundem a Rainha Vermelha com a Rainha de Copas, mas elas são diferentes. A Rainha de Copas é apenas uma personagem que aparece no final do livro e é comentada durante todo o livro e muitos demonstram medo dela. Enquanto a Rainha Vermelha é a antagonista de Alice Através do Espelho.

Ela parou de morder os lábios.

— Ou seja, vocês deram o apelido meio errado comparado à verdadeira história de Alice. — disse Irene e Samantha fez bico. — Creio que Joshua corta realmente a cabeça de outros.

— E faço coisas piores. — disse Joshua com um breve sorriso no rosto.

— Mas da na mesma. Você entende a intenção do apelido. — disse Samantha e Irene ia abrir a boca, mas se calou novamente.

— Ei, espere. — ele disse calmamente, pegando uma caneta do bolso.

Benjamin parou e analisou um pouco, começando a escrever no folheto.  Logo ele parou e olhou todos, colocando o folheto no meio.

— Olhem. — disse o mesmo.

O folheto tinha o nome da vítima. Algumas letras estavam destacadas por estarem em letra maiúscula.  

TAKUmi YAhiko

Em baixo, elas estavam juntas e formando uma palavra. Na realidade, um nome.

TAKUYA

— Era só o que faltava. — disse Yuuna com uma cara surpresa. Na verdade todos estavam surpresos.

— Essa criança matou um homem que tinha o nome que formava o nome dele. — disse Rosmery.

— Eu nunca pensei que ia dizer isso, mas esse Takuya é impressionante. — disse Vassilisa.

Benjamin pegou o folheto e colocou-o dentro da caixa assim como as outras coisas. Olhou todos e sorriu forçado.

— Vamos analisar e procurar saber mais sobre o garoto, pesquisar a sua família e ver se ele tem alguma ligação com Takuya. — disse Benjamin começando a andar.

Joshua se levantou com as outras.

— E a noite, as sete… — disse Benjamin. — Mesmo sabendo que pode ser uma armadilha, vamos para a boate Rain Lovers.

— Mas nós não somos casais. — disse Ally e Benjamin a olhou. — O que foi?

— Você e Rosmery, Yuuna e Vassilisa, Samantha e Irene. E por fim, eu e Joshua. — disse Benjamin. — A partir das sete de hoje nós somos casais. E se uma russa ou uma australiana reclamarem, eu as faço irem com a Anya e a Vanilla. E todas sabem que elas são um saco em missão.

***

Quinta-feira, sete horas em ponto.
Japão, Inazuma.

Eles estavam na frente do Rain Lovers e na fila, cada um do lado do seu par.

Joshua olhou em volta e viu alguns casais abraçados e rindo, enquanto eles estavam tentando manter o mínimo de contato físico, principalmente “Samrene”, e todos com cara de sério. Ele passou a mão na nuca e olhou Benjamin.

— Se nós fossemos atores, morreríamos de fome. — sussurrou ao mesmo. Ben parou de mexer na unha e o olhou.

— Quer que eu faça o que? O beije aqui? — perguntou Benjamin de brincadeira. Joshua fez uma breve careta e sentiu seus pelos arrepiarem de nojo.

Nada o traumatiza. Mas a cena dele beijando o Benjamin é assustadora.

— Não, mas... Acho que poderíamos parecer mais um casal normal na fila da festa. — disse Joshua baixo. — Dá para notar que não somos um. — sussurrou.

Benjamin o olhou e segurou a mão dele, levantando-a e fechando os dedos do mesmo. Ele sorriu forçado e voltou a prestar atenção em qualquer outra coisa. Joshua olhou para trás e viu que Ally e Rosmery estavam abraçadas uma com a outra, com a ruiva apoiando a cabeça na pequena garota.

Yuuna e Vassilisa estavam de braços dados e segurando a mão uma da outra, por mais que Lisa parecia falar alguma coisa que incomodou Yuuna. Todavia a loira apenas sorriu a mesma e continuou a visualizar as outras.

Enquanto Sam e Irene estavam...

— Você é alta, mas perto de mim é um gnomo. Como vai ficar apoiando o braço? — disse Irene a Samantha, que fechou a cara como se fosse a bater. — Porque fica com essa cara sempre que a respondo?

— Essa é a minha cara! Algum problema com ela? — perguntou Sam. — Reclame com a minha mãe.

— Ok, o número dela é ainda aquele antigo? — perguntou Irene e Joshua segurou o riso. Samantha ficou um pouco vermelha. — Olha, eu estou sendo sincera. Você tentar colocar o braço no meu ombro vai ser como a Rosmery fazendo isso na Lorelai¹. Ou a minha mãe fazendo isso no meu pai antigamente.

Samantha suspirou fundo e cruzou os braços.

— Vai me morder? — perguntou Irene e Sam negou. — Boa garota.

Ela colocou o braço em volta do pescoço de Samantha e segurou uma das mãos dela. As duas olharam para cantos diferentes tentando não se encarar, portanto trocavam olhares frequentemente como se conversasse sobre o quanto estranho era aquela coisa toda?

Eles chegaram à entrada, dando seus nomes falsos ao segurança da boate, por mais que Benjamin foi reconhecido por ter trabalhado como jardineiro na casa do mesmo. Mas o nome não era Benjamin Salazar que o cara disse, e sim Hugo Salazar.

— Hugo Salazar, eu não sabia que era gay! — disse o segurança e as meninas olharam Benjamin, confusas. — Seu namorado?

Benjamin o olhou e depois Joshua, sorrindo de leve e beijando o topo da cabeça do ruivo, que se segurou para não fazer careta.

— Sim, é sim. — disse Ben. — O nome dele é Jonas... Bond. Que nem “James Bond²”.

O segurança olhou Joshua e anotou o nome de ambos, dando um crachá para eles colocarem no pescoço.

— Antes de entrarem, queremos que deem um beijo para uma foto. A sua prima mandou fazer isso com Souji e Yuri nas raras vezes que eles entram aqui, mas acho que ela adoraria que também tirasse foto sua. — disse o homem, pegando uma câmera rosa choque. A cena de um armário pegando uma câmera rosa com um ursinho desenhado foi meio engraçada, mas Joshua não agiu.

Estava ocupado demais surpreso com a coisa do beijo.

— Ele é meio tímido. — disse Benjamin e ele olhou as meninas, que batiam palmas como se dissesse “Beija” repetidas vezes.

— Não fique tímido, ok? — disse o segurança. — É rápido.

Joshua respirou fundo e olhou Benjamin, chamando de todos os nomes ofensivos que ele conhecia a tal “prima” que talvez seja uma das irmãs dele. Benjamin olhou o cara, que fez sinal que estava pronto e colocou a mão no rosto de Joshua e dando um beijo no mesmo. Joshua sentiu os lábios de Ben o tocando e já imaginou que ia ter pesadelos aquela noite.

Ao perceberem na hora que o cara tirou a foto, eles se separaram e o homem deixou passar. Eles entraram rapidamente sem olhar um para o outro, olhando para trás e vendo as garotas inventando nomes e entrando aos poucos.

Eles foram até a área de se pintar, já que era um pouco obrigatória e ambos começaram pintar qualquer coisa apenas para passar o tempo de todas entrarem e ficarem ao lado dele. Joshua olhou o nome e depois Benjamin.

—Jonas Bond? — perguntou Joshua. — Sério?

— Michael me fez rever todos os filmes de 007 com ele. — disse Bem o olhando e desenhando algo no braço com um pincel fino.  — Acho que toda vez que eu o olhar, vou vomitar.

Joshua olhou Benjamin e quando ia falar alguma coisa, as meninas entraram. O garoto olhou para o lado e viu Irene escrever “Australiana Maluca” na cara da Samantha e a Sam fazer bigode de gato em Irene e um pontinho no nariz como se fosse o nariz de gato.

Rosmery desenhava uma flor no rosto de Ally, enquanto a garota passava um batom nos lábios da outra. Vassilisa e Yuuna rabiscavam a cara uma da outra de modo artístico, por mais que Lisa estivesse escrevendo “Loser” na bochecha da loira.

Na realidade eles teriam que estar desenhando no corpo do parceiro, mas Joshua estava um pouco desconfortável e não via muita necessidade de deixar Benjamin desenhar. Ele começou a desenhar um raio na bochecha e olhou Benjamin desenhando perfeitamente uma caveira na própria cara. Eles se olharam e Ben sorriu.

Demorou mais algum tempo até todos estarem prontos, principalmente Benjamin que fez Ally dar um pulo quando o mesmo se virou a ela.

— Enquanto eu desenhei uma péssima flor na cara da A... Aiko... — ela disse gaguejando ao tentar se referir a Ally, no qual era Aiko naquele local. — Você vem e desenha uma caveira na própria cara. — disse Rosmery surpresa. — Vamos vir na próxima e eu quero uma caveira na minha cara.

— Ok, vamos falando o nome de todo mundo para não corremos o risco de falar o verdadeiro nome. — disse Benjamin baixo.

Eles saíram na área de maquiagem e foram andando pelo o longo corredor, mas podia escutar o som do local perto. Eles se juntaram e ergueram os crachás, falando um de cada vez.

— Aiko Hirami. — disse Ally sorrindo.

— Mary Quispe. — disse Rosmery. Ela tinha colocado o apelido e o sobrenome, talvez o mais normal além de Hugo Salazar, no qual Ben não teve muita escolha de trocar.

— Sakura Kinomoto³. — falou Yuuna e Ally a olhou. — Eu entrei em pânico, “Aiko”.

— Norma Jones. — disse Vassilisa sorridente.

— Jonas Bond. — disse Joshua olhando mortalmente a Benjamin, que segurou o riso. Ele olhou Irene, que mostrou o dela.

— Sasha Vodianova*. — disse Irene. — O nome de uma das modelos mais bonitas russas e o sobrenome da supermodelo russa mais conhecida em todo o mundo. Bem, tem gente que sabe quem ela é, mas não sabe o nome.

— Santana Black. — disse Samantha. — Irene que escolheu. E eu adorei a ironia do sobrenome. — ela disse em sarcasmo.

Irene sorriu forçado a Sam.

— Hugo Salazar. — disse Benjamin.

Eles se entreolharam um pouco decorando os nomes e entraram em pares no local, se espalhando. Uma música agitada tinha parado, e logo começou outra, por mais que não fosse mais agitada que a outra. Todavia, era mais contagiante e mais misteriosa.

Rodando e rodando como um cavalo em um carrossel

Nós vamos! Se eu vou alcançar o amor, eu nunca vou poder dizer.

Eu sei! Correr atrás de você é como um conto de fadas

Mas eu sinto que estou colada nesse carrossel.

As pessoas pintadas com maquiagens brilhantes dançavam ao ritmo da música sem muita pressa. Algumas até se esfregavam uma nas outras, mas não era nada obsceno. Ele passou por um casal, pedindo desculpas por os pararem no meio da dança e olhou Benjamin, que o pegou pelo o pulso e foi andando mais rápido no meio da multidão.

 Ao parar no meio dela e virar para ele.

— Dance. — disse Ben baixo no ouvido dele e olhando para os lados, começando a se mexer brevemente.

Joshua fez o que foi mandado, dançando na frente do mesmo imitando os passos de um dos homens perto dele. Ben riu do mesmo e fez sinal para ele relaxar os ombros, e assim o garoto fez.  O Salazar em sua frente logo chegou mais perto dele, o que o assustou pelo o trauma do meio de mais cedo, mas logo percebeu que era apenas para contar algo para ele no seu ouvido.

— Tem um cara o olhando atrás de você. — disse Ben e Joshua revirou os olhos.

— Eu estou fingindo ser o seu namorado, e além do mais eu sou heterossexual. — disse Joshua e Benjamin revirou os olhos.

— Tem um vampiro atrás de você, Joshua. — disse calmamente. — Acho que ele está lhe chamando para uma bebida.

Benjamin piscou para ele e se virou, indo até Samantha e Irene que estavam em um canto se encarando. Irene bebia algo que brilhava no escuro enquanto Samantha comia alguma coisa que ele não sabia o que era.

Joshua fechou os olhos e seu sorriso abriu assim ele abriu os olhos. Foi uma cena que deixava qualquer um arrepiado ou com medo dele. Virou-se, dando um sorriso malicioso ao homem loiro de olhos vermelhos, que piscou rapidamente e seus olhos ficaram azuis, assim apontando ao banheiro da boate.

Eles andaram até o mesmo e Joshua chegou primeiro, abrindo a porta e entrando. Logo o garoto chegou, fazendo o ruivo a abrir e a fechar atrás de si. O homem sorriu ao mesmo e chegava mais perto, enquanto Joshua via o nome “Tobias Bourret”.

— Takuya é legal, Tobias? — perguntou ao mesmo. O homem pareceu surpreso.

— Como sabe sobre Takuya? — perguntou o loiro com um grande sotaque francês. Logo Joshua riu e estalou os dedos. — É um caçador, não? Bem, então saiba que pode me chamar de Gluttony. E eu estou com uma fome de carne de caçador.

Antes mesmo que o vampiro reagisse, Joshua colocou rapidamente o soco inglês em cada mão e deu um soco na cara dele e o fez cair no chão. Ficou em cima dele, distribuindo socos na cara do mesmo rapidamente, que aparentava não reagir muito. Parou os socos.

—Foram vocês que destruíram a torre de Inazuma? — perguntou Joshua e o homem o olhou.

— Somente eu e Sloth, mas acho que ele vocês nunca vão conseguir pegar. — disse Gluttony, segurando uma mão que Joshua ia socar a cara. O ruivo riu e o socou com a outra, mordendo o braço do loiro para ele soltar a mão.

Parou os socos e o puxou pela o cabelo loiro, o arrastando no banheiro até uma das cabines e o colocando de joelhos, fechando a tampa do vaso e batendo a cara do vampiro sem muita dificuldade no vaso. Estava até fácil demais o bater.

O vampiro colocou a mão no vaso e retirou a tampa com um puxão, batendo na perna dele e se levantando quando ele recuou por conta do impacto com a perna. Deu um soco na cara do mesmo e pegou o ruivo pelo os cabelos, o batendo no mármore onde ficava as pias. Joshua sentiu o gosto de sangue na boca, mas ignorou, pegando uma adaga que tinha escondida em seu cinto e enfiando na perna do vampiro, que o soltou e cambaleou.

Joshua olhou para trás rapidamente e viu a porta do banheiro sendo aberta vendo Ben chegar perto do loiro. O Salazar retirou a adaga da perna e a colocou nas costas de Gluttony até deixar apenas a bainha do lado de fora. O vampiro gritou de dor e Joshua coloca uma mão no queixo e a outra no topo da cabeça de Gluttony, virando a cabeça rapidamente e quebrando o pescoço do mesmo.

Benjamin e Joshua se entreolharam e Bem pegou um pano no bolso, limpando as mãos. Logo as meninas entraram também, vendo o corpo no chão.

— Vocês me assustam. — disse Ally passando as mãos nas costas ao ver a adaga no vampiro.

— Vou considerar isso como um elogio. — disse Joshua sorrindo de canto.

— Bem, quem tem cinto? Preciso de dois. — disse o Salazar e Joshua retirou o das suas calças, entregando ao Benjamin, que retirou a adaga e a tacou aos pés de Joshua, pegando as duas mãos de Gluttony e as amarrando. — Vamos o levar para DLC, lá eles vão o colocar em uma prisão subterrânea que tem de vampiros que nós interrogamos e iremos o interrogar sobre mais coisas e aproveitar e perguntar sobre Takuya.

Irene retirou os do short dela e entregou a Joshua, que deu um sorriso cínico e amarrou as pernas do vampiro fortemente.

— Irene, abra caminho na multidão e diga que somos caçadores a todos e aos seguranças, para não correr o risco de eles nos prenderem. — disse Benjamin. — E ah, avise ao segurança também que eu não sou gay!

Joshua se lembrou do beijo e olhou Irene que saia do local.

— E que eu também não sou gay!  — disse Joshua olhando Ben e trocando uma cara de nojo ao se lembrar do beijo.

Ele poderia ver um corpo todo cortado, pessoas realmente machucadas e várias outras coisas. Joshua não se incomodava, mas aquele beijo de Benjamin...

Só de pensar o dar certa vontade de vomitar. Os dois sentiram ânsia de vômito ao mesmo tempo e fizeram sinal para as outras meninas ajeitarem o vampiro, correndo um para cada cabine com a mão na boca.

***

Quinta-Feira, oito horas da noite.
Japão, Inazuma.

SLOTH

Existe um verso dos milhares de livros que Sloth lia nesses três anos que combinava muito com ele. Não era o mais bonito, ou sobre amor, era apenas um simples trecho de seu conto favorito.

Sempre que tocava no livro de Lewis Carrol e lia as frases, ele sentia flashbacks do mesmo com treze anos de idade lendo para uma criança que, mesmo não aparente ter alguma coisa a ver com ele, parecia adorar aquela história. Ela apontava para os desenhos do livro e ria de algumas coisas. Todavia, o trecho que ela mais adorava o escutar contar era:

“Meu Deus, meu Deus! Como tudo é esquisito hoje!
 E ontem tudo era exatamente como de costume. Será que fui eu que mudei à noite? Deixe-me pensar: eu era a mesma quando me levantei hoje de manhã? Estou quase achando que posso me lembrar de me sentir um pouco diferente.
Mas se eu não sou a mesma, a próxima pergunta é: “Quem é que eu sou”? Ah, essa é a grande charada!”.

Terminou de ler aquele trecho e sorriu de leve atrás da máscara. Queria fazer algo para saber mais sobre o seu passado, a sua vida, por mais que não tem muita coisa a reclamar que leva com Takuya e os outros. No final, Takuya é apenas uma criança quebrada e machucada fatalmente, que quer se vingar da pior maneira possível.

 Logo sentiu a presença de mais alguém no local, o fazendo levantar o olhar e ver Greed o olhando com um sorriso nos olhos.  Greed o dava medo. Mas quem não sentia medo do Greed com esse sorriso?

Ele chegou mais perto do mesmo, se sentando ao seu lado e abrindo o livro em um capítulo onde aparecia o gato risonho, colocando um papel no meio com as seguintes palavras:

“Se quiser saber mais sobre o seu passado, fale uma frase do gato risonho e me encontre daqui a quatro horas no endereço que eu deixei debaixo de seu travesseiro. E não conte a Takuya: Ele quer esconder quem você realmente é.”

— Se não sabe para onde ir, qualquer caminho serve. — disse Sloth ao mesmo, pegando o papel e colocando no bolso, assim fechando o livro.


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Notas finais do capítulo

¹: Lorelai tem 1,92 cm e Rosmery tem 1,42. Nem banquinho, pacto ou milagre ia ajudar. -q
²: James Bond é o personagem principal da franquia 007.
³: Sakura Kinomoto é o nome da principal do anime Sakura Card Captors (ou Chaptors? Sempre confundo).
*: Sasha é o nome da modelo Sasha Pivovarova. E Vodianova é o sobrenome da supermodelo russa Natakia Vodianova.
Musica q apareceu no cap: https://www.youtube.com/watch?v=U0qML0Ijxh0
tumblr:http://dl-circus.tumblr.com/
Vcs não sabem quanto tempo eu levei pra escrever primeira parte do capítulo. E acredite, eu cortei mta coisa do cap pq ele ia ficar mto grande. Se vcs quiserem, eu boto algumas partes no tumblr q eu tenho guardadas aqui pra vcs lerem.
E QUEM VCS ACHAM Q É O SLOTH (eu quase coloquei o nome do personagem ao invés de Sloth, haha)? Quero ver as teorias. u.u
E dps do cap da Lisa, a história do Sloth vai se desenrolar e tbm iremos ter o ponto de vista dos nossos queridinhos do Harlequin (não um cap apresentação, mas uma parte do capítulo sim). Lembrem-se q Javel tbm é um dos couples principais da fic. >.
E aviso as fujoshi: Não shippem JoMin. Ben e Joshua são amiguinhos coloridos. -sqn
Fuyuka não gostou da minha zuera.
Bem, espero q tenham gostado. Sério. >.



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