Deadline Circus: The Second Act escrita por Arya


Capítulo 6
A "Merry Christmas"


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura.



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“Por fora uma pessoa normal, por dentro uma pessoa aterrorizada por coisas que somente ela vê. Nunca reclame de sua vida, já que você nunca irá viver as loucuras da dela. A realidade em si já é assustadora o bastante para todos, portanto a ilusão não é mil maravilhas para ela. “

Quarta-Feira, meio dia e dez.
Japão, Inazuma.

Quando o vampiro jogou a madeira em Irene, todas saíram correndo e se espalharam, portanto Irene apenas continuou no lugar. Ela parecia não querer se mexer mesmo com um pedaço de madeira indo acertá-la. Mas logo a madeira passou direto por ela, já que a mesma se curvou um pouco para não acertá-la, entretanto a janela do orfanato quebrou-se por inteira.

Rosmery passou a mão novamente desesperada em achar a sua arma, mas não encontrou. Tinha se lembrado de colocá-las na recepção do Orfanato, já que não pode entrar com armas dentro dele, o que a fez pensar em Benjamin ter escondido a arma que tinha para que ninguém visse.

Irene pegou o pedaço de madeira rapidamente e tacou em Jordan sem que ele percebesse, já que o mesmo iria atacar outro em Ben. O vampiro se sentou com o impacto da madeira no local de seus olhos, e assim deixando uma brecha para eles saírem. Irene fez sinal para todos e saiu do orfanato, assim logo os outros fizeram. Apenas Kariya e Kirino ficaram, entretanto Kariya estava com uma arma que Irene tinha tacado para ela em caso de emergência, enquanto o rosado aparentava não precisar de uma arma.

Rosmery não conseguiu sair mesmo que tenha tido uma chance, já que chegavam alguns outros vampiros que a bloquearam. Ela foi para o lado de Kariya, que a olhou enquanto atirava em alguns vampiros. Olhou brevemente Kirino chutando a cara de um e o tacando em outro.

— O que está fazendo aqui? Vai pegar as armas. — ele disse, atirando em um dos vampiros.

Rosmery coçou a nuca. Tinha sido um péssimo dia para ter sido ajeitadinha e ter dado as armas ao invés de escondê-las pela a veste.

Ela respirou fundo e atacou os vampiros com socos e chutes, tentando abrir caminho. Desviou de alguns ataques de um dos vampiros rapidamente e passou por baixo deles se perceberem. Tinha alguma vantagem de ser baixa.

Ao se levantar, ela levou um chute na barriga de um dos vampiros, fazendo-a cair no chão. O vampiro a pegou pela a blusa e ela tentava o dar chutes e pontapés, mas não adiantava muito. Fechou os olhos, entretanto a única coisa que sentiu foi alguém a soltar.

Abriu os olhos, vendo Kirino a colocar no chão e pegar a cabeça do vampiro e a bater no chão quatro vezes. Ele se levantou, indo até ela e entendendo a mão.

— Vamos. Eu irei abrir o caminho. — disse Kirino, e Rosmery se levantou com a ajuda do mesmo. Ele a entregou um chicote que estava disfarçado de cinto e a entregou.

— Como eu uso isso? — perguntou Rosmery. Kirino a olhou.

— É só atacar, o chicote corta a cabeça dos vampiros por si só. — disse Kirino e Rosmery olhou um vampiro, tacando o chicote em sua direção.

O chicote envolveu o pescoço do mesmo e, quando ela puxou de volta, a cabeça do vampiro tinha sido cortada. Ela olhou o mesmo e sorriu.

— Porque eu nunca pensei em ter um desses?

Kirino riu de leve e começou a lutar com alguns vampiros ao mesmo tempo. Depois de um tempo, Rosmery já tinha pegado o jeito e começado a usar o chicote mais rápido, assim abrindo caminho com a ajuda de Kirino.

Ao sair, olhou Kirino e o entregou o chicote, no qual o mesmo usou em um dos vampiros que tentara o matar.  Percebeu que ele estava cheio de machucados, mas teve que ir ao ver as meninas. Não podia o ajudar.

Ao chegar à portaria do grande orfanato após correr bastante, Rosmery respirou fundo e olhou Ally, vendo que ela não era à única que esqueceu as coisas. Por fim olhou Sam, que estava com um revolver e parecia aliviada por estar com ele. Irene estava despreocupada com armas, talvez por ela sempre a levar, até mesmo quando dorme escondida entre as vestes.

— Desculpe a demora. — disse Rosmery. — Não consegui sair depois de vocês.

— Tudo bem, não precisa pedir desculpas. Vamos pegar as armas. — disse Ben, entrando na recepção e sendo seguido por todos. — Alguém mais está armado?

— Eu estou. — disse Samantha com um sorriso confuso. — Eu jurava que tinha colocado tudo na recepção.

Irene sussurrou algo em russo, ou talvez em outra língua, mas Rosmery não tinha entendido. Ela tirou uma adaga do tamanho de seu antebraço de sua blusa branca e larga de uma banda de rock que estava usando para dar aula.

— Acho que ela tiver de microssaia, ela consegue colocar uma espada dentro da roupa. — comentou Ben de brincadeira sobre o que Irene fez.

—Talvez sim, mas eu não uso microssaia. — disse Irene dando um sorriso de canto meio forçado.

Ben acenou com a cabeça e olhou a recepcionista.

— Precisamos das nossas armas, agora. Tem um vampiro nada bondoso que quer matar essa albina e está na área de futebol, e acredite: Ele não quer jogar civilizadamente. — falou rapidamente a recepcionista, que abaixou e pegou um cesto de armas de olhos vidrados vendo que ele apontava à arma a mesma. Ben percebeu aquilo e riu de leve, tirando a arma da frente dela.  — Desculpe. E obrigada.

Ele pegou o cesto de armas e entregou a Ally, Samantha e Rosmery. A ruiva pegou as suas coisas rapidamente, beijando-as por estarem ali e não ter se esquecido de trazer. Sam pegou as suas duas espadas. Por fim, Rosmery riu daquilo e pegou seu tessen¹ e seu revolver, fazendo Samantha ficar confusa.

— Isso é um… — Rosmery revirou os olhos e a interrompeu no meio da fala.

— Isso não é um leque. É um tessen. — disse e Sam fez sinal que tinha entendido, por mais que parecia não ter entendido nada.

Eles escutaram um estrondo e Bem pegou uma arma que provavelmente era de Kariya e viu se tinha balas, assim vendo que estava cheia e tacou a cesta para a recepcionista.

— O que fazemos agora, líder? — perguntou Rosmery.  

Benjamin pensou um pouco e saiu novamente do orfanato, vendo vários vampiros entrando no jardim, mas parecia que Kirino e Kariya estavam aguentando, já que apareciam alguns vampiros caídos no chão. Ele arregalou os olhos.

— Vamos pedir ajuda dos outros. — Ally disse. — Harlequin e Colombine?

Benjamin respirou fundo e negou.

— Harlequin está longe. Eles disseram que iam para uma praia do outro lado de Inazuma. E o Colombine está todo separado, demorariam demais para chegarem aqui. — disse pensando um pouco.  — Eu já sei para quem ligar. Ally fique aqui para me dar cobertura caso algum vampiro ataque. Se eu atirar enquanto essa pessoa me faz o interrogatório, ela vai achar que estou assaltando um banco.

Ally foi até o mesmo, ficando de seu lado enquanto ele discava um número. Rosmery, Sam e Irene deram alguns passos para trás, mas Samantha perguntou rapidamente por curiosidade:

— Para quem você vai ligar?

— Jester. — disse Benjamin, e logo as três começaram a correr.

***

Quarta-Feira, meio dia e vinte e oito.
Japão, Inazuma.

Rosmery deu um giro e atirou na cara de um dos vampiros que estava lutando, jogando o seu corpo com um chute. Virou-se e abriu o tessen, acertando o vampiro nas costas de modo que sangraria até morrer e o chutou para outro vampiro que estava ali. Ela escutou o vampiro dar um pequeno grito de dor e ela se virou novamente querendo atacar o vampiro atrás dela, mas ele estava com uma espada, na qual por sorte foi bloqueada por seu pequeno tessen.  Ela foi um pouco para trás, olhando para ambos os lados para verificar se vinha algum vampiro a mais. Estava com um revolver na mão esquerda e na direita estava o tessen enquanto esperava o vampiro atacar.

E foi quando olhou para frente, vendo uma criança sentada e chorando toda encolhida, com o rosto tampado pela as mãos e as pernas. Tinha um enorme cabelo preto, e uma pele branca com alguns machucados.

— Eu criança, sai daqui. — disse a garota, que aparentemente parou de chorar na hora. Ela olhou Irene. — Irene, tire essa criança daqui.

Irene olhou para trás e para ela. Rosmery olhou o vampiro e o atacou com o tessen, repetidas vezes. Fechou a arma e deu um tiro. Olhou Irene, apontando a criança.

— Essa criança!

Irene pegou um vampiro atrás dela pela a gola da camisa e o tacou para frente, atirando uma enorme adaga em seu coração. Com outra, cortou a garganta de um que também iria a atacar. Por fim pegou a outra adaga e a olhou.

— Eu não estou com tempo para brincadeiras, Rosmery. — disse Irene e a mesma atirou em um vampiro ao lado dela. — Eu não estou vendo nenhuma criança.

Ela olhou para a criança abaixada no chão e arregalou os olhos. Ela não tinha boca, e seus olhos eram amarelos como o deu um gato.  Ela se levantou aos poucos e disse:

— Corre Mery. Vamos brincar de pique-morte? — ela disse, começando a correr em sua direção. — Eu irei até você, e se conseguir a pegar... Eu terei que a matar.

Ela sabia que era uma ilusão como as que tinham todo dia.

Rosmery tem esquizofrenia², fazendo-a ver frequentemente esses tipos de criaturas e mais ninguém vê. Elas tentavam a matar, ou tentavam a salvar e até mesmo ficavam apenas a observando de longe. A doença era controlada a base de remédios, mas de vez em quando elas saem do controle.  Isso significa que ela precisa de uma dose bem maior.

Ela piscou os olhos e não conseguiu ver mais nenhuma criança. Respirou fundo e se virou, vendo um vampiro pular em cima dela, fazendo-a cair no chão e soltar o tessen e o revolver. Rosmery começou ao bater e o chutar, fechando os olhos. Entrou em desespero na hora, não queria morrer. Suas armas estavam longe de seu alcance.

Ela sentiu a respiração do vampiro em seu pescoço, fechou os olhos com medo do que vinha depois. E foi quando ela apenas escutou um tiro, abrindo os olhos e sentindo o vampiro cair do seu lado. Sentou-se, arrastando para longe do vampiro e pegando o tessen.  Procurou o revolver, mas não achou nenhuma.

— Aqui está o seu revolver. — disse uma mulher. Ela tinha cabelo castanho escuro liso e longo, amarrado em um rabo de cavalo. Sua pele era branca na medida correta e com traços delicados, com olhos verdes marcantes.  Rosmery pegou a arma. — Está tudo bem?

Rosmery olhou a mulher. Não sabia se ela estava ali ou não, mas parecia ser tão real. A de trança afirmou com a cabeça e a garota deu um breve sorriso de canto, ajudando a garota a se levantar.

— Meu nome é Carolina, sou do grupo Jester do Deadline Circus. — a garota pegou uma adaga que tinha em seu cinto de sua roupa e enfiou no vampiro atrás dela. — Mais conhecida como “Cortadora de cabeças”.

 Ela se virou ao mesmo e cortou a sua garganta, puxando a cabeça até sair. Ela chutou o corpo do vampiro e analisou a cabeça, mas logo jogou fora. Rosmery estava realmente surpresa e com nojo da cena, e demonstrava isso em seu rosto. Logo viu a garota se virar, retirou a cara e a olhou.

— Nem reparei no motivo. — sussurrou baixo. — Sou Rosmery, do grupo Pierrot.

— Eu sei que é do Pierrot. Mesmo grupo que o Benjamin. — disse Carolina com um sorriso de canto no rosto.  — Ele é um bom líder?

Ela chegou mais perto da mesma e a virou, Rosmery deu uma espiada e a mulher estava atrás dela, de costas para a morena. A boliviana pensou um pouco na pergunta, ficando em posição de ataque.

— Acho que sim. — ela disse e sentiu que a menina tinha se virado para ela.

— Bem, o irmão dele era um péssimo líder. Ele andava na nossa frente, não discutia a missão antes de vir, não se lembrava dos nossos nomes e ficava dando apelidos, depois ele gritava conosco quando fazíamos algo errado e também não entendia muito bem nossos sentimentos. Mas ele era um bom... — Carolina foi interrompida.

Um corpo passou do lado delas voando como se tivesse sido arremessado. Rosmery olhou para trás, vendo Benjamin com cara de quem tinha feito coisa errada e sorriu, acenando rapidamente e voltando a lutar.

— Eu acho que é melhor não ser inimiga dele. — Carolina piscou os olhos e olhou os vampiros em volta dela. Rosmery estalou o pescoço. — Eu fico com os da esquerda e você com os da direita.

Ela se virou rapidamente e viu Carolina avançar sem nenhuma arma além de sua pequena adaga, que aparentava estar na sua cintura. Ela lutava com as mãos, sendo assim raramente usava a adaga.

Virou-se para frente e deu um giro, começando a lutar com todos os vampiros ao mesmo tempo. No início foi complicado, mas acabou indo tudo bem.  Ao terminar de matar o último vampiro, ela olhou para trás e viu Carolina analisando uma das cabeças, depois a tacando como se fosse uma bola de basquete que não iria usar para o lado.

Os vampiros começaram a correr em alta velocidade, saindo do local. Carolina foi até ela e ambas olharam em volta, vendo alguns vampiros acabarem por virando poeira. Seu corpo ia se desfazendo aos poucos, sendo levados pelo o ar.  Olhou em sua volta a procura de Jordan Morozov, mas não o achou.

— Jordan foi embora. — disse Samantha chegando perto delas do lado de uma menina de cabelo rosa e olhos verdes.

Aos poucos os integrantes foram aparecendo ao lado de rostos novos para ela, por mais que aparentasse que para Benjamin e Irene não fosse. Ally reconheceu apenas uma garota, na qual ela estava levemente abraçada.

— Entre! Vamos fazer curativos em quem tiver ferido. — disse uma senhora abrindo a porta para eles.

Rosmery olhou a mesma e foi andando junto as outras, entrando no local ao lado de Kariya e Kirino, que estava um pouco machucado nos braços. Estava um pouco bagunçado, com uma janela quebrada e tinha uma mulher varrendo. As crianças mais novas estavam em um canto sentadas, enquanto as mais velhas começavam a fazer os curativos em quem entrava.

— Bem, meninas. — Benjamin as olhou, recusando quando uma garota tentou ver a sua testa machucada. Mas logo acabou cedendo ao ver que ela não iria aceitar “não” como resposta.  — Esse é o Jester.  — ele disse, apontando ao grupo que estava na frente deles.

 Todas deram um breve aceno, até uma menina de cabelos pretos que uma vez provavelmente já teve corte deu um sorriso gentil e alegre, parecido com o de uma criança.

— Eu sou a Lorelai, irmã mais nova de Benjamin e vice-líder do Jester. — ela disse, sendo examinada rapidamente, mas logo deixada de lado. Provavelmente não tinha machucados. — Essas são a líder Savannah, Yuume, Yasmin, Seirin, Carolina e o Harry. — ela disse apontando para cada um.

Savannah, a de cabelos pretos e olhos vermelhos, sussurrou algo para Seirin, uma menina ao seu lado de cabelos da mesma cor e olhos azuis escuros. A garota deu um riso.

— Viu? Eu disse que ele era parecido com o Harry! — disse Seirin apontando sem querer para Kariya, que ficou sem entender muito bem.

Harry, um menino de cabelos curtos e verdes com olhos amarelos, olhou para o menino que Seirin estava apontando e o analisou. Kariya fez o mesmo, olhando de baixo para cima, e assim Harry fez uma careta.

— Eu não sou parecido com ele. — disse Harry com a careta ainda no rosto. — Isso me ofendeu.

— Ei! Eu sou bonito, ok? — Kariya falou. Os dois mandaram língua um para o outro, fazendo Yasmin soltar uma risada.

— Não é só a aparência que é parecida. — disse Yasmin e olhou a garota que ia cuidar dela. — Eu estou bem, sério.

— Tem certeza? — disse Ally ajeitando o cabelo ruivo e encaracolado, o colocando em um rabo de cavalo. Provavelmente o outro elástico arrebentou. — Tome cuidado, você agora carrega uma vida com você.

Fez um silêncio enorme. Os integrantes do Jester olharam Yasmin como se estivesse surpresos e felizes com a notícia, Rosmery olhou para o lado e viu Irene levantar a sobrancelha de leve e a olhar como normalmente. Yasmin parecia meio confusa com tanta pessoa olhando para ela.

— Grávida? Dimitri sabe disso? — perguntou Irene, fazendo Yasmin gelar na hora.

Yasmin engoliu em seco depois de se acalmar.

— Eu falei com a Ally que eu achava que estava grávida, mas eu não estou. Foi um erro no teste de gravidez da farmácia. — disse Yasmin, fazendo Irene abaixar o olhar. — Eu estava tendo alguns sintomas parecidos por não estar me alimentando muito bem.

— Isso aconteceu com a minha mãe. — ela disse a Yasmin. — Ela achou que ia ter o sexto filho, mas era erro no teste de gravidez.

Irene se levantou e foi até Kariya e Kirino, que recebia o final dos curativos.

— Vamos comer no local de sempre? — perguntou aos dois. Ambos se entreolharam como se estivesse vendo um com o outro se queriam e concordaram, fazendo a albina fazer o sinal de “ok” com a cabeça e sair andando, mexendo no celular.  Logo eles pegaram as suas coisas e se despediram, alcançando Irene rapidamente.

Logo Rosmery escutou o barulho de sua barriga roncando. Todos a olharam, a fazendo encolher-se um pouco por ter percebido que realmente foi muito alto. Lorelai soltou um leve riso e se levantou.

— Nos espere! Nós vamos almoçar com vocês três! — Lorelai disse correndo até eles animada, por mais que quase tropeçou no pé de Benjamin, no qual riu de leve.

Rosmery olhou Ally.

— Algo aconteceu e nós não vãos reportar a chefe? — perguntou Rosmery.  Yuume estendeu o celular. — Ah, ela tem um celular?

— A nova versão do Iphone, na realidade. Ela perdeu o outro. — disse Yuume e se levantou, saindo andando junto aos outros após agradecer a todos. Rosmery foi puxada por Ally e saiu correndo pelo os corredores do orfanato.

A única coisa que Rosmery viu por último foi o tal Tachibana Tadase, um dos garotos da aula de Irene, no meio da área de futebol um tanto destruída, olhando tudo como se estivesse suspeitando de algo.

***

Quarta-Feira, oito da noite.
Japão, Inazuma.

Eles passaram o resto do dia com as meninas do Jester. Elas eram realmente gentis com eles, por mais que tinham pegado a mania do antigo líder de dar apelidos e não decorar nomes, sem falar que também o chamavam-na por “Novata” quando não se lembrava do apelido que tinha a dado. O que a mais tratou bem foi Harry, por mais que todas tinham a tratado extremamente bem. Ele parecia a tratar como se tivesse tratando uma irmã mais nova.

Na realidade ele tratava todos assim, talvez por ser o mais velho do local.

No momento eles estavam na sala do chefe a esperando chegar. Violetta tinha ligado para Ben dizendo que queria falar com ela e outros, mas ela ia demorar um pouco por estar resolvendo certa coisa.

— Será que ela descobriu que fomos nós que colamos chiclete ma maçaneta da porta do quarto dela no último Natal? — perguntou Benjamin para Irene, que apenas o olhou com o típico olhar que apenas ela conseguia fazer. Ben fez bico. — Ok, eu vou me calar.

— Vocês colaram chiclete na maçaneta da porta quarto da nossa chefe? — disse Ally assustada. — Vocês são malucos?

— Provavelmente. — disse Benjamin.

— Só ele, eu não. Morozov não é maluco. — Irene disse mexendo no cabelo e olhando para frente. — Morozov é suicida. Você aprende isso quando vê o Pavel colocando a vida dele em perigo a cada hora.

— E eu odeio ter que concordar com ela. — Samantha sorriu de leve, mordendo o lábio.

— Então não precisa concordar ou se meter na conversa. — Irene disse a Samantha, que começou a falar algo em inglês e baixo e se levantar como se fosse bater nela. Benjamin, que estava no meio das duas, fez gestos com as mãos e sorriu.

— Vamos ficar calados. — ele puxou Sam para ela se sentar.

— Você que começou a falar. — disse as duas ao mesmo tempo, por mais que Samantha soasse um pouco mais agressiva e Irene um pouco mais “Irene”. Rosmery segurou a gargalhada, fazendo carinho nas costas de Sam para ela provavelmente se acalmar.

— E vocês também. E daí? Vamos todos calar a boca para não ter confusão ou eu vou ter que forçar? — ele disse sério. Elas o olharam, mas se calaram. Provavelmente por ele ser o líder, e talvez saberem que ele consegue ser bem malvado quando quer.

Logo Violetta chegou, entrando com mais três pessoas atrás dela. Samantha respirou fundo e se acalmou, então Rosmery sorriu a ela calmamente.  Violetta colocou uma pasta dentro da gaveta com chave, trancando-a ao verificar e se sentou.

Ela sorriu a todos, parecendo mexer na cadeira com o pé para ver se ficava mais alta. Sem sucesso, Violetta fez um breve bico e suspirou alto. Rosmery olhou para os outros três em pé, duas garotas e um garoto que parecia analisar todo mundo brevemente.

— Esses são as integrantes que restavam mais o integrante que eu coloquei a mais. — Rosmery olhou para Violetta e depois para os outros, assim como os outros integrantes do Pierrot. — Mizuki Yuuna.

Uma loira de olhos roxos na ponta deu um breve sorriso e acenou a todos.  Ela era atraente, com um cabelo longo e um corpo bem definido.

— Vassilisa Dragomir. — disse Violetta.

— Esse vai ser o meu grupo? — perguntou a morena de olhos dourados a chefe. — Eu odeio esse local. Porque não me colocaram em um grupo com gente que não tem cara de idiota?

— Quer realmente nos chamar de idiota? Essas duas já estão irritadas. — Benjamin disse apontando a Samantha e Irene que olhavam a garota como se ela estivesse colocando o pé na cova.

Violetta sorriu e olhou Vassilisa.

—É só ir embora, vai viver a sua vida ou ir para outro local. — Violetta disse. — Você sabe onde é a saída, se quiser temos várias pessoas aqui que pode a mostrar se não souber. Sério, eu não preciso de caçadores que vão ficar reclamando da vida.

Rosmery arregalou os olhos ao escutar o que Violetta falou, e gelou ao reparar que Violetta tinha percebido a reação dela. A mulher respirou fundo e se virou a morena, que tinha fechado o punho.

— Não feche o punho com força, machucará a palma da mão.  E você precisa ter a mão em belo estado para lutar com vampiros. — disse Violetta. — E me desculpe, o dia foi estressante hoje e eu descontei em você. — ela falou calmamente.

A morena mexeu rapidamente no cabelo e olhou Violetta fazendo careta. Rosmery percebeu que Sam ia se erguer para falar algo com a garota, mas olhou Irene, que parecia fazer sinal para ela não fazer aquilo e se controlou.

Rosmery tinha razão. As duas brigavam, fingiam que não se suportam, mas no fundo se adoram. E por algum motivo a amizade delas parece estar meio quebrada, esperando ser concertada a qualquer momento.

—  E, por último e não menos importante... — disse Violetta. — Para o Benjamin ele é muito importante.

— Eu nunca fiquei tão feliz em ver um homem.  — disse Ben, fazendo todas concordarem e Yuuna da um breve riso, mesmo que aparentava não entender muito bem o assunto.

— Esse é o Joshua Price. —  Violetta disse e Bem parou quando ia se levantar, parecendo analisar um pouco —  Sim, ele é primo da Savannah.  E não, ele não é tão legal quanto ela. Ele é uma Irene masculina.

Benjamin se sentou. Irene deu uma risada abafada e sarcástica, olhando o garoto ruivo de olhos na cor de ouro.

— Aquela maçã é parecida comigo?

— Só porque eu sou ruivo eu sou uma maçã? — perguntou o garoto. — Isso é tão ensino fundamental.

Todos olharam Irene.

— Não, é porque eu não gosto de maçãs. Eu as acho feias.

Todos olharam Joshua, que deu uma breve risada e olhou a garota.

— Eu gostei dela.

Violetta olhou Joshua, com as mãos como se estivesse perguntando se ele tinha algum problema mental. Todos riram da cena, e Rosmery olhou os novos integrantes.

Quando Mey estivesse boa, finalmente o grupo estaria completo.

***

Quarta-feira, oito e meia.
Japão, Inazuma.

GREED

Greed virou a curva em uma rua sem saída ajeitando o capuz na cabeça, indo para um portão pichado de garagem que tinha ali ao lado de uma caçamba de lixo aberta e fedorenta. Existiam bairros de Inazuma nada confiáveis, e esse era um deles.

Respirou fundo e olhou o garoto de capuz ao lado da caçamba de lixo. Parou na frente dele, acenando de leve. Não podia ver seu rosto direito, mas ele sabia que era quem marcou de se encontrar. Afinal, estava sendo acompanhado por um caderno com desenhos horríveis e tortos do famoso “homem palito”. Pareciam desenhos de crianças, mas o dono era quase um adulto.

Bem, em idade. Em mentalidade era outra coisa.

— Demorou um pouco. — o garoto disse, fechando o caderno e prendendo a caneta no aro dele. O mesmo se levantou sorrindo.

Greed deu um breve sorriso de novo e começou a fazer linguagem de sinal.

Takuya estava no meu pé, mas eu disse que ia sair com uma garota muda que eu conheci e ia tentar a seduzir para beber o sangue dela.”

Greed foi até a porta e a abriu rapidamente, logo ambos entraram e arriaram a porta. Ligaram um abajur que tinham colocado na garagem vazia e abandonada. Eles se escondiam aqui para trocar as informações secretas e confidenciais.

Sim, Greed era um impostor. Ele era vampiro, mas não era exatamente aliado de Takuya. Ele fingia ser, mas no fundo ele odiava o moreno. E entre o moreno e os caçadores, no qual ele também não é muito amigo, ele prefere os caçadores. Sem falar que o garoto em sua frente lhe lembrava de seu melhor amigo humano, no qual morreu em um massacre que Takuya fez.

Ele viu o menino retirar o capuz por estar um pouco de calor e abrir em uma página em branco.  O garoto ficou em perna de chinês enquanto Alouis esticou as pernas sentadas, se apoiando no portão da garagem.

Greed deu um breve sorriso ao mesmo ao conseguir ver o rosto dele direito pela a primeira vez. Ele deu um breve riso e fez linguagem de sinais ao albino, que deu um riso no final com o que disse.

Agora entendo porque o chamam de Pequeno Príncipe.”


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Notas finais do capítulo

Tessen: É um leque onde, ao abrir, tem milhares de lâminas afiadas. Fechado pode ser usado como punhal, aberto pode ser usado como cortador de carne moída... Humana.
Esquizofrenia: A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da idade adulta. Ela faz a pessoa ver alucinações milhares de vezes, e pode ser controlada por medicamentos.
Eu reescrevi o final, ia fazer uma pegadinha do mal com vcs. Mas no próximo tem uma cena q vcs não vão gostar tanto, e eu tbm matarei o povo de susto... Então... Psé.
Espero q tenham gostado do capítulo e da aparição das meninas do Jester. Eu fiquei tão feliz em as colocar. E sim, elas vão aparecer mais. Menos a Yasmin q ficará fora por conta da ida dela para a Rússia com o "Dmitriy". *engasga ao tentar falar russo*
tumblr:http://dl-circus.tumblr.com/
Já tem os perfis do povo novo. E gente, a Vassilisa vai fazer cada tretaSério, ela vai brigar muito com o Ben.
E ah, o segundo líder vai ser revelado no próximo, eu acabei a cena ali porque eu achei o final tão fofinho falando da Mey (gente, falo dela como se ela tivesse morrido. #apanha). Mas já avisando,a segunda líder é a Irene.
Foi assim: Eu escolhi a Samantha, a Yuuna, a Irene e a Mey Yuri para serem vice-líder, pois acho q elas são as melhores para serem líderes. Fui no polvo e sorteei: Sam e Yuuna, dando o resultado de Yuuna. Ai eu coloquei Irene e Mey, e saiu Irene.
Então eu fiz no polvo "Yuuna e Irene", e saiu a Irene. Psé.
E como eu achei legal ela ser a vice-líder, afinal Ben é muito bondoso com o povo (menos em cenas tipo briga de Samrene). Precisamos de uma sargento pra botar o povo no lugar, parar de pedir absorvente... NÉ, LARANJA? #apanha
Bem, até



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