Jūman escrita por Deni Chan


Capítulo 1
Jūman


Notas iniciais do capítulo

Mais uma HitsuKarin!
Desejo aqui um Feliz Natal (apesar de muuuito atrasado), e um maravilhoso 2016!
Particularmente quero que esse ano termine logo, não foi muito bom em alguns aspectos, então...
Que 2016 traga muitas alegrias, amores, sucesso, saúde e, claro, muita inspiração e muitas fanfics!
Espero que gostem!
Bjs Bjs!



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JŪMAN

(plenitude)

A noite já havia iniciado a um bom tempo quando finalmente conseguiu pisar em casa. Suas costas doíam, sua cabeça latejava, sua mão tinha espasmos de tanto assinar e escrever. Maldita Matsumoto que havia sumido, nunca havia visto tantos relatórios acumularem durante todo o seu tempo como capitão do décimo esquadrão.

- Matsumoto Rangiku, está definitivamente em maus lençóis... – sussurrou, cansado e estressado.

Abriu a porta da sala e estranhou o silêncio e as luzes apagadas. Aliás, somente a luz da cozinha se insinuava pela casa. Mas sentia as duas reatsus no andar de cima. Sorriu e foi em direção às escadas, subindo enquanto retirava o haori e sua zanpakutou das costas, tentando controlar a ansiedade em revê-los depois de um dia inteiro longe.

Entrou na primeira porta à direita, e viu o futon arrumado e o quarto em perfeito estado. Suspirou. Esperava encontrá-la ali. Entrou e deixou o haori pendurado no suporte próximo ao armário e saiu do quarto. Passou pela porta à esquerda, um quarto de hóspedes, recentemente desocupado por Inoue Orihime. Andou até a próxima porta à esquerda, e a abriu com cuidado. O quarto estava na penumbra, mas sorriu ao vê-la.

A esquerda da porta, o berço estava com seu lençol azul arrumado e almofadas e travesseiros brancos perfeitamente dispostos. As cômodas baixas dispostas ao redor do quarto, cheias de brinquedos de borracha e pelúcia. O armário do lado direito da porta repleto de pequenas roupas, arrumado. No centro do quarto, um grande tapete almofadado comportava os dois seres adormecidos profundamente. Com a temperatura amena da noite, o cobertor estava esquecido de lado.

A sombra do corpo da esposa era discretamente iluminado pela suave luz vinda da grande janela em frente à porta. Os cabelos longos estavam presos em um coque frouxo, desalinhado, e extremamente charmoso em sua opinião, apesar de preferir os cabelos negros soltos. A respiração suave e compassada. A camisola clara se insinuava algo transparente pela iluminação. Karin dormia profundamente, e olheiras eram visíveis pelas noites mal dormidas. Virada de frente para a porta, abraçava de forma delicada, porém possessiva o bebê ao seu lado, uma cabeleira branca bagunçada e macia combinando com a pele clara e as bochechas e boca rosadas.

Suspirou mais uma vez, sem desmanchar o sorriso. Muitas coisas em sua vida haviam mudado desde que conheceu Kurosaki Ichigo, e entre os melhores acontecimentos, achava que o mais inesperado foi casar apaixonado por sua irmã, Kurosaki Karin, agora Hitsugaya Karin. Contudo a notícia que teve depois superou todas as outras: seria pai. E tudo isso, a seu ver, foi indescritível. Nunca até então havia se imaginado apaixonado, casado e com uma família própria. E isso, naquele momento, fez mais sentido do que nunca pareceu. Agora sabia definir o significado de plenitude.

Caminhando com cuidado, Toushirou ajoelhou-se e tomou o pequeno bebê nos braços, sentindo o cheiro tão suave e incrivelmente calmante, lembrava camomila. Remexeu-se no colo, mas não acordou, e então com cuidado beijou sua face e colocou-o em seu berço, que parecia enorme em comparação ao pequeno. Cobrindo-o com a manta clara, acariciou mais uma vez a massa de cabelos claros, iguais aos seus. Mais uma coisa inesperada.

- Bons sonhos, Takeo. - sussurrou, levantando-se e ao se virar, Karin observava-o ainda deitada, e sorrindo.

- Você demorou...

- Reclame com Matsumoto, a culpa é dela e das malditas garrafas de vodka. - Toushirou caminhou de volta na direção da mulher, agora sentada e sorrindo sonolenta, soltando um bocejo.

- Huumnn. Então amanhã está de folga. - ela afirmou, risonha - De Rangiku cuido eu.

- Ótimo. - ele estendeu a mão e a puxou contra si, abraçando-a e beijando - Como foi seu dia?

- A mesma coisa dos últimos 30 dias. Dar o peito. Trocar fraldas. Tentar dormir. Tentar comer. - ela suspirou, guiando-o para fora do quarto - Por isso não acorde Takeo, tenho uma folga pelas próximas 3 horas mais ou menos.

- E Inoue? - ele se deixou ser guiado por ela para fora do quarto e fechou a porta.

- Foi ótima ideia de Rukia, Orihime tem muito talento com criança. Devo algumas horas de sono pra ela! - Karin abriu a porta do quarto do casal e puxou o marido, porém parou a meio caminho do beijo - Você ainda não tomou banho?

- Eu acabei de chegar! - ele reclamou, revirando os olhos, para então sorrir e começar a caminhar para o banheiro e arrastando a morena - Mas posso ir agora e você pode vir comigo.

- Nada de gracinha, Toushirou. Unohana Taichou foi enfática no repouso... - Karin retrucou - Além do mais, eu já tomei meu banho... Mas posso te ajudar!...

*~*~*~*~*~*

- Hum... - suspirou sentindo a água morna deslizar por suas costas, sentindo as mãos suaves de Karin espalhar sabonete e massagear.

Sentada na borda da banheira, Karin espalhava espuma pelo dorso, ombros e pescoço do capitão, sentindo o perfume refrescante do produto misturado ao cheiro próprio do marido. Com uma das mãos, pegou shampoo e espalhou pelos cabelos branco-prateados, fazendo mais espuma e topetes, segurando a risada. Desceu as mãos dos ombros para os braços, até as mãos, em ambos os lados.

- O que foi? - Karin perguntou, concentrada nas mãos de Toushirou, levantando o olhar e deparando-se com o olhar intenso dele sobre si, e não conseguiu conter um discreto rubor nas bochechas.

- Nada... - ele sussurrou, e com a outra mão acariciava o rosto da morena e deixando um rastro úmido e de espuma na bochecha - Eu amo você...

- Eu também amo você... - ela sussurrou em resposta, aproximando o rosto e dando um suave beijo para sorrir em seguida - Feche os olhos.

Ele apenas sentiu a água escorrer de sua cabeça pelo rosto e ombros, várias vezes, e depois uma toalha felpuda alisava seu cabelo e secava seu rosto, com movimentos delicados. A toalha então ficou em seus ombros e Karin logo tinha outra toalha em mãos.

- Agora sim, pronto pra dormir! - ela ria enquanto Toushirou se levantava, e em seguida abraçou-o com a toalha - Então, como foi seu dia no esq... - não conseguiu sequer terminar a frase, e seus ouvidos atentos logo ouviram um balbucio abafado vindo do quarto da frente - Já volto.

Toushirou assistiu desolado a esposa sair rápida pela porta, e suspirando terminou de se secar, pegando a calça branca separada próxima à banheira e a vestindo. Estranhando a demora de Karin, caminhou para o quarto e então de volta ao quarto do filho, encontrando-a com a pequena criança no colo, enquanto alisava suas costas e sussurrava algo. Uma canção, talvez? Nunca imaginou a morena agindo assim tão materna e mulher. Logo ela, tão ativa, independente, e por que não dizer pouco feminina (provável motivo pelo qual se apaixonou logo por ela)?

E isso provocava uma satisfação imensa dentro de si.

Assistiu a ela virar-se para si, com um sorriso sem graça, tentando segurar um bocejo. Ela estava cansada. E Toushirou tinha dúvidas se conseguiria acalmar um bebê, era uma situação que ele nunca havia sequer imaginado em seus melhores – ou piores – sonhos.

Caminhou em direção à mulher e estendeu os braços. No primeiro momento, Karin não entendeu o gesto, mas segundos depois arregalou os olhos ao compreender o movimento. Hesitante, entregou a pequena criança ao marido, com os cabelos ainda úmidos e somente com uma calça branca de algodão.

"Uma visão maravilhosa... E só minha... Mas tô tão cansada..." Ela pensou, não conseguindo conter mais um bocejo.

Após alguns minutos, mesmo com Toushirou em silêncio, e apenas o apertando contra si deixando a cabeça do bebê em seu tórax, o choro doloroso foi devagar reduzido a soluços e então a resmungos incompreensíveis. Logo ele percebeu que havia feito seu filho dormir, para sua surpresa completa. Mas ao levantar os olhos procurando pela esposa não a encontrou. De novo colocando o bebê no berço, saiu no quarto deixando uma fresta da porta aberta, e ao entrar no seu próprio viu a esposa deitada e dormindo profundamente. Os cabelos já soltos displicentes sobre os lençóis brancos e a respiração lenta e ritmada.

Hitsugaya rezou em silêncio, enquanto acomodava-se no futon e era abraçado pela morena ainda adormecida. Agradecia por tudo o que vivia naquele momento, desde os piores momentos até os dias atuais. O cheiro de rosas o embriagava e o conduzia rapidamente ao mundo dos sonhos. Mas ele sabia que não havia mais o que sonhar. Tudo o que sempre quis, ainda que de forma inconsciente, agora estava ao seu alcance. Tinha em seus braços o seu sonho vivo.

*~*~*~*~*~*

Manhã seguinte…

- TAICHOOOOUUU!! – Matsumoto abriu de surpresa a porta, mas não encontrou sequer vestígio da reatsu do capitão – Ué, já é quase meio dia...

Os olhos acinzentados pidões ainda tentavam entender a situação, quando uma borboleta infernal surgiu próxima a seu ombro, e estendendo os dedos para tocá-la, arregalou os olhos.

“Ran, hoje o esquadrão é todo seu! Euzinha dei o dia de folga ao Toushirou, então dê o fim nesses malditos relatórios até amanhã! Bom trabalho!”

- Aaaahhh!! Karin-chan!

*~*~*~*~*~*


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de mais essa oneshot, enquanto não reforço minha mente pra escrever uma fic mais looonga!
Curtam e comentem!
Bjs Bjs!