Chego em casa pensando que ninguém havia me visto com aquela cara do tamanho do mundo. Entro em meu quarto e me jogo na cama, alguém entra sem minha permissão, eu apenas escuto a porta bater.

— Mi? O que houve? – Era a Rosa.

Ela se senta em minha cama, e eu tiro a mão da minha face.

— Pensei que iria estudar com o Kentin hoje. – Ela completa.

— Disse bem, ia. – Disparo. – O encontrei com a novata, não queria atrapalhar.

Rosa fica calada.

— Fale alguma coisa! – Eu ordeno.

—... Você está com ciúmes do Kentin! – Ela exclama.

— Eu? – Pergunto.

Levanto-me e me sento na cama.

— Nada a ver, Rosalya. – Reviro os olhos.

— Sei... – Ela arqueia uma sobrancelha e sorri.

— P-Pare de insinuar coisas, Rosa!

Eu fico de pé e cruzo os braços.

— Eu apenas tenho medo que ele não fique com alguém que o separe de mim. – Murmuro.

Rosa me olha e ri alto.

— P-Pare com isso Rosa! – Eu viro o rosto.

— Desculpa... – Ela ri de novo. – É que a sua atitude em relação a ele é super engraçada, você está com medo dele não falar mais contigo por conta dela? Isso é hiper engraçado. – Ela começa a rir de novo, porém mais baixo.

— Ria o quanto quiser. – Reclamo.

Jogo-me em uma das poltronas.

— Ah qual é! – Rosa reclama. – Relaxa em relação a isso, se fosse assim você não falaria mais com ele por conta do Castiel. – Ela coloca as mãos na cintura e sorri de leve.

Sinto minha bochecha formigar, eu me afundo na poltrona.

— EleestácomaDebrah... – Falo tudo rápido e baixo.

— Hã? – Rosa pergunta.

— Ele. Está. Com. A. Debrah. – Repito para ela pausadamente. – Entendeu?

Ela bufa.

— Você acha mesmo que ele está querendo ela? Jura mesmo? Você está cega mesmo. – Ela balança a cabeça negativamente.

— É o que parece... Pra mim. – Tento explicar.

Ela continua balançando a cabeça negativamente.

— Deixarei você resolver essa parte sozinha. – Ela me avisa.

Rosa sai do quarto. Eu me jogo na cama de novo, verei no que vai dar, tomara que seja paranóia da minha cabeça...

—-BZZZ---BZZZ---BZZZ---

O celular começa a tocar, eu resmungo antes de atendê-lo.

— Alô?

— Oi Mi! É o Kentin, eu queria saber cadê você, estou te procurando faz muito tempo e nada.

— Estou em casa já, não queria atrapalhar você com a Priya. – Eu falo.

— Hã? Que? Me atrapalhar? Como assim?— Kentin pergunta confuso.

— Vocês estavam em uma boa conversa, não queria me sentir deslocada... E tinha medo de você não querer mais me ensinar nada.

Ele ri.

— Você é muito boba, eu adoro você e você sabe disso. Conheço-te faz muito tempo, eu não te abandonaria por nada nessa Terra, Mi... Sabe que comigo pode contar sempre. – Ele explica.

— Desculpa... E-Eu nem sei o que falar... Só me desculpa? – Peço.

— Claro. – Ele concorda. – Já que estamos livres, me acompanharia até o hospital para ver minha mãe?

— É claro, e falando nisso, ela está melhor? – Eu pergunto.

— Sim, graças a Deus. Vamos fazer como? Eu te pego ou nos encontramos?

— Você vem até aqui daqui à... Quarenta e cinco minutos?

— Pode ser.

— Eu irei me arrumar agora, até mais.

— Até.

Ele desliga. Eu coloco uma roupa comum, calça jeans, camiseta branca, uma jaqueta estilo colegial vermelha e branca, e calço uma bota marrom... Tá, não é tão comum.

Depois que terminei de almoçar, pois ainda não tinha feito isso, me dirijo à frente de minha casa, sento em um banco e o espero. Não demora muito e ele chega nós nos dirigimos até o hospital.

                                                        ~X~

Chegamos no hospital e ele me leva até o quarto em que sua mãe se situa.

— Olá Sra. Smith. – Eu a cumprimento.

— Olá querida, como vai? – Ela retribui.

— Vou bem, e a senhora, está melhor? – Pergunto.

— Muito melhor, ainda mais com a visita de vocês. – Ela sorri e pega na minha mão. – Meu filho fala muito bem de você sabia?

— Mãe... – Ele resmunga.

— Oh, deixe ela falar. – Eu brinco.

— Ele fala que você é linda, inteligent... – Ela é interrompida.

Kentin tapa a boca da mãe com delicadeza.

— N-Não queremos entrar e detalhes, não é mãe? – Ele a olha e ela ri.

Eu me contento para não rir.

                                                 ~X~

Ficamos um bom tempo a conversar.

— É realmente uma história incrível Sra. Smith. – Eu elogio.

— Obrigada querida! E obrigada por apoiar meu filho nesse períod... – Ela para de falar. – C-Chamem... Um... Médico.

A mãe dele começa a ficar pálida, Kentin fica sem reação, eu corro para porta e começo a chamar por alguém.

— POR FAVOR, ALGUM MÉDICO! – Eu grito pelo corredor, senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Um médico vinha correndo com dois enfermeiros, os dois enfermeiros seguraram Kentin, o pediram para ficar calmo e ir para a sala de espera. Kentin chorava desesperadamente, no momento em que chegamos na sala de espera, ele me abraça fortemente e coloca seu rosto em meu ombro.

— Mamãe... – Ele choraminga.

Eu retribuo o abraço forte com a mão esquerda e acaricio sua nuca com a da direita.

— Calma, vai dar tudo certo. – Eu tento acalmá-lo.

Kentin andava de um lado para outro, roendo unhas e com lágrimas saindo do seus olhos sem parar, eu estava ficando mais nervosa do que deveria.

— Minha querida mãe... – Ele repetia para si.

Percebo que ele começa a ficar com as pernas bambas, logo o mesmo cai em uma das cadeiras. Eu me aproximo rapidamente, ele não estava nem um pouco bem.

— Kentin? – Eu o chamo.

— Minha preciosa mãe. – Ele dizia passando as mãos pelos cabelos.

— Kentin... Hey, olhe para mim. – Eu tentava acalmá-lo. – Olhe para mim, foque nos meus olhos.

Eu pego seu rosto com uma das mãos e a viro para mim, ele me olha triste e sorri fraco.

— Eu estou aqui, para lhe apoiar sempre, sua mãe ficará bem, acredite nisso está bem? – Olho fixamente em seus olhos e seguro uma de suas mãos.

Ele me olha por um tempo, depois fecha os olhos e respira fundo.

— Tenho sorte por você existir, Mi. Não sei o que eu faria sem você comigo nesse momento, seria capaz de eu estar fora de mim. – Ele explica.

Ele sorri com os olhos marejados de lágrimas, se levanta e se aproxima, ele me puxa e me dá um abraço mais apertado do que o anterior.

— Obrigado por existir. – Ele sussurra no meu ouvido.

Demora uma média de quinze minutos quando o médico chega para nos avisar com está a mãe dele.

— A Sra. Smith está...