Essa lixeira já tem dono? escrita por Carcata


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

peço desculpas adiantado pela quantidade de palavrões na fic, mas qualé, é a Jessica Jones! O que mais vc esperava? XD



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Jessica gemeu ao se remexer na pilha de lixo. Ugh. Sua cabeça doía, e provavelmente ela fedia mais do que a lixeira. Nem se lembrava de como tinha parado ali, mas sabia que tinha algo a ver com o seu trabalho de detetive. Ou ela simplesmente tropeçou?

Foda-se, ela estava bêbada de mais para se importar.

Seus pensamentos foram interrompidos por outro gemido, um que não era dela. E pior: o som tinha vindo debaixo dela, como se ela estava deitada em—

— Você... Poderia, por favor, sair de cima de mim?

Oh.

— Ah, err... — Jessica tentou se levantar e, quando não teve sucesso, segurou na beirada da lixeira e conseguiu se retirar em cima do homem. — Desculpe-me, essa lixeira já tem dono?

Ela estava prestes a comentar mais alguma coisa quando caiu da lixeira para o chão numa tentativa de sair lentamente para que nenhum lixo saísse dali. Maldito álcool.

— Você está bem? — O desconhecido perguntou depois de um minuto em silêncio.

— Hm. — Jessica ignorou sua dor de cabeça e tontura e fitou o homem misterioso, que gemeu ao levantar-se. — Precisa de ajuda?

Ela tentou pegar a mão dele para acudi-lo, porém foi rejeitada quando ele deu um tapa na mão dela, claramente não gostando da ideia de aceitar qualquer tipo de ajuda.

— Tá bom, vai em frente, senhor Sou-orgulhoso-demais-para-pedir-ajuda.

Jessica então cruzou os braços e esperou alguns minutos, presenciando as várias tentativas inúteis do outro de sair dali. A investigadora começou a ter uma má impressão sobre tudo aquilo, talvez ele estivesse indisposto ou algo assim, o que faria dela uma idiota se não o ajudasse.

— Por favor, ajude. — O homem murmurou depois de perceber que seus esforços não estavam funcionando.

Não foi necessário muita força para tirá-lo dali, mas ela era Jessica Jones, então força não era um problema.

O problema, entretanto, foi quando ela foi capaz de reconhecê-lo quando a escuridão não estava mais atrapalhando sua visão.

Puta Merda.

— Como diabos o famoso Demolidor conseguiu se meter dentro de uma lixeira? — Jessica perguntou e ao mesmo tempo o ajudou a ficar de pé. Ele estava ferido e sangrando. Merda.

— Acredite ou não, essa não é a primeira vez. — Ele retrucou em uma voz ríspida.

Algo a dizia que aquela também não seria a última.

— Hah. Então você sai por aí fazendo parkour, batendo em criminosos e ocasionalmente cai em lixeiras das quais você não consegue sair? — Eles agora estavam cambaleando pelo beco escuro, Demolidor com um corte enorme em seu abdômen e Jessica com um bafo forte de álcool e segurando o vigilante pelos ombros como um suporte.

— Não quando tais criminosos sabem como usar um revólver.

Jéssica parou, o que causou Demolidor a parar também.

— Você levou tiros, também? — perguntou, indignada, como se o ferimento em sua barriga já não fosse o suficiente. Demolidor deu de ombros.

— Nada que eu não possa aguentar.

Ok, ela estava começando a gostar desse cara.

Demorou um tempo até que ambos achassem um lugar seguro e o vigilante pôde dar mais atenção aos seus machucados. Isso é, se “atenção” significar “arrancar um pedaço de tecido para parar o sangramento e sentar num canto isolado”. Sério, mesmo? Aquilo era pra valer?

— Não vai adiantar nada sair assim. Vou ficar sangrando durante o caminho de volta inteiro. — Ele explicou.

Que reconfortante.

Jessica sentou do seu lado e estendeu a mão depois que o vigilante pareceu decente o suficiente para começar um diálogo.

— Jessica Jones. — Ela normalmente não dava seu nome assim tão facilmente para qualquer um, por razões óbvias (Kilgrave sendo uma delas), mas que se dane. Ela estava tão bêbada que tinha quase certeza que seu fígado a odiava àquele ponto. E além do mais, ele podia ser o Diabo de Hell’s Kitchen, mas Jessica era mais do que capaz de chutar a bunda dele se preciso.

Ele sorriu e apertou a mão dela.

— Demolidor. — Ok, ela realmente não sabia o que estava esperando. É claro que ele não iria revelar sua identidade. — Mas pode me chamar de Matt.

Oh.

Oh.

Tá bom, então.

— Matt — Ela rolou o nome em sua língua, testando a palavra pela primeira vez. — Esse é o seu nome verdadeiro?

Matt assentiu.

— E você é a famosa Jessica Jones que derrotou Kilgrave. — respondeu, e depois limpou a garganta. Estava nervoso. — Desculpe não ter ajudado.

— Você... Conhece Kilgrave? — A investigadora franziu o cenho e começou a suar frio. Ainda não tinha se acostumado a ter uma conversa normal sobre Kilgrave e não ficar ansiosa. Aquele homem realmente deixou uma cicatriz tão profunda em Jessica que nem ela sabia se um dia ia melhorar.

— Não, só ouvi falar. E quando fui agir, já era tarde demais. — Ele suspirou. — Sinto muito.

— E foi só pela minha reputação por causa dele que você decidiu revelar pra mim sua identidade? — Jessica levantou seus braços para o ar, frustrada. — Porquê isso é meio que uma coisa bem grande, sabe?

— Não revelei minha total identidade, só te falei meu nome.

A detetive estreitou os olhos ao ver o sorriso convencido do outro.

— Eu sou uma investigadora particular. Eu posso conseguir tudo sobre você agora só pelo seu nome.

Matt sorriu ainda mais.

— Eu sei. — E com isso ele se levantou e começou a fazer algumas manobras para subir na casa ao lado.

Convencido.

Quando Jessica se deu conta de que estava encarando demais o traseiro de Matt (o quê? Era um bom traseiro, e ela estava bêbada), o vigilante já tinha ido embora e a detetive decidiu caminhar de volta para sua casa.

Tanto faz. Não é como se ela quisesse saber mais sobre ele e ter um companheiro para beber. E ela já tinha seus problemas para se importar.

Como por exemplo, Matt? Onde ela já tinha ouvido aquele nome? Não tinha aquela dupla de advogados que ajudaram a colocar Fisk na cadeia? Qual era o nome? Nemo e... Murock? Não. Nelson e Murdock? Ela sabia que o Demolidor tinha alguma conexão com eles, Jessica não era uma idiota.

Talvez ela vá fazê-los uma visita um dia desses. Ela tinha os visto no jornal um tempo atrás, seus nomes em letras garrafais no começo da manchete. Franklin Nelson e Matt Murdock? É, ela tinha quase certeza que esses eram os nomes—

Puta merda.


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Notas finais do capítulo

Comentários? Não? Ok ;-;