Champions escrita por Muller13


Capítulo 20
Capítulo 19 - A batalha do gelo e da terra (arco Deus da Morte, parte 2)


Notas iniciais do capítulo

*BOOM*
'3'
Olha só.
Surgi.
Enfim.
Retornei do meu sono profundo pra jogar esse capítulo aqui e voltar a dormir porque eu to com sono.
Espero que gostem, e desculpem a demora o/



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Os longos, lisos e negros cabelos da jovem esvoaçavam belamente com a suave brisa que transcorria o local. Os penetrantes olhos violetas encaravam Eric de um jeito que o fez arrepiar. O motivo o rapaz desconhecia. A pele alva da garota a faziam ter um visual emo, quebrado com seu vestido branco e cinza que descia até a altura dos joelhos e ali franzia.

– Pingentes de gelo, caem do azul céu e descem à Terra com graça para congelar toda a vida que nos atrapalhe... - dizia ela.

Se aproximava a passos lentos, e cada floco de neve que tocava o chão deixava o rastro gelado da moça. Eric se afastava para evitar a gelada atmosfera que a rodeava, mas não sabia até quando poderia recuar. Naquele momento, sentiu o que há muito não sentia: medo. Medo não de morrer, mas medo de deixar seu irmão. Medo de não concluir aquela missão. Medo de abandonar aqueles que amava, e isso incluía até mesmo Gina. Não sabia explicar, mas acabou desenvolvendo um forte laço com a ruiva, e queria vê-la ao menos uma ultima vez antes de morrer.

E aquilo lhe deu forças para vencer aquele medo que o possuía.

– Antes que me congele, eu gostaria de saber. Qual o seu nome? - Eric questionou a jovem.

– Kenya Volkov, a dama de gelo. Lembre-se deste nome quando estiver do outro lado.

A moça lançaria uma espécie de pó de gelo, que assim que atingisse seu alvo, o congelaria. No entanto, Eric foi mais rápido e lançou uma onda de vento, que espalhou tal pó. Um sorriso se formou em seu semblante.

– Você já sabe meu nome. Lembre-se dele quando me ver no Ragnarök.

Uma lâmina de vento cortou o ar em direção à Volkov, que não teve tempo de reagir. No entanto, não fora morta: uma parede se levantou no exato momento que a magia a fatiaria em duas metades, e Kutsvit surgiu na frente do muro em meio a uma nuvem de poeira que se formara com a colisão das duas magias.

– Não pense que eu fugi como um cachorro com o rabo entre as pernas, Verfluster. Eu não seria covarde como voce quase foi agora.

– Defender-me contra a morte me faz covarde?

Não houve mais palavra. Apenas um Eric arremessado ao alto por uma espécie de pistão de pedra. Espinhos de gelo foram lançados na direção do rapaz, que ainda lutava para conseguir se estabilizar à quarenta metros de altura. Ao ver o ataque adversário, a única coisa que pensou foi em defender, mas não sabia como o faria. Vento não seria suficiente para desviar tamanho peso dos espinhos. Água seria facilmente atravessada por algo sólido. Fogo o derreteria, mas não seria suficiente para evaporar a água resultante. Terra àquela altura? Gelo contra gelo serviria, mas não sabia manuseá-lo tão bem. Eletricidade não adiantaria nada. Qualquer outra magia tinha nível demasiado elevado para o rapaz, então a única coisa que poderia fazer era aguardar sua morte.

Mas não daquela vez.

Eric começou a acumular água ao redor das estacas, para que esta solidificasse ao entrar em contato com a baixa temperatura dos objetos, se não pudesse pará-los, iria ao menos transformar as pontas em algo mais planificado, para apenas receber o impacto. E assim ocorrera: o impacto das estacas, agora redondas, colidiu com o corpo do Verfluster, que ao invés de ser perfurado, foi relançado na direção oposta ao impacto. No entanto, a força resultante foi suficiente para que ele apagasse com vários hematomas e um braço quebrado.

* * *

– Eric entrou neste buraco? - Albert questionou, apontando para a entrada no solo.

– Sim. Aquele idiota impulsivo queria se vingar de Vladimir por te desmaiar e foi atrás dele.

– Acho melhor irmos procurá-lo.

– Não é muito perigoso para alguem que acabou de ressuscitar de um desmaio?

– Deveria ser perigoso para uma garota.

– Ei seu machista de araque, eu sou uns sete anos mais velha que voce, então cale-se e espere aqui.

– Nem ferrando eu vou ficar sozinho nesse lugar.

– Tem medo é?

– O que disse?!

– Voce me ouviu.

– Quer me desafiar é?!

– Talvez.

– Vem pra cima então, vadia.

Anninka criou uma espada de gelo e correu em direção ao mais novo, que sacou seu sabre, vendo que estava partido ao meio.

– Oh, merda.

Antes do impacto entre a espada de Anninka e a cabeça de Albert, Eric caiu do céu em cima da garota, desmaiado.

– Chuva de Erics? - indagou o mais novo, sarcasticamente.

– Tira o chumbo do seu irmão de cima de mim, praga!

– Mas ele não tem chumbo nenhum, só carne.

– Estou me arrependendo de ter te acordado.

– Isso não vai me fazer dormir de novo... - provocou, virando as costas para Anninka.

– Mas isso vai.

– O qu...

A fala de Albert não foi finalizada, pois uma descarga elétrica subiu pelo seu corpo através de suas pernas, o fazendo cair em cima de Eric e Anninka.

– Sem montinho, desgraça!

* * *

– Ele escapou... - explicou Eric.

– O quê?! - os outros dois indagaram juntos.

– Apareceu uma tal de Kenya Volkov querendo me congelar, daí o Kutsvit se juntou com ela e me mandou pelos ares.

– Literalmente. - afirmou Anninka.

– Sem piadas, por favor...

– Tá, mas e o que vamos fazer agora que ele fugiu? - questionou Albert. - Afinal, ele ainda pode nos caçar até nos matar.

– Fugir? - alguém questionou atrás do trio, que se virou para fitar Vladimir e Kenya. - Um Kutsvit não foge de um serviço.

– Que heroico... - Anninka comentou ironicamente.

A arena formou-se novamente. Desta vez, lembrava a forma do Coliseu: arenoso, paredes altíssimas e com espécies de "janelas" em toda a sua volta. No chão, sulcos separavam os cinco ali dentro e formavam o símbolo da família Kutsvit: uma lua e um olho dentro de um círculo, no caso a arena.

– Albert, nem tente lutar. - advertiu Eric - Sem sua lâmina, voce não pode fazer nada.

– Eu não preciso de uma lâmina pra lutar.

– Não... Ouse... - advertiu novamente. Um tom imperativo e protetor tomava sua voz.

Albert sentiu-se ameaçado com aquele tom na voz de seu irmão. Algo dava-lhe calafrios, e o fazia sentir que não poderia realmente fazer nada. Então se afastou.

– Isso, melhor fugir com o rabo entre as pernas por que o irmãozinho mandou. - Kutsvit zombou.

Foi um erro.

Em instantes o Verfluster mais novo estava do lado do russo, pronto para desferir-lhe um soco que certamente desfiguraria sua face, mas que fora bloqueado por um painel de gelo que rasgou o ar e interceptou o golpe.

– Albert! - o irmão correu e o puxou, se pondo entre ele e os adversários.

– Uma ofensa é uma ofensa irmão.

– Isso não me interessa em nada. Eu te dei uma ordem, e voce vai obedecê-la.

Novamente um calafrio percorreu a espinha do mais jovem, que recuou alguns passos.

– Deixe que o "irmãozinho" aqui cuida disso.

A tensão pairava no ar com um peso inigualável. Era difícil prever quem daria início àquele combate que, muito provavelmente custaria a vida de alguém naquele meio.

E a dúvida foi transformada em certeza quando os pés de Eric se viam congelados ao solo arenoso do local. Kenya não iria recuar agora.

E Anninka também não.

Um Imponente raio cortou o ar em direção à maga gelada, que se viu obrigada a desviar do ataque. No entanto, os pés de Eric mantinham-se firmes ao chão. O rapaz então criou chamas para derreter sua "prisão", e teria êxito, não fossem vários fragmentos de rocha sendo atirados em sua direção, vindos das paredes da arena e controlados por Vladimir.

– Não vai escapar tão facilmente, garoto tolo!

A batalha entre a Pollanski e a Volkov também estava um pouco complicada. Pelo menos para a polonesa, que quase nunca era capaz de atacar, e se via obrigada a desviar de várias agulhas de gelo.

– Sua energia é muito alta, por que não ataca?! - questionou Kenya ironicamente.

Não houve resposta. Apenas outro ataque elétrico vindo por baixo, rasgando o chão em seu caminho para atingir as pernas da russa, deixando-a imobilizada por segundos suficientes para que Anninka utilizasse um Vitae para mantê-la presa.

– O quê...!

– Isso mesmo. Eu sou a descendente da anciã de Vitae.

Kenya sentiu cada um de seus nervos se repuxando, cada uma de suas veias e artérias se contraindo em seu corpo, cada um de seus músculos se distendendo. E em alguns segundos, todo o seu corpo começou a desmanchar-se, a começar da ponta dos dedos até que sua cabeça se desmontasse por completo, e um monte de órgãos e sangue se amontoassem aonde estava a até então viva Kenya Volkov.

A essa altura, Eric ja havia se libertado e agora lançava contínuas rajadas de vento contra os projéteis sólidos de Vladimir. O espaço entre ambos era acirrado, e um erro poderia significar a vida ou a morte.

– Então o poder da reencarnação do grande Endric Verfluster é apenas isso? Até uma criança sem qualquer poder é mais forte!

– Calado!

A provocação de Kutsvit foi suficiente para que uma lâmina de vento, com um poder muito mais destrutivo do que meras rajadas de vento fosse lançada, destroçando vários projéteis em seu caminho e causando um superficial corte no ombro do russo, que poderia ter lhe tirado a vida, não fosse uma esquiva rápida. Ambos os lados cessaram os ataques, devido o cansaço dos dois magos.

– Já desistiu? - Eric disse, ofegante e com ar superior.

– Acha que um pivete como você vai me fazer parar?

Um rápido movimento e três velozes lâminas assobiaram em direção ao mais velho, que ao desviar se desequilibrou e sofreu o último ataque na perna esquerda, sendo atingido em cheio no músculo. Eric se pôs de pé ao lado do adversário, o encarando com ódio e uma mão com dois dedos preparados para finalizar aquele confronto com um último ataque. Vladimir encarava-o de volta, percebendo agora uma pequena diferença: os olhos de Eric, antes profundamente azuis, agora ostentavam um tom de verde esmeralda brilhante, além de seus cabelos parecerem mais longos.

– Não... Endric? - Vladimir sussurrou para si.

Não houve resposta alguma. Eric levantou lentamente os dedos, iniciando o movimento de meia lua. Mas naquele momento já não mais era Eric que confrontava Vladimir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e não deixem de comentar. Vlw, flw, e até o proximo o/



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