POV PIPER

— Piper, que tirada foi aquela? – Hazel questionou, estávamos na sala de espera, aguardando o segundo horário para entrar na aula. Annie havia ido à enfermaria.

A sala de espera era igual uma sala de aula, com várias carteiras e um quadro, nele estava escrito “A pontualidade é a obrigação dos educados”. Um homem de meia idade estava sentado na mesa do professor, fingindo estar supervisionando tudo, já que na verdade estava jogando Pokémon Go. Eu e Hazel nos sentamos nas ultimas carteiras, ela atrás de mim e eu virada para ela.

— Bem... eu só falei tudo que estava pensando.

— Sério? Você realmente pensa isso? – Ela questionou com um brilho nos olhos

— Na verdade, se me perguntassem isso ontem provavelmente diria que não, mas de certa forma foi bom esse acidente ter acontecido, me fez cair na real e perceber que o Jason não é nada maravilhoso e que não, não quero ser como a Drew ou nenhuma garota popular.

— Isso é ótimo! Já estava ficando chato você se importar tanto.

— É, eu percebi isso agora. Perdão Hazel, não deveria ter ameaçado pular do carro.

Ela começou a rir.

— Até que foi uma situação engraçada, mas no final Gigi não decepcionou.

— O que?

— Gigi, o fusca.

— Você deu um nome para o carro?

— Na hora pareceu uma boa ideia.

— Não podia ser um nome melhor?

— Você tem alguma sugestão?

— Que tal... – Comecei a pensar em um nome melhor do que Gigi, o que era fácil - Fênix?

— Fênix?

— É! É aquela ave lá que vive uns 300 anos...

— O que você está tentando dizer com isso?

— Bom, parece que seu fusca tem uns 300 anos, sem ofensas. E o nome é bonito.

— Ok, Fênix é um nome legal.

— Melhor do que Gigi, você não tem nenhuma criatividade!

— Cadê a menina que mudou e decidiu ser mais legal?

— Está aqui! Argh! Ok, foi mal. Mas você tem que me ajudar! Eu quero mudar Haz, de verdade.

— Ok, ok. Eu vou te ajudar.

— Como?

— Toda vez que você criticar ou fizer algo estupido contra mim, a Annie ou o Glee, você tem que me dar $5.

— Não. Não sou rica.

— Então é só não criticar. – Ela disse como se fosse óbvio - Trato feito? – Estendeu a mão, pensei um pouco, eu ia conseguir! Não seria nem um pouco parecida com Drew.

— Ok! Feito. – Apertei sua mão e ela sorriu.

— Então... o que você achou das novas músicas?

— Meu Deus! Quem coloca música dos anos... – Parei de falar quando vi que ia fazer uma crítica a seleção de músicas de Quiron – Eu acho que ele sabe o que faz, e se escolheu essas foi porque sabe que podemos ganhar com elas.

— Muito bem, Mclean! Palmas para você.

— Obrigada, obrigada.

Jason, Frank e seu grupo entraram na sala de espera. Troquei um olhar com Hazel, só faltava essa! Eles nos encararam e vi que as meninas reviraram os olhos, ainda bem que tiveram o bom senso de sentarem longe. Ignorei a existência deles e voltei a conversar com Hazel.

— Você acha que temos chance de ganhar as nacionais? Estou realmente querendo vencer.

— Eu não sei. – Ela sussurrou de volta – Não temos tantos cantores quanto os outros grupos, mas a voz de Calypso é incrível... Temos que ver nossos pontos fortes.

— É, mas não só ela... com a voz de Percy e Annie ganhamos as seletivas.

— Eu sei, mas as nacionais são bem mais concorridas.

— Imagina se ganhássemos! Iriamos para Nova York!

Uma risadinha sedutora interrompeu nossa conversa, olhamos em sua direção e todos pareciam bem entretidos em uma conversa, Drew estava rindo de algo que Frank dissera, Jason estava me olhando, menino estranho, voltei a conversar com Hazel, discutimos algumas coisas sobre o Glee, e do nada ela soltou.

— Ele ainda está te olhando.

Demorei um tempo para entender do que ela estava falando, mas depois percebi que era sobre Jason. Olhei para ele com o canto dos olhos, conferindo se era verdade.

— Ah, acho que ele está me ameaçando de todas as formas possíveis em sua mente, pelas coisas que eu disse.

— Acho que não. Deve estar chateado. – Quase ri, duvidava que Jason Grace se importasse com qualquer coisa que eu falasse.

— Não é isso, eu devo ter ferido seu orgulho – Sorri com esse pensamento, mas logo depois o sorriso desapareceu – e se ele fizer alguma coisa contra mim? E se passarem a jogar raspadinha em mim diariamente?

— Vou estar com você, se alguém tentar se aproximar eu saio no tapa.

Comecei a rir, adorava quando Hazel dizia essas coisas.

— Bem... obrigada. Vou te contratar como guarda costas.

— Eu já sou a sua, cobro $100 por hora.

— Ah, vai sonhando!

— $50?

— Sem chance!

— Nem $20?

— Não.

Ela deu de ombros.

— Valeu a tentativa.

O sinal tocou avisando o começo do segundo horário e todos, menos eu e minha amiga, saíram. Peguei minhas coisas e fui em direção à sala, como eu e Hazel tínhamos aulas diferentes ela foi por outro caminho, no corredor alguém puxou levemente minha mão. Grover sorriu para mim.

— Olá, Piper.

— Oi. – Eu sorri também.

— O que você vai fazer hoje depois do Glee?

— Hm... Acho que nada. Talvez eu estude um pouco.

— Tenho uma sugestão melhor, o que você acha de a gente sair? Posso te levar em uma lanchonete maravilhosa, por minha conta. – Ele estava confiante, como se seu sorriso garantisse que eu não ia me arrepender. Eu gostava de Grover, mas não de uma maneira romântica. Na verdade, nunca havia gostado de ninguém além de Jason de uma maneira romântica, porque na minha cabeça não existia ninguém melhor que ele. Eu estava muito enganada. Só que perdi muito tempo correndo atrás de um babaca para reparar nos caras legais, mas isso acabou! Não perderia mais meu tempo atrás de pessoas que nem sequer me notam. Eu sairia sim com Grover, ele sim era um cara legal, e talvez eu descobriria que ele é muito mais que isso, poderia ser ótimo.

— Ok, eu saio com você. Onde vamos?

Ele abriu um sorriso enorme, e eu fiquei feliz por faze-lo sorrir.

— Podemos ir naquela lanchonete, seu nome é Snack Bar. Tem muitas coisas incríveis lá, eu te garanto depois que você provar o sanduiche nunca mais vai achar um melhor.

— Uau, então pode ser, mas não precisa pagar para mim.

— Eu faço questão.

Dei uma leve risada.

— Certo, então no próximo eu pago.

— Vai haver um próximo?

Dei de ombros.

— Se esse for bom...

— Vai ser ótimo! – Garantiu

— Preciso ir para aula agora, tchau Grover!

— Tchau.

Ele acenou e eu fui em direção a sala, sorrindo comigo mesma e surpresa por eu estar realmente animada para esse encontro.

O sorriso não durou muito porque no final do intervalo, Hazel veio correndo até mim, me puxando em direção a enfermaria.

— O que está acontecendo?! – Questionei

— Annie não está bem!

Arregalei os olhos e corri em direção a enfermaria.

POV PERCY

— Annabeth?! – Uma voz a chamou, quando fui perguntar quem era vi que ela estava desmaiando

— Annie? – Chamei – Annie?!

Para o meu desespero, ela caiu desmaiada. Peguei-a o mais rápido que consegui e a levei na enfermaria. A enfermeira pediu para que eu me retirasse e encontrei Hazel passando no corredor.

— Hazel! Preciso da sua ajuda.

— O que houve?

— A Annabeth desmaiou e eu... eu... – Passei as mãos pelo cabelo, quase morto de preocupação

— Se acalme, vou avisar Piper e viremos o mais rápido possível.

Assenti e me sentei em um banco em frente a enfermaria, apertava minhas mãos, estava muito nervoso.

— Com licença, o que houve com Annabeth? – Era a mesma voz que a chamou, levantei os olhos e vi um homem que deveria ter uns 21 anos, com uma cicatriz acima da boca, quem ele era? Algum parente distante? A coloração de seus cabelos era igual aos de Annie.

— Ela desmaiou, mas vai ficar melhor. – Até eu consegui ouvir o desespero em minha voz.

— Bem, se ela acordar...

— Quando. – Corrigi

— Quando ela acordar, pode avisar que eu gostaria de vê-la?

— Ok.

— Obrigado, ãn... não sei seu nome.

— Percy.

— Certo. Obrigado, Percy.

— E você, quem é?

— Luke Castellan.