Sinceramente escrita por Pan Alban


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!!!
Olha eu aqui!!! Sem tempo pra nada mas pagando promessa!! hahahahaha
Esta fic é um presente pra duas lindezas! Cris Herondale (que fez aniversário mês passado, mas né?) e a Dannoninho que faz hoje!! Consegui terminar ufaaa!! Feliz aniversários meus amores!! Desculpem a demora (Cris) e espero que curtam meu presentinho!! Vocês são luzes lindas na minha vida, não poderia deixar de dar um presente pra vocês! Desculpe não fazer duas fics, mas quase não saía 1! T.T Bom, espero que gostem ;)

Dedico esta one, também, à Nihal e Tia H pela ajudinha na inspiração ;) e tbm à lindona da MIlla pela betagem e pelos elogios fofos!!

Boa leitura ;)



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Sinceramente, você pode se abrir comigo

Honestamente, eu só quero te dizer

Que eu acertei o pulo quando te encontrei

Eu acertei

Sakura fechou o notebook e encostou a testa no aparelho absorvendo o que havia enviado para ele.

Era cedo demais. Extremamente cedo.

Mas não houvera como parar seus dedos e quando vira já havia mandado.

“Você foi a melhor coisa que me aconteceu este ano.”

Havia conhecido aquele que se escondia atrás de uma imagem de Super Herói após ler alguma coisa que ele havia comentado num post sobre algo que nem se lembrava direito. Lembrava-se vagamente que havia respondido discordando de opinião dele e foi chamada para discutir aquilo no particular.

Sasuke.

Sem sobrenomes, só um nome e um avatar que não diziam nada sobre si, apenas seu fascínio pelo mundo fantástico dos super poderes.

Ela não mostrara seu rosto, tampouco. Preferia usar uma foto de perfil onde mostrava seu cabelo cor-de-rosa como plano de fundo para uma coroa flores feita por Ino. Ele não acreditava que aquela poderia ser ela, e ela nunca mais insistiu.

As conversas começaram a ficar mais frequentes e a curiosidade para conhecer o homem com frases curtas, teimoso e com humor ácido ficara cada vez mais forte.

Sasuke não expunha sua vida pessoal de maneira alguma, preferindo sempre esquivar-se de questões impertinentes que Sakura teimava em fazer. Era divertido como ele, com ou sem sutileza, desviava de suas perguntas. Até que um dia ele a surpreendeu.

“Preferia agora estar em um lugar bem longe daqui, talvez até preferisse estar discutindo algo banal com você só para poder esquecer que existem pessoas repulsivas dentro de minha própria casa.”

Naquela noite, Sakura descobriu sobre o pai bêbado, sobre o irmão problemático, sobre a vida que o fizera tão crítico. Naquela noite, Sasuke falara como ela jamais havia visto e no fim se despediu como jamais se despedira.

“Obrigado”

Eu sei a palavra que você deseja escutar

Você é o segredo que eu vou desvendar

Você acertou o pulo quando me encontrou

Acertou o pulo quando me encontrou

E então o nosso mundo girou

Na cozinha, segurando um copo de água, ela viu as horas e suspirou. Sua vida mudara de forma significativa, mas de certa forma sutil. Não conseguia dormir antes das 2 da manhã e seu celular vivia sem bateria.

Depois de 2 meses, havia se tornado uma necessidade falar com ele todo o tempo que lhe era vago. Por vezes pensara que estava incomodando-o com sua vontade maluca de saber o que ele estava fazendo, o que estava pensando, com quem estava. Diversas vezes se auto repreendeu e deixou-o quieto, quando voltara havia inúmeras mensagens dele puxando assuntos aleatórios e depois terminando com um:

“Sakura, está tudo bem?”

Com um sorriso e um simples “Sim, está. Desculpe a demora em responder.” ela voltava a sua rotina normal.

No começo ele não lhe passava de um cara chato que insistia em discordar de tudo o que falava usando argumentos irritantes. Ele sempre mostrava ter se divertido com aquilo no fim e isso a fazia não odiá-lo até a próxima discussão.

Agora, ele não tinha um rosto ainda, mas lhe parecia o mais belo dos homens. Não dissera mais sobre sua vida e Sakura acreditou que naquele dia ele deveria ter ultrapassado limites para se comportar daquela forma.

Ela se preocupava e tentava puxar o assunto, mas ele sempre dava um jeito de contornar.

Era engraçado como suas amigas se irritavam com o fato do celular estar sempre entre seu rosto e o delas quando saíam para fazer algo. Até em festas ela preferia ficar num canto dando risadas ocasionais e sustentando um sorriso bobo.

O mundo dela havia mudado tanto em tão pouco tempo. Mudado por alguém que ela nem conhecia. Alguém que, sem ela saber, sofria a mesma mudança.

Você ficou e a noite veio

Nos trazer a escuridão

E aí então

Eu abri meu coração

Porque nada é em vão

– Eu não estou gostando dele! - ela insistira para Ino quando fora confrontada depois de ser observada por algumas dezenas de minutos e flagrada com 3 tipos diferentes de sorrisos bobos.

– Não faz mais nada a não ser mexer nisso - a loira acusou apontando para o aparelho de forma empertigada - Fica toda boba alegre quando recebe uma resposta dele e se não recebe algo com rapidez fica um pé no saco.

– Eu não...

– Você está gostando de alguém que pode muito bem ser qualquer um! Valha-me Deus, Sakura! Coloque um pouco de juízo nesta tua cabeça.

Sakura preferiu não responder e guardar o aparelho no bolso durante todo o dia. Ino jamais ficara sabendo do estado de profunda irritação e nervosismo que deixara a amiga, e Sakura jamais esqueceria do quão assustada ficou ao perceber que havia ficado daquele jeito.

“Esteve ocupada durante o dia?”

Ela havia mordido o lábio controlando a felicidade que a tomara por ele ter sentido a sua falta. Ele não precisava dizer, havia descoberto as intenções dele em cada frase curta. Era como se pudesse ver os seus olhos e escutar a sua voz, mesmo jamais tendo feito nenhum dos dois. A cada dia, Sasuke lhe parecia mais uma pessoa do que uma imagem de bate papo refletida numa tela.

“Sentiu minha falta?” Ela decidiu, por fim, ser mais descontraída e o que recebeu em resposta foi um silêncio incômodo e uma mudança de assunto nada sutil longos minutos depois.

Descobrira onde ele morava, 12 horas de viagem se fosse de ônibus. Foi ele quem perguntara sobre a sua casa num momento raro de falta de assunto. Ela gostou daquilo. Contou sobre Konoha, sobre a rua que morava, sobre os vizinhos que insistiam em ouvir música, considerada por ela, de mal gosto e que para ele eram clássicos. Ela aprendera a amar os clássicos.

Sasuke, uma vez, deixara vagar uma proposta para se encontrarem. Não fora explícito, não fora direto. Mas ela compreendera.

“Oras, não invente desculpas como uma exposição de coisas nerds para vir até aqui me ver. Apenas venha.”

“Você é irritante quando quer.”

“É um dom.”

Ele não dissera mais nada sobre o assunto, mas o coração dela pareceu pular cada vez mais rápido a cada “bom dia” inusitado que ele começava a dar primeiro com maior frequência. Era estranho pensar no que estava acontecendo consigo, era surreal acreditar que talvez Ino, Hinata, Temari, Tenten, e qualquer outra pessoa minimamente observadora, tivessem razão.

Ele era transparente quanto à suas convicções, era modesto em suas palavras, agressivo em seus conceitos, mordaz em suas piadas e ouvinte nas horas vagas. Sasuke era alguém que Sakura aprendera a ver como uma rota de fuga, um itinerário completo para uma viagem de ida à um mundo nunca antes visitado. Ele a fazia sentir coisas que não deveria, apenas com suas palavras e conselhos discretos.

Era inegável, quando ao acordar de um sonho onde ele era o protagonista. Era impossível mentir quando o corpo reagira de forma tão calorosa ao sentir-se próxima de alguém de que não tinha rosto, mas que fazia presença constante em seu dia-a-dia.

Sasuke tornou-se alguém especial e indispensável.

E num súbito impulso que a emoção é capaz de fazer sentir, ela disse o que seu coração clamava durante uma conversa sobre a economia europeia.

“Eu quero te ver.”

Sasuke não respondeu de imediato. Ela o via digitar e parar várias vezes, e pensou que, talvez, ele estivesse escrevendo um texto grande com piadinhas de humor questionável ou uma cortada para entender de uma vez que aquilo não era nada, era só uma amizade virtual. Ele não queria vê-la. Já se preparava para mudar de assunto antes que ele enviasse o quer que estivesse escrevendo quando a frase curta chegou.

“Isso é surreal.”


Gostei do seu charme e do seu groove

Gostei do jeito como rola com você

Gostei do seu papo e do seu perfume

Gostei do jeito como eu rolo com você

Sakura se apaixonara pelas palavras dele. Se apaixonara pela forma como ele a surpreendia e parecia saber quando algo não estava de acordo. Ela acreditava que aquilo que crescia dentro de si era real, pois não se apaixonara por uma casca e sim por seu interior.

Por causa de Sasuke saíra de seu emprego antigo e aceitara se aventurar em uma nova profissão que sempre lhe agradou, porque ele a encorajou. Por causa dele ela aprendeu a ouvir outros estilos musicais, ler outros tipos de livros, ver o mundo de outra forma.

O jeito como se divertia antes, não faziam mais efeito. Não queria outro lugar, não queria mais outro alguém.

Estava inegavelmente apaixonada por um estranho.

Sasuke parecia não existir, em certos momentos. Como poderia dizer a coisa certa no momento certo? A compreender e a ajudar com poucas palavras?

Depois de meses conversando e semanas tendo certeza do que sentia, ela decidiu dizer, de maneira sutil o que a pessoa por trás do avatar de super herói significava para ela.

“Você foi a melhor coisa que me aconteceu este ano.”

Ele não a respondeu, nem no dia seguinte.

Ela acabara por criar coragem e mandar uma mensagem bem humorada de boa tarde, mas ela não chegou ao destinatário.

– Testa, você tá bem? - Ino perguntou ao parar o carro em frente a casa da amiga. Sakura não respondeu de imediato - Não conversou com seu nerd misterioso, hoje?

– Ele deve estar sem conexão… vai saber. - Sakura deu de ombros.

– Claro, não fica assim. - Ino bateu no ombro dela num consolo amigo. - Mas, sabe que deveria dar um ultimato nele, não? Olha como você está. Fala pra ele o que está sentindo e vai atrás dele. Se ele não quiser o mesmo que você, pelo menos você pode partir pra outra… Eu não te reconheço mais. - terminou dando uma risada para amenizar o clima.

Sakura olhou pensativa para Ino, mas não enxergava a amiga a sua frente. Ela enxergava as mil possíveis respostas que levaria dele. Mas…

– Qualquer que seja a resposta dele, vale a pena tentar. - Sakura disse decidida dando um sorriso brilhante.

– Ok, boa sorte e que ele não precise de calças feitas sob encomenda… - Ino riu com o dar de ombros de Sakura.

Andava em passos decididos para a sua casa quando viu um homem parado com um pedaço de papel em mãos parecendo perdido em frente a seu portão.


Sinceramente, você pode se abrir comigo

Honestamente, eu só quero te dizer

Que eu acertei o pulo quando te encontrei

Eu acertei o pulo quando te encontrei

E então o nosso mundo girou

Ela olhou de relance e deixou escapar um assovio pela perfeição de homem parado ali. Os cabelos negros eram meio compridos, a camisa de uma banda de indie rock que ela conhecera duas semanas atrás, as pulseiras de couro, o jeito despojado… era um homem e tanto.

Ele percebeu uma presença a seu lado e ergueu os olhos arregalando-os de leve enquanto Sakura enrubescia.

– Han… oi. Está precisando de ajuda? - perguntou tímida vendo que fora flagrada contemplando-o.

Ele abriu a boca e desviou os olhos balançando de leve a cabeça, meio confuso. Sakura olhou para trás e viu Ino ali parada de boca aberta observando o rapaz também.

– Eu… - ele disse e a voz rouca a fez se arrepiar - eu procuro uma pessoa, mas não tenho certeza de onde ela mora. - ergueu a cabeça mais uma vez e ela se sentiu atraída quando ele fixou-se em seus olhos.

– Moro aqui a bastante tempo, talvez se a descrevê-la eu posso ajudar. - disse solícita não sabendo o que fazer com as mãos.

– Bom - ela disse guardando o papel no bolso e deixando escapar um risada - ela uma vez me disse que tinha cabelos cor de rosa, não sei se é verdade. - Sakura demorou para captar e mesmo assim não acreditou no que ouvia - ela não curtia rock, gostava de falar mal dos vizinhos, trabalhava numa loja de roupas e jogou tudo pro alto para trabalhar numa clínica - ele deu um passo para frente e ela congelou abrindo a boca bobamente enquanto o via se aproximar com um sorriso charmoso de canto - Ela tem a língua afiada e tem medo de temporais… eu não sei muito sobre ela. Poderia me ajudar?

As palavras se perderam na garganta dela, a boca não conseguia fechar. Ele começou a se divertir com sua expressão.

– Sasuke? - perguntou bobamente balançando a cabeça para se situar.

– Acho que temos umas coisas pra conversar, Sakura. - disse sem tirar os olhos dos dela.

Ela não sabia como reagir, então seguiu o impulso de seu coração e pulou num abraço que foi recebido com surpresa. Ino, de dentro do carro começou a gargalhar entendendo imediatamente o que havia acontecido. Saiu deixando os dois pombinhos para se conhecerem melhor.

– Nossa, que surpresa! Eu.. nem sei o que dizer! Você é diferente do que eu pensei… e nossa! - Sakura se atropelava nas palavras o segurado pelo ombro e logo se afastando envergonhada.

Sasuke passou a mão atrás da cabeça e olhou para ela como se tentasse captar todos os detalhes, ela juntou as mãos em frente ao corpo sem saber o que fazer ou falar.

– Eu peguei o primeiro ônibus depois de ficar a noite toda acordado… agora tô aqui. - ele abriu os braços meio sem jeito - e não sei o que falar. Bom, só queria descobrir umas coisas… que loucura. - disse a última sentença num sussurro em meio a um riso.

Sakura coçou a cabeça de forma nervosa e sentiu a chave em sua mão. Respirou fundo e olhou para ele com a determinação que tivera mais cedo.

– Que tal entrar, temos umas coisas para resolver… - ela sorriu pegando na mão dele.

Um choque passou ao toque das duas mãos e Sasuke murmurou um “foda-se” antes de puxá-la e dar um beijo no meio da calçada. Foi demorado, foi quente, foi cheio de palavras não ditas.

Ela arfava quando se separaram. Aquilo era loucura, mas seu coração não queria saber, estava distraído demais batendo para todas as direções enquanto sua mente desanuviava aos poucos. Ele a encarava respirando rapidamente, os olhos negros estudando cada detalhe da expressão dela.

Feliz, assustada, apaixonada, confusa.

O puxou pela mão de súbito e fechou o portão às suas costas. Ele havia procurado por ela, ele a beijou. Agora as coisas seriam ditas. Olhos nos olhos, sem telas que mascarassem as reações.

Sinceramente… talvez, eles tivessem encontrado a felicidade sem querer.

Você ficou e a noite veio

Nos trazer a escuridão

E aí então

Eu abri meu coração

Porque nada é em vão




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Notas finais do capítulo

Curtiram??
A música é Sinceramente do Cachorro Grande, escolhido pela Nihal e aprovado pelas outras sulistas que curtem esta banda hahahah
https://www.youtube.com/watch?v=JnLr76wJ4ss
Até mais!! Mil beijos!