Quinta-feira chegou mais rápido do que eu imaginava.

Quando o sinal bateu eu agradeci por ser a ultima aula do dia.

-Ashley – Miranda, como sempre, me tirou do meu mundo feliz onde não havia aulas por dias e dias – Acorda garota! Vamos?

- Vamos – eu disse ainda aérea – Eu não suporto mais um minuto nessa escola.

Enquanto íamos andando pela escola percebemos que estava tudo vazio. Ninguém guardando nada nos armários, brigando,se pegando nos corredores, gritando, chorando, tentando se matar, riscando as paredes... Tá, já deu pra entender né?

- Ash, você não acha que está tudo muito...

-Estranho – Ela acenou a cabeça [ Viu? Eu disse que tinha super poderes! O Edward que se cuide]

Então aparece uma garota.( Provavelmente era do 10º ano por que eu nunca vi aquilo em toda minha existência nesse colégio) E passa correndo tentando alcançar a porta (deita e sai rolando minha filha, é mais rápido...[¬¬]). [Detalhe : Fomos ignoradas por completo]

Quando a criatura/menina abriu a porta só ouvi isso :

“AHHHHHH!AHHHHH!AHHHHH!”

E isso:

“USTIN!USTIN!”

-‘Ustin’? – Miranda falou confusa.

Foi então que eu me lembrei do meu encontro café com o Justin.

-Ai Meu Jesus Cristinho das morenas esquecidas, perdoe-me por toda minha estupidez e falta de memória – apelava arrastando Miranda até o lado de fora da escola.

Quando passamos da porta a situação estava pior do que se podia imaginar lá dentro. Olhei procurando o cadáver do Justin, mas nada. Ou seja: Ele ainda estava vivo e eu não iria ser processada por planejar a morte do coiso/Justin.

-Quem está ali? – Miranda perguntou tetando ver através da multidão de garotas [ Perah! Aquele ali é o Michel da minha turma de espanhol???MENTIRA!!!! ELE TÁ TENTANDO BEIJAR O JUSTIN!!! EU SABIA ! ELE É GAY (nada contra claro! Mas eu sabia!)]

- Só o Justin Bieber, mas... – olhei para meu lado e a minha amiga já tinha ido se juntar a multidão [ eu acho que esqueci de mencionar que a Miranda faz parte do fã clube do Justin?? Acho que sim não foi??] – Deixa pra lá....

Só havia um jeito de chegar perto do carro do Justin : Dar a volta pela praça, virar no parque e entrar em duas ruas. E foi isso que eu fiz (ainda bem que eu não venho de salto pra escola). As garotas ainda gritavam e tentavam chegar perto do carro do Justin, então, eu apelei pro meu lado super educado :

-Sai da frente bando de bitch – [Se você não sabe o que significa isso vá no Google ( e por falar nisso: Você não tem cultura não é meu filho?{ Se bem que isso não é beeem cultura, mas tudo bem})]

As meninas iam se afastando assustadas a medida que eu ia gritando [ minha garganta tá fudida]

Quando eu cheguei perto do carro começaram a me empurrar. Por sorte deu pra subir numa estatua que tinha ali [ Pelo amor de deus a diretora já foi né?] e eu respirei fundo para falar :

- Cala a boca bando de doidos – todos olharam pra mim [MEDO] – Oi gente – falei num sussurro

O povão continuou me olhando [ bando de sem educação, a mãe deles não ensinou que é feio encarar não é?]

-Gente por que essa gritaria toda? – eu perguntei

-JUSTIN BIEBER – começaram a falar e eu cortei.

- E daí? – cara do povo : “OO” – Gente, ele é uma pessoa normal assim como todos nos. Quer dizer, ele tem mais dinheiro,tem motoristas, empregados, empresário, secretaria, linha de roupas, essas coisas todas, mas ele é igual todos nos.

[n/a: nos EUA famílias de classe média não possuem empregadas. Isso é considerado um luxo, ou seja, apenas famílias com uma classe econômica alta possuem empregados. Não acreditem em tudo que vocês vêem nos filmes. {Autora, já acabou? Eu quero continuar} Ops! Foi mals Ashley]

Justin, ou melhor, o segurança do Justin saiu do carro, e abriu a porta sussurrando algo como: “Preparando área. Pessoas calmas. JB saindo.”

- Oi – Justin disse com um sorriso super colgate quando me viu

- Oi – eu disse revirando os olhos. [Cara do povo : O.O] – Que foi povo?

- Ashley Catherine Smith – Meu nome completo? Só uma pessoa ia fazer isso...

-Miranda corázon – eu sei, eu sei, meu espanhol é péssimooo

- Sua falsa, egoísta, imbecil, cretina, retardada, vaca... – O amor é lindo não? – Como você consegue que Justin Bieber venha te buscar na escola e não me conta? - estou com medo da Miranda. FATO

Ela parou alguns passos longe de mim, eu planejava algumas coisas que pudesse distraí-la enquanto eu fugia, e a melhor idéia que me ocorreu foi jogar Justin no caminho, mas provavelmente o coitado ia morrer...

- Amiga... – ela me abraçou [agora é amiga, né?] – Eu te amo!

Eu já falei que minha amiga sofre de bipolaridade? Não? Acho que já deu pra perceber que isso acontece né?

- Eu não contei por que não é nada de mais. Só vamos tomar um café e pronto

- Sei... – OMG! Miranda me lançou um olhar pervertido [MEDO]

- Ei! Não é nada disso... – eu disse na defensiva...

- Eu não disse nada... – fingindo-se de ofendida... Essa garota é de uma cara-de-pau que me surpreende...

- Mas pensou – quem me ama levanta a mão [o/]

- Ashley – eu tomei um susto quando Justin me chamou... Tinha me esquecido 100% dele- Olha, desculpa interromper mas nos temos que ir.

- Ah! – tinha me esquecido 100% do café – Tchau Mimi, a gente se vê em casa.- dei um beijo nela e entrei no carro com o Justin.

Você já andou de carro com um cantor de sucesso da musica pop? Não? Pois então morra de inveja, por que eu estou fazendo isso, enquanto você está ai lendo isso. HÁ HÁ HÁ HÁ! PAREI!

Bom, andar de carro com o Justin é tipo assim... ESTRANHO.

-Posso ligar o som? – disse pra quebrar o silêncio...

-Claro – ele me deu um controle

Eu peguei o controle e liguei o rádio, e advinha que música estaca tocando? Down to heart, do Justin Bieber.

Foi ouvindo aquela música que eu me lembrei da minha vida antes de morar com a Miranda.

Meus pais tinham acabado de se divorciar, mas continuavam brigando muito. Então minha tia, que era a única pessoa neutra em ambas as famílias, resolveu me trazer junto com ela pro EUA. Eu tinha apenas oito anos, mas como minha avó era inglesa eu não tive dificuldades com o idioma. Só lamento não me lembrar muito do Brasil, as coisas são muito confusas quando me lembro daquela época.

- O que ouve Ashley? – Justin disse preocupado

- Você não sabe as verdades que cantou nessa música- eu sussurrei e limpei a única lágrima que havia escapado – Posso mudar?

-Claro.

Então eu mudei a estação. Estava começando a tocar Pick Me, também do Justin Bieber.

- Justin se continuar tocando música sua eu não vou querer ouvir sua voz por muito tempo- brinquei enquanto mudava a estação de novo.

- Agora, Wait your turn, da nossa querida Rihanna – falou o DJ da rádio

-Aleluia – falamos juntos e começamos a rir

-Não gosta das suas próprias músicas? – eu disse arqueando a sobrancelha

- Eu gosto. Mas as vezes cansa me ouvir o tempo todooo – disse revirando os olhos e eu deixei escapar um riso – E depois eu não ia poder conversar com você

Cara, depois dessa eu corei, e o silêncio voltou...

-Chegamos – ele disse olhando pela janela

Justin abriu a porta e me ajudou a sair, agradeci mentalmente por não estar completamente desarrumada.

[http://looklet.com/look/4135243]

Quando todos perceberam quem estava na lanchonete quase pulam em cima do Justin, mas olharam para nossos mãos que estavam entrelaçadas e me olharam como se desejassem que eu morresse, Soltei a mão dele imediatamente, e ele pareceu reclamar algo baixo de mais para que eu pudesse ouvir.

- Podemos nos sentar afastados das suas possíveis fãns? – eu pedi com medo

- Claro – e riu... Claaro, não era ele que estava quase sendo assassinado por um bando de adolescentes [¬¬]

Assim que nos sentamos percebi que as graçonetes estavam brigando pra ver quem iria nos atender.

FINALMENTE:

- O-oi, querer vocês a começar pedir? – o inglês dela estava muito confuso, mas acho que o Justin entendeu...Ou não.

- Um café e um desses sanduíches de cheddar. – ele falou lendo o cardápio

- O mesmo pra mim. Com ¼ de chaddar a mais, por favor. – a garota quase infarta quando eu digo isso. Ela me olhou da cabeça aos pés, tipo assim: “Tem certeza?”

- Obrigado – Justin disse e ela saiu inconformada.

-Estou com a leve impressão que ela me chamou de gorda – eu disse...

-Por quê? – Homens [¬¬]

-Viu a cara dele quando eu disse que queria um pouco mais de cheddar? – e tentei fazer uma imitação

-Sério? – ele disse segurando o riso

- Isso ria... Quem fica de gorda sou mesmo... – fingi estar brava enquanto ele ria

-Desculpa – ele parou de rir – Mas eu acho que você está ótima assim.

Quando ele se tocou o que disse nos dois coramos. E o silêncio voltou até a hora da garota chegar com nosso lanche.

- Então – ele quebrou o silêncio – Me fale mais de você...

-O que você quer saber? – mordi meu sanduíche

- De onde você veio? New York, Los Angeles, Texas... Você não parece ser da Geórgia.

- Eu realmente não vim da Geórgia. Na verdade nem sou dos EUA – falei

- Sério, de onde você vem? – ele disse parecendo realmente curioso

-Brasil – falei normalmente

-Sério? Eu sempre quis ir lá. Como era quando você vivia lá? – ele falou. Pronto. Ele realmente estava curioso

- Eu não lembro. Sai de lá pequena – ele pediu uma desculpa muda- Não se preocupe, você não sabia. Só lembro que era tudo muito colorido... Eu gostava muito disso. Me fazia sentir num conto de fadas- penas que não teve um final feliz, eu acrescentei mentalmente.

- E você mora com seus pais?

-Não, meus pais moram no Brasil. Eu moro com minha melhor amiga, aquela que estava conversando...

-Ela parece legal – ele sorriu

- Ela é. Às vezes um pouco maluca e lunática, mas eu sempre me divirto muito com ela.

Ficamos conversando um pouco sobre ele e descobri que o Justin não igual aqueles cantores famosos idiotas. Ele me contou que a mãe dele é quem manda ele voltar a terra às vezes, que o pai ainda reclama quando ele esquece de fazer alguma atividade, e que ele se diverte muito com os irmãos Jazmyn e Jaxon. [reparem que o pai dele tem uma atração com nomes com a letra “J” não é?]

Depois de pagarmos a conta, ou melhor, ele pagar, por que o coiso não me deixou pagar a minha parte, fomos pro carro onde eu dei meu endereço e o motorista tomou rumo de me deixar em casa.

- Ei. Olha posso fazer uma brincadeira com você? – ele falou

-Depende...

-É só um jogo de perguntas. Se você não quiser responder é só falar “passo”

-Está bem...

-Cor favorita?

-Azul.

- Bichos de estimação?

-Nenhum

-Queria ter?

-Acho que sim

-Qual? – affs! Que curioso...

- Uma cobra.

Ele me olhou assustado. Acho que ele esperava um cachorro, ou um gato, algo assim, mais normal...

- Eu esperava um cachorro, um gato, até um hamster. Mas nunca uma cobra... Você me surpreendeu... –[EU JÀ MENCIONEI MEU PODERES?] ele disse sorrindo

-Eu sou alérgica a pelo de vários bichos. Então quando eu era pequena minha tia me deu uma cobra. Foi o único bicinho que eu tive. Depois dela eu nunca tive nenhum bicho...

- Interessante. Música favorita?

-Never say never, do The Fray. E Hallelujah,do Paramore.

- São músicas incríveis... Mas e música favorita do Justin Bieber?

-Acho que se fosse só uma, seria First Dance. – ele deu um sorriso e não sei por que eu corei

-Por quê?

- Acho que é um desejo secreto que eu tenho de ter minha primeira dança com alguém especial no baile.

-Você nunca foi num baile? – ele disse assustado

-Claro que já fui, mas nunca dancei com ninguém...

-Sério? – assenti e ele pareceu pensar em algo – Quantos anos você tem?

- Tenho 15 quase 16...

-Sério? Pensei que você tinha 17 ou 18... Você parece bem madura...

- Acho que eu amadureci muito fácil. Não fui muito de ficar sonhando... Eu vivo a realidade entende...?

- Mais ou menos. Mas você não acha que seria bom sonhar de vez em quando?

-Não gosto muito de sonhar. Meus sonhos acabam me decepcionando...

- Espero poder mudar isso algum dia – ele falou baixo, mas eu escutei.

- Estamos quase chegando – eu observei reconhecendo a vizinhança e sem querer o motorista passou por alguma coisa que fez o carro balançar e eu bati a cabeça

-Meus neurônios – eu reclamei e comecei a rir [ MEDO]

Então Justin começou a rir também. Parecíamos dois doidos rindo do nada. Era bom rir com ele, parecia que... Eu não sei explicar, mas era diferente.

-Er... Chegamos – o segurança disse parecendo constrangido

Descemos do carro e sem querer minha mochila abriu e tudo caiu.

- Deixa que eu pego – ele disse pegando um papel

-Não – eu disse mais era tarde de mais ele já tinha visto o que estava no papel

- Você... – ele disse e eu corei

-Tchau, obrigada pela carona. – peguei o papel e sai correndo para casa.