I Bet My Soul escrita por QueenOfVampires


Capítulo 7
VII


Notas iniciais do capítulo

Hello, it's me.
Oi pessoas que provavelmente querem me matar por causa da demora, eu sei que mereço e até apoio, mas se isso acontecer, quem terminará a história? Pois então, só devo minhas desculpas à vocês, sério, não sei o que anda acontecendo, mas essa história parece ter travado meu cérebro. Enfim, vamos ao que interessa, boa leitura!
PS: Não tive tempo de revisar, me avisem se encontrarem erros pelo capítulo.



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Na manhã seguinte, meus olhos ardiam e eu estava com raiva. Não, era diferente de raiva, era um mau humor profundo. Ao que parece, noites insones geram mau humor... Não me surpreende que humanos assassinos existam, basta um tempinho sem descansar que já me sentia capaz de degolar o primeiro que cruzasse meu caminho.

— Bom dia, Ravenna. – Dean me cumprimentou, ele entrou no meu quarto sem nem bater antes – E Cass.

— Olá, Dean. – o anjo foi até ele.

— Bom dia? COMO ALGUÉM FALA UMA COISA DESSAS? – quase rosnei para ele.

O Winchester ergueu uma sobrancelha e pendeu o corpo para trás, estava surpreso pelo meu ataque.

— Pesadelos. – Castiel o explicou.

— Ah sim, você logo se acostuma. – ele sorriu – Anda, temos trabalho a fazer e a senhorita está fazendo corpo mole.

— Eu já vou. – coloquei o travesseiro no rosto.

— Mimada... – ele murmurou enquanto saía, acompanhado pelo anjo.

Caí de costas na cama e voltei a pensar no tal pesadelo, Abaddon comandando o Inferno... Certo, era provável. Mas eu era uma reles humana? Não, aquilo não poderia acontecer em hipótese nenhuma, aliás, eu preferia morrer a me tornar humana.

Fui me arrastando para fora do quarto, quando cheguei na sala, o Alce estava com um livro aberto à sua esquerda na mesa e digitando rapidamente em um notebook, o irmão mais velho estava olhando para a tela por cima do seu ombro enquanto o anjo apenas observava de longe.

— Então? O que descobriram? – questionei, sentando em uma das poltronas.

— Ah, além de umas coisas que já imaginávamos, descobrimos sobre o feitiço que Crowley jogou em você. – Sam pegou o livro e o empurrou na minha direção – É irreversível.

— Ah, nossa... – dei uma risada irônica – Que notícia maravilhosa, muito obrigada!

— Que tal deixá-lo terminar? – Dean me fuzilou com o olhar.

— Como eu dizia, é irreversível, mas tem um modo de dar uma espiada em suas antigas memórias. – Sam estreitou o olhar para a tela do notebook – Só precisamos de outro feitiço no local onde tudo aconteceu.

— Super simples. – bati palmas lentamente.

— Na verdade, é. – Castiel se pronunciou – Você pode localizar sua antiga casa, basta querer.

Ergui uma sobrancelha e comecei a pensar no assunto, eu realmente poderia fazer aquilo, mas seria uma boa ideia? Quer dizer, como saberíamos se era a casa certa? E se Crowley estivesse lá me esperando, ou pior, Abaddon?

— Não sei não... – murmurei.

— Não sabe? – Dean indagou – Como assim? É a nossa melhor opção!

— Certo, mas pensem bem! – levantei e fui até eles – No que isso vai ajudar? Vou lembrar da minha vida humana e daí?

— Talvez algo que aconteceu naquele dia nos dê uma pista do que Crowley planeja com um Anticristo. – Sam explicou e depois deu um meio sorriso – Ravenna, você está com medo de lembrar?

— É óbvio que não. – cruzei os braços – Quer saber? Vamos logo de uma vez, eu vou tentar localizar o lugar!

Dei as costas para eles e marchei em direção à cozinha, peguei um copo de água, batendo a porta da geladeira com mais força que o necessário, e sentei na mesa para tentar me concentrar, tentando não deixar a preocupação com o tipo de efeito que aquela experiência causaria me atrapalhar. Lembrei de todos os detalhes que o Rei do Inferno me dera, o modo como ele disse que a casa estava, a idade que eu tinha...

Wyoming...

Noite chuvosa de quinta-feira.

Uma placa verde com os dizeres Casper – Wyoming apareceu na minha mente, iluminada rapidamente por faróis de um carro que seguia por uma tempestade e passava rapidamente pela estrada cercada de pedrinhas, logo em seguida veio a imagem de uma pequena casa de madeira pintada de vermelho e branco, porém abandonada e maltratada.

Ótimo, eu já tinha o lugar. Antes que pensasse em levantar para falar a novidade aos irmãos, notei o anjo parado na porta me encarando friamente.

— Você conseguiu. – claramente não foi uma pergunta, ele assentiu e foi rumo à sala.

— Vamos lá, boys. — anunciei, chegando logo em seguida – Vamos para Casper.

Não demorou para os dois pegarem tudo que precisavam e irem para a estrada, mais uma vez eu estava dividindo o banco traseiro com Castiel, ele continuava com aquela mesma expressão de desconforto desde o dia anterior, ele não gostava nem um pouco de mim, mas eu não o culpava, tinha consciência do quanto era preocupante estar sentado ao lado de uma pessoa que pode explodi-lo com um sopro. Era divertido saber que os dois patetas sentados na minha frente compartilhavam da mesma preocupação, viviam em estado de alerta, fingindo que confiavam em mim ou que ao menos tinha alguma chance de vencer se precisassem lutar contra mim.

— Quando tudo isso acabar, vou fazer uma pequena festa em comemoração. – falei despreocupadamente – Escolher um lugar cheio de gente e tocar o terror.

O anjo virou o rosto na minha direção rapidamente, seus olhos exibiam o brilho azul característico e ameaçador, Sam e Dean trocaram um olhar preocupado e o loiro me encarou pelo retrovisor.

— Essa é sua ideia de festa?

— É brincadeira, gente. – dei uma risada leve – Vocês estão muito tensos, principalmente o pinguim aqui. – baguncei os cabelos de Castiel.

Ele puxou a cabeça para longe da minha mão e voltou a encarar a estrada pelo vidro, apenas dei de ombros e fiquei quieta no meu lugar pelo resto da viagem.

Pouco antes de chegarmos à cidade, paramos para abastecer, todos descemos do carro enquanto Sam e Castiel foram comprar algumas coisas na lojinha de conveniência do posto de gasolina, Dean estava comendo uma torta encostado no capô do Impala, olhando ao redor como se não tivesse um pingo de preocupação na vida e eu estava ao lado dele.

— Olá. – a voz arrastada e suave de Abaddon surgiu nos nossos ouvidos.

Nos afastamos abruptamente, vendo ela sentada como uma criança no teto do carro e sorrindo aparentando ser simpática. Fazia tempo desde a última vez que a vira, na verdade não esperava que ela fosse capaz de me encontrar. Quando ela pulou de onde estava, parando de frente para mim, o loiro puxou sua arma e engatilhou, apontando para a cabeça dela.

— Não vamos passar por isso de novo. – ela o encarou e ele foi atirado longe, em seguida virou-se para mim – Olá, Ravenna.

— Olá, Abbie... – respondi tentando não parecer preocupada mas, quando notei que Sam e Castiel estavam presos dentro da loja e Dean não dava sinais de que iria se mover, foi um pouco impossível.

— As notícias correm rápido, quando soube dos boatos de que você descobrira o que era e estava brincando de casinha com os Winchesters, não pude deixar de conferir com meus próprios olhos. – ela olhou ao redor – Como está a vida de caçadora?

— O que você quer agora? – ignorei sua pergunta.

— O que eu sempre quis, você ao meu lado. Pensei que agora que você sabe que Crowley sempre foi um mentiroso aproveitador, iria perceber o quanto sua vida será melhor se eu estiver lhe orientando.

— Não preciso da orientação de ninguém. – dei um passo na direção dela – Aliás, aproveitando que você decidiu aparecer, quero esclarecer uma dúvida.

— O que quiser, querida. – ela abriu ainda mais o sorriso.

— Você teve todas as chances de me contar a verdade, por que simplesmente não o fez?

— Você acreditaria se eu simplesmente dissesse: “Ei, Rav, você é um Anticristo”i?

— É... Não. – assenti.

— Pois então, eu precisei fazer as coisas lentamente, plantei a semente da dúvida, te levei aos extremos, revelei seu potencial. -–ela caminhou ao meu redor – Você deveria ser grata a mim.

— Ah, mas eu sou. – coloquei uma mão em seu ombro – Muitíssimo grata, eu não sabia que você era tão... Burra.

O sorriso no rosto dela desapareceu instantaneamente, como se sentisse o perigo em que se metera, seus olhos agora estavam completamente negros e ela tentava se soltar da minha mão.

— O que está fazendo? – perguntou, agarrando meu braço com desespero.

— Só dando um pequeno aviso, Abbie. – falei calmamente – Não volte a me procurar, eu não vou te ajudar com esse planinho ridículo de tomar o Inferno, você não vai tirar uma gota do meu esforço à seu favor.

A soltei bruscamente e ela cambaleou para trás, quase caindo no chão.

— Você vai se arrepender disso, Ravenna, não pense que é a criatura mais poderosa do mundo... Ou a única. – rosnou em minha direção, desaparecendo diante dos meus olhos em seguida.

No mesmo instante, a porta da lojinha finalmente fora aberta e o Winchester mais velho deu um sinal de vida, levantando-se do chão e vindo em minha direção logo depois que os outros chegaram.

— O que ela queria? – o anjo questionou.

— O de sempre. – dei de ombros – Acho que agora ela desistiu, mas não antes de me jogar uma daquelas ameaças icônicas antes da saída triunfal. Vamos lá.

Os três se entreolharam antes de entrarem no carro logo depois de mim, já estávamos próximos e por sorte ainda estava de dia, depois de entrar na cidade, levou pouco menos que meia hora para acharmos a casa aos pedaços. Saltamos do carro, os irmãos estavam com as armas na mão e o anjo olhava em todas as direções, não entendia bem porque achavam que teria alguém ali.

A porta estava fora das dobradiças e toda a vidraçaria espalhada em pequenos pedaços pelo chão, realmente havia explodido. Dean tirou a porta do lugar e entramos, desviando das teias de aranhas e tentando não sufocar com o cheiro de mofo e morte. Sim, cheiro de morte que pertencia ao esqueleto sem cabeça jogado no canto da cozinha que devia pertencer à mulher que fora minha mãe.

— Vamos logo com isso. – Sam desviou o olhar do amontoado de ossos e tirou vários potes com coisas estranhas de sua mochila.

Dean colocou uma tigela de metal na mesa enquanto o irmão lia um pedaço de papel e despejava as coisas lá, gritando vez ou outra algumas palavras aleatórias em latim. Dean se aproximou mais dele e Castiel me puxou pelo braço fazendo o mesmo, eu não estava entendendo nada, mas quando o Alce jogou um fósforo na tigela e ela explodiu lançando fumaça no ambiente todo, deduzi que o feitiço iria fazer efeito.

E de fato, diante dos nossos olhos várias silhuetas se formaram com a fumaça vermelha, iam ficando cada vez mais nítidas e logo tomaram formas mais concretas, uma delas era Crowley, segurando uma senhora pelos cabelos bem escuros, ela tinha olhos verdes que brilhavam devido às lágrimas que se formavam e escorriam sem parar, ele pegou uma faca na pia e golpeou o pescoço da mulher, separando a cabeça do corpo, que caiu no mesmo lugar que estava até hoje.

Então eu surgi no topo da escada, estava nervosa e desci correndo olhando para baixo tentando não tropeçar, no entanto, ao ver o Rei do Inferno segurando a cabeça da minha mãe, eu gritei, não podíamos ouvir, só ver, mas dava para notar tamanha intensidade nos meus olhos e no meu corpo que tremia, foi aí que voaram os pedaços de vidro para todo lado só então nos fazendo notar a quarta pessoa no local, a tal bruxa que me pusera o feitiço.

Era uma mulher jovem, de cabelos loiros quase brancos e olhos escuros, tinha o rosto fino e um olhar frio, ela caminhou lentamente em minha direção e Crowley jogou a cabeça que segurava para trás, foi até mim colocando as duas mãos ensanguentadas nos meus ombros e me segurando no lugar, a bruxa passou a mão na frente do meu rosto e eu caí desmaiada nos braços dele. Os dois conversaram, falavam rapidamente e aparentemente em tom de sussurro, poucos segundos depois, um demônio entrou arrastando uma jovem garota que exibia olhos escuros e se debatia loucamente.

A bruxa apenas a encarou e ela parou, ficou petrificada encarando a mulher loira erguer sua mão e “sugar” algo que parecia com feixes de luz de seu rosto, suas memórias, eu deduzi. Ela ficou com os olhos brancos e ergueu a outra mão em minha direção e os feixes me atingiram, saindo outros em seguida e passando para a demônio que estava paralisada. Ao final da transferência, Crowley assentiu e o seu capanga matou a garota com uma espada angelical. Depois ele e a bruxa saíram me carregando da casa.

A fumaça do feitiço se dissipou e nos separamos, nesse tempo todo em que assistíamos o acontecido, parecia que eu estivera segurando a respiração, pois quando expirei, senti uma dor no peito.

— Isso foi... Intenso. – Dean falou.

— Achei que poderíamos escutar o que diriam. – Castiel falou.

— Não, o feitiço é bem limitado. – Sam explicou – Sabemos que Crowley planejou tudo cuidadosamente, ele não deixou passar nenhum detalhe e... Vimos a cara da bruxa.

— É um começo. – Dean assentiu – Ravenna?

— Sim?

— Você está bem?

— Estou. – assenti rapidamente – Foi... Estranho, mas eu estou bem. E Crowley mentiu! Ele disse que o feitiço foi feito no Inferno... Ele realmente está escondendo mais coisas, disse que o plano era a prova de falhas.

— Bom... Então vamos descobrir o que falta. – Sam juntou suas coisas – Talvez você devesse fazer uma visita ao Inferno.

— É, talvez.


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Notas finais do capítulo

É isso aí meu povo, espero que vocês tenham gostado.
Eu não sei quando o próximo capítulo virá, mas deixo de presente para vocês o seguinte spoiler: Tio Lu vai brotar em breve.
Pronto, lidem com isso!
Nos vemos em logo logo, se o irmão de Amara permitir. Beijos e aguardo comentários!



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