I Bet My Soul escrita por QueenOfVampires


Capítulo 12
XII


Notas iniciais do capítulo

2 meses depois... E eu voltei para acabar com tudo!
Olá, pessoas! Finalmente cheguei para finalizar essa fic, que sufoco hein? Peço desculpas novamente, muitas coisas aconteceram no final de 2016 e enfim, nos falamos nas notas finais.
Só para avisar, pode parecer no começo do capítulo que a Ravenna está praticamente bipolar, mudando de ideia do nada, mas essa é a intenção mesmo. Boa leitura!



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Apenas matem esses dois aí.

Foi o que Lúcifer ordenou, mas ele nem precisava ter feito isso! Acabar com Crowley e Abaddon estava na minha lista, mesmo que tivesse que dividir a diversão com a estrelinha de seriado da Disney.

Jesse Turner não era mais que a marionete daquele que segurasse mais firme nas cordas, ele não tinha um propósito, não parecia nem ter uma vida para qual voltar. Ele não tinha nada a perder. Tanto que foi o primeiro a atacar, enforcando Abaddon e a erguendo do chão.

Sam e Dean começaram a se afastar da luta, mas Castiel empunhou sua espada e começou a agir como um gato vendo um jogo de pingue pongue, ele não sabia para quem olhar ou atacar. Não sabia se impedia Jesse de esganar Abaddon, se o ajudava ou se atacava Lúcifer.

Desliguei minha mente do que estava acontecendo ao meu redor e fui diretamente para o meu amado papai. Dei um, dois, três socos em seu rosto e o derrubei no chão, sem largar a lapela do seu terno. Ele segurava meus ombros, tentando me afastar, mas era inútil.

— Ravenna! – Castiel me puxou de cima do demônio – Não vale a pena! Não vê quem é o verdadeiro problema aqui?

— Você? – virei para ele e o lancei para longe – Não me atrapalhe, anjinho, logo chegará a sua vez.

— Não! Não! – Crowley implorou quando voltei minha atenção para ele – O anjo está certo, Lúcifer só está usando vocês. – ele apontou para o demônio que observava a luta de Jesse e Abaddon com prazer, se deliciando com a agonia do Cavaleiro do Inferno.

— Pouco me importa o que ele vai fazer depois, eu só quero acabar com você. – o joguei para longe.

Sim, no fundo eu sabia que Lúcifer só estava nos usando, eu não era burra! Mas algo maior me impedia de atender as súplicas de Castiel e Crowley. Talvez fosse raiva, talvez fosse instinto... Aquilo estava me impedindo de seguir a razão...

— Você está sentindo, não é? – Castiel se aproximou de mim novamente. Seus olhos continuavam com o brilho angelical – Eu também sinto, ele está fazendo isso com voc...

Castiel perdeu a voz, ele tentou falar novamente mas nenhum som saiu. Olhei para trás e Lúcifer estava a um passo de mim, encarando o anjo e balançando a cabeça negativamente.

— Pare de encher a cabeça da minha garota, Castiel. Fique no seu lugar antes que eu te exploda novamente.

— O que você está fazendo com minha cabeça? – perguntei rapidamente, como se tivesse medo de que ele tirasse minha fala também.

— Nada! – ele deu de ombros – Continue seu ótimo serviço ou o verme vai escapar.

Ele deu às costas a mim e foi até os Winchesters, que por algum motivo não moviam um músculo. O observei por mais alguns segundos, ele estalou os dedos e curou Sam... Provavelmente ainda queria seu receptáculo de qualquer jeito.

— Ravenna... – Crowley veio até mim, ele estava aterrorizado – Eu não vou fugir, você precisa me escutar...

— Nunca! – agarrei seu pescoço – Ficou louco? Você me manipulou por anos!

— Ele... Vai matá-la! – o demônio ofegou – Mas você pode manda-lo de volta!

Eu afrouxei o aperto e ergui uma sobrancelha, assenti levemente para que ele falasse logo, antes que Lúcifer notasse o que estava fazendo.

— Reivindique sua alma! – Crowley sussurrou, nesse mesmo segundo, Castiel apareceu ao seu lado, concordando com a cabeça – Tem um feitiço para isso.

— Ravenna? – ouvi a voz do Diabo nas minhas costas e joguei Crowley no canto da estrada, segurando a gola do sobretudo do anjo em seguida, fazendo parecer que ia ataca-lo.

— Eu vou devolver sua voz, mas só para você me ajudar com isso. – o derrubei no chão, só para o caso de Lúcifer ainda estar assistindo e dei um soco em seu rosto – Pronto.

— Ai... – ele resmungou baixinho e então murmurou o mais rápido que pôde – É simples, mas exige muita energia, você vai precisar do Jesse...

Enquanto eu fingia bater com a cabeça de Castiel no asfalto, ele me explicou o básico do que eu teria que fazer, parecia loucura e poderia ser uma armadilha não só para jogar Lúcifer de volta no buraco, mas para se livrar de mim também.

Onde eu estava com a cabeça? Ouvindo o urubu que tanto quis acabar comigo! Notei pelo canto do olho que Crowley estava rastejando para fora da estrada, estiquei a mão em sua direção e o chão ao seu redor começou a rachar, formando uma Chave de Salomão. Ele me olhou com receio, não tinha mais escapatória.

Jesse tinha Abaddon quase desmaiada nas mãos, eu larguei o anjo no chão e fui até eles lentamente. Lúcifer, que segurava os irmãos pelo pescoço, me acompanhou com o olhar quando notou até onde eu estava indo e parecia curioso, mais uma vez senti vontade de desconsiderar o conselho do anjo.

Então nesse segundo tive a prova de que o Diabo estava mexendo com a minha cabeça.

— O que está fazendo, Ravenna? – Lúcifer perguntou despreocupadamente.

— Só testando uma coisa... – foi o que respondi, não sei de onde tirei coragem para dar uma resposta dessas à Satanás!

Jesse notou que eu estava me aproximando e largou Abaddon no chão, se virando para mim com uma expressão de dúvida.

— O que foi? – ele questionou ao mesmo tempo em que enfiei minha mão em seu peito e alcancei sua alma, o fazendo gritar de dor.

— NÃO! – Lúcifer largou os dois em uma onda de fúria e quebrou seus pescoços, deixando que os corpos dos irmãos caíssem sem vida no chão.

Acabei dando um passo para trás de susto com a cena, mas não larguei Jesse, que ainda gritava ao meu lado.

— DEAN! – Castiel se levantou e foi até os dois – SAM!

Lúcifer viu o anjo falando e me encarou com mais raiva ainda, ele deu um grito de raiva que mais parecia um rosnado e o céu fechou imediatamente, nuvens cinza se formaram quase que instantaneamente e raios começaram a cair ao nosso redor, o som de trovões preencheu a estrada toda e uma chuva digna de fim do mundo caiu sobre nossas cabeças.

— SUA IDIOTA, NÃO SABE O QUE ESTÁ FAZENDO! – ele apontou para mim e gargalhou – O que eles te disseram?

— Hora de voltar para casa, tio! Você já teve diversão suficiente por hoje! – falei, apertando a energia dentro de Jesse com a mão e a sentindo dissolver e me preencher.

Larguei o corpo do garoto no chão, ele estava vivo, porém fraco demais para reagir naquele momento.

— Você vai se arrepender disso, eu sempre consigo voltar! – Lúcifer ergueu as mãos em redenção – Faça o que quiser, garota, você não tem nada! Pode me trancar, matar a todos aqui e então acabou! Você não tem um propósito!

Da mihi virtutem meam— ergui as duas mãos na direção dele -, da mihi animam, accipite infirmitate tua— Lúcifer continuava tentando manter a expressão despreocupada, mas era notável que ele estava queimando por dentro - Uobis supplicii, quod lux foramen, quod sit relinquere, et ad me!

Quando recitei as duas últimas palavras, a estrada começou a tremer e um buraco enorme surgiu em volta do Diabo, ele me encarava com um meio sorriso cheio de promessas de vingança enquanto era sugado pela escuridão. No momento que Lúcifer sumiu da minha vista, ergui o corpo de Abaddon e joguei dentro do buraco pouco antes que ele fechasse completamente, fazendo com que a tempestade se dissipasse tão rápido quanto chegou.

Um silêncio absoluto se fez. Ninguém se moveu por um minuto inteiro. Eu estava ajoelhada, tentando me recompor, sentindo a energia da alma sugada enfraquecendo aos poucos, como se fosse fumaça sumindo em um espaço aberto.

Encarei Jesse, ainda estava desacordado. Ele poderia ter uma alma retalhada ainda, não a tirei dele como Lúcifer fez comigo, mas eu não daria essa chance ao garoto mais manipulável do mundo. Levantei aos tropeços, fui até o anjo que estava ajoelhado entre os corpos de Dean e Sam e peguei sua Espada Angelical, então voltei e a enfiei diretamente no coração do jovem Anticristo, mais de uma vez só por garantia.

— Er... Ravenna? – Crowley finalmente falou – Duas perguntas: O que aconteceu aqui realmente e o que você pretende fazer conosco?

— Ela sugou a energia da alma do Jesse. – Castiel explicou calmamente – Não deveria ser possível, mas uma vez que ela é capaz de manipular a realidade não foi um grande problema, sem isso o feitiço que você sugeriu nunca daria certo... Quanto à segunda pergunta... – o anjo se virou para mim.

Os encarei friamente, não sei se foi o cansaço, mas naquele momento eu só queria sair dali.

— Hoje eu acordei piedosa, aproveitem. – Dei às costas à eles e saí caminhando pela estrada.

Sim, eu poderia ter me teletransportado para qualquer lugar do mundo, mas eu queria caminhar um pouco e pensar em tudo que aconteceu nos últimos dias. É! DIAS! Parecia mais que tinha se passado um ano inteiro...

E as palavras de Lúcifer começaram a ecoar na minha mente. Ele estava certo, eu não tinha um propósito, não tinha mais nada. Mas aquilo também me deu um ponto de partida, eu era a coisa mais poderosa caminhando na Terra naquele momento, logo arrumaria um propósito.

xxxx

ATUALMENTE.

A música tocava por todo o ambiente, era Another One Bites the Dust do Queen, eu gostava dela. Não era muito apropriada para um clube noturno onde as pessoas iam atrás de música pop ou eletrônica, mas até hoje eu não ouvi ninguém reclamar e, bem, o DJ tinha que tocar o que eu quisesse, afinal, era a dona do lugar.

Ah sim! Depois de tudo aquilo eu vim para Los Angeles, cidade do pecado, fiz uns esquemas e aqui estou eu, quatro anos depois, administrando a boate mais famosa do lugar. Como o mundo pode dar voltas, não é?

Inclusive, estou aqui para contar mais uma. Desde que descobri que era um Anticristo, achava que mais nada pudesse me surpreender, mas vejam só, até eu posso me enganar.

Eu lembro bem, era uma noite como essa, eu estava analisando a lista de convidados de uma futura festa privada no mezanino quando uma das minhas garçonetes se aproximou, avisando que um sujeito esquisito de sobretudo bege estava parado de modo suspeito no meio da pista de dança e que ela não entendia como os seguranças tinham o deixado passar.

Coloquei a lista de lado imediatamente e me apoiei no guarda corpo, caçando o indivíduo no meio da multidão dançante, o que não foi nada difícil. Pedi a garçonete que o mandasse subir e que não se preocupasse, ele era tão inofensivo quanto um gatinho.

Alguns minutos depois, o anjo chegou, agradecendo a moça antes dela se retirar e em seguida me encarando, tentei entender o que ele estava fazendo ali, mas sua expressão não entregava nada.

— A que devo a honra de sua visita? – dei a volta na pequena mesa e parei de frente para ele – Saudades?

— Na verdade estou de passagem na cidade. – ele falou calmamente – E não estava acreditando muito no boato de que você estava quieta, apenas cuidando de um estabelecimento.

— Pra você ver como as coisas são, Castiel. – sorri – Achei um propósito: Ganhar dinheiro, comprar roupas e pegar homens bonitos. Parece que Lúcifer estava enganado sobre mim.

— Parece que todos nós estávamos... Bom, eu acho melhor ir andando, você parece ocupada. Vim apenas para conferir se o que diziam era verdade – ele assentiu e deu um leve sorriso.

— Espere, você disse que estava de passagem... Férias?

Castiel parou antes de sair e riu.

— Não, estou ajudando os Winchesters com um caso. Que por acaso envolve Lúcifer...

— Está ajudando... Oi? – pendi a cabeça de lado, exatamente como ele fazia quando não conseguia acompanhar a conversa.

— Você deveria saber que aqueles dois sabem driblar a morte como ninguém, não deveria estar surpresa.

— Pois é... E quanto ao Lúcifer? Devo me preocupar? – ergui uma sobrancelha.

— Não, o problema dele é apenas falta de atenção mesmo. Está criando caos apenas por criar...

— Sendo a criança mimada que ele nasceu para ser. – completei – Tudo bem, entendi.

Castiel ficou mais alguns segundos me encarando, esperando que eu dissesse mais alguma coisa, talvez. Ele suspirou e se virou para a pequena escada, mas antes que ele pudesse descer, fui até ele e o puxei pelo ombro, o virando e o beijando intensamente.

Apesar da surpresa, ele retribuiu! Ah sim! O Anjo do Senhor retribuiu o beijo do Anticristo! O segurei no lugar pela gravata e ele passou os braços ao redor da minha cintura, me puxando para perto.

Quando finalmente me largou, estava com sua expressão mais comum, aquela de quem não está entendendo nada do que está acontecendo.

— Não se preocupe, Castiel, só estou cumprindo parte do meu propósito. – me afastei dele – Pegar homens bonitos, lembra? Não apostei minha alma para deixar um anjo desses passar.

— Er... Até mais, Ravenna. – ele balançou a cabeça negativamente e desceu as escadas.

Bom, depois daquela noite, eu o via por aqui. Às vezes ele trazia os irmãos e eu tinha que controlar meu instinto de acabar com eles, afinal, eles tentaram me entregar para Abaddon. E eu posso estar quieta, mas ainda sou o que sou e eu ainda não tenho a parte humana que me impedia de cometer atrocidades...

Mas não se preocupem, eu os deixei viver, precisava de alguém sendo o alvo de Lúcifer pelo mundo para que ele não viesse atrás de mim. E é isso. Essa foi a curta história de como tudo mudou, de como eu descobri quem sou e como passei por cima de todos que quiseram me usar, mesmo que para isso, eu tenha perdido minha alma.

Mas quem precisa de uma, afinal?


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Notas finais do capítulo

E foi isso aí! Vocês acharam que a Rav não ia se aproveitar do anjinho? kkk
Espero que tenham gostado! Eu me esforcei bastante para encerrar essa fic de uma maneira decente, não chegou a ser o que eu imaginava, mas foi próximo o suficiente. Peço perdão pela demora novamente, por pouco não a abandonei definitivamente em novembro, passei por um momento difícil e perdi um dos meus irmãos, creio que vocês possam imaginar como me senti.
O fato é que eu não me perdoaria se deixasse essa fic sem um final, ela é muito importante para mim e a terminei mais para me deixar feliz do que por qualquer outro motivo, afinal, quase todos sumiram e eu nem vou comentar sobre isso mais. Sei bem que essas coisas acontecem e não culpo os que abandonaram a fic. Para quem continua aqui, muito obrigada! De verdade, o apoio de vocês é muito importante, só quem escreve sabe o quanto.
Espero voltar algum dia com alguma outra fic de Supernatural para vocês.
Beijos e até mais!



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