A Lenda dos Semi-Titãs escrita por TheGodessofElves


Capítulo 11
Destino?: Kamily POV


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, sei que não falo muito sobre a fic. Mas quero avisar algo: Antes de lerem esse capítulo, quero avisar que nele contém algumas coisas sobre World of Warcraft, então para quem não conhece, eu sugiro que deem uma olhada nos videos que irei colocar nas notas finais, eles podem ser assistidos antes ou depois da leitura, mas para que vocês entendam o contexto é bom assistirem. ;)



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A situação estava cada vez mais perturbadora, eu não estava entendendo absolutamente nada do que estava acontecendo. E como se não bastasse, descobrimos que nosso pai havia mentido para nós basicamente durante nossa vida toda, em todos os aspectos. A missão que ele nos incumbiu não saiu como eu esperava. Agora estávamos em meio a um bando de adolescentes malucos, sendo escoltadas por um centauro que sabia como sentar em uma cadeira de rodas. Se um dos centauros de Azeroth tentassem fazer isso, provavelmente partiria a cadeira em duas partes.

Recebíamos olhares curiosos enquanto andávamos entre chalés bem organizados e bonitinhos. Bom, exceto por um, cujo ostentava na parede acima da porta uma cabeça de...bem, um animal que aparentava ser um javali. Os seus moradores não pareciam ser como os outros, eram mal encarados, como se estivessem tentando nos intimidar. Há...mal sabem eles que já enfrentei Kael’thas, o príncipe dos Elfos Sangrentos. Simples semideuses empunhando lanças para se exibirem não me assustam.

O centauro de nome Quíron nos levou até a maior construção que pudemos ver em nossa rápida caminhada. Era uma casa azul com acabamento branco, sua arquitetura era diferente de tudo que já conhecíamos. O prédio só não era mais imponente por que havia uma águia de latão em seu teto. O que era aquilo? Alguma espécie de sinalizador?

Quíron então parou na varanda e fez sinal para que entrássemos com cautela. Eu hesitei por um instante, um aperto tomou conta de meu peito, não sabia o que esperar. Ketlyn me lançou um olhar duvidoso antes de seguir em frente, ela parecia estar muito brava, mas não queria demonstrar. Avistei Milena se aproximando de mim, então eu agarrei-lhe a manga da camisa assustando-a sem querer.

– Você sabe o que vai acontecer com a gente? O que esse centauro quer?

Perguntei-lhe.

Ela torceu levemente a boca para a direita, antes de me responder.

– Sinceramente, não sei. Mas pode se preparar, pois você pode estar diante de uma profecia assustadora, como eu estou.

Eu a encarei por alguns instantes. Não entendi se ela estava somente brincando, se estava tentando colocar medo em mim, ou se estava falando sério.

– Ei! Venham, vamos entrar!

Chamou a irmã de Milena, já na varanda.

Nos apressamos em direção à entrada. Havia pouca iluminação no ambiente, uma lareira acessa era a única fonte de luz no lugar. Não se conseguia ver muito, apenas sofás e uma mesinha de centro. Quíron nos indicou justamente os lugares nos sofás, todos nos assentamos cautelosamente e eu me remexi desconfortável devido ao aperto. Um suspense terrível pairou no ar enquanto ele nos observava em silêncio, um por um.

– Então, meus heróis. – ele começou – Para começar, devo me desculpar por ter conhecimento de tudo que está lhes acontecendo e não ter contado tudo. Estava esperando até a hora certa. Bem, parece que já encontramos as duas meninas que faltavam na profecia.

– Como?!

Eu e minha irmã exclamamos em uníssono.

– Sim garotas, o pai de vocês me contatou há alguns dias atrás e pediu para que ele pudesse lhes explicar tudo pessoalmente.

No mesmo momento, uma névoa envolta por um arco-íris surgiu tremeluzindo ao seu lado, aos poucos apresentando a imagem de uma figura sombria muito conhecida.

– Pai! Não acredito que fez isso conosco!

Eu exclamei, enraivecida. Do outro lado daquela névoa colorida, ele fez sinal para que eu me acalmasse.

– Eu não podia ter contado nada do que as esperava, só podia ter enviado vocês para a Terra supostamente como uma missão, para que descobrissem tudo sozinhas.

– Mas...espera...Terra? Pai, como assim? Por que nunca me contou sobre elas?

Perguntou Nico confuso, mostrando claro desespero na voz.

– Eu não podia Nico, a promessa que fiz não vale onde não se localiza o domínio dos deuses, eu visito outros mundos, outras dimensões e outras realidades, mas meus irmãos não poderiam ficar sabendo da existência desses mundos, não quando a ganância de Zeus é tão grande. Suas irmãs vem de uma dimensão completamente diferente, na qual visitei há muitos anos. Kamily e Ketlyn nasceram e cresceram em Azeroth, um planeta localizado em um universo que vive em guerra. Elas foram treinadas durante a vida toda no exército de uma grande cidade chamada Vento Bravo e durante esse tempo todo, eu sempre estive presente na vida delas com minha real identidade, mas nunca havia contado de onde eu vinha. Em sua primeira batalha, eu contei-lhes sobre o Olimpo e sobre a nossa realidade e as mandei para cá, simulando uma missão que elas tinham de cumprir. Mas eu sabia da profecia, sabia que não poderia escondê-las de seu destino.

– Então...nunca mais vamos voltar para casa?

Perguntou Ketlyn, com tristeza.

– Receio que não minha filha. Desculpe-me.

Ketlyn encarou o chão com os olhos marejados antes de aperta-los e despencar no sofá, cobrindo-os com as mãos. Eu por outro lado, fiquei surpresa com a notícia, mas não fiquei triste, deixamos muita coisa para trás obviamente, mas ao meu ver, iriamos finalmente lidar com lutas mais amenas e talvez até teríamos um pouco de paz. Já estava farta de tanta escuridão.

– Hades, por favor, conte a elas o porquê da profecia...

Pediu Quíron.

– Oh sim...prestem bem atenção. Durante a recente guerra que travamos novamente contra os Titãs, alguns deuses menores se aliaram a eles. Hécate, a deusa da magia estava entre eles. Antes de Crio reunir um exército e enfrentar os semideuses em Nova York, ele pediu aos seus monstros que entrassem no Mundo Inferior e roubassem a safira encantada de minha esposa, Perséfone. Essa pedra preciosa detinha o poder de fazer com que flores mortas voltassem a vida e mais tarde eu descobri que ela havia a encantado com o poder de curar feridas graves também. Crio deve ter descoberto isso, então ele pediu a Hécate que convertesse aquele encanto de vida em um feitiço de morte, transformando-a em uma bomba, literalmente. Mas não qualquer tipo de bomba, uma bomba que poderia aniquilar o mundo todo, caso tivesse sido usada. Hermes a roubou das mãos do Titã antes de eles chegarem a cidade e quando a guerra acabou, meus irmãos viram que não poderiam destruí-la pois isso a ativaria. Então, eles a quebraram em quatro pedaços e os espalharam em diferentes dimensões, abrindo portais em diferentes lugares do mundo. Agora com a derrota, os monstros estão sedentos de vingança e seu plano é achar esses portais, restituir a safira e destruir este mundo. O líder deles é uma criatura cuja eu nunca tinha visto antes; um monstro extremamente forte, que possui asas de morcego, orelhas pontudas, marcas verdes pelo corpo e pele arroxeada, seus olhos são vendados, mas emanam uma luz verde maligna, assim como as marcas em seu corpo.

O que?! Um monstro vendado com asas?! Não, não pode ser...como ele havia conseguido chegar à Terra?

– Illidan...

Eu arquejei.

– Quem?

Todos, menos minha irmã, perguntaram em uníssono.

– Illidan, Illidan Tempesfúria. Ele quer se vingar do Lich King, os deuses devem ter ligado um portal até Azeroth, só assim ele pode ter chegado até aqui. Ele certamente negociou com os monstros sobre a safira. Não vê importância nesse mundo.

– Vocês o conhecem?

Quíron perguntou.

– Quase, ficamos sabendo dele em uma batalha. Já viajamos muito, até o ponto de conhecermos o irmão dele, Malfúrion...mas este é um bom ser.

Contou Ketlyn.

– Epa! Vamos parar por ai! – Jaci se levantou, exasperada – Vocês querem que a gente viaje pelo mundo buscando esses portais, entrar por esses mundos perigosíssimos e achar essa joia antes dos monstros e desse tal de Illidan?

– Sim. Algum problema?

Desafiou Hades.

Jaci, analisou o tom de Hades por alguns instantes antes de dizer.

– Não, para mim não tem problema nenhum. E para vocês?

Maria Helena se levantou com um suspiro impaciente, estava claro em seu olhar que ela não estava gostando nenhum pouco daquilo.

– Bem, se é preciso...

Disse ela, cruzando os braços.

– Eu estou nessa!

Exclamou Milena, levantando-se alegremente.

Eu encarei minha irmã, vi em seus olhos uma grande pontada de esperança e eu entendi seus sentimentos. Essa poderia ser a maior oportunidade de nossas vidas, claro, eu estava muito apreensiva, não sabia se seriamos poderosas o suficiente para enfrentar Illidan Tempesfúria. Mas, se fosse esse o caso, poderíamos ter a chance de pôr um ponto final na existência do Lich King.

– Então, se vão partir em uma viajem tão perigosa, precisam do melhor treinamento possível. Eu posso ajudar se vocês quiserem.

Sugeriu Mathew.

Eu olhei para as três semideusas que havíamos conhecido nessa tarde. Elas não pareciam ser a equipe mais organizada, mas eram a equipe adequada.

– Foi por isso que todas vocês nasceram com a habilidade um tanto maior que a dos outros semideuses, por isso nasceram com o maior domínio sobre seus poderes. – falou Hades – Vocês são as escolhidas dessa profecia.

– Eu me ofereço para junto com Math, ajudar a treiná-las. Vocês podem saber lutar como guerreiras de seu mundo, mas ainda não conhecem o estilo grego de luta, vão precisar dele também.

Disse Nico, dirigindo-se as suas meias-irmãs.

– O que acham meninas? Estão prontas?

Perguntou-nos Quíron.

Trocamos olhares, umas com as outras, tentando criar um laço de confiança entre nós, buscando algo que sinalizasse o quanto de lealdade que havia no coração de cada uma e também possivelmente, o começo de uma grande amizade.

– Estamos!

Respondemos por fim.

***

Quíron havia convocado todos os campistas na Arena, alguns nos lançavam olhares curiosos enquanto o seguíamos até o centro e outros estavam inquietos, se perguntando sobre o motivo da emergência. O centauro estudou a multidão com cautela antes de bater o casco fortemente no chão. Imediatamente, toda a atenção se voltou para ele.

– Atenção campistas! Sei que todos estão se perguntando o motivo de eu ter mandado que reunissem vocês aqui, tenho algo importante para anunciar: recebemos a visita de duas semideusas, duas filhas de Hades, vindas de outra dimensão, de um mundo conhecido como Azeroth.

A Arena se tornou inquieta novamente, os campistas começaram a discutir e especular entre si dirigindo seus olhares à nós.

– Hades contatou-me! – gritou Quíron. A multidão se calou novamente – E disse que elas fazem parte de uma nova profecia que está entre nós.

– Uma nova profecia?! Mas como, se o Oráculo nem está aqui?!

Gritou Clarisse, indignada.

– Nós sonhamos com ela – respondeu Maria Helena, atraindo a atenção de todos – Sim, nós fomos as primeiras a saber que fomos escolhidas para uma missão. Pelo mundo cinco semideusas seus destinos enfrentarão. Atrás da joia da protetora dos bruxos elas se perderão. A mortífera, a vingadora, a corajosa e a esquecida, com a filha da morte farão sua aliança.

E a filha legítima do homem leal, terá a sua metade eternamente adoecida.

Finalizou Milena, em um tom mais leve.

Todos nos encararam em silêncio, não sabiam se aquilo se tratava de algo realmente destrutivo, acho que estavam tentando avaliar a situação.

– Mas Quíron...assim, do nada! Elas praticamente acabaram de chegar! E quem são essas duas?

Retrucou Clarisse.

– Não será feito assim Clarisse, elas terão sessões de treinamento pesadas, além de sessões extras...treinaremos durante quatro semanas.

Respondeu-lhe Quíron, depois de um suspiro.

– E Ketlyn e Kamily eram guerreiras do reino onde viviam, elas já têm experiências em grandes batalhas, está tudo sobre controle.

Disse Mathew.

– De onde vocês vem? Quem são vocês?

Perguntou-nos uma menina de cabelos pretos lisos e que estava extremamente maquiada.

– Somos Kamily e Ketlyn Everett, guerreiras do exército do rei Varian Wrynn de Azeroth.

Apresentei-nos de forma diplomática, como eu sempre fazia. Alguns pareceram surpresos com a última afirmação, outros já não deram tanta importância ao fato.

– Mas, eu ainda não entendi qual o motivo dessa missão.

Interveio a tal Clarrisse.

– Há uma pedaços de uma safira mágica que fora escondida em várias dimensões pelos deuses do Olimpo, tal safira tem o poder de destruir o mundo todo.

Explicou Milena.

– E ela está nas mãos de Illidan, um Elfo Noturno corrompido que está sedento de vingança contra um de seus maiores inimigos. Os monstros que vocês lutam aqui podem ter negociado com ele a destruição de seu mundo em troca da safira. Temos que pará-lo, ele é louco.

Continuei.

Clarisse pareceu entender a gravidade do assunto, pois afundou em seu assento como um balão murchando.

– Bem, está decidido, ajudem elas no que for preciso heróis, pois mesmo que essa luta não seja a mais grave que já enfrentamos, ela é a mais perigosa.

***

Assim, as quatro semanas de treinamento se seguiram como planejado. As horas viraram dias e os dias ficaram cada vez mais longos enquanto nós progredíamos em extrema velocidade. Maria Helena aprendeu muitos dos poderes e feitiços mais importantes lhe que convinham, Milena era uma ótima lutadora, combinava golpes e acrobacias de uma forma inimaginável e quase sempre deixava um galo na cabeça de Mathew durante as lutas. Nico, meu meio-irmão, que agora parecia já ter se familiarizado conosco, demonstrava uma atenção especial à Jaci. Os dois acabaram por ficarem muito próximos um do outro. Ketlyn e eu levamos um tempo até aprendermos a nova técnica grega, não entendemos muito no começo, mas ao modo como o tempo foi passando, percebemos que ela poderia ser útil até demais. Durante os nossos treinamentos eu senti tristeza por não poder levar essas novas técnicas para os nossos amigos. Pensava todo dia em Jaina, em Aggra, em Thrall e no bebezinho que eles em breve teriam. Eu talvez jamais o veria e essa foi a minha maior decepção.

Quíron havia conseguido um lugar para nós junto de Nico, lá passamos a trocar ideias sobre nossos mundos tão distintos. Nico nos contou que ser semideus aqui é algo muito especial, enquanto que para nós em Azeroth isso não importava tanto. O menino ficou maravilhado com tudo que contamos sobre o nosso mundo, tinha curiosidade sobre tudo, especialmente sobre Thrall, cujo pareceu virar uma figura heroica aos olhos do garoto.

Finalmente, o dia de partir havia chegado. Era manhã, faltava pouco para a hora do café. Eu e minha irmã já nos encontrávamos de malas prontas e preparadas para sair, estávamos sentadas na encosta da praia, quando ouvimos sons de passos se aproximando e nos viramos para encontrar nossas três novas amigas, também prontas para partir.

– Vamos? Temos que encontrar Quíron na Casa Grande.

Avisou Maria Helena.

– Vamos, tomara que ele nos ofereça uma xícara de chocolate quente, nunca tivemos tempo de tomar isso em Vento Bravo.

Riu Ketlyn.

– Olha, agora que você falou, eu também fiquei com vontade tomar chocolate quente.

Disse Jaci, acariciando a barriga.

E foi com esse anseio de uma bebida doce e quente que nos dirigimos até a Casa Grande para dar início ao nosso destino.


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Notas finais do capítulo

Música tema: https://youtu.be/FuEMhyRw-VI
Vídeos sobre World of Warcraft: https://youtu.be/XiVP3Gbkg7c
https://youtu.be/mR2uFAAPzqs https://youtu.be/5UhajErVncU
Então, gostaram? o que acharam? os próximos capítulos irão demorar um pouco mais do que o habitual :)



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