Minha História no Mundo Olimpiano escrita por Vencedora de Lesmas


Capítulo 14
Despedidas Rápidas


Notas iniciais do capítulo

Voltei da minha viagem, rs! Espero que gostem, e boa leitura!



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  Na minúscula tela estava aparecendo nada menos, nada mais do que El Paso! É, isso mesmo!!! Perto o cacete, o lugar era completamente ao Sul e muito, repito, MUITO perigoso e longe!!! Reprimi uma grunhidela e tentei me virar para eles sorrindo, não consegui.

  - Bem – comecei, mas logo Percy me interrompeu:

  - Fronteira com o México? México?! – ele espiava por detrás do meu ombro – onde, ondas, isso é perto?!

  “Ondas”?! Esse é um dos melhores termos que um filho de Poseidon consegue arranjar? Bah! Esquece....

  Minha querida, ouvi Hermes dizer, minha pele estava se arrepiando por baixo da camiseta, Receio que esqueci de mencionar que algumas pessoas também estão atrás dessa espada, e como ela muito poderosa e tudo o mais ela tem a capacidade de mudar de lugar quando quiser, o discurso estava sendo um pouco longo, mas eu não ligava, eu estava me deleitando com cada segundo que ele desperdiçava comigo, Eu não entendo muito disso, muito menos como uma arma tem vontade própria! Mas, como você parece disposta a me ajudar, tentarei ficar ao máximo ao seu lado. Boa sorte, Andressa.

  - Eu sei....é meio longinho....- eu tentava me lembrar de como se fazia para respirar, conter a coloração da minha pele, e começar a me conformar com as palavras que eu acabara de ouvir, mentalmente. Eu nunca gostei tanto de ouvir um “tchau”. Consegui me acalmar levianamente, tomando controle de meu corpo e minhas emoções. Agora Dani pulava para tentar ver o que acontecia, pois eu e Percy a barrávamos com nossas costas. Se eu não amasse o cara, ou deus, sei lá, que me pediu para ir buscar isso nem fudendo que eu iria!!! Suspirei e falei lentamente, me virando para Percy: - Talvez....não, é melhor vocês irem pro Acampamento logo, já que foi em um sonho, ela – indiquei a Dani com a cabeça – deve saber fazer algo realmente importante e necessário. Eu vou sozinha.

  - Não – decretou Percy.

  - Como é, cria do mar?

  - Não – repetiu ele – Acha mesmo que vai conseguir isso sozinha?

  - Com quem acha que está falando, moleque? – rosnei. Algo me fazia querer morde-lo, rasgá-lo, e eu me sentia uma espécie de Basilisco do Harry Potter! Será que sou venenosa? O que diabos estou falando?!

  - Acha mesmo no estado que você está vai conseguir fazer alguma coisa? Nem ir pro carro você pode!!!

  - Escuta aqui, Perseu Jackson – as palavras saiam atropeladas e mortais por entre meus dentes – Se pensa que sabe de alguma coisa sobre mim, está muito enganado, seu...-

  - PAREM COM ISSO!!! – berrou Annabeth entrando abruptamente no quarto do hospital e afastando nós dois que iríamos começas um combate sangrento. Grover entrou a galope logo atrás dela.

  - O que...está....acontecendo? – perguntou ele olhando de mim para Percy e de Percy para mim repetidas vezes.

  - Nada – senti meu sangue ponto a ponto esfriar, e a raiva deixar meu corpo – só estou com um problema, seria bom se vocês fossem logo para o Acampamento e .....

  - Epa, vai ir sozinha de novo? Se esqueceu do que aconteceu da última vez?!

  Franzi lentamente o rosto.

  - O que aconteceu da última vez, mesmo?

  - VOCÊ NÃO LEMBRA?! – era Annie quem gritava. E, deixo a dica, quando algum Ateniense gritar com você por causa de uma idéia significa que é uma idéia completamente estúpida e improvável.

  - hehe....

  - AH!!! PELAMOR DOS DEUSES, ANDRESSA!!!! VOCÊ FICOU COM OS DOIS BRAÇOS QUEBRADOS, TRÊS COSTELAS FRATURADAS E ROMPEU O LIGAMENTO DO JOELHO!!!

  - E daí? – perguntei inocentemente fazendo beicinho.

  - “E DAÍ?!” E DAÍ QUE VOCÊ QUER MORRER?! – ela ficava cada vez mais vermelha. Eu não sabia se ria ou se me sentia culpada.

  - Depende, irei rever meu irmão? – rebati. Logo em seguida eu me arrependi. Sentia-me inteiramente mal, uma menção no Charlie era como um soco no estômago, eu nunca mais iria revê-lo até que eu morresse.  Me virei de costas e comecei a recolher minhas coisas, escondendo as lágrimas que brotavam em meus olhos.

  - Andressa... – falou Annabeth amigavelmente – Escute, estamos falando isso porque nos preocupamos com você e..-

  - Não, Annie, não – interrompi balançando negativamente a cabeça e indo em direção à porta – Escuta, isso é mais sério do que parece.

  Eu sei, eu sei. Uma tremenda tempestade em uma gota, nem copo é, d’água, não? Isso significava muito para mim. Eu não queria de modo algum ser um fardo, muito menos ter alguns adolescentes na minha cola tendo que pagar pelo que eu prometi fazer. E um pressentimento. Um pressentimento ruim. Eu tinha de ir sozinha. Ah, e sim, algo me dizia que o filho de Afrodite que me mordeu estava por lá perto.

  - E como pretende fazer isso? – a filha de Atena ergue uma sobrancelha. Sorri.

  - Confie em mim, só faça o seu trabalho que eu faço o meu.

  - Quíron falou que não era para você repetir essas atitudes...

  - Quíron não é meu pai! – bufei. Fui até a porta e a abri, indicando o corredor para o resto do grupo – Voltem ao Acampamento, nada de ruim pode acontecer! Esse moleque – apontei trincando o queixo para Percy – salvou o Olimpo, por mais incrível que me pareça, está tudo bem. Eu sei me cuidar.

  - Um minuto – Dani finalmente estava dando sinais de vida – Você vai nos abandonar?

  - Ah, sim, desculpe – pigarreei  e respirei fundo – Essa Annabeth, filha de Atena, namorada do Percy, muito inteligente e tal, e esse é Grover, um sátiro, meio homem e meio bode, enviado de Pã para salvar a natureza e tal.

  - Pã não é o deus da natureza?

  - Ah, é sim – falou Grover ficando de frente para ela com os olhos brilhando – E ele é o deus mais incrível que já existiu!

  - Ta, certo – interrompi – agora, vamos?

 

 

 

  O sol quase me cegou quando passamos pelas portas da frente do Hospital. O ar poluído me sufocava e, não-sei-como, meu carro estava parado na calçada. Fomos até lá, como eu estava com dificuldade para andar eles meio que tiveram que me carregar. Nico estava sentado, descontraído, no capo do carro fitando cuidadosamente cada movimento nosso.

  - O que aconteceu? – perguntou ele, logo reparando em meu estado.

  - Nada, não....e aí? Como foram as coisas?

  - Fácil, o idiota aí – ele deu um tapinha na porta traseira do carro – deu um jeito no cara, nocauteando-o com um soco, depois escondemos o corpo no porta malas, cortamos em pedaços e vendemos os órgãos – ele sorria perversamente.

  Ao se deparar com os olhares aterrorizados e de censura Nico logo tentou se corrigir.

  - C-calma, gente, fo-foi brincadeira! Uma piada!

  - Nossa – resmunguei – Ó humor negro, viu!

  - Sou filho de Hades, você queria o quê? – rebateu ele abrindo a porta.

  - Bom, prefiro um Emo sanguinário com humor negro do que um hippie qualquer...

  - Isso foi um elogio? – baguncei os cabelos dele e sorri.

  - Era pra ser, mas não soou tão legal quanto eu esperava....

  Rimos só nós dois, os outros não estavam com tanto humor assim.

  - Certo, vamos logo – falou Nico, indicando a porta.

  - Eu vou ficar – resmunguei com meu humor quase sumido completamente.

  - Como é?

  - Surgiu um problema – tive de fitar o chão, os olhos negros do menino moreno diante de mim eram muito penetrantes – E, e-eu preciso ir para outro lugar....

  Não esperei a resposta, entrei hesitante no carro e fui a procura de alguns objetos necessários. Arranquei os cabos e enfiei o Notebook na mochila, tirando apressadamente do seu local selecionado. Pelo chão, fui catando moedas e notas amassadas de 20, por sorte, ninguém as havia notado, ou roubado. Armas, armadilhas, coisas esquisitas, tudo transformados em trecos menores, camuflados. Não tinha tempo, abri a mochila e comecei a jogar coisas para dentro, e para fora. Não havia necessidade de levar os livros, e meu canivete seria mais útil se estivesse perto de minha mão, o enfiei no cinto da calça.

  Deixei os objetos mais importantes em locais mais próximos e o resto na mochila. Verifiquei-me se não estava esquecendo nada e saí do veículo. Evitei os olhares de “Você vai morrer”, “Não deveria fazer isso”, “Quíron vai te pisotear, se eu não fizer isso!”, “Vou sentir saudades”. Retribui o olhar de Nico, foi muito bom conhecê-lo, ele era um cara legal, porem um pouco Emo. Fui até a outra rua sem olhar para trás, mas tive de desistir quando chegava ao ponto máximo da avenida. Todos já estavam dentro do carro, menos o filho de Hades. Sorri. Me virei e estava prestes a retomar meu caminho, mas antes ergui a mão de costas, acenando para um garoto que fizera eu me sentir melhor após a perda de meu irmão. O jeito agora, era não ter jeito, fazer tudo improvisando. O carro arredou pé dali rapidamente, passando zunindo por mim. Me senti completamente arrependida no instante, mas também realiza. Eu finalmente não iria prejudicar ninguém.

  Odisse, chamei mentalmente, Que tal uma viagem?

  Você é muito cara de pau, sabia? Sua resposta foi grave, embora acompanhada do som grutal de sua risada. Para onde, senhora?

  Senhora o caramba, respondi rindo também, Sabe chegar à fronteira com o México?

  El Paso? Enquistou ele. O grifo sabia mais de geografia do que eu? Meu nível baixou, droga. 

  É, acho que sim, respondi de bico.

  É muito longe, rebateu ele.

  Tô nem aí.

  Ah, sim, Hermes que tem pediu, não é? Corei instantaneamente.

  E se for? Rosnei. Por onde passa? Perguntei atravessando a rua rapidamente durante o sinal amarelo.

  Hmmmm, a tentativa inútil dele de dizer “Hmmmm” parecia mais uma águia engasgada, sabe. Tem um caminho bem fácil, e com menos paradas.

  Qual? Indaguei, me aproximando de um beco que me fez sentir arrepio na nuca.

  Podemos ir para Nashville, depois para Memphis, Dallas, Fort Worth e chegamos em El Paso, citou ele. Bufei e encostei as costas em um poste. Logo que senti o granito, pulei para frente gemendo de dor, meu corpo ardia com uma força descomunal.

  Eu te disse, censurou-me ele, Eu te disse, eu te disse.

  Ta, já entendi, raios que me partam! Eu não sou filha de Zeus, mas as vezes preciso falar “raios” em homenagem ao vovô, Pode vir me buscar?

  Assim ao ar livre? Cadê todo o seu cuidado?

  Cala a boca, e entrei dentro de outro beco, dessa vez menos arrepiante. E menos limpo, também. Dá pra vir agora, covarde?

  Ele rosnou, o som semelhante ao meu. Eu sentia sua raiva florescendo e diminuindo, lentamente. Uma alvoroço a minha volta e a poeira se levantando do chão me indicou o pouso de meu animal amado. Seu dorso dourado brilhava à pouca luz, juntamente com seu bico e garras de cobre. As asas e a cabeça brancas davam um ar de polidez e granito à imponente criatura. E seus olhos: duas bolas de vidro contendo dois glóbulos de ouro dentro, atentos a cada movimento por menor que seja, observando a noite e algo que nem eu, nem ninguém, conseguiria ver.

  Quem é o covarde? Rosnou.

  Prefere que eu chame de gay, com esse seu glamour todo? Rebati rindo, ele se irritou e começou a cavoucar ferozmente o chão com suas garras de ave, enquanto suas patas traseiras de leão se ajeitavam dignamente. Uma posição mortal completamente linda. Desculpe, meu amigo.

  Se é assim que você trata seus amigos, tenho pena do modo que deve tratar  seus inimigos, Eu ri secamente, a forma rígida de Odisseu começava a relaxar.

  Você sabe como trato meus inimigos, falei com um tom brincalhão, me aproximando dele e afagando sua cabeça.

  Decapita, arranca membros, tortura, os faz implorar a morte e se arrepender de terem feito algo à você, disse ele, sua voz calma e mais normal. Nós nos acalmávamos, podíamos nos ver livres ali, sozinhos, tendo somente um ao outro, os melhores amigos.

  Exato! Me curvei e beijei a superfície de seu bico. Ele balançou a cabeça e a encostou em minha barriga, um gesto de carinho. Vamos logo.

  Procurei em um dos bolsos do meu colete, por fim encontrei-o. Lá estava ele, um boton com o símbolo do “Green World”. Apertei de leve o alfinete para solta-lo, e, sem perder tempo, o joguei para as costas do grifo. O pequeno objeto começou a brilhar e a alongar. Não precisou de muitos segundos, a cela já havia se formado e encaixado no dorso do animal. Uma montaria que eu mesma forjei, usufruindo de bronze celestial, ferro e prata. Ela era enfeitada com riscos tribais que se ligavam e formavam uma bigorna em determinado trajeto. A alternação de metais foi feita com muito cuidado, exatamente para ter estilo, e a parte em que eu me sentava era revestida em couro negro e macio. Uma cela alada teria de ter espaço para as asas de seu animal, as quais eram na medida para Odisseu. Como eu não poderia me segurar, a parte frontal era toda revestida e trabalhada para se moldurar às minhas pernas, me impedindo de cair, e cobrindo meu  joelhos de qualquer coisa que pudesse os ferir. O seu redor continha alguns “espinhos”, fazendo-a adquirir uma aparência mais macabra. Sorri e fui tomar meu lugar de direito, após tanta dor e tempo em pé, me senti completamente bem quando me ajeitei na proteção. Eu também me sentia uma cavaleira medieval, com a montaria usando armadura, e estando fortemente armada.

  Vamos, falou ele ao verificar que eu estava pronta, e, com o impulso descomunal de suas patas leoninas, alçamos vôo em pouquíssimo tempo, rasgando o céu, encontrando as estrelas, e roubando a cena da Lua, indo em direção ao nosso destino. Ao meu destino.


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Notas finais do capítulo

Enfim, no último cap vocês fizeram a minha felicidade alcançando o maior número de reviews que já recebi nessa fic! Por isso, não deixem barato aqui!!! Postem quantos reviews quiserem!!! Quero saber como estão em relação à história, se não paro de escrever! Bjus, e até o próximo capítulo!