Nyrel - Uma História de Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 26
Entre Chamas e Faíscas


Notas iniciais do capítulo

HELOOOOOOOOU, PIPOUS
Bem, estamos mais perto do que nunca para o reencontro do nosso casal perfeito *-*
Um recadinho para quem acompanha a fic: leitores-fantasmas, eu amo vocês também. Mas gostaria muito de saber o que estão achando da história. Gostaria de medir o quanto está boa e o que precisa melhorar. Não hesitem em fazer comentários, por que vou adorar qualquer crítica, sugestão ou elogio que tiverem para dar *-*
Bem, sem mais delongas, boa leitura! :D



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DAREL

 

Eu ainda estava absolutamente envergonhado pela nossa caótica chegada á Tokonga. Por isso, me mantive anormalmente quieto na companhia de Rony durante as horas seguintes.
Apesar de ter decidido falar com Nyree, ainda não a tinha visto em lugar algum, desde que nos encontramos na fronteira. O medo se agitou em meu estômago, quando supus, temeroso, que talvez ela estivesse tentando manter distância de mim.

Foi isso que martelou em minha cabeça, enquanto eu arrumava roupas e um pote de tinta temporária para Weasley. Mais cedo, me informaram que teríamos uma fogueira de histórias, e achei uma excelente oportunidade de fazer com que Rony e Hermione se sentissem á vontade entre os maoris.

— Cara, desencana – Rony finalmente bufou, parecendo perceber minha cara de cão sem dono - foi só um vacilo de nada... não precisa ficar tão amuado.

Esbocei um sorriso fraco.

— Não queria ter deixado vocês apavorados assim – comentei, amassando ainda mais o conteúdo da tigelinha, para extrair mais tinta, e acrescentei, sorrindo de verdade agora - Hermione realmente ama o senhor.

Rony baixou o olhar.

— Não é pra tanto, cara – ciciou, embora eu tivesse visto o fantasma de um sorriso em seu rosto.

— Ah, fala sério... – ri, revirando os olhos - não notou o como ela olha para você? O jeito que ela reage quando está por perto? – engasguei subitamente, estremecendo e fechando os olhos - eu queria que Nyree olhasse desse jeito para mim... assim eu saberia se ela... sente alguma coisa.

Vi Weasley me encarar de um modo estranho. Percebi, pasmo, que era um olhar quase comovido.

Baixei a cabeça, sem graça.

— Bom... eu posso te ajudar com isso hoje à noite, durante a festa.

Voltei a erguer a cabeça na direção dele, pasmo.

A brincadeirinha irônica de Hermione me veio automaticamente á cabeça. Mas, diabos, qualquer ajuda era bem vinda naquela situação. Afinal, o que eu sabia sobre aquilo? Havia passado tanto tempo fora de Tokonga que já nem sabia como se faziam as garotas de hoje.

O que eu sabia sobre aquela coisa tão complexa chamada amor?

— Você acha que... bom, sabe... – murmurei.

— Acho não... tenho certeza que posso ajudar – Rony riu baixinho - mas primeiro é melhor eu entrar na dança dos maoris e me vestir logo como um.

Também ri, achando graça no seu comentário.

— Bom, eu já arranjei isso para vocês... aqui está uma calça de peles e um par de chinelos de madeira – indiquei-as na esteira mais próxima - o pote de tinta para as tatuagens também...

— Tatuagens?

— Todos os maoris têm uma... ou mais – expliquei, dando de ombros - normalmente são definitivas, mas essa tinta sai com água depois...

— Maneiro – ele arfou, experimentando uma gota de tinta entre os dedos. Balancei a cabeça, rindo com mais aquela gíria inglesa.

Enquanto Rony tirava a camiseta para vestir as roupas, percebi uma movimentação esquisita atrás de mim. Olhei para trás, e, perplexo, visualizei duas jovens Tokonga que não paravam de rir, enquanto olhavam Rony de relance.

— Bom, eu ia te perguntar se você iria passar a tinta sozinho – gargalhei, lançando um olhar “vocês são loucas” para as duas maoris - por que gente interessada para o serviço é o que não falta aqui na tribo... não é, meninas?

Elas se aproximaram, rindo e cochichando, e eu não sabia se as empurrava para fora da cabana ou se me deitava no chão e chorava de rir.

— Acho que... não vai ser necessário, garotas – Rony ficou com as orelhas vermelhas, se boquiabrindo e me olhando exasperado.

— Não vai ser mesmo. Com licença, garotas.

Senti até um arrepio quando outra pessoa entrou na cabana, abrindo passagem entre as duas jovens, que recuaram e saíram da cabana, amarrando a cara.

Como ela fazia uma única frase soar tão tenebrosa?

Rony recuou vários passos, e tive que segurar para não gargalhar outra vez.

— Você não consegue ser menos bonita?? – ele só faltou transformar a frase num xingamento.

Sinceramente, não podia culpá-lo. As roupas maoris haviam caído como luvas em Hermione, deixando-a ainda mais bonita e delicada. O conjuntinho de penas e os cabelos presos pareciam ter transformado-a numa versão pálida de bruxa Tokonga, como uma boneca artesanal de cerâmica.

Quando vi a segunda tigela de tinta em suas mãos, porém, senti que a coisa ali ia exigir um pouquinho de privacidade..

— Desculpa – Hermione falou, sorrindo, com as bochechas rosadas.

— Peraí – ergui as mãos, rindo - você está pedindo desculpas por ser bonita?

— Ele tem razão... você não deveria pedir... devia ter é orgulho de ser como é.

Nem quis comentar nada, mas o tom de voz de Rony só podia ser comparado com o de um devoto que fala de sua divindade.

Ih, rapaz. A coisa estava fervendo ali.

— Que saco, Rony. Pare de me envergonhar.

Olhei de um para o outro, tamborilando os dedos na ombreira da porta.

Pelo visto, talvez fosse uma boa hora para finalmente deixar aqueles dois um pouco a sós. E seria minha deixa para tentar localizar Nyree outra vez.

Dei uma piscadela para Rony, recuando e saindo pala porta. VI seu olhar se arregalar, como se implorasse para que eu não o deixasse sozinho com aquela escultura humana ao seu lado.

— Bom... vou ver se os preparativos da festa já estão prontos. Qualquer coisa, vou estar no centro da aldeia.

Deixei os dois sozinhos, decidido agora á encontrar Nyree de qualquer jeito.

—___________________O_________________

No entanto, foi uma tentativa completamente fracassada.

Nem mesmo sua família sabia onde a garota havia se enfiado. Cheguei até a conversar com os pais dela, que me aparentaram estranhamente evasivos sobre qualquer insinuação de perguntas sobre a filha.

Nyree... será que as feridas que havíamos criado tinham sido tão profundas, para que nem quisesse mais me ver outra vez?

Meu coração doeu com essa terrível perspectiva.

Desanimado, resolvi voltar para a cabana onde Rony e Hermione pernoitariam, tentando distrair minha angústia com o resultado da sessão de tatuagens dos dois.

Porém, isso realmente desviou minha atenção. E lembro-me de ter congelado, num misto de admiração e humor, quando Hermione me exibiu a obra de arte que Rony fizera nela.

— Puxa – murmurei, tentando, em vão, esconder o tom de ironia c- ele realmente é um artista... não que esse padrão de desenhos exista em algum canto do mundo, mas...

Ela me acotovelou de leve, divertida.

— Dá um tempo, Darel...

Os padrões realmente nem pareciam ser desse planeta. Mas Rony tinha conseguido tornar aquela figurinha ainda mais espantosa. Seria impossível não reparar em Hermione, com as suaves tatuagens de formas espiraladas em seu corpo.

— Então... – ela deu outra voltinha, distraída - vai falar com Nyree hoje à noite?

— Puxa, Granger – engrolei, sem querer contar á ela que Nyree devia ter evaporado de Tokonga - nem sei por onde começar. Mas Rony disse que ia me ajudar...

Hermione franziu a testa.

Esperei vê-la desdenhar o pobre rapaz outra vez. Porém, para minha surpresa, ela suspirou, assentindo.

— Então ele vai mesmo.

Ela me lançou um olhar intrigante, como se soubesse de algo que eu não sabia, mas não disse mais nada.

— Vai começar daqui a algumas horas – avisei-a - se prepare...

— Pode deixar – Hermione assentiu, continuando a se arrumar para a festa na fogueira.

Saí da cabana, passando a mão nos cabelos, sentindo uma sensação horrível dentro do peito.

A minha única esperança agora era encontrar Nyree na fogueira de histórias.

Ela adorava a fogueira, desde que éramos crianças. Nunca havia faltado em nenhuma festa delas...

Se ela não viesse, aí eu teria certeza. Teria certeza absoluta de que nada lhe sobrara de mim. Nenhuma lembrança, nenhum sentimento, nenhuma amizade... e nenhuma coisa além disso. E eu também não teria o direito e nem o motivo para vê-la outra vez. Teria que seguir em frente.

Respeitaria a decisão dela, embora aquilo fosse me destroçar completamente. Não me importaria o futuro, por que meu futuro ficaria preso para sempre em Tokonga.

Já havia perdido minha família. Perder Nyree iria terminar de me destruir.

E, naquele momento, ergui o olhar para o céu noturno, pedindo á todas as estrelas do céu que pudessem atender ao meu único e derradeiro pedido.

 

 


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Notas finais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOOLHA ELEEE



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