Nyrel - Uma História de Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 23
Voltando Para Casa


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas fofas do meu ♥
Outro P.O.V. de Darel, por que sim. MAS CALMA, SERÁ O ÚLTIMO POR HORA. O próximo será de Nyree...
Ahn.. por que sim. Leiam e irão entender :P rsrs
Boa leitura!



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DAREL

 

Quando finalmente começamos nossa cavalgada pelo deserto, senti meu peito inchar, saudoso, com o ar saturado da savana.

Rony estava trotando ao meu lado, com a expressão contraída, como se não acreditasse na presepada que eu e Hermione o havíamos colocado.

Relinchei, rindo, ao que o puro-sangue emburrado me encarou, os olhinhos apertados de petulância.

"Ei, Weasley... você pareceu um tanto surpreso quando Hermione apareceu...".

Ele estremeceu, dando umas patadas engraçadas na areia.

"Nem me lembra", ele bufou.

"Eu estou ouvindo, rapazes".

Olhei, divertido, para Hermione. Era quase fascinante ver o como seus traços fortes não haviam desaparecido no rosto equino. Ela era quase humana demais para se passar por um animal.

Realmente, a indignação de Rony tinha cabimento. Uma criatura tão esguia e elegante era o exato oposto de discrição.

Tínhamos sorte de estarmos no meio do nada, sem observadores. A pobre garota não tinha talento algum para ser égua.

"Desculpa, amoreco".

Rony deu um sorriso equídeo cheio de dentes. Vi Hermione resfolegar uma espécie de risada, batendo suavemente seu flanco no dele.

Revirei os olhos, sorrindo.

Cavalgamos um bom pedaço do deserto, por mais de cinco horas, antes que eu percebesse que Hermione e Rony aparentavam estar, finalmente, cansados demais para prosseguir viagem.

"Acho que... podíamos... descansar... um pouco", arfei, também exausto.

Para meu humor, Hermione fingiu um desmaio, caindo de borco na areia. Espirrei com o pó que levantou perto de mim.

"Que exagero", Rony comentou, enquanto nos encaminhávamos em direção á uma grande rocha próxima, refugiando-se em sua sombra.

Hermione tentou fazer graça, empinando a cabeça, mas acabou tropeçando nos próprios cascos e desabou no chão.

"Ai. A culpa é sua, pangaré."

"É tudo minha culpa nessa bodega".

Já acostumado com a forma animal, deiteis em dificuldade, recostado na rocha.

Já Hermione e Rony tiveram alguma dificuldade para reclinar-se sobre a areia. Quando conseguiram, porém, Hermione deitou a cabeça no pescoço dele, já completamente á vontade com a nova posição.

"Tudo bem, pangaré bombadão”, gracejou ela, me lançando uma piscadela"Vamos dormir um pouco".

Sorri para Hermione, aconchegando-me um pouco mais na rocha, e finalmente mergulhando num longo e profundo cochilo.

—_______________________O_____________________

Em dois dias de viagem pela paisagem árida de Tirari-Sturt, meus novos amigos já haviam se adaptado razoavelmente á nova forma. A velocidade de nosso trajeto aumentara consideravelmente, desde que Rony e Hermione haviam pegado o jeito em trotar sobre a areia.

Naturalmente, de início, houve objeções sobre o tipo de comida que eu havia trazido para o deserto> Mas após ter uma nada sutil explicação, dada por Hermione, sobre a nossa nova digestão enquanto transfigurados, Rony decidiu parar de resmungar durante seus lanches com maças e feno.

Tudo aparentou prosseguir muito bem durante um bom tempo.

Infelizmente, numa das vezes que fui retirar o cantil de minha sela, senti meu peito gelar.

Lancei um sorriso fraco que não conseguiu ocultar meu horror e arrependimento. Como fui deixar aquilo acontecer?

"Acho que a água acabou".

"O QUÊ?" vi o cavalo ruço empinar, espantado "Como assim? Estamos num deserto, Darel!. Se não houver água, nós vamos... caramba..."

"Já estamos no meio do deserto Tirari-Sturt, Weasley. É uma questão de mais uns dois dias até Alice Springs.", relinchei, sentindo a vergonha me inundar.

"Mais dois dias sem água??" 

 

Encolhi as orelhas, abalado. A indignação de Rony era completamente justa. Como faríamos para terminar a viagem sem desidratar? E o pior de tudo era que, ainda em Melbourne, eu teria jurado que levara cantis suficientes. Foi constrangedor.

Baixei o olhar, tentando pensar desesperadamente por uma solução.

"Rony!". Hermione fungou. "Nós podemos nos arranjar..."

"Hermione tem razão". Falei, distraído, sentindo uma expectativa enorme me engolfar, quando me dei conta do como nosso problema seria simples de resolver.

Simples... mas decididamente tenso.

Eu reconhecia aquelas plantas adiante. Eram familiares demais.

Estávamos á poucos minutos de Tokonga... minha casa.

A expectativa me fez ofegar.

"Há uma tribo mágica de maoris aqui por perto. Eles podem nos acolher durante um tempo. E podemos fazer mais poção lá também, para os próximos dois dias de viagem. Deve estar a uns cinco quilômetros daqui."

"A sua tribo?", Hermione arfou, compreendendo minha expressão soturna.

Assenti, estremecendo.

"Tudo bem, tudo bem", Rony meneou vigorosamente a cabeça, mas percebi que já não estava mais tão severo com minha falta de cuidado. "Vamos continuar caminho, então."

Aliviado por terem concordado com minha nova e absurda ideia, dei prosseguimento á viagem, com ambos me ladeando lentamente e em silêncio.

Cavalgamos mais ou menos uma meia hora á frente, até que, diante de nós, surgiram duas árvores ressecadas, que poderiam facilmente se passar por simples plantas mortas.

No entanto, não eram.

Meu coração bateu mais forte.

Eram as árvores da entrada de Tokonga.

Rony e Hermione seguiam atrás de mim, parecendo muito confusos. A falta de presença humana devia fazê-los pensar que não havia nada ali.

Mas havia.

Haviam cinco cangurus diante das árvores. Os três adultos e os dois filhotes nos encaravam tacitamente, as orelhas empinadas em alerta.

Sabia que eles eram maoris. Nenhum canguru normal tinha o olhar inteligente dos cinco que nos observavam.

Um deles, uma fêmea de pelagem quase dourada, virou-se para mim, focando os dois olhos castanhos em nosso trio, e se aproximando com pulos cautelosos.

Não me era estranha.

Foi quando senti o mundo desabar na areia de Tirari-Sturt.

Eu conhecia. Os olhos... aqueles olhos...

Impossíveis de esquecer.

Um torpor pareceu congelar-me onde estava, sem conseguir reagir.

A canguru não estava menos paralisada. Um tremor de chacoalhar as patas se apossou dela, embora seu olhar mantivesse-se estático.

Algo em nosso contato visual pareceu extinguir toda e qualquer mudança entre nós.

Foi como se todos os últimos dez anos não houvessem existido.

Mal consegui ouvir um guincho alto atrás de mim, seguido dos relinchos apavorados de Rony.

Outro canguru se aproximou de nós, virando-se para Rony e Hermione.

Foi quando, enfim, consegui me livrar de meu estado dopado, e olhei para trás.

A última coisa que vi, antes de mergulhar na inconsciência, foi Hermione perdendo os sentidos sobre o buraco que quebrara sua perna.

 

 


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Notas finais do capítulo

Então?
Tadinha da Mione. Quebrou a patinha, a jument... ops, égua :P
Calma, gente. ISSO NÃO FOI O REENCONTRO DE DAREL E NYREE.
Bem, não na teoria XD
Beijinhos e até o próximo capítulo! *3*



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